6ª
feira – II semana da Páscoa
Está
aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes…
A
parábola dos dois peixinhos do milagre da multiplicação
Certa
vez um cardume de peixes do mar estava numa grande conversa sobre o seu futuro,
desejos ou sonhos.
Um
peixe falou assim:
- Quero
continuar no mar e viver a nadar sem rumo, em plena liberdade.
Outro
logo afirmou:
- Quero
sair do mar e ser um lindo peixe dentro do aquário e ser admirado por todos,
por causa da minha beleza.
Um
terceiro afirmou que queria evoluir, mas não sabia como, mas de uma coisa tinha
a certeza, queria fazer algo realmente importante.
- E
tu, porque estás calado, não tens nenhum sonho? – perguntaram a um colega que
ali estava com a boca aberta.
- Vem
comigo preparar-te para as luzes da ribalta.
- É
melhor ficares comigo neste espaço onde nascemos. Fica cá.
-
Obrigado pelos convites, mas eu acho que vou aceitar o desafio de ir mais além,
de fazer algo que realmente valha a pena.
E
assim passou a nadar lado a lado com o seu novo amigo, partilhando o mesmo
sonho e o mesmo ideal.
Passados
alguns dias, enquanto nadavam alegremente estes peixes viram uma rede que os
envolvia por todos os lados.
O
peixe que tinha dito que queria ficar no oceano protestou que não sairia dali,
barafustou e esgotou as suas forças em vão.
O
que queria ir para o aquário ficou com medo, paralisou e desistiu do seu sonho.
O
que queria evoluir falou assim para os outros:
- Não
sei o que vai acontecer, mas creio que essa é a oportunidade que eu preciso
para fazer algo importante.
E o
seu colega de sonhos anuiu.
Dito
isto, deixaram-se levar pela rede.
No princípio
parecia tudo suave, mas conforme foram subindo a paisagem mudou e começaram a
ter falta de ar, ou seja, falta de água. Pensaram que estavam a morrer e nesse
momento difícil pensaram:
- Como
podemos evoluir assim? Como podemos fazer algo realmente significativo se
estivermos mortos? Assim vão acabar os nossos sonhos. Mortos, não poderemos prestar
altos serviços a mais ninguém!
De
facto, estes dois amigos morreram no barco e foram encaminhados para a lota de
um porto ali perto.
Logo
pela manhã veio um menino à lota e comprou aqueles dois peixes e juntou-os num
cesto onde já trazia cinco pães de cevada.
Aquele
menino dirigiu-se a um monte, onde havia um homem que pregava e era conhecido
por fazer maravilhas em nome de Deus.
Nesse
local havia um grande número de pessoas e como estavam longe de qualquer povoado,
não queriam sair dali para buscar comida, pois desejavam ardentemente ouvir aquele
homem. Assim, todos estavam com muita fome, mas não havia comida.
Então
aquele menino chegou até aquele homem e disse-lhe:
- Eu
ofereço os meus dois peixes e os cinco pães que acabei de comprar na lota de Tiberíade
para que o Senhor alimente quantos puder.
Então
aquele homem pegou amorosamente naquela oferta de sacrifício do menino, abençoou
e olhou para a oferta em especial dos dois peixinhos, pois conhecia os
pensamentos e viu que naquela oferta estava os peixinhos que queriam fazer algo
importante e disse-lhe:
- Ouvi
o que vocês desejaram e sonharam no mar. Mesmo sendo pequenos, Deus vos fará
grandes, pois vou atender ao vosso pedido e realizar o vosso sonho de servir
uma grande causa. Através da vossa entrega e do vosso sacrifício vos
transformareis de peixes a apóstolos, a pescadores de homens, pois na medida em
que alimentardes a cada um destes que me ouvem, sereis um com eles nesta missão
e através desse ato, evoluireis vivereis através deles.
E
assim foi feito com aqueles peixinhos, que se multiplicaram e saciaram a fome
de todos aqueles que estavam no monte e foram um com eles, pescando pessoas e
saciando a fome de todos, a fome de Deus.
E
com isso, o desejo daqueles peixinhos foi atendido por Deus, mas para isso,
precisaram de se sacrificar, de sair do mar e experimentar uma nova vida nas
mãos daquele que multiplica as possibilidades para se fazer algo realmente
grande para as pessoas. Aqueles peixinhos, fizeram pequenos para podere crescer
e se multiplicar diante daquela multidão.
Os
peixes representam o que nós somos diante de Deus, muitas vezes nos restringimos
a ficar no mar nadando com o cardume, sem a possibilidade de fazer nada pelos
outros, apenas seguindo o bando sem a possibilidade de refletir sobre a vida e
nem sequer olhar para além do oceano. Outras vezes temos desejos de atenção,
queremos viver num aquário, fazendo apenas espetáculo para ser admirados pela
nossa beleza, esse aquário muitas vezes representa a igreja, com a sua pompa e os
nossos cultos cheios de vaidade, mas sem vida.
Essa
parábola lembra-nos que podemos lutar por um alto ideal para sermos peixes que
alimentam multidões, nos colocar nas mãos daquele que cria a possibilidade, que
não estava no aquário, mas no monte com os que precisam, com os que necessitam
de alimento.
(Adaptado
de autor desconhecido)
Ver
também:
Pão, partilha e unidade
Jesus fala de si