quinta-feira, 30 de maio de 2024

Partir, comer e levar o Pão


Ano B – Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor

 

Partir (partilhar)

Comer (saborear)

Levar (transformar-se)

Partir – Fração do Pão foi o primeiro nome dado à celebração da Eucaristia.

Na cultura bíblica o pão não se corta, parte-se.

Tal como na nossa cultura quando o pão cai ao chão, imediatamente é levantado e beijado. Além disso não se pode desperdiçar pão porque há gente que não tem para comer e porque o pão tem uma transcendência ou sacramentalidade pois foi escolhido por Jesus para se transformar no seu corpo e ser dado em comunhão.

Partir o pão é fazer o que Jesus fez com a sua vida – partilhou-a pela salvação de todos. Cristo partiu o pão para que nós aprendêssemos a partilhar, o pão, a vida e o destino.

Nós partimos o pão para encontrar algo lá dentro – encontramos o céu e ao comungarmos desce para dentro de mim um pedaço do céu.

Partir o pão é partilhar o pão e o céu.

 

Comer – Tomai e comei. É pão ázimo, sem fermento, amassado só com farinha e água, cozido sem ser levedado. Então que sabor é que tem esse pão? Sabe a quê. Parece que nem sabe a pão. O pão da Eucaristia tem um sabor extraordinário – sabe a Deus. Tem gosto de Deus o pão que a gente parte e reparte, tem gosto de amor o pão que a gente come no altar, tem gosto de paz o pão que a gente parte e reparte, tem gosto de infinito o pão que se recebe na comunhão.

Comer o pão que é o corpo de Cristo é saborear o sabor de Deus, do amor e da paz.

Comer o pão é saborear o gosto de Deus.

 

Levar – Nós vamos à mesa da comunhão, recebemos o Corpo de Cristo, Pão da Vida, mas não o levamos. Ele é que nos leva, ele é que nos guia e nos acompanha, ele é que nos enche. O pão que vida que recebemos leva-nos mais longe. A eucaristia é uma mesa que nos transforma. Se não sairmos da missa com a cabeça a fervilhar, com o coração a arder, quer dizer que não nos deixámos transformar por aquele que recebemos.

Em geral nós transformamos o que recebemos ou comemos. Na Eucaristia é o contrário – nós somos transformados pelo que comemos.

Levar o pão é deixar-se transformar pelo pão, é convertermo-nos no que comungámos.

 

À margem:

A solenidade do Corpo de Deus surgiu na Idade Média para implementar a devoção ao Santíssimo Sacramento.

Hoje já não serve para implementar a devoção, mas serve apenas para ver quantos e quais são os verdadeiros devotos do Santíssimo Sacramento.

Graças e louvores se deem a todo o momento,

ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.

Bendito e louvado seja o Santíssimo Sacramento da Eucaristia,

Fruto do ventre sagrado da Virgem Puríssima Santa Maria.

 

Ver também

O que levamos para casa

Eu sou o pão vivo

A santa missa

Viático

Festa quotidiana

Credo eucarístico

Receber e ser recebido

Corpo de Deus

Pão da vida

Pai nosso de comunhão

 

terça-feira, 28 de maio de 2024

Não fiques onde já não estás


3ª feira – VIII semana comum

 

- Olha, Senhor, que nós deixámos tudo e te seguimos… disse Pedro cheio de orgulho.

- Olha que receberás cem vezes mais para deixares tudo isso novamente… disse Jesus. Ou por outras palavras – Nunca fiques onde já não estás.

A vida é um seguimento. Cada momento é um desprendimento para avançar.

Tudo é viagem e nada nos obriga a ficar onde já não estamos.

Não podemos ficar agarrados a etapas, a momentos do passado, felizes ou não.

É preciso deixar tudo para alcançar coisas novas.

Deixar pessoas para descobrir nelas gente nova.

Deixar lugares para avançar e aventurar-se em espaços novos que também um dia havemos de deixar para prosseguir em frente.

É preciso deixar o tempo que passou e que nos formou, mas que já acabou.

Não nos deixemos aprisionar pelo que passou.

 

Acabei de ler um livro que um amigo me ofereceu intitulado NUNCA FIQUES ONDE JÁ NÃO ESTÁS de um jovem escritor Manuel Clemente que adora brincar com as palavas para desconstruir a realidade e questionar o estabelecido.

O seu título é já uma grande mensagem. Afinal é uma maneira diferente de dizer a mesma coisa do evangelho de hoje – é preciso deixar para seguir e seguir para deixar. Ou então o que Jesus dizia – quem deita a mão ao arado e olha para trás não é meu discípulo.

