terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Paisagens do céu (32)















Ando à procura da melhor legenda para esta paisagem do céu


Já não há arco-íris como antigamente

O arco-íris está com vergonha

Arco-íris na corda bamba

A timidez do arco-íris

O arco-íris quer virar linha reta

O repouso do arco-íris

Arco-íris com vertigens

A preguiça do arco-íris

Alta pressão sobre o arco-íris

O arco-íris fez dieta

A espargata do arco-íris

O arco-íris está a perder o ar



No meio do povo

3ª feira – IV semana comum

Meditação sobre o evangelho de hoje partilhada esta manhã pelo Papa Francisco:

As atitudes do verdadeiro pastor são aquelas com as quais Jesus acompanhou o Seu povo: proximidade e ternura concretas, sem rigidez nem julgamento.
As páginas do Evangelho de Marcos narram dois episódios de cura a serem mais contemplados do que refletidos, porque indicam como era um dia na vida de Jesus, modelo de como deveria ser também a vida dos pastores, bispos ou sacerdotes:
Caminhar, estar no meio do povo, ocupar-se dele.
Jesus não abre um escritório de aconselhamento espiritual com um cartaz 'O profeta recebe segunda, quarta e sexta-feira, das 3 às 6. A entrada custa tanto ou, se quiserem, podem deixar uma oferta'. Não. Jesus não faz assim. Jesus tampouco abriu um consultório médico com o cartaz ‘Os doentes devem vir tal dia, tal dia, tal dia e serão curados’. Jesus atira-se para o meio do povo.
E esta é a figura de pastor que Jesus nos dá – ir ao encontro das dificuldades com ternura .
Proximidade e ternura dos pastores é uma graça a ser pedida ao Senhor.
Hoje poderemos rezar na Missa pelos nossos pastores, para que o Senhor lhes dê esta graça de caminhar com o povo, estar presente em meio do povo com tanta ternura, com tanta proximidade. E quando o povo encontra o seu pastor, tem aquele sentimento especial que somente se pode sentir na presença de Deus – e assim termina a passagem do Evangelho – “E todos ficaram admirados”. A admiração de sentir a proximidade e a ternura de Deus no seu pastor.



segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Um homem perturbado

2ª feira – IV semana comum

Um homem perturbado aproximou-se de Jesus…
Jesus fez com que a perturbação passasse para os porcos.
E o homem ficou curado.

O que é uma perturbação, ou um espírito impuro?
É um transtorno
Uma confusão
Um desarranjo
Uma desordem
Uma agitação
Em resumo é a ausência de paz e de serenidade de espirito.

Quais as características da perturbação?
Faz parte da cultura de morte (entre os túmulos)
É autodestrutiva (feria-se)
É mais forte do que a vontade (ninguém conseguia prendê-lo)
É fértil, perturbação atrai perturbação (somos muitos)
Conduz ao abismo (precipitaram-se)

Jesus dá ao homem perturbado o que Salomão pediu também a Deus em 1 Reis 3,9.
Na sua oração de Salomão pediu:
Dai-me Senhor um coração sereno e esclarecido para distinguir o bem do mal

Com a ajuda de Deus, atiremos para longe as nossas preocupações para alcançarmos a paz de espírito e a serenidade de coração.


domingo, 28 de janeiro de 2018

Padroeiro dos estudantes


Memória de São Tomás de Aquino
Presbítero e Doutor da Igreja

Oração do estudante
proposta por Tomás de Aquino

Infalível Criador,
que, dos tesouros da Vossa sabedoria,
tirastes as hierarquias dos anjos,
colocando-as com ordem admirável no céu;
Vós, que distribuístes o universo com encantadora harmonia;
Vós, que sois a verdadeira fonte da luz
e o princípio supremo da sabedoria,
difundi sobre as trevas da minha mente o raio do esplendor,
removendo as duplas trevas nas quais nasci:
o pecado e a ignorância.
Vós, que tornastes fecunda a língua das crianças,
tornai erudita a minha língua
e espalhai sobre os meus lábios a vossa bênção.
Concedei-me a agudeza de entender,
a capacidade de reter,
a subtileza de relevar,
a facilidade de aprender,
a graça abundante de falar e de escrever.
Ensinai-me a começar,
regei-me no continuar e no perseverar até o término.
Vós, que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
Amém.

















