quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O anzol de Jesus






















Festa de Santo André, Apóstolo

Do Evangelho de hoje:
Jesus viu-os e chamou-os para serem pescadores de homens…

Ele pescou-os.
Qual foi o anzol dessa pesca?
A palavra?
O exemplo?
A oração?
O seu anzol como pescador de homens foi o OLHAR:
Jesus viu… chamou-os.

O olhar é tudo: é o anzol, é a isca, é a atração, é o íman, é o convite, é o chamamento.
O olhar deve ser também a nossa resposta, a aceitação, o sim ou a adesão.

Procuremos olhar para Jesus para que ele continue a olhar por nós!



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Os nossos inimigos


4ª feira – XXXIV semana comum

Disse Jesus:
Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos…

Portanto a cruz não é exceção, é regra!

Um grupo de jovens passou um fim-de-semana num mosteiro de monges contemplativos. Levantaram-se de madrugada para as matinas e acompanharam a comunidade em todas as horas de oração.
No final da experiência fizeram a avaliação. Entre outras coisas, foi unânime esta constatação:
- Nós nem imaginávamos que vocês tivessem tantos inimigos…
De facto nos salmos da liturgia das horas há muitas alusões aos inimigos e adversários: Protegei-me à sombra das vossas asas, longe dos inimigos que me rodeiam furiosos (sl 16). Livrai-me dos inimigos e protegei-me contra os meus agressores (sl 58). Farei de teus inimigos escabelo dos teus pés… e tu dominarás no meio dos teus inimigos (sl 109). Aproximam-se os meus iníquos perseguidores que estão longe da vossa lei (sl 118). Salvai-me do poder dos inimigos (sl 143). Todos os dias no Benedictus lembramos que Deus enviou o seu filho - para nos libertar dos nossos inimigos... para O servirmos sem temor livres dos nossos inimigos.
O abade explicou:
- Nós rezamos em nome da Igreja e do povo de Deus. Por isso os adversários da Igreja são os nossos inimigos e os nossos adversários são os inimigos da Igreja. Não rezamos por nós nem pelos nossos supostos inimigos, rezamos sim no lugar da igreja perseguida, em vez dos expatriados, dos oprimidos de toda a terra. Não dizemos automaticamente essas orações… Colocando-nos no seu lugar achamos até que esses salmos deviam ser ainda mais veementes.
- Então vocês não têm inimigos pessoais? Gente que vos provoca, incomoda ou atrapalha?
- Não somos assim tão importantes para ter tais inimigos pessoais. Cada um pode ser considerado como o seu maior inimigo. Santa Teresa de Ávila pedia a Deus que a livrasse de si própria, pois achava-se a maior inimiga de si mesma. Assim, ao rezarmos pelos nossos inimigos, estamos a pedir também que nos livre de nós mesmos.


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Deus não gosta de sobras


2ª feira – XXXIV semana comum
















Do evangelho de hoje:
Todos deram do que lhes sobrava, só a pobre viúva é que deu tudo o que possuía.
Quem deu mais, foi quem deu tudo e não quem deu as sobras.

Deus não gosta de sobras porque o que sobra já não nos pertence e portanto não podemos dar o que já é dos outros (não podemos cumprimentar com o chapéu alheio).

Atenção: isto não diz respeito apenas ao dinheiro ou outras coisas materiais.
Muitas vezes nós dizemos: se eu tivesse mais tempo iria rezaria mais, iria mais vezes à missa, ajudaria mais…etc.
Deus não precisa das nossas sobras… Nós é que precisamos mostrar a Deus e aos outros a nossa generosidade.

Deus não gosta das sobras porque aprecia a generosidade.

“O pão que para ti sobra é o pão do faminto. 
A roupa que guardas mofando é a roupa de quem está nu. 
Os sapatos que não usas são os sapatos dos que andam descalços. 
O dinheiro que escondes é o dinheiro do pobre. 
As obras de caridade que não praticas são outras tantas injustiças que cometes. 
Quem acumula mais que o necessário pratica um crime.” (São Basílio, 330-379)




sábado, 25 de novembro de 2017

Foto do Pe. Pévot
























Novo retrato do Pe. Prévot
Ou retrato do Pe. Prévot novo

Todos conhecemos do Pe. André Prévot a mesma fotografia. Ele permitiu só uma vez ser fotografado, depois de o terem convencido que ofenderia profundamente o fotógrafo e o faria pecar se lhe negasse. É essa fotografia com a cabeça inclinada que retrata um homem ingénuo, mas bondoso, espiritual e confidencial.























Ele é o oposto do Pe. Dehon que posou para o fotógrafo nas mais variadas atitudes, lugares, ocasiões e idades: a cavalo no Brasil, ajoelhado diante do Coração de Jesus, sentado à mesa de trabalho, com as constituições na mão, segurando uma pena como escritor, com um barrete sacerdotal ortodoxo oriental na cabeça, etc.

Do Pe. Prévot temos apenas outra fotografia, quando jovem religioso, mas pouco divulgada, talvez de 1885 quando já padre entrou na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus, aos 45 anos de idade.

