quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Fé e Ciência
1º
Exemplo
Toda
a gente sabe que o físico e matemático francês Ampère (1775-1836) era
profundamente religioso.
-
Meu Deus – rezava ele – agradeço-Vos por me terdes criado, redimido e iluminado
com vossa divina luz.
O
facto seguinte mostra-no-lo alimentando o fervor da sua fé com a oração e as
práticas piedosas.
Quando
o jovem estudante Ozanam (1813-1853) chegou a Paris não propriamente um
incrédulo, mas a sua alma estava mais ou menos tocada por aquilo que se pode
chamar crise de fé. Um dia Ozanam entrou numa igreja e viu ajoelhado a um
canto, perto do sacrário, um homem, um idoso, que rezava piedosamente o seu
terço. Aproximou-se e reconheceu-o. Era Ampère, o seu ideal, a ciência e o
génio vivo!
Esta
visão tocou-o até ao mais fundo da alma. Ajoelhou-se suavemente atrás do
mestre; a oração e as lágrimas brotaram do seu coração; era a completa vitória
da fé e do amor de DEUS.
Ozanam
gostava depois de repetir:
-
O terço de Ampère fez por mim mais que todos os livros, discursos ou pregações.
Aquando
da última doença de Ampère, a religiosa que velava à sua cabeceira propôs-se
ler algumas passagens da Imitação de Cristo.
-
Não se incomode – respondeu ele – eu sei de cor.
2º
Exemplo
Há
quem pretenda colocar a ciência como inimiga da fé.
Por
sua vez, o grande cientista e Nobel da química, Luís Pasteur (1822-1896) era um
cristão fervoroso e não se envergonhava de declarar que “um pouco de ciência
afasta-nos de Deus, muita nos aproxima...”
Tal
pode confirmar-se com um facto ocorrido em 1892:
Um
senhor de 70 anos viajava de comboio, quando um jovem universitário se sentou a
seu lado e começou a ler o seu livro de ciência. O idoso, por sua vez, lia um
livro de capa preta. Quando o jovem se percebeu que se tratava da Bíblia, sem
muita cerimónia, interrompeu a leitura do vizinho e perguntou:
-
O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
-
Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus. Estou errado?
-
Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal.
Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia
da religião. Somente as pessoas sem cultura ainda creem que Deus tenha criado o
mundo em seis dias, por exemplo. A ciência moderna nega tudo isso. O senhor
deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem
sobre tudo isso.
-
É mesmo? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?
-
Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me
tempo agora, mas deixe-me o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo
correio com a máxima urgência.
O
idoso, cuidadosamente, abriu o bolso interno do fato e deu o seu cartão ao
estudante universitário.
Quando
o jovem leu o que estava escrito, saiu cabisbaixo, cheio de vergonha pela sua
ousadia. No cartão estava escrito:
Professor
Doutor Luís Pasteur
Diretor-Geral do Instituto de
Pesquisas Científicas
da Universidade Nacional da França.
3º
Exemplo
O
estadista britânico Winstow Churchill (1874-1965) dizia:
-
De tempos em tempos, os homens da ciência tropeçam na verdade, mas a maioria
deles levanta-se e segue em frente como se nada tivesse acontecido.
Parece
que Deus persegue os cientistas enquanto eles não querem ver.
Por
isso mesmo o matemático e Nobel da Física Alberto Einstein (1879-1955) deixou
escrito:
-
A ciência sem a religião é aleijada; a religião sem a ciência é cega.
De
facto a ciência não dispensa a fé, nem a fé invalida a ciência.
Fé
e ciência são ambas um dom de Deus.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Ensinar e aprender
4ª Feira - XXX Semana Comum
“Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para
Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava.”
Na
homilia da missa, proclamei bem alto ao povo que me escutava:
-
É preciso fazer como Jesus. É preciso ensinar, dar testemunho sempre e em toda
a parte, onde vivemos, convivemos, trabalhamos ou nos divertimos.
No
final alguém veio ter comigo:
-
Senhor padre, eu acho que a minha vocação não é pregar.
Mostrei-me
surpreendido por aquela declaração e pedi-lhe mais explicações.
