Ano B – V domingo da quaresma
Neste fim de semana a homilia ou o sermão da missa foi
partilhado pelos escuteiros. Eles encenaram a história seguinte.
O PAÍS DAS MÃOS FECHADAS
- Era
uma vez um país muito lindo,
com árvores sempre em flor,
rios de águas azuis e límpidas,
onde nem fazia muito frio nem
muito calor.
- Era
um país que todos desejaríamos habitar.
- Aí
havia pessoas como nós.
Só havia uma única diferença.
Eles tinham as mãos sempre
fechadas,
mulheres, homens e crianças,
todos tinham as mãos fechadas.
- Quando
se tem as mãos fechadas
não se saúda ninguém,
não se aperta a mão a ninguém,
ninguém consegue tornar-se amigo
dos outros.
Com as mãos fechadas ninguém
conseguia dar nada,
cada qual guardava só para si
aquilo que tinha.
Com as mãos fechadas
as pessoas estavam sempre prontas
a bater-se
e muitas vezes agrediam-se de
facto.
- Como
era triste a vida neste país!
As pessoas nunca riam
tinham sempre uma cara sisuda
sempre dispostos a fazer a
guerra.
Era sempre a mesma coisa,
sempre as mãos fechadas
e o coração cada vez mais
fechado.
Mas um dia ... mas um dia...
(Cântico – Um certo dia à
beira mar ...)
- Era
o Homem das mãos abertas.
Ele era diferente,
tinha as mãos abertas e sorria,
sorria a todos,
estendia a mão a todos
queria tornar-se amigo de todos.
Era feliz e não guardava as
coisas para si,
mas repartia-as pelos outros
porque tinha as mãos abertas.
- O
Homem das mãos abertas começou a falar às pessoas
e a dizer-lhes para abrirem as
mãos,
mas ninguém tinha força para
abrir as suas mãos.
Então ele começou a abrir-lhes as
mãos
primeiro aos mais novos.
Os adultos não tinham tempo
para ficar ao seu lado
por isso foram os últimos
a abrirem as suas mãos.
- Mas
que maravilha!
Parecia que renasciam,
pois as mãos deixavam de ser
pesadas.
Que maravilha poder mexer os
dedos,
acariciar o rosto dos outros,
abraçar sem ferir.
Com as mãos abertas podiam ser
amigos,
podiam jogar juntos,
fazer uma grande roda e cantar:
(Cântico – Põe tua mão na mão do teu Senhor...)
- Todos
tinham aprendido a sorrir
e eram felizes.
Agora tinham as mãos abertas
eram felizes porque
faziam felizes os outros.
- Mas
aparecerem naquele país
outros homens ainda com as mãos
fechadas.
E tiveram medo que as mãos
abertas
perturbassem a ordem
estabelecida.
Estes não queriam mudar nada,
sempre tiveram as mãos fechadas.
Não queriam incomodar-se com nada
de novo.
Um dia agarraram no Homem das
mãos abertas
e disseram-lhe:
- Tu
dizes para abrirmos as nossas mãos,
como tu abriste as tuas.
Uma vez que estás contente
por teres as mãos abertas,
faremos de modo que
nunca mais as possas fechar.
1.2. Que nunca mais as possas
fechar,
que nunca mais as possas fechar.
- Depois
de terem dito isto, bateram-lhe
e pregaram-no com as mãos abertas
num pedaço de madeira em forma de
cruz.
Agora ficará contente,
terá sempre as mãos abertas!
1.2. Terá sempre as mãos abertas,
terá sempre
as mãos abertas.
- Mas
quem já tinha as mãos abertas
teve muita pena e lamentava:
- Ele
só fazia o bem,
porque é que o mataram?
- Ele só fazia o bem,
porque é que o
mataram?
- Entretanto os grandes
senhores,
de punhos fechados,
proibiram ao mais novos
de terem as mãos abertas.
E todos foram obrigados
a ter as mãos fechadas como
antigamente.
Voltaram a fechar as mãos porque
tinham medo.
Voltaram a fechar as mãos.
- Um
dia, de manhãzinha,
foram chorar ao pé da cruz
olhando para as mãos sempre
abertas
daquele que antes lhes tinha
aberto as mãos.
Queriam abrir de novo as mãos,
mas olhavam à volta e tinham medo
de abri-las
por causa das ameaças dos punhos
serrados.
- Mas
de repente o homem da cruz sorriu,
tirou as suas mãos da cruz
e todos com força e alegria
abriram as suas mãos sem medo
para nunca mais as fechar.
- Para
nunca mais as fechar.
1.2. E a festa começou entre
vivas de alegria...
(Cântico – Aleluia de Händel...)
Ver também:
Procurando Deus