sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Provocações e Queixumes


6ª Feira - VII Semana Comum


1ª leitura:
São Tiago aconselha: Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados...
A Venerável Irmã Wilson comentava: Ninguém deve chorar os sacrifícios que a todos são impostos…


Quando eu era miúdo só tive uma catequista ao longo dos 4 anos.
Ela repreendia sempre que alguém se queixava de alguém:
- Deus não gosta de queixinhas…
E lá engolíamos o amargo de alguma situação que queríamos mais justa e calávamo-nos para não entristecer a Deus que não gostava de queixinhas.
Além disso ninguém podia expressar um suspiro, um lamento ou um gemido e nem sequer um ai… Devíamos aceitar tudo de Deus com resignação e paciência para não entristece-lo porque não fica bem queixar-se dos sacrifícios comuns a todos.
Conclusão: Deus não quer que nos queixemos uns dos outros, nem gosta que nos queixemos dele.
De facto a queixa, a lamentação e o choro faz mal a nós mesmos e aos outros.


Evangelho:
Aproximaram-se então de Jesus uns fariseus, que para O porem à prova, lhe perguntaram…

Tenho muitas vezes a sensação de que Deus me está a pôr à prova em diversas situações, num contratempo, numa surpresa desagradável, num obstáculo… Pensando melhor, não é Deus quem nos põe à prova mas somos nós que queremos pôr Deus à prova, queremos provocá-lo, sentir a sua presença…
Cada provocação é uma mensagem, um pedido de aproximação, uma declaração de carência do seu amor.







quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pró e contra


4ª Feira - VII Semana Comum

1. Não se pode impedir alguém de fazer o bem porque quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado. De facto não se pode obrigar ninguém a pecar...
 
2. Assim como ninguém pode viver em nenhures, assim todos têm uma identidade, uma filiação ou uma definição. pois não há meio-termo, ou é pró ou é contra. Se somos a favor então somos contra. Se somos contra então somos pró.
 
3. O que realmente conta não é o que se diz, onde estamos ou com quem andamos mas o que fazemos. Somos o que fazemos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Trampolim da humildade


3ª Feira - VII Semana Comum

A humildade é o nosso trampolim para Deus. 
Parece que nos afunda, mas afinal eleva-nos até Deus.

Quem se humilha será exaltado, pois quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Falar de quem a quem


2ª Feira - VII Semana Comum


Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular:
- Porque não pudemos nós expulsá-lo?
Jesus respondeu-lhes:
- Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração.

É preciso falar de Deus aos homens, mas também é necessário falar dos homens a Deus.
Os discípulos falaram de Deus a esse menino, mas nada aconteceu.
Só depois de falarem a Jesus desse menino, este ficou curado.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Carregar a cruz


6º Feira - VI Semana Comum

Jesus preveniu que segui-lo é carregar uma cruz...

De facto nós temos uma cruz...
Várias vezes ao dia nós impomo-nos uma cruz dizendo: em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Abraçar a cruz é estar na presença da Santíssima Trindade. Esta é a adesão que a cruz nos proporciona.

Mas a minha mãe, quando alguém dizia que cada um tinha a sua cruz, respondia que ela tinha não uma mas 3 cruzes.
E todos ficavam na expetativa:
- Então deve sofrer muito!
- Não, eu carrego 3 cruzes: uma na fronte, outra na boca e outra no coração. Não é assim que fazes também quando se benzes ou te persignas?

