terça-feira, 31 de julho de 2018

O Sol e o Vento


3ª feira – XVII semana comum

Os Justos brilharão como o sol no reino do seu Pai.

- Porque o sol não diz nada, brilha
- Porque o sol está no alto, bem perto de Deus
- Porque o sol não faz distinção de pessoas
- Porque o sol contagia todos e tudo
- Porque o sol faz as pessoas mudarem de atitudes.

O Vento e o Sol fizeram uma aposta para ver qual deles fazia um homem tirar o casaco mais depressa.
O vento pensava que era ele a ganhar a aposta pois soprava com força. Quanto mais soprava mais o homem agarrava o seu casaco.
O Sol apenas incidiu os seus raios sobre o homem, logo despiu o casaco.
De facto, o sol como os justos fazem com que os outros mudem depressa…



Humilde, obediente e alegre


Memória de Santo Inácio de Loiola (1491-1522)

Quando um noviço vinha pôr-se de joelhos diante de Pe. Inácio, para lhe pedir perdão e penitência, o santo concedia um e imponha a outra, e, depois de algumas palavras, terminava dizendo:
- Levanta-te.
Se o noviço não se levantava imediatamente, o Pe. Inácio deixava-o de joelhos e saía, dizendo:
- A humildade não tem mérito quando é contrária à obediência.
Outro jovem noviço, Francisco, dum caráter muito alegre, ria francamente e a propósito de tudo. A sua fisionomia aberta, a sua aparência sempre satisfeita, davam-lhe o ar de rir interiormente das suas próprias ideias. O Pe. Inácio encontrou-o um dia, sempre sorrindo, e diz-lhe:
- Irmão Francisco, diz-se por aí que estás sempre a rir. É verdade?
O noviço baixou os olhos e mesmo a sorrir esperava uma severa repreensão.
- Está bem – acrescentou Santo Inácio – ri e regozija-te no Senhor, meu filho. Um bom religioso não deve ter razões nenhumas para estar triste, mas deve ter muitas para estar alegre e contente… Para que sejas sempre alegre como hoje estás, deves continuar sempre humilde e sempre obediente.




segunda-feira, 30 de julho de 2018

Receita para mudar o mundo


2ª feira – XVII semana comum

















Quem é quem na parábola do fermento

O reino dos Céus – O projeto divino.
Mulher que amassa – As mãos de Deus que cuida de nós, que nos dá vida e que nos prepara para a vida e nos ajuda a crescer.
Fermento – A igreja que é chamada a envolver-se no mundo para o transformar. Irmãos que devem ajudar os outros irmãos a crescer.
Farinha – A humanidade que deve ser divinizada.
Misturar as 3 medidas – A lei, os profetas e os Evangelhos.
Aguardar – Paciente espera, tempo de testemunho e de aperfeiçoamento.
Até ficar tudo levedado – Última vinda do Senhor, quando Cristo for tudo em todos.
Conclusão:
Gente bem pequena
nos lugares mais pequenos,
fazendo coisas pequenas,
pode mudar o mundo.

É o fermento que age sobre a farinha e não a farinha sobre o fermento.
É o cristão que deve contagiar o mundo e não o mundo a contagiar o cristão.
"Não é de uma igreja mais humana que temos necessidade, mas antes uma igreja mais divina. Só assim a igreja será verdadeiramente humana" (Bento XVI).
Não esperemos que o futuro nos molde.
Procuremos antes modelar o mundo.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Sobremesa da vida


Festa de São Joaquim e de Santa Ana.
Dia dos Avós.

A vida é como um banquete – convivemos uns com os outros, partilhamos alegrias, preocupações, responsabilidades, tarefas, delícias, sonhos e esperanças. Mais importante do que aquilo que comemos é com quem estamos, comemos, vivemos ou convivemos.

Tudo começa com os aperitivos – a infância.
A seguir vêm os pratos rápidos – a juventude.
Surgem depois os pratos principais – a idade adulta.
Por fim, a sobremesa – a idade sénior.

Ser idoso é saborear a sobremesa da vida.
É isto que os avós nos lembram hoje.

Ao partilhar esta parábola num grupo sénior, alguém corrigiu-me:
- Quando somos avós saboreamos a sobremesa da vida, mas no resto da nossa velhice fazemos a oração de agradecimento do banquete, a ação de graças por tudo aquilo que já vivemos…
De facto, assim ensinava Olivier Clément: “uma sociedade onde não se reza mais é uma sociedade onde a velhice não tem mais sentido. E isso é assustador. Nós precisamos de idosos que rezem, porque a velhice nos é dada para isso…”


quarta-feira, 25 de julho de 2018

Rezar com os pés


Na festa do Apóstolo São Tiago de Compostela partilho uma reflexão sobre o caminho dos peregrinos, adaptada do recém-nomeado arcebispo D. José Tolentino Mendonça.