 

Ver também:

Valores acrescentados

Porque cem vezes mais

O primeiro e o último

Deixar e seguir

Ficar no meio

Primeiro ou último

O último Primeiro

 

domingo, 26 de maio de 2024

A melhor oração à Trindade


Ano B – Solenidade da Santíssima Trindade

Qual é melhor oração à Santíssima Trindade?

Apresento aqui a minha proposta de ranking:


1ª – Rezar o sinal da cruz – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

(Reza-se com o gesto, com a vida, recordando o nosso próprio batismo)


2ª – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito santo, como era no princípio agora e sempre.

(É uma oração de louvor eterno, recebemos e passamos este testemunho)


3ª – O Credo - Creio em um só Deus, Pai Criador, Filho Redentor, Espírito Santificador.

(É confissão da fé vivida e rezada em comunidade)


4ª – Oração à Santíssima Trindade ensinada em Fátima.

(É a oração trinitária eucarística porque toda a eucaristia é trinitária e a Trindade é sempre Eucarística)


5ª - O silêncio - Calar-se perante o mistério.

(É a adoração mais íntima e profunda)

O Pe. Domingo Inácio machado do Livramento na homilia do da Solenidade da santíssima Trindade dispensava-se fazer o sermão dizendo:

- Já tenho dificuldade em cada Domingo falar de uma pessoa divina. Maior dificuldade tenho hoje em pregar sobre três pessoas divinas. Portanto calo-me.

Faz-me lembrar o meu professor de Patrística, Dr. Bragança. Quando chegava a vez de falar sobre Santo Agostinho dizia:

- É o maior. Não conseguimos dizer mais. É o maior.

E nada mais apresentava. O silêncio bastava. E os alunos ficavam com vontade de fazer a mesma coisa no exame final- Mas nunca ninguém respondeu tal como o professor:

- Santo Agostinho é o maior… e basta.

De facto, algumas vezes o silêncio abrange mais do que todas as nossas limitadas palavras.

 

Ver também:

Ensaio infantil sobre Deus

 

sábado, 25 de maio de 2024

Ensaio infantil sobre Deus


Ano B – Solenidade da Santíssima Trindade

Chegou-me às mãos um Ensaio sobre Deus, escrito por um menino de 8 anos. É uma redação ou composição escolar que mereceu a nota máxima. Sem mais comentários, passo a citar:

“Uma das principais ocupações de Deus é criar gente nova. É preciso substituir as pessoas que morrem. Assim haverá também gente suficiente para cuidar da Terra e dos animais. Deus não cria pessoas adultas, mas só bebés. Eu acho que estes são mais fáceis de fazer porque são mais pequenos. Fazendo-nos pequenos, Deus não perde tempo a ensinar-nos a andar ou a falar e deixa essa tarefa aos nossos pais, o que é bom para todos.

A segunda ocupação importante de Deus é escutar as nossas orações. Isto dá-lhe muito trabalho, com certeza, porque há algumas pessoas, como os padres e as Irmãs, que rezam a toda a hora e não só quando se vão deitar. Por isso Deus não tem tempo para ver televisão ou jogar à Play Station. Ele já deve estar tão habituado a ouvir toda a gente que às vezes nem nos deixa falar para saber o que queremos.

Deus também vê tudo o que a gente faz. Não vale a pena pedir-lhe aquilo que os nossos pais não nos dão porque ele já sabe o que se passa.

Os ateus são pessoas que não acreditam em Deus. Eu acho que há menos gente dessa entre os que vão à igreja.

Jesus é o filho de Deus. Ele está na cruz apesar de ter feito muitas coisas fixes, como andar sobre as águas, multiplicar os pães, ressuscitar os mortos e ensinar aqueles que não queriam aprender. Eu acho é que alguém se cansou dos seus sermões e o matou. Jesus é mesmo bom porque voltou a viver apesar de o vermos sempre na cruz. Ele ajuda o Pai a escutar as nossas orações e de vez em quando vem visitar-nos.

Temos de ir à igreja aos Domingos e também à catequese porque Deus fica contente e a gente também. É melhor fazer as outras coisas que mais gostamos no Domingo à tarde porque assim temos mais tempo.

Se não acreditas em Deus ficarás muito só porque os teus pais não podem estar sempre contigo enquanto Ele está sempre disponível. É bom saber que Ele está presente quando tens medo do escuro ou quando não sabes nadar bem. Mas não penses que Deus quer fazer as coisas em teu lugar.