Os conselhos de São Tomas de Aquino
a um estudante

Meu caro João, perguntaste-me como adquirir uma rica bagagem cultural. Aqui estão os meus conselhos.
1. Não mergulhes de cabeça no mar de conhecimento, mas tenta chegar a ele através de córregos menores. É sábio trabalhar a partir do mais simples até chegar ao mais difícil. Este é o meu primeiro conselho e farás bem em segui-lo.
2. Sê lento para falar…
3. Dá grande importância a uma boa consciência.
4. Nunca negligencies os momentos de oração.
5. Mostra-te amável para com todos.
6. Nunca metas o nariz nos assuntos dos outros.
7. Não sejas excessivamente íntimo dos outros, porque a familiaridade excessiva gera desprezo e fornece pretextos para negligenciar o trabalho sério.
8. Não percas tempo em conversas fúteis.
9. Tenta seguir as pegadas dos homens honestos e santos.
10. Não repares tanto em quem fala, mas acumula na mente o que ele diz de útil.
11. Certifica-te de entender bem o que lês e escutas.
12. Esclarece os pontos em dúvida.
13. Dá o teu melhor para guardar tudo o que puderes na pequena biblioteca da sua mente.
14. Não te preocupes com as coisas que estão fora da tua competência.
Se seguires os meus conselhos, vais atingir a meta desejada.
Tomás de Aquino, 1270.


sábado, 27 de janeiro de 2018

O poder e a autoridade


Ano B – IV domingo comum


Jesus ensinava com autoridade e não como os escribas… e todos se maravilhavam com a sua autoridade...

Poder e autoridade não são a mesma coisa.

O poder é exterior, vem de fora.
Uma pessoa tem poder porque lhe deram nas urnas (nos votos de uma eleição) ou porque foi instituído desde fora numa presidência, numa sede episcopal, num assento parlamentar, numa comunidade religiosa…
Pode ter poder títulos, cargos, ofícios, etc. mas o poder não lhe confere autoridade.
O poder não torna as pessoas boas, nem a quem exerce o poder nem sobre quem exerce.

Autoridade, pelo contrário, é interna na pessoa e não consiste em ter títulos, nomeações, votos ou ofícios.
Autoridade é a qualidade da pessoa que tem carisma para suportar encargos e assumir responsabilidades, cargos e cargas.

Uma pessoa pode ter poder, poder legítimo, e não ter a mínima autoridade.
Pode haver políticos, professores, chefes, encarregados, bispos, padres, superiores, que têm poder, mas nenhuma autoridade.
É um perigo ter poder e não ter autoridade…
Pelo contrário há pessoas que não têm poder na sociedade ou na comunidade, mas têm autoridade.

O poder impõe, a autoridade acompanha.
O poder dispõe, a autoridade liberta.
O poder crucifica, a autoridade está crucificada.

Jesus não tinha poder nem no templo, nem na lei, entre os escribas e doutores da lei, mas tinha autoridade porque falava, ensinava e agia com carisma.
A autoridade de Jesus desperta confiança e faz desaparecer os medos.
As suas parábolas levam até ao amor de Deus e não apenas a um sentimento cego da lei.
A sua presença faz crescer a liberdade e não as servidões.
Suscita o amor na vida, não o ressentimento.
Jesus cura porque ensina a viver apenas com bondade, perdão e amor que não exclui ninguém.
Cura porque liberta do poder das coisas e das pessoas.

Também nós, às vezes, temos algum espírito impuro.
Lutar apenas com a nossa debilidade contra isso é tempo perdido.
A autoridade bondosa de Jesus, e de muitas pessoas de bem, poderá ser uma boa ajuda para nos libertarmos desses males.
Uma pessoa bondosa tem autoridade na família, entre os amigos, no trabalho, no lazer.
Ouçamos com paz e confiança quem, mesmo sem poder, mas com autoridade, nos diz:
- Cala-te e sai…

(Cf. Tomas Muro, in La Verdade es libre)


















sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

No meio de lobos


Memória de São Timóteo e São Tito

Jesus envia os seus discípulos como cordeiros para o meio de lobos.
Quem
O quê
Como
Para onde