Conclusão:
Carregar a sua cruz é estar unido ao Deus Uno e Trino.
É recordar-se de que a Santíssima Trindade deve estar presente nos nossos pensamentos, nas nossas palavras e sobretudo no nosso coração, pois é aí que carregamos essas cruzes.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A fé não se diz, vive-se

5ª Feira - VI Semana Comum

É surpreendente a declaração de fé de Pedro.
Mas as palavras quase nada valem, pois logo de seguida são atraiçoadas.
A verdadeira declaração ou profissão de fé de Pedro não foi feita por palavras, mas através de atitudes e de gestos ao longo da sua vida de apóstolo.
O que ele fez diz muito mais de que tudo aquilo que ele disse.
Através do seu comportamento ele falou mais de quem era Jesus para ele:
- Primeiro deixou o pai e o trabalho para seguir a Jesus
- Aceitou subir ao monte, quer do Tabor quer das Oliveira
- Defendeu Jesus quando lhe perguntaram se o Mestre pagava os impostos, dizendo prontamente: Paga sim!
- Pescou para Jesus
- Pagou-lhe os impostos com a moeda que pescou
- Recebeu Jesus em sua casa
- Andou sobre as águas do mar sob as ordens de Jesus
- Não queria que Jesus se humilhasse para lhe lavar os pés.
- Defendeu o Mestre com uma espada, cortando a orelha ao Malco
- Seguiu Jesus, embora à distância quando este foi preso
- Chorou amargamente logo após o ter negado
- Correu para o sepulcro ao saber que ele fora aberto
- Atirou-se ao mar para ir ter com Jesus ressuscitado que aparecera na praia
- Pôs-se a ensinar o Templo substituindo assim Jesus que fizera o mesmo
- Por fim morreu como Jesus numa cruz diferenciando apenas num pequeno detalhe: Jesus morreu olhando do céu para a terra enquanto Pedro quis morrer olhando da terra para o céu... é por isso que os seus olhares se encontraram.

Tudo isto é uma autêntica proclamação da fé, professada não por palavras mas por obras, não proferida mas vivida.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Antes de tudo, ame


4ª Feira - VI Semana Comum

Cada qual seja: pronto para ouvir, lento para falar, lento para se irar… (Tg 1, 19-27)

Quero comentar esta leitura de hoje parafraseando Ernest Hemingway:

Antes de agir, oiça
Antes de reagir, pense
Antes de gastar, ganhe
Antes de conseguir, mereça
Antes de criticar, conheça
Antes de julgar, reze
Antes de exigir, dê
Antes de se irar, espere
Antes de esquecer, perdoe
Antes de mentir, confesse
Antes de desistir, tente
Antes de tudo, ame


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Tentação não é pecado, mas...

3ª Feira - VI Semana Comum

Da Epístola de São Tiago:
Feliz o homem que suporta com paciência a provação, porque, vencida a prova, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu àqueles que O amam. Ninguém diga, ao ser tentado: «É Deus que me tenta». Porque Deus não pode ser tentado pelo mal, nem tenta ninguém. Cada um é tentado pelos seus maus desejos…

Reflexão de hoje do Papa Francisco:
A tentação tem três características: cresce, contagia e justifica-se. Cresce, começa com um ar tranquilo e cresce, o próprio Jesus dizia isto, quando falou da parábola do trigo e do joio: o grão crescia, mas também o joio semeado pelo inimigo. E a tentação cresce, cresce, cresce e se não a travarmos, ocupa tudo… A tentação procura um outro para ter companhia, contagia, o que leva as pessoas a fechar-se num ambiente do qual não se consegue sair com facilidade.
Quem cede à tentação não ouve a Palavra de Deus, porque fica sem “qualquer horizonte” e acaba no pecado.
Peçamos ao Senhor que nos diga sempre, como fez com os discípulos, com a sua paciência, quando estivermos na tentação: ‘Para, fica tranquilo. Lembra-te do que fiz contigo naquele momento, naquele tempo, lembra-te. Levanta os olhos, vê o horizonte, não feches, não te feches, segue em frente’. E esta palavra nos salvará de cair em pecado no momento da tentação”

A minha reflexão, adaptada não sei de quem:
Quando um mau pensamento sobe à minha cabeça, não é o fim do mundo.
Não me sinto mais pecador ou menos pecador quando um sentimento maligno bate à porta do meu coração.
Nem me sinto miserável porque tenho muitas tentações.
Não sou pecador só pelo facto de ser tentado.
O pecado só começa quando passo a acarinhar e a alimentar uma tentação.