-
É que você disse na missa que devemos ser como Jesus que ensinava nas cidades e
aldeias por onde passava. Eu acho que a minha vocação não é ensinar, mas
aprender. Eu quero aprender nas cidades e aldeias por onde passo…
-
Bravo! Vês como ambos temos razão. Tu estás agora a ensinar-me uma grande
coisa. Estás a ensinar-me que todos devemos aprender… Que devemos imitar
primeiro o povo que ouvia e que aprendia com Jesus e ao mesmo tempo imitar o
próprio Jesus que pregava e ensinava.
Qual é então a
nossa vocação?
Ensinar ou
aprender?
Imitar Jesus que
pregava ou o povo que o escutava?
Com certeza a
nossa missão é dupla: é ensinar e é aprender.
Só aprendemos
ensinando e só ensinamos aprendendo.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Fermento
3ª Feira - XXX Semana Comum
Lições do fermento
1º
O fermento não se intimida com o tamanho da massa.
O fermento está em desvantagem em
comparação com as medidas de farinha, mas nem por isso deixa de cumprir a sua
missão.
O desafio parece ser muito grande,
talvez haja apenas um crente numa casa, mas não há que ter medo. O cristão está
colocado na sua família, comunidade, trabalho, sociedade, região ou nação para
ser fermento de Deus. Os cristãos serão poucos, mas serão sempre fermento;
poucos, mas bons.
2º O fermento parece ser insignificante.
Parece que não vai surtir efeito na
massa. Quem olha para o fermento não imagina a sua capacidade de fazer levedar
a massa. Parece incapaz de por si só fazer qualquer coisa.
Um cristão talvez esteja a rezar por
alguém, animando, convidando ou orientando para a igreja ou para Deus e parece
que tudo isso não vai surtir efeito, mas vai sim, porque a obra é de Deus, porque
a palavra de Deus não volta sem cumprir a sua missão.
3º O fermento trabalha calmamente.
Hoje em dia existe o fermento químico
que age instantaneamente, mas antigamente para fazer pão, o fermento tinha que
ficar na massa várias horas ou até de um dia para o outro. O fermento trabalha
calmamente, sem confusão, sem gritaria, sem barulho.
Normalmente o testemunho cristão vale
mais que a pregação. Coerentemente as nossas atitudes devem corresponder com a
nossa pregação. É preciso calma, discrição e interioridade.
4º O segredo do fermento é o calor.
Para que o fermento possa fazer levedar
é preciso abafar a amassadura, protegê-la, aconchegá-la. É preciso criar um
ambiente de aconchego, de amadurecimento, de calor ou de amor para que o
fermento contagie toda a massa.
Sem amor nem aconchego ninguém pode ser
fermento no seu meio.
5º
O fermento torna leve a massa.
O pão ázimo é duro, pesado e deprimido.
O fermento dá à massa agilidade e leveza. E depois de misturado não se separa
nunca mais. Não se sabe onde está o fermento, mas vemos a sua ação na
amassadura.
Assim um bom cristão na comunidade. A
sua presença torna leve e livres todos os que estão à sua volta. Levedar é
tornar leve, é fazer livre ou fazer libertar alguma coisa.
6º
O fermento tem de ser espalhado.
Não basta colocar o fermento dentro do
alguidar. É preciso misturá-lo bem com a farinha, fazer com que se espalhe por
toda a parte. Fermento acumulado não serve para nada.
Os cristãos, como fermento da
comunidade, não podem ficar fechados em si mesmos, mas devem dispersar-se,
chegar a toda a parte… para que nenhuma periferia fique desfalcada da sua
presença.
7º
O martírio do fermento na massa.
Ao ser amassado com a farinha e água, o
fermento passa por verdadeiros tormentos. É sovado, batido, esmagado, triturado.
Mas se não passar por isso, não cumpre a sua missão.
Não pensemos que por sermos fermento
tudo vai ser um mar de rosas. Virão lutas, provações, tribulações para nos
amassar e pressionar, mas isso vai fazer crescer e levedar toda a massa.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Fariseus e Publicanos
Ano C - XXX Domingo Comum
A) A parábola do fariseu e do publicano em oração pode ser resumida nestes termos:
Um homem foi rezar e mais não fez que bater palmas para si mesmo, pois achava-se superior a todos os demais.
Outro homem também foi rezar, mas não batia palmas, batia antes no peito em atitude de reconhecimento das suas limitações.