Quem
Quem envia é sempre Jesus. Ninguém é missionário por conta própria. O enviado está em nome ou na pessoa de Jesus.
O quê
O que Jesus envia são cordeiros. Jesus envia cordeiros… os mais novos, os que ainda sonham como ele e não os experientes, os que já sabem tudo.
Como
Os enviados são os indefesos, pois toda a segurança e poder vem de Deus. Envia os frágeis para mostrarem donde lhes vem a força.
Para onde
Os enviados vão para o meio dos lobos. Os cordeiros não podem ficar bem guardadinhos e protegidos. Têm de sair e ficar no meio das tempestades da vida. Os cordeiros no meio dos lobos são uma provocação, mas se assim não for nunca haverá nenhuma conversão…

É assim que Jesus trata os seus cordeiros…
Foi assim que ele experimentou nesta terra: 
Ele veio como cordeiro para o meio dos lobos. Ele bem podia ter ficado lá no cantinho do céu, mas não. Ele veio para transformar esta terra num cantinho do céu. 
Jesus envia os seus cordeiros para o meio de lobos, pois é onde o próprio Jesus se encontra.

Estamos todos no mesmo saco:
Ou como lobos, e Jesus está connosco;
Ou como cordeiros, e devemos estar com Jesus,
e é por isso que Jesus envia os seus discípulos como cordeiros para o meio dos lobos.



quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Paulo o imparável


Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo

Nunca parou este pequeno grande missionário.
Ele foi mais do que hiperativo, foi francamente imparável…
Fez-se tudo para todos por Cristo seu Senhor.
Parece não ter havido nenhum outro apóstolo que tivesse viajado tanto, apesar de ter passado vários anos na prisão.

Quantos quilómetros fez São Paulo nas suas viagens missionárias?

Local
Via terra
Via mar
Subtotal
Arábia
300 km 
(12 dias)
300 km 
(12 dias)
Síria/Cilícia
1.800 km 
(70 dias)
1.800 km 
(70 dias)
Jerusalém
1.080 km 
(45 dias)
1.080 km 
(45 dias)
Galátia
1.440 km 
(60 dias)
980 km 
(10 dias)
2.420 km 
(70 dias)
Jerusalém
1.080 km 
(45 dias)
1.080 km 
(45 dias)
Macedônia/
Acaia
3.110 km 
(125 dias)
2.060 km 
(20 dias)
5.170 km 
(145 dias)
Ásia
2.900 km 
(115 dias)
3.210 km 
(35 dias)
6.110 km 
(150 dias)
Espanha
1.000 km 
(40 dias)
1.800 km 
(15 dias)
2.800 km 
(55 dias)
Creta
120 km 
(5 dias)
1.300 km 
(14 dias)
1.420 km 
(19 dias)
Últimas viagens
900 km 
(35 dias)
1.700 km 
(17 dias)
2.570 km 
(52 dias)
Total
13.730 km 
(552 dias)
11.050 km 
(111 dias)
24.780 km 
(663 dias)
Fonte: Eckhard J. Schnabel. Paul the Missionary. Downers Grove: InterVarsity Press, 2008. p. 122.
Observações: Primeiro, as viagens de Paulo para Síria e Cilícia ocuparam 10 anos de sua vida e por isto, o cálculo de distância é baixo, pois certamente viajou mais durante este período. Segundo, uma viagem para a Espanha não é confirmada no Novo Testamento (veja a intenção da viagem em Rm 15.23-29) mas é fortemente sugerida pelo bispo Clemente em 95 d.C., e na tradição antiga. Paulo menciona a viagem para Creta na sua Carta a Tito e outras viagens nas suas outras cartas.

São Paulo, com a sua conversão, deu uma volta à sua vida e com as suas viagens deu meia volta ao mundo para que todos pudessem dar também uma volta às suas vidas.

No rasto de São Paulo podemos ver outros dois missionários em séculos muito distintos:
São Francisco Xavier que durante os 10 anos que esteve em missão na Índia, Indonésia e Japão, percorreu mais de 80.000 Km. Isto é o equivalente a 3 voltas à Terra.
O Papa São João Paulo II que visitou 129 países diferentes e mais de mil cidades, num total de quase 1300 mil quilómetros percorridos, suficientes para mais de três viagens entre a terra e a lua e 29 voltas à terra.