O Pe. Prévot foi um dos primeiros e mais determinantes confrades do Pe. Dehon. Foi Mestre de Noviços durante décadas. Morreu aos 73 anos em Brugelette, Bélgica, a 26 de novembro de 1913.

Tem processo de Causa de Beatificação a decorrer desde 1956, dossier número 889.



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Quando o telemóvel vai à missa


6ª feira - XXXIII semana comum

A propósito do Evangelho de Hoje em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo de Jerusalém… se fosse hoje Ele expulsaria talvez os TELEMÓVEIS das celebrações.

Nos atos públicos ou espectáculos pede-se que sejam desligados ou silenciados os telemóveis.
Nas celebrações religiosas já ninguém pede para desligar porque parte-se do princípio que qualquer telemóvel já deve estar inativo desde que se deu entrada naquele espaço. Sim, porque se ali entramos é para nos desligar do habitual e sintonizar com outras realidades.
Mas, de vez em quando, durante a missa há um telemóvel a tocar no fundo de uma mala atulhada de coisas ou perdido num bolso de difícil acesso. Toca e toca, todos ficam incomodados, mas não tanto como o seu dono. Por isso fico com pena apenas dele… pois os outros podem também desligar-se do assunto. Aliás, a chamada não é de certeza para esses outros que tanto se preocupam a ouvir o telemóvel a tocar. Mas isso é lá com cada um.

Alguém me perguntou:
- É pecado atender o telemóvel durante a missa?
- O telemóvel precisa ser desligado para que possas participar com toda a atenção na missa, sem distrações nem preocupações.
- Mas diga-me: é pecado ou não?
- Se por acaso sem querer o deixas ligado e ele toca durante a celebração, não é pecado, é esquecimento. Se não o desligas porque estás totalmente dependente dele, não é pecado, é uma doença que precisa ser tratada com urgência. Mas se não for esse o caso e se te lembrares que ele está ligado e não o desligas, é uma falta de respeito para com quem está a telefonar, pois mesmo à distância está a incomodar muita gente e está a comprometer quem deve atender.
- Então é pecado!
- A tua consciência é que deve dizer se é ou não é pecado. A minha consciência diz-me que o pecado não está em ter o telemóvel ligado e ele tocar. O pecado está em não ser capaz de me desligar do telemóvel para me ligar a Deus… O mal não está na falta de silêncio do aparelho, mas na falta do silêncio interior que me torna incapaz de me desligar do telemóvel. E o pior de tudo é estar na presença de alguém, que me fala ou que me escuta, e virar-lhe as costas, atender o telefone e esquecer que ele está à minha frente ou ao meu lado…
- Se é assim, então vou procurar outro padre para celebrar a minha missa!

Atenção, isto pode acontecer na igreja, em casa e em qualquer lado...








quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Jesus não tem vergonha de chorar


5ª feira -  XXXIII semana comum


Do Evangelho:
1. Quando Jesus se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou
2. Jesus também chorou pela morte do seu amigo Lázaro…
3. No Jardim das Oliveiras, antes da sua paixão, Jesus até chorou sangue…
4. Ainda na cruz, depois de morto, foi trespassado por uma lança e o seu Coração chorou sangue e água…

Conclusão:
1. Também Jesus chora (todos choram)
2. Jesus também chora (faz tudo)
3. Jesus chora também (juntamente connosco)

Jesus chora com todos
Se tu choras na presença do Senhor
Jesus recebe o teu pranto com amor
O céu se abre e a resposta dele vem
Sei que quando um crente chora
O meu Deus chora também
(Canção de Marcelo Nascimento)

Tudo e todos choram
É bom chorar
P’ra aliviar
As nossas dores
Chorar alguém
Que nos quis bem
Chorar de amores

Já vi chorar
O grande mar
Penas pela areia
E o astro rei
Chorar também
P’la lua cheia

E a Virgem Mãe
Chorou também
Pranto magoado
Ao ver Jesus
Na sua cruz
Crucificado
(letra de um fado antigo)

Não é vergonha chorar
Vergonha não é alguém chorar.
Vergonha é fazer alguém chorar.
Quem chora não deve envergonhar-se.
Quem faz chorar é que deve envergonhar-se.



terça-feira, 21 de novembro de 2017

Agora e na hora


No dia da Apresentação de Nossa Senhora





















Na Ave-maria nós dizemos:
Santa Maria Mãe de Deus
rogai por nós pecadores
agora e na hora da nossa morte. Ámen.

Eu prefiro concluir a recitação da Ave-maria de maneira diferente, dizendo:
Santa Maria Mãe de Deus
rogai por nós pecadores
agora e na hora do nosso Encontro com Deus. Ámen.