E nós? que fazemos das nossas mãos? batemos palmas para nós mesmos ou batemos no peito, pois podemos ser melhores?
B) A mesma parábola, mas inspirada nos nossos dias:
Um pai tinha 3 filhos e todas as noites, quando eles já estavam na cama, todos no mesmo quarto, costumava ir até lá... Lia-lhes meia página da Bíblia e depois rezavam juntos as orações da noite.
Um dia, vencidos pelo sono, dois deles adormeceram a meio das orações. O terceiro filho interrompeu a reza e disse ao pai:
- Vês?! Eles estão a dormir, enquanto eu continuo a rezar contigo.
O pai continuou sem se perturbar e no fim disse-lhe:
- Meu filho, é melhor dormir do que encher-se de orgulho e de vaidade.
Todos nós temos tentação de nos fazermos superiores aos outros.
Podemos começar por vencer essa tentação a começar pela oração, isto é, diante de nós. Se rezamos para nos encher de orgulho e de sentimentos de superioridade em relação aos demais, então é melhor dormir...
C) Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado:
Um Professor de retórica convidou os seus alunos padres a concelebrarem solenemente no final de um semestre. E pediu um voluntário para presidir e pregar nessa ocasião. Imediatamente alguém se ofereceu:
- Eu faço isso, ou não fosse eu o melhor aluno, com as melhores notas em todas as disciplinas.
No dia combinado estavam todos reunidos. O voluntário presidia à eucaristia e no momento da pregação subiu ao púlpito cheio de orgulho e convencido de que este seria para si um momento de glória. Começou a pregar, mas as palavras não lhe saíam como desejava. Começou a tremer, a gaguejar, teve uma branca, atrapalhou-se... e não teve outro remédio que retirar-se desculpando-se de que a sua voz não estava nas melhores condições. Tinha sido um autêntico fiasco.
No final foi ter com o professor:
- Diga-me qual foi o erro. O que é que eu fiz que não devia fazer? Não percebo o que me aconteceu. Diga-me em que errei?
O mestre com simplicidade apenas apontou:
- Olha, se tu tivesses subido ao púlpito da mesma forma com que desceste, com certeza terias descido do modo como subiste.
Se subimos com soberba, desceremos humilhados, mas se subirmos com humildade sermos recompensados.
sábado, 26 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Saber discernir
6ª Feira - XXIX Semana comum
Discernir
o tempo
Ouvimos
dizer que Deus dá nozes a quem não tem dentes, ou dá viola a quem não tem unhas…
Segundo
o evangelho de hoje, nada disto é verdade.
Jesus
diz que cada um tem a capacidade de discernir o aspeto da terra e do céu… e que
deve também discernir outros sinais do tempo presente.
Isto
quer dizer que há talentos ou capacidades, há oportunidades e ocasiões, há
sinais e mensagens para desvendar…
Temos
condições para mostrar os nossos talentos.
Temos
talentos para render em todas as condições.
Agradeçamos
a Deus nos ter dado capacidades e oportunidades.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
António Maria Claret
Oração apostólica de Santo António Maria
Claret (+1870):
Meu
Senhor e meu Deus,
Que
eu vos conheça e vos faça conhecer;
Que
eu vos ame e vos faça amar;
Que
eu vos sirva e vos faça servir;
Que
eu vos louve e vos faça louvar por todas as criaturas.
Fazei,
Senhor,
Que
todos os pecadores se convertam,
Que
todos os justos perseverem na vossa graça
E
que todos juntos alcancemos a eterna glória.
Ámen!
“A mim próprio o digo: um Filho do
Imaculado Coração de Maria é um homem que arde em caridade e que abrasa por
onde quer que passa; que deseja eficazmente e procura por todos os meios
acender em todos os homens o fogo do amor divino. Nada o demove, alegra-se
nas privações, empreende trabalhos, abraça dificuldades, compraz-se nas
calúnias, regozija-se nos tormentos. Não pensa senão no modo de imitar e seguir
Jesus Cristo, rezando, trabalhando, sofrendo e procurando sempre e unicamente a
glória de Deus e a salvação das almas.”
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Exemplo e modelo de fé
Hoje assinalamos a memória litúrgica do Beato Carlos Imperador da Áustria e Rei da Hungria.