Martinho Lutero tem uma ilustração interessante:
"Tu não podes impedir que um passarinho voe por cima da tua cabeça, mas podes evitar que faça ninho sobre ela."
Que quer isto dizer? Se um passsarinho está a voar por aí, deixa-o voar, ele é livre, que voe por onde quiser, mas podes afugenta-lo. Agora, se o passarinho pegar uma palhinha, trouxer e colocar na tua cabeça, sair outra vez e trouxer outra palhinha, isso não! A cabeça é tua e ele não pode aproveitar-se dela sem o teu consentimento. Tens o direito de dizer: "Sai daqui!"
Tentação é um passarinho a voar. Pecado é o passarinho a fazer um ninho na tua cabeça.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Queriam discutir


2ª Feira - VI Semana Comum

Os fariseus queriam discutir com Jesus... Este porém subiu para um barco e passou para a outra margem do lago...

A melhor maneira para evitar discussões é não dar réplica e alargar os seus horizontes...
Quando eu tiver a tentação de discutir com alguém, ajudai-me Senhor, a olhar mais longe, a alargar as minhas vistas, a seguir mais alto e mais além e a 'não dar troco'. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Às vezes cordeiros e às vezes lobos



6ª feira - V Semana Comum

Jesus envia os discípulos como CORDEIROS para o meio de LOBOS.

Às vezes somos cordeiros, outras vezes somos lobos.

Somos cordeiros quando somos enviados. Já houve tempo em que os enviados é que eram lobos ferozes, violentos, arrasadores... que se imponham pela força e pelo medo. Mas Jesus quer que sejamos mansos, humildes para cativar os outros pela paz, pela caridade. De facto não apanhamos moscas com vinagre, mas com o mel doce.
Se somos enviados, sejamos então cordeiros.

Somos lobos quando o Senhor envia até nós os seus mensageiros. Tomemos consciência de que às vezes acolhemos mal os mensageiros enviados por Deus, somos autênticos lobos, violentos e não colaborantes. 
Se o Senhor nos envia alguém é porque quer que deixemos a atitude de lobos para nos transformarmos em cordeiros mansos e humildes.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Coração humilde e não dividido


5ª Feira - V Semana Comum

Tanto na Primeira Leitura como no Evangelho fala-se hoje de CORAÇÃO.

Primeiro o exemplo negativo do coração de Salomão que já não amava a Deus como outrora, pois encontrava-se dividido.
Também nós podemos sentir a tentação de ter um coração dividido.
Um coração dividido é um coração morto e inútil para ambas as partes.
Que Deus conserve o nosso coração não dividido.

Depois temos o exemplo de um coração de mãe que se prostrou aos pés de Jesus para lhe pedir com humildade de palavras, de gesto e de sentimentos a cura da sua filhinha.
Um coração humilde é um coração unido.
Que Deus nos conceda um coração humilde para nos mantermos unidos a Deus e ao próximo.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Lições de Salomão


4ª Feira - V Semana Comum

- Naqueles dias a rainha de Sabá ouviu falar na fama de Salomão e veio experimentá-lo com enigmas... Salomão respondeu a todos e não houve nada de obscuro que o rei não esclarecesse.
Alguém sabe algum enigma colocado a Salomão pela rainha de Sabá?
Ensinaram-me um:
A rainha de Sabá colocou dois vasos de flores a uma distância de 3 metros do rei e pediu-lhe que identificasse quais eram as flores naturais e quais as flores artificiais. À primeira vista pareciam perfeitas, difíceis de distinguir, tanto mais que os homens não são grandes especialistas na apreciação de flores.
O rei pediu apenas um minuto. Foi até à janela, abriu-a e ficou a contemplar as flores...
Nisto entrou pela janela uma abelha, dirigiu logo para uma flor à procura no néctar para o seu mel.
E assim o sábio Salomão identificou sem grande espalhafato qual era a flor natural....
Lição: para ser sábio segundo Deus não é preciso fazer grandes espetáculos, nem fazer coisas fantásticas ou fora do comum... É preciso apenas ter um coração puro e simples. De facto ser sábio é ter um coração puro e simples.