Prefiro dizer encontro e não morte, e não é por medo mas por confiança.
É este o meu sonho ao rezar a Ave-Maria:
Espero que ela me acompanhe pelos caminhos desta vida
e que esteja presente também quando eu estiver diante de Jesus
no encontro derradeiro e definitivo.
Não quero estar sozinho diante de Deus.
Quero que Maria, sua e minha mãe, esteja presente nesse encontro.
Por outras palavras,
Quero que seja Maria a fazer a minha apresentação a Deus à minha chegada ao Céu, pois ela não deixa de ser a Senhora da Apresentação. 



Quando eu rezo a Ave-maria


Memória da Apresentação de Nossa Senhora























No dia da dedicação (ano 543) da igreja de Santa Maria construída perto do Templo de Jerusalém, celebramos, juntamente com a Igreja Oriental, a dedicação que Maria fez de si mesma a Deus, já desde a infância, movida pelo Espírito Santo que a encheu de graça desde a sua Imaculada Conceição.























Quando eu rezo a Ave-maria
a corte celestial se regozija,
a Terra se eleva em admiração,
eu esqueço o Mundo
e o meu coração transborda de amor de Deus.

Quando eu rezo a Ave-maria
todos os temores se dissipam
e as minhas paixões se apaziguam.

Se eu rezo a Ave-maria
a devoção cresce dentro de mim
e desperta a minha contrição pelo pecado.

Quando eu rezo a Ave-maria
a esperança fica mais forte no meu peito
e o frescor da consolação
inunda a minha alma mais e mais,
porque eu rezo a Ave-maria.

O meu espírito se regozija
e a tristeza vai embora
quando eu rezo a Ave-maria. 

(Bem-aventurado Alano de La Roche)




segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Vê a tua fé que te salvou...


2ª feira - XXXIII semana comum

Às vezes Jesus começa a curar o exterior para preparar a cura interior.
Outras vezes é o contrário, pois primeiro cura interiormente e para exteriorizar essa realidade cura também o corpo.
Não sei se são dois milagres ou se dois tempos ou fases do mesmo milagre. O que interessa é a ação de Jesus na pessoa que se deixa envolver.
Na cura do cego de Jericó, Jesus começou por curar interiormente. O cego, apesar de cego, via melhor do que os que seguiam Jesus e o queriam silenciar. Via com os olhos da fé, com o coração e por isso reconheceu em Jesus o Todo-poderoso e por isso gritava por ele, porque já tinha sido tocado interiormente.
Jesus atendeu-o e disse-lhe:
- Vê. A tua fé te salvou.
Primeiro houve a fé (interior) e depois a cura da vista (exterior).
É por isso que eu atrevo-me fazer uma adaptação possível para realçar este dinamismo:
- Vê a tua fé que te salvou.
A fé é uma pessoa, é Jesus Cristo, e quem salva é sempre Ele… e pela fé seguimos Jesus, isto é seguimos uma pessoa…
Que a exemplo do cego duplamente curado (dos olhos da fé e do corpo) saibamos ver e seguir a nossa fé que é Jesus.



sábado, 18 de novembro de 2017

Compromisso com os pobres






















Para rezar no I Dia Mundial dos Pobres

Senhor, fazei de mim
um instrumento da tua misericórdia.

Onde houver um faminto,
que eu partilhe o pão de cada dia
e o amor que sacia toda a solidão.

Onde houver um sedento,
que eu dê um copo de água,
mas também distribua a Água Viva
que emana da Fonte Misericordiosa do teu Coração.

Onde houver um enfermo,
que eu leve a tua presença celestial
com o meu sorriso paciente,
com o meu olhar compassivo
e com a minha alma amiga.

Onde houver um desanimado,
que eu renove as suas esperanças
com o otimismo das manhãs de sol.

Onde houver peregrinos,
que eu caminhe com eles,
como irmão desta jornada de dores e alegrias.

Senhor, fazei que eu aprenda contigo
a perdoar as injúrias,
a consolar os aflitos,
a sofrer com paciência as fraquezas dos próximo.

Que eu seja para todos
a misericórdia do Teu amor
em gestos, palavras e coração.

Ámen!





sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Mãe dos pobres


Memória litúrgica de Santa Isabel da Hungria 
(1207-1231)
Filha de rei da Hungria
Esposa de rei da Turíngia
Mãe dos pobres

Viúva aos 20 anos acolheu os frades menores e professou na ordem terceira secular franciscana.
Passou a viver com os pobres e só para eles, fundando hospitais e casas de acolhimento.
Enquanto rainha dizia – como posso trazer uma coroa de ouro quando o meu Deus e Senhor traz uma coroa de espinhos. Vendeu a coroa e distribuiu o valor pelos pobres.
Um dia acolheu um pobre moribundo no seu palácio e deitou-o no seu leito real para fazer o curativo. Foram avisar o rei que a mandou chamar e perguntou-lhe quem estava no quarto. Ela disse apenas – Vai ver! Ele foi, afastou curioso os lençóis e deparou-se com um grande crucifixo.
Uma vez perguntaram-lhe que fim queria dar à herança real que lhe pertencia. Respondeu prontamente – A minha herança é Jesus Cristo.

Nesta semana dos pobres saibamos encontrar Cristo nos pobres e servir os pobres em Cristo.