O Peregrino tem, em português um nome que deriva de uma forma latina: per ager, que significa através dos campos, ou per eger, para lá das fronteiras.
Define-se assim por uma extraterritorialidade simbólica que o fez, momentaneamente, viver sem cidade e sem morada.
Experimenta uma espécie de nomadismo: não se demora em parte alguma, come ao sabor da própria jornada, dorme aqui e ali.
Num tempo ferozmente cioso da produção e do consumo, ele é um elogio da frugalidade e do dom. Relativiza a prisão de comodismos, necessidades, fatalismo e desculpas.
O peregrino tem a oração por asas e o infinito por horizonte.

No caminho de Santiago prega-se que a vida é uma peregrinação e que também podemos rezar com os pés.





terça-feira, 24 de julho de 2018

A família de Jesus


3ª feira – XVI semana comum

Somos todos a família de Deus

Quem são minha mãe e meus irmãos?
Quem faz a vontade de meu Pai é que é minha mãe e meus irmãos…

- No seguimento de Jesus não há privilegiados.
- Não existem bonificações por elos familiares, raciais, politicas, culturais, sociais ou económicas.
- O caminho de Jesus é único e exclusivo, mas também profundamente inclusivo.
 - Em Jesus todos somos mais que amigos, somos todos irmãos.
- Não basta ser mãe, irmã ou irmão. É preciso fazer o que Deus quer.
- Jesus não despreza a sua mãe e os seus familiares. Apenas destaca a paternidade divina e a fraternidade universal.
- A maior glória de Maria não está principalmente em ter sido a mãe de Jesus, mas por ter cumprido plenamente a vontade do Pai.
- Quanto mais perto de Jesus, mais perto de Deus e quanto mais perto de Deus mais perto de Jesus e dos irmãos.
- Ser família de Jesus não é ver Jesus parecido connosco, mas nós sermos parecidos com Ele.
- A nossa família é maior do que nós pensamos, pois temos mais irmãos do que imaginamos.



domingo, 22 de julho de 2018

Vinde e descansai


Ano B – XVI domingo comum

À margem da pregação sobre o evangelho de hoje:
Vinde comigo e descansai…

Quem não descansa, cansa.
Nós descansamos não porque estamos cansados, mas sim para não nos cansarmos.
Aliás o nosso descanso semanal é logo no primeiro dia da semana e não no último.
O Domingo é o primeiro dia da semana. Descansamos nesse dia para depois vivermos uma semana intensa e não o contrário.
O descanso deve ser uma preparação e não uma recuperação.

Só com Deus é que podemos descansar realmente. Porquê?
Posso ter uma dor de cabeça, estar indisposto, ter fome ou sede, estar cansado ou deprimido, mas quando estou na companhia de uma pessoa amiga, tudo isso passa… ou deixa de se sentir.
Assim só descanso realmente quando estou na companhia do grande Amigo, Jesus Cristo, meu Senhor e meu Deus.
Por isso Jesus diz: Vinde a mim todo vós que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei porque a minha presença é suave e a minha companhia é leve.
De facto, Jesus nunca obrigou ninguém a rezar, nem a perdoar, nem a pedir perdão, nem a pregar… Só obrigou os seus discípulos a descansar…
Descansar para não se cansarem nem cansarem os outros…




quinta-feira, 19 de julho de 2018

Aliviar carga


5ª feira – XV semana comum

Diz Jesus:
Tomai sobre vós o meu jugo…
e encontrareis descanso,
porque o meu jugo é suave
e a minha carga é leve.

Para aliviar carga é preciso fazer 3 coisas:

1º - Deixar tudo o que é desnecessário e guardar apenas o essencial.
Hoje deixarei para trás as bagagens desnecessárias que carrego inutilmente e me oprimem tanto.
Carregarei apenas o que couber no meu coração, pois só aí tudo é leve.

2º - Fazer tudo com amor e aceitar a dor.
Hoje aceitarei e amarei as cruzes e as dificuldades e elas tornar-se-ão leves no meu coração, porque o jugo de Jesus é o amor e a sua carga é a caridade.
Foi o amor que tornou leve a cruz de Cristo e só o amor poderá tornar leve a minha cruz.

