4ª
feira da oitava da Páscoa
Eu
pensava que na Páscoa havia pressa no ar.
Maria
Madalena foi de manhãzinha a correr ao túmulo.
Voltou
a correr contar aos discípulos.
Eles
deviam partir imediatamente para a Galileia onde veriam o ressuscitado.
Pedro
e João correram juntos ao túmulo.
Parece
que há pressa, prontidão, urgência.
O
mesmo não posso concluir do episódio dos discípulos de Emaús.
De Jerusalém
a Emaús são 2 milhas, 60 estádios, ou cerca de 11 quilómetros.
Fazendo
uma caminhada a pé, em média de 5 quilómetros a hora, levariam menos de 3 horas
a chegar lá.
Mas
é-nos dito que caminharam até ao cair da noite.
Demoraram
então todo o dia? Mesmo se tivessem partido depois do meio dia, não precisavam de
gastar tanto tempo.
Porque
é que foram tão devagar ou então porque é que não tiveram pressa para chegar a
casa?
- Demoraram
tanto porque estavam desiludidos, desorientados. Sentiam-se perdidos, com as
suas esperanças goradas. E quando há desilusão ninguém consegue avançar como
deve ser.
- Demoraram
tanto porque não queriam chegar de dia para evitar serem vistos pelos seus
vizinhos e evitar comentários. Eles tinham investido tudo em Jesus, e pensavam
que tinham perdido o seu Mestre. Chegando ao cair da tarde, adiavam partilhar
logo a sua deceção.
Tudo
isto pode ser válido, mas acho que há outros motivos pela sua demora no
caminho:
- Demoraram
mais porque queriam dar mais tempo ao enigmático companheiro de viagem que lhes
falava das Escrituras e que lhes aquecia o coração.
-
Demoraram tanto para que a noite se aproximasse e eles assim tivessem oportunidade
de convidar o companheiro de viagem a cear e a ficar com eles.
Conclusão:
Os
discípulos de Emaús não foram lentos, preguiçosos, desiludidos ou casados ao regressar
a casa. Quiseram apenas ter oportunidade de fazer o melhor pedido:
-
Ficai connosco, Senhor, porque anoitece…
E
depois de terem reconhecido Jesus partiram imediatamente de regresso a
Jerusalém para partilhar a sua experiência com o Ressuscitado.
É
também o melhor pedido que podemos fazer a Cristo ressuscitado:
-
Ficai connosco, Senhor… sem vós tudo será trevas, escuridão e solidão.
De
facto, Cristo ressuscitou para poder caminhar connosco na estrada da nossa vida, mesmo quando estamos perdidos, desiludidos ou desorientados.
Cristo
ressuscitou para poder ficar sempre connosco. Não tenhamos medo de o convidar a
ficar connosco e a ficar juntos com Ele.
À
margem
Páscoa é partida
Os fugitivos de Emaús
Não sabiam que era Ele
A caminho de Emaús
A Palavra e a Eucaristia
Viagem de ida e volta
Os amigos de Emaús
Somos todos Emaús
Discípulos de Emaús
Reconheceram-no pelas mãos
Teologia da estrada
Emaús
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