- Nunca se viram tantos perfumes como os que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
Lição: a sabedoria, a santidade e a felicidade são como um perfume... não se vê, mas sente-se a sua presença. O perfume espalha-se sem ruído, sem ocupar espaço... mas espalha-se e envolve tudo e todos.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Aceita que dói menos


No dia mundial do doente, partilho o que deles aprendi...

Quando a dor bater à tua porta...
Quando a doença e as limitações te envolverem...
Aceita que dói menos!

Quando o trabalho for duro...
Quando os obstáculos ou as dificuldades te massacrarem...
Aceita que dói menos!

Quando a incompreensão te afetar...
Quando a crise te subjugar...
Aceita que dói menos!

Quando a idade te pesar...
Quando as forças vieram a faltar...
Aceita que dói menos!

Quando o corpo não te obedecer...
Quando o sofrimento não tiver alívio...
Aceita que dói menos!

Quando a cruz te abraçar...
Quando a morte te apanhar...
Aceita que dói menos!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Todos queriam tocar-Lhe


2ª Feira - V Semana Comum

Cada aperto de mão é uma comunicação,
cada abraço é uma oração,
cada toque é uma prece,
cada gesto é uma relação,
cada carícia é um sacramento…
O toque comunica mais do que a palavra,
vai mais além e é mais profundo.

Todos queriam tocar em Jesus…
E todos os que O tocavam ficavam curados,
pois se tocavam em Jesus
é porque Jesus já os tinha tocado no seu coração.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O Sal da Sabedoria

 
Ano A - V Domingo Comum
 
Vós sois o sal da terra
 
Sempre me intrigou esta declaração de Jesus.
Ele valoriza-nos como um quilo de sal que custa, nada mais nada menos, 30 cêntimos. Parece-me pouco, mas pensando bem, que grande importância tem o sal na nossa vida!
Até os antigos pagavam o trabalho através do valor do sal = o salário.
Sem sal o sabor dos alimentos não se manifesta, sem sal tudo está sujeito à corrupção...
Nem imagino o que seria da nossa vida sem o sal…
É preciso, porém, usá-lo com inteligência ou sabedoria. Se for pouco, não se destaca o sabor do alimento e se for muito sobrepõe o seu sabor de modo que tudo o resto fica obscurecido.
 
Antigamente quando alguém era batizado colocavam na sua língua uma pedra de sal.
No ritual do batismo, até ao Concílio Vaticano II, logo depois de ser feito o sinal da cruz na fronte da criança apresentada para o batismo, o sacerdote benzia e aplicava uma pedrinha de sal na boca da criança.
 
“… o sacerdote volta-se para o acólito, que deve ter ido a tempo buscar o vaso do sal e a toalha, e exorciza e benze o sal, se não tiver já benzido para algum batismo anterior. Faz o Exorcizo te etc.. que vai até às palavras  Salutare sacramentum ad effugandum inimicum.
Então recita-a fazendo duas vezes com a mão direita aberta o sinal da cruz sobre o sal, quando diz Santifices e benedicas. Tudo isto omite se o sal estiver benzido.
Toma então entre o polegar e o indicador da mão direita uma pequeníssima parcela de sal, volta-se para a criança e mete-lhe na boca dizendo: N. Accipe sal sapientiae etc. Tanto a esta fórmula como à oração precedente o acólito responde ámen.
Imposto o sal, o sacerdote limpa os dedos, e com as mãos juntas diz a oração….
 
O sal é símbolo da sabedoria e preservativo contra a corrupção. Dando sal a provar ao batizando, o sacerdote significa-lhe que ele vai ser livre da corrupção do pecado, receberá o gosto das coisas de Deus e se deleitará com o alimento da sabedoria divina.
 
Aqui termina a primeira parte ou iniciação para o batismo.
 