Eu nunca vi Deus, mas sei que Ele me vê mesmo quando jogo às escondidas. Também sei que um dia irei vê-lo, como já aconteceu com a minha avó.

Por isso eu acredito em Deus.”

É caso para concluir, parafraseando alguém num certo concurso: Não sei tanto como uma criança de 8 anos!

 

Ver também:

Pelo sinal da Trindade

O nome de Deus

 

sexta-feira, 24 de maio de 2024

O verdadeiro casamento


6ª feira – VII semana comum

 

Qual é a frase correta?

- O relacionamento entre Cristo e a Igreja compara-se ao casamento?

- Ou o casamento compara-se à união de Cristo com a Igreja?

 Por outras palavras, qual é o primeiro casamento? 

O de Cristo com a Igreja ou o do homem e da mulher?

A relação entre Cristo e a Igreja é o verdadeiro casamento.

Todo o casamento aqui na terra é uma imagem dele, uma semelhança maior ou menor.

A união de Cristo com a Igreja é o casamento por excelência e o modelo do casamento de um homem e de uma mulher.

Nós ao contemplarmos um casal humano, podemos elevar o nosso pensamento ao casal original de quem os humanos são cópias ou tentativas imperfeitas.

De facto, Deus formou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e consagrou a aliança matrimonial, tornando-a símbolo da aliança de Cristo com a Igreja. O sacramento matrimonial que consagra o amor humano torna-se sinal e penhor do amor divino.

Prefácio da celebração matrimonial:

“Na vossa bondade criastes o género humano

e o elevastes a tão grande dignidade

que na união nupcial do homem e da mulher

imprimistes a imagem viva do vosso amor.

Por amor lhe destes a existência

e o chamais incessantemente à lei do amor,

para que se torne participante do vosso amor eterno

e, neste mistério admirável,

o sacramento que consagra o amor humano

seja sinal e penhor do vosso amor divino.”

 

Ver também:

Deus não se queixa

Coração pesado e duro

Provocações e queixumes

A solução está no …

Matemática do casamento

Grande mistério do amor

Dureza do coração

 

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Sem SAL não há SALvação


5ª feira – VII semana comum

Todos serão salgados com o fogo = assim como o fogo queima a impureza, transformando tudo em sua própria substância, o sal prende a corrupção, interrompe a decomposição, evita a destruição e preserva tudo o que está em contacto com ele.

 

Tende sal em vós mesmos e vivei em paz com os outros = sede moderados, equilibrados e bem temperados nas vossas relações mútuas e haverá paz entre vós.

 

O sal é coisa boa, mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? = O sal é recomendado no Livro de Job como estimulante do apetite. Da mesma forma, na vida espiritual, o cristão deve ter um apetite saudável pela Palavra de Deus e pelo conhecimento espiritual, sendo constantemente motivado a buscar uma comunhão mais profunda com o Criador.

 

Vós sois o sal da terra = o sal serve para despertar a sede. Sem sal não teríamos vontade de beber. O cristão desperta nos irmãos a sede de Deus.

 

Sem SAL não há SALvação = o sal é importante, mas há algo mais importante do que ele. Ele está ao serviço do mais importante. Se o sal ficar em primeiro lugar e sobrepor-se, tudo fica estragado, salgado a mais. O sal é símbolo de equilíbrio e de medida exata, nem de mais, nem de menos. É por isso que para haver salvação é preciso haver sal. Nem o sal nem a luz existem por si só, mas o sal serve para salgar os alimentos, a luz para iluminar os espaços. Portanto, sempre há algo mais que pertence à natureza de ambos, diferente do sal e da luz. É o mesmo connosco cristãos: não estamos lá para nós mesmos e não devemos nos fechar em nossos círculos. Nem muito, nem pouco: a quantidade certa. O excesso de sal, por outro lado, estraga até a melhor refeição e a torna intragável. A luz também precisa da força certa: Sem luz não podemos ver nada e pouca luz estraga permanentemente os olhos. Muita luz, por outro lado, machuca os olhos e, na pior das hipóteses, cega.

 

Ver também:

Salbedoria

Tende sal em vós mesmos

Ser sal

Participativos, agradecidos e íntegros

Ajudar a ver e a saborear

O importante é ser saLuz

 

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Mestre, missionário, mártir


Festa do Beato João Baptista Machado

Padroeiro da Diocese de Angra, Açores

Monumento ao Beato padre João Baptista Machado, mártir do Japão, no centro histórico de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores (Portugal). Escultura em bronze de autoria de Álvaro Raposo de França, 1988

É um santo com 3 emes:

1º - Mártir

Ensinou com a sua morte. Testemunhou a sua fé dando a vida. Foi martirizado aos 35 anos de idade, em 1617, no Japão.