Neste ano da Fé podemos valorizar o seu contributo neste campo.
A
fé de um homem e um homem de fé
“Nenhuma
missão concorreu tão eficazmente para reavivar a fé na minha diocese como o
exemplo dado pelo imperador Carlos na sua doença e na sua morte” – assim confidenciou
D. António Manuel Pereira Ribeiro, bispo do Funchal de 1914 a 1957.
O
Imperador Carlos de Áustria e Rei da Hungria passou os cinco últimos meses da
sua vida na Madeira para aqui viver a sua fé e a partir de então tem toda
a eternidade para fazer brilhar essa mesma fé…
Como
é que alguém passa tão pouco tempo num lugar, doente e acamado, exilado ou
preso, sem saber falar a língua local, no meio de tantas provações e
inquietações… e consegue deixar tamanho testemunho da sua fé? Como é que alguém
perseguido e maltratado consegue dar uma tão grande lição que fez reavivar a fé
da igreja local?
Só
encontro uma resposta possível: O seu exemplo falava mais do que a sua boca, a
sua atitude de oração pregava mais do que qualquer palavra.
E
o povo à sua volta foi sensível a esse exemplo de fé e a esse modelo de oração.
Bem
depressa os madeirenses descobriram naquele exilado um homem de fé. E logo se
deixaram contagiar pela fé daquele homem.
Foi
o exemplo que os levou a esta dupla descoberta. É que o exemplo arrasta e a
atitude mobiliza.
E
uma vez mais se cumpre a observação popular: vale mais ver uma só vez do que ouvir cem vezes. É por isso que o povo madeirense viu este homem de fé e deixou
que o seu exemplo reavivasse a sua própria fé.
E
o que viu de especial neste homem de fé?
Viu
a sua humildade e simpatia, viu-o a procurar o horário das missas na sé, viu-o
a participar nas eucaristias, viu o seu recolhimento, viu a sua sincera piedade
eucarística, viu-o na mesa da comunhão, viu a sua devoção mariana, viu a sua
consagração ao Sagrado Coração de Jesus, viu-o a perdoar os seus inimigos,
viu-o a oferecer-se como vítima para restaurar a paz e a concórdia entre os
seus concidadãos, viu-o a acompanhar um funeral de um pobre local e a rezar
compassivo, viu-o a procurar fazer em tudo a vontade de Deus, enfim… viu-o
morrer chamando pelo nome de Jesus. E foi mais importante ver uma vez, do que
ouvir falar cem vezes.
Hoje,
como bem-aventurado ou beato, Carlos de Áustria pode ser invocado como um
modelo a seguir em qualquer parte do mundo.
Que
este homem de fé nos ajude a aderir à mesma fé deste homem!
terça-feira, 15 de outubro de 2013
A Caçadora de Ávila
Memória de Santa Teresa de Jesus (ou de Ávila), Virgem e Doutora da Igreja
O
nome Teresa vem do grego ‘teriso’ que se traduz por ‘cultivar ou cultivadora’,
ou então de ‘terao’ que significa ‘caçar ou caçadora’. Ambos os significados
encaixam muito bem na pessoa e na Santa de Ávila – Ela é a cultivadora de
virtudes e a caçadora de almas para levá-las ao Céu.
Teresa
de Jesus sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensanguentado, em
agonia. Certa ocasião, estando aos pés de um crucifixo que trazia as marcas das
chagas e muito sangue, ela perguntou:
-
Senhor, quem vos fez isso?
E
pareceu-lhe ouvir uma voz que vinha do crucifixo:
-
Foram as tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa!
A
partir daquele dia nunca mais perdeu tempo com conversas inúteis e com amizades
que não levavam à santidade.
Outro
dia, ao repetir o hino ‘Vinde Espírito Santo’ foi arrebatada em êxtase e ouviu
no interior da sua alma estas palavras:
-
Não quero que converses com os homens, mas com os anjos.
Como
reformadora e fundadora, Teresa estabeleceu a mais estrita clausura e o
silêncio quase perpétuo. Reinava a maior pobreza, as religiosas vestiam toscos
hábitos, usavam sandálias em vez de sapatos e estavam obrigadas a perpétua
abstinência de carne. No início admitia apenas treze religiosas em cada
comunidade, mas mais tarde, nos conventos que não viviam só de esmolas mas que
tinham outras rendas, aceitou que chegassem a vinte e uma. Apesar de pobres
sabiam dar esmola: “Rezar pelos pecadores é uma esmola muito grande!” – dizia Teresa
de Jesus.