Oremos:
Deus todo poderoso e eterno, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, olhai benigno para este servo N. que vos dignastes chamar aos rudimentos da fé. Dissipai-lhe de vez a cegueira do coração, quebrai-lhe todos os laços com que o prendia o demónio, abri-lhe, Senhor, as portas da vossa misericórdia para que uma vez impregnado do sal, símbolo da sabedoria, seja preservado de toda a corrupção das más paixões e atraído pelo suave perfume da vossa Lei, com alegria do coração vos sirva na vossa Santa Igreja, progredindo sempre de dia para dia na perfeição. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso.
Amen.
 
N. recebe o sal da sabedoria. Seja para ti penhor de vida eterna.
Amen.
 
Oremos:
Senhor, Deus dos nossos pais, fonte de toda a verdade, suplicantes vos pedimos olheis benigno para este vosso servo N. que saboreia este sal como primeiro alimento; não o deixeis por muito tempo esperar faminto o momento de ser saciado com o alimento celeste. Seja sempre de espírito fervoroso, alegre na esperança, constantemente dedicado ao vosso serviço. Conduzi-o Senhor às águas purificantes do renascimento espiritual e fazer que mereça gozar na companhia dos vossos fiéis, as eternas recompensas por Vós prometidas. Por Cristo Senhor Nosso.
Amen. 
 
Neste dia estou de parabéns, pois Jesus diz que os seus amigos são nesta terra o sal da sabedoria e sal da anticorrupção para a vida eterna…
 

 

 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Fel e mel


4ª Feira - IV Semana Comum
 
O episódio do Evangelho de hoje alerta-nos para uma tentação sempre atual:
 
Para os de casa somos FEL, mas para os de fora somos MEL.
 
Para quem nos atura sempre, quem mais nos ajuda, quem está mais próximo, nós não mostramos tanto carinho, atenção e amabilidade.
Por outro lado somos mais rápidos em atender, acolher e satisfazer quem está longe...
 
Saibamos ser MEL para os de dentro e os de fora.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Também Deus chora


3ª Feira - IV Semana Comum

Também Deus chora e o seu choro é como de um pai que ama e espera sempre os seus filhos mesmo que sejam rebeldes.
As leituras do dia apresentam as figuras de dois pais: o rei David que chora a morte de seu filho Absalão e Jairo, chefe da Sinagoga, que pede a Jesus para lhe curar a filha.
O rei David não se interessa pela vitória mas sim pelo seu filho Absalão e sofre e chora por ele:
- Absalão, meu filho! É um rebelde, é um inimigo, mas é meu filho!
 Este é o coração de um pai que nunca renega o seu filho. E não renega a paternidade: chora...Duas vezes chorou David por um filho: esta e a outra quando estava para morrer o filho do adultério. Mesmo naquela vez fez jejum, penitência para salvar a vida do filho. Era pai!
O outro pai é Jairo o chefe da Sinagoga, uma pessoa importante que perante a doença da filha não tem vergonha de atirar-se aos pés de Jesus, implorando a sua ajuda. Jairo não pensa ao que os outros possam dizer dele. Ele é pai e isso é o mais importante. David e Jairo são dois exemplos de paternidade e que nos fazem pensar no amor de Deus por nós.
Para eles o que é mais importante é o filho ou a filha! A única coisa importante! Faz-nos pensar na primeira coisa que nós dizemos a Deus no Credo: Creio em Deus Pai... Faz-nos pensar na paternidade de Deus. Mas Deus é assim. Deus é assim connosco!
Mas Deus chora? Quem disse que não? Recordemos Jesus, quando chorou olhando Jerusalém: Jerusalém, quantas vezes quis recolher os teus filhos, como a galinha recolhe os seus pintainhos sob as suas asas.’ Deus chora! Jesus chorou por nós! E aquele choro de Jesus é mesmo a figura do choro do Pai, que nos quer a todos consigo.
(Homilia do Papa Francisco, 04/02/14)

Não sei o que é mais surpreendente:
Dizer que Também Deus chora... (todos choram e portanto Deus também chora... O realce está na pessoa e não na ação...)
Ou dizer que Deus também chora... (Deus faz muitas coisas, tem também a atitude de chorar... O realce está na ação e não na pessoa...)