2º - Missionário

Ensinou com a sua vida, o seu exemplo e obras ou ações. Deixou os direitos da nobreza, deixou a sua terra (Angra, Açores), os seus pais, os seus amigos e foi anunciar Jesus Cristo nas terras do Japão. Testemunhou a sua fé através da sua ação concreta.

3º - Mestre

Ensinou com a sua palavra. Vivia o que ensinava e ensinava o que vivia.

Eis algumas palavras escritas por ele:

Do Cárcere onde esperava a sua condenação escrevia:

A) “Que mimos, e preciosos, são os sofrimentos que o Senhor manda aos seus escolhidos… Dou graças à Divina Majestade por me dar uma serenidade e quietude grande, que não há coisa que mais deseje que o estado que tenho e padeço por seu amor!”

B) “Três dias tenho na minha vida de singular alegria: o primeiro aquele em que entrei na Companhia de Jesus; o segundo quando há 40 dias fui preso na Ilha de Gota; e o terceiro, o dia de hoje em que me deram a ditosa notícia da minha execução.”

C) “Morro muito confiado e consolado, pois é pelo bom Jesus e lhe dou muitas graças, porque ainda que indigno, me fez tão grande mercê.” E quando horas antes da sua execução lhe levaram alimento, não quis tomar dizendo: “Agradeço muito, mas quem está de partida para tão grande banquete, em que será plenamente satisfeito, não carece já de outros alimentos”

 

Ver também:

Sem ir não há vir

Padroeiro açoriano (2)

Padroeiro açoriano (1)

Liturgia do Beato João Baptista Machado


terça-feira, 21 de maio de 2024

Então, Jesus sentou-se...


3ª feira – VII semana comum

 

Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes:

- Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos.

E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a.

Nada há por acaso nos Evangelhos

 

Porque é que Jesus sentou-se?

- Porque estava cansada da viagem?

- Porque estava em casa, à vontade?

- Porque era como mestre na sua cátedra?

- Porque estava desanimado e abatido pela incompreensão dos discípulos?

 

Talvez por tudo isto e por muito mais.

Jesus sentou-se simplesmente para ficar do tamanho da criança que chamou para o meio.

Jesus faz-se pequenino, do tamanho dos pequeninos. Ele tornou-se semelhante aos pequeninos para que todos, pequenos e grandes, possam ser parecidos com Jesus.

 

Citação:

A criança pode ensinar ao adulto 3 coisas:

- Estar feliz sem razão,

- Estar sempre ocupada,

- E saber exigir com toda força aquilo que deseja. (CF. Paulo Coelho)

 

 

Outro realce:

Da Epístola de São Tiago – Não sabeis que a amizade pelo mundo é inimizade para com Deus? Quem quer ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.

O mundo sabe isso muito bem. É por isso que o mundo odeia tanto os amigos de Deus. Ninguém pode ser ao mesmo tempo amigo de Deus e amigo do mundo e vice-versa.

 

Ver também:

Quem é e onde está o maior

Comparar-se

Ser santa sem crescer…

Ser grande

Simplicidade de criança

 

domingo, 19 de maio de 2024

O nosso próprio Pentecostes


Ano B – Solenidade de Pentecostes

O Crisma é o Pentecostes de cada um

 

1 - Não é possível ser cristão isolado. No Pentecostes, o Espírito Santo uniu gentes de todos os povos. Não há cristãos sozinhos ou por sua conta, mas sempre numa comunidade. Afinal é o Espírito Santo que nos congrega, nos une e faz de nós uma comunidade, pois sozinhos não somos ninguém.

 

2 - A Igreja (a comunidade dos cristãos) não é nossa, mas de Jesus, e não posso estar próximo de Jesus a não ser por meio da Igreja. Apesar das suas fraquezas, é na Igreja que me encontro com Jesus. Afinal é o Espírito que faz a igreja, que trabalha na igreja e que nos leva a colaborar com ele.

 

3 – Celebrar a solenidade do Pentecostes é celebrar o dia do seu Pentecostes pessoal. O dia do meu Crisma ou Confirmação é o meu Pentecostes tal como rezamos na Colecta de hoje: Derramai sobre a terra os dons do Espírito Santo de modo que também hoje se renovem nos corações dos fiéis os prodígios realizados nos primórdios…

O meu Pentecostes foi a 21 de agosto. Mesmo se alguém não se lembrar do dia do seu Crisma, pode muito bem recordar, reviver e não esquecer que é habitação do Espírito.