3º - Descobrir a força da oração que faço e da oração que me faz.
Hoje deixarei de rezar para que Deus me dê cargas mais leves.
Rezarei apenas para que os meus ombros sejam mais fortes para levar qualquer carga que o Senhor me entregar.
Foto blogsenzapagare:

segunda-feira, 16 de julho de 2018

A medida do amor


2ª feira – XV semana comum

Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim, diz o Senhor.

Jesus não está a pedir que se ame menos o pai ou a mãe, o filho ou a filha…, está a pedir sim que se ame tanto como a Deus.
E como se ama a Deus?
O Primeiro Mandamento diz-nos para amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com todo o entendimento.
Assim eu devo amar meu pai e minha mãe como amo a Deus e devo amar a Deus como amo o meu pai e a minha mãe, isto é, com todas as minhas capacidades…



Arma e armadura


Memória de Nossa Senhora do Carmo

Surgiu no início do século XIII a prática da recitação do Rosário ou do teço do rosário.
A meados do mesmo século surgiu a devoção do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.
As duas práticas complementam-se, são a arma e a armadura. A arma de conquista e a armadura de defesa e de proteção.
O terço ajuda-nos a vencer.
O Escapulário ajuda-nos a não sermos vencidos.























O Escapulário era uma espécie de armadura que se colocava aos ombros e que descia à frente e atrás para proteger todo tronco. Vem de escápula, osso que forma a parte posterior do ombro ou omoplata.

Não basta rezar o terço, nossa arma secreta, pessoal e comunitária.
É preciso defender-se pela armadura da Virgem santa Maria.
Não basta ter o Escapulário que nos protege.
É preciso usar as armas da oração.
Além desta simbologia, o escapulário significa a molhelha ou almofada que se colocava aos ombros onde se apoiava a carga para transportar.
Maria ajuda-nos assim a levar a nossa carga, os nossos compromissos.

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós e defendei-nos de todos os perigos.

domingo, 15 de julho de 2018

Aos pares


Ano B – XV domingo comum

Jesus chamou os apóstolos e enviou-os dois a dois.

No Manual Oficial da Legião de Maria:
"Qualquer visita deve ser feita por dois legionários.
Pretende a Legião com esta regra:
1º - Salvaguardar os legionários. De ordinário, não são tanto as ruas como as casas visitadas que impõem esta precaução.
2º - Que os dois visitantes se animem mutuamente na resistência ao respeito humano ou à timidez natural, que hão de experimentar nas visitas a lugares difíceis ou a casas de perspetivas pouco acolhedoras.
3º - Imprimir ao trabalho o cunho de disciplina, assegurando o pontual e fiel cumprimento das visitas de que foram encarregados. Deixado cada um a si mesmo, facilmente se é inclinado a retardar a hora ou a adiar indefinidamente a visita semanal…"

Alguém quis completar dizendo:
São dois os enviados porque numa visita enquanto um prega outro reza e vice-versa.
Ou melhor: enquanto um fala de Deus aos homens, o outro fala dos homens a Deus.



sexta-feira, 13 de julho de 2018

Ovelhas, pombas, serpentes


6ª feira – XIV semana comum

Envio-vos como ovelhas para o meio de lobos. Portanto sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.

Como ovelhas no meio de lobos e não lobos no meio das ovelhas…. Porque os lobos são mais numerosos. Portanto as ovelhas serão uma mistura de serpente e de pomba.

No meio dos lobos as ovelhas de Jesus devem ser serpentes astutas sem deixar de ser pombas inofensivas.
Inofensivas, mas prudentes.
Simples, mas não ingénuas.
Astutas, mas simples para não cair na agressividade.
Simples, mas prudentes para não cair na ingenuidade.

Deus cuida de nós, mas quer que sejamos prudentes, isto é, cuidadosos, atentos e corajosos.
Deus confia em nós, mas quer que sejamos humildes e simples, isto é, sem arrogância nem autossuficiência.

Somos ovelhas metade pombas e metade serpentes.
Somos ovelhas com a determinação da serpente e com o coração da pomba.
Somos ovelhas-pombas para melhor voarmos no alto.
Somos ovelhas-serpentes para melhor nos disfarçarmos na terra.
Somos ovelhas-pombas-serpentes para sermos ao mesmo tempo prudentes e simples.


quinta-feira, 12 de julho de 2018

Missão de paz


5ª feira – XIV semana comum

Ide e pregai o Evangelho de graça e em paz…

De graça
Recebestes de graça, dai de graça.
- De maneira desinteressada, isto é, sem esperar pagamento, recompensa ou satisfação.
- De maneira espontânea, sem negociar ou forçar.
- Com generosidade, com abundância, à disposição, pois é gratuito.
Numa palavra: com puro amor.