À margem

Traga rosas e ramos de louro

Quem esmola melhor não tiver

Assim mesmo oferece um tesouro

Ganhará o brasão de esmoler.

 

É a última estrofe do Hino do Espírito Santo que se canta aqui nos Açores (Alva Pomba que meiga apareceste).

O Espírito Santo move-nos sempre para a caridade. As rosas (7 como os dons do divino Espírito) lembram-nos que a nossa caridade deve ser como o perfume da rosa. Não precisa de dizer, mas apesar fazer sentir-se à sua volta como se irradia o perfume. Os ramos de louro servem para coroar quem é caridoso. É essa a nossa principal vitória. De facto, o Espírito Santo fez-nos vitoriosos.

 

Ver também:

O quarto do Espírito Santo

As línguas do Espírito

Aniversário da Igreja

As primeiras coroações

 

 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Gostar, ser amigo, amar


6ª feira – VII semana da Páscoa

 

Gostar, ser amigo, amar

É sobre o amor o diálogo que se segue entre Jesus e Pedro: «Pedro, amas-me (verbo agapáô) mais…?», pergunta Jesus por três vezes. E por três vezes Pedro responde que sim, que é seu amigo (verbo philéô) ouvindo de Jesus, também por três vezes a nova missão de «Pastor» que lhe é confiada: «Apascenta as minhas ovelhas» (João 21,15-17). O verbo com que Jesus interroga Pedro acerca do amor é, nas duas primeiras vezes, agapáô, amor puro e gratuito, sem fronteiras, que não cabe em nenhum grupo de amigos. Mas o verbo com que Pedro responde a Jesus é philéô, que qualifica a amizade que é apanágio de um grupo de amigos. Na sua admirável condescendência, quando pergunta pela terceira vez, Jesus desce ao nível de Pedro, usando o verbo philéô, para que Pedro acerte com a resposta. Sim, Jesus desce ao nível de Pedro, não para ficar aí, no patamar de Pedro, mas para elevar Pedro a um novo patamar de amor.

Mesmas perguntas, respostas diferentes

Em 1942 Einstein como professor de Física em Oxford aplicou uma prova de exame final tal e qual que tinha aplicado no ano transato e aos mesmos alunos. O professor assistente chamou-o a atenção:

- É a mesma prova. Assim será fácil demais.

- As perguntas são as mesmas, mas eu espero respostas diferentes das do ano passado porque a física evoluiu de um ano a esta parte, os alunos progrediram. Então espero algo melhor nas respostas às mesmas perguntas.

Na escola de Deus é a mesma coisa. Deus faz sempre as mesmas perguntas, cada ano, cada situação, mas espera sempre respostas melhores cada vez.

 

Ver também:

Amar não é palavra, é obra

O segredo de Jesus

Com alma e com ânimo

Diálogo de amor

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Onde houver trevas levar luz


5ª feira – VII semana da Páscoa

 

O Senhor apareceu a Paulo e disse-lhe:

- Coragem! Assim como deste testemunho de Mim em Jerusalém, deverás dar testemunho também em Roma.

Uma vez uma mulher sentiu-se muito só no seu lugar de trabalho porque era a única cristã. Todos a ridicularizam por causa da sua fé e a acusavam de ter uma mente muito estreita. Ficou tão desanimada que pensou em deixar o emprego. Todavia, antes de fazer isto foi aconselhar-se com o Padre da sua paróquia. Depois de ouvir as suas queixas o Padre perguntou-lhe:

- Irmã, onde se põe, geralmente, as luzes?

- Em lugares escuros – respondeu prontamente a mulher.

Não foram necessários outras explicações ou melhores argumentos para que a mulher reconhecesse que o seu local de trabalho era de facto um lugar escuro.  Por isso precisava da sua presença para que através do seu testemunho de Cristo brilhasse uma pequenina luz. Assim, decidiu ficar onde estava. Não demorou muito para que alguns dos seus colegas de trabalho despertassem para a fé, contagiados por essa luz do testemunho cristão.

É por isso que Deus nos coloca por vezes no meio da escuridão para que onde houver trevas levar a luz.

 

Ver também:

Perfeitos na unidade

Resumindo em 5 vogais

Toda a vida é união

Sint Unum

A força da união

Deus reza por nós