Em paz
Se essa casa for digna, desça a vossa paz sobre ela, se não for digna volte para vós a vossa paz.
- A paz contagia, mas não pode ser contagiada.
- A paz é oferecida, não pode ser roubada.
- Não deixes que o mundo te molde, procura antes modelar o mundo.
Em resumo: Sem perder a paz por causa dos outros.



terça-feira, 10 de julho de 2018

Grande seara


3ª feira – XIV semana comum

A nossa lógica e a lógica de Deus:
Nós dizemos – A seara é grande, os trabalhadores são poucos, portanto trabalhemos mais…
Mas Jesus diz – A seara é grande, portanto rezai mais…
Faz mais quem reza mais.

A seara é grande,
mas Deus é maior.
Os trabalhadores são poucos,
mas o trabalho é compensador.

A seara é enorme
Porque seara de Deus.
A oração é nossa
e nós operários seus.

Santa Teresinha do Menino Jesus:
“Então não é Jesus omnipotente?
Não pertencem as criaturas a quem as fez?
Então porque diz o Senhor – Rogai ao Senhor da messe que envie operários…
Porquê?
É que Jesus tem por nós um amor tão incompreensível que quer que tenhamos parte com Ele na salvação das almas.
Deus não quer fazer nada sem nós.
O criador do universo espera a oração de uma alma pobrezinha para salvar as outras almas resgatadas como ela pelo preço de todo o seu sangue.”

Pe. António Vieira in Sermão da Rosa Mística:
“Jesus manda que sendo a seara de Deus e não nossa, sejamos nós os que roguemos por ela.
Porque a oração perfeita e perfeitíssima não é pedirmos nós para nós, é pedirmos a Deus para Deus.
Pedirmos nós para nós é procurar os nossos interesses.
Pedirmos a Deus para Deus é solicitar a sua glória.
Pedi então ao Dono da seara que mande trabalhadores para a sua grande seara…”



segunda-feira, 9 de julho de 2018

Coragem e fé


2ª feira – XIV semana comum

Não há fé sem coragem e não há coragem sem fé.

Coragem, minha filha, a tua fé te salvou!

Coragem
Coragem, minha filha.
Foi preciso coragem para aquela mulher enfrentar a multidão, ir até Jesus e tocar-lhe no manto.
Jesus valorizou isso e pediu-lhe também coragem para continuar essa vida de fé.
Etimologicamente CORAGEM compõe-se de COR = Coração e ATICUM= ação.
Coragem é assim uma ação do coração ou o coração em ação.
Entre os judeus os fímbrias ou as franjas eram obrigatória e tinham significado religioso: Lembrar os 10 mandamentos, evitar que seguissem as inclinações pagãs, elevar o pensamento até Deus.
A mulher tocou na franja do manto de Jesus, isto é, aceitava os seus mandamentos, confiava nele, aceitava-o como Messias.
Era preciso coragem para chegar a isso e a continuar a viver assim.
É caso para dizer: Vai aonde te leva o coração. (Não tem nada a ver com o belo livro de Susanna Tamaro).

A tua fé te salvou.
- Quem não tem fé não quer salvar-se
- Quem não tem fé não tem horizontes.
- Quem não tem fé não sabe para onde ir.
- Quem não tem fé não tem a quem recorrer, vive isolado.
- Quem não tem fé não tem coragem, não põe o coração em ação.
- Quem não tem fé caminha num beco sem saída.
- Quem não tem fé vai da vida para a morte e não da morte para a vida (tal como aquela mulher que tinha um fluxo de sangue, isto é, estava a morrer pouco a pouco, pois perdia sangue, perdia vida…)

É preciso coragem e fé.
É preciso coragem para acreditar e acreditar para ter coragem.



domingo, 8 de julho de 2018

Nobel da Paz


















Nem sempre temos a oportunidade de receber em nossa casa um Nobel da Paz durante 5 dias.
Nunca me senti tão perto de um Nobel da Paz ou nunca um Nobel da Paz esteve tão perto de mim…























D. Ximenes Belo, Bispo Emérito de Díli (Timor Leste) e Prémio Nobel da Paz 1996, a convite da Câmara Municipal de Ponta Delgada para participar nas Festas do Divino Espírito Santo, ficou hospedado na nossa casa.


















Obrigado pela sua presença, oração, testemunho, amizade e simpatia.

















Que a paz seja uma realidade cada vez mais presente em todo o mundo, como um seu Nobel esteve tão perto de nós!