Também
não eram nenhuns anjos… e a mesma Teresa recordava: “Nas panelas também
encontramos a Deus!”
Que
Santa Teresa de Ávila nos ensine a fazer esmola também assim, e a encontrar a
Deus também desse modo!
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Sinais ou Milagres
2ª Freira - XXVIII Semana Comum
Sinais ou milagres são a mesma coisa.
Estar ao pé de Jesus e pedir um sinal é ter falta de senso.
É desprezar o santo e querer só o milagre.
É sofrer de estrabismo, pois os olhos estão desviados da verdadeira
direção.
É estar na presença de alguém e querer ver apenas a fotografia dessa
pessoa em vez de ver a sua presença.
É fixar o olhar ponteiro em vez de olhar em direção para onde aponta.
É contentar-se em agarrar o dedo que aponta, em vez de agarrar o
tesouro para onde aponta o dedo.
É fixar o olhar na legenda de um quadro em vez de contemplar a própria
pintura.
É sentar-se numa mesa bem servida e contentar-se com a leitura do
menu.
Recordo que a primeira vez que fui a Fátima só consegui ver a
Capelinha das aparições, a Basílica, o recinto, a azinheira, a imagem de nossa
Senhora etc., isto é, só consegui ver os SINAIS.
Algum tempo depois, voltei a Fátima e então já consegui ver algo mais
do que SINAIS… Já consegui concentrar-me em ORAÇÃO, apesar de ainda me
sensibilizar com os SINAIS.
Agora quando vou a Fátima, já nem penso nesses SINAIS, já nem vou aos
Valinhos, nem me preocupo com as manifestações exteriores… Apenas REZO, procuro
contemplar a DEUS, rezar com a Mãe Igreja e com a Mãe do Céu.
Preciso de sinais, mas preciso de dispensá-los depressa para me apegar
ao essencial.
Em Fátima as aparições e outras manifestações foram necessárias para
atrair a nossa atenção, para convocar, para formar comunidade.
Agora já não podem ter a importância dos inícios. Não podemos ficar
dependentes dos primeiros sinais.
É o que acontece com os sinais de trânsito que indicam uma localidade.
No início, quando não conhecemos, precisamos muito de seguir esses sinais e
damos-lhe importância, mas depois nem ligamos para eles pois já conhecemos o
caminho e o local para onde apontavam…
Há quem diga que estes sinais do Evangelho seriam os milagres. Os próximos
de Jesus queriam sinais, isto é , queriam MILAGRES… E Jesus respondeu que só
lhes apontaria o sinal de Jonas, isto é, o Milagre do profeta Jonas: o milagre
da conversão através da pregação do arrependimento.
domingo, 13 de outubro de 2013
Agradecer
Ano C - XXVIII Domingo Comum
10 Curados e só 1 agradecido.
Ainda hoje parece ser assim - Só 1 em 10 é que agradece.
Só 10% sabe agradecer.
Mas isto é sobretudo o que se passa dentro de nós e não apenas na nossa comunidade, na nossa família, igreja ou humanidade.
Cada um de nós só agradece UMA em cada DEZ graças recebidas.
Só agradecemos 10% de todos os dons.
Tudo o que temos, somos ou fazemos, é dom de Deus. Se agradecemos tão pouco, quer dizer que não valorizamos tudo o que recebemos, pois recebemos tanto e agradecemos tão pouco.
Deus continua a nos enviar as suas graças, mesmo quando nos esquecemos de as agradecer.
Precisamos tanto de agradecer, isto é, de valorizar tudo que Deus nos dá.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Pedi...
5ª Feira - XXVII Semana Comum
Pedi e dar-se-vos-á!
Três
Coisas que Deus não conhece
Ou
três coisas que Deus não pode dar
A
primeira coisa que Deus não conhece é o impossível.
Marcos
10.27: “...Jesus, porém, olhando para eles, disse: Para os homens é impossível,
mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis".
Deus
não promete nem dá nada que seja impossível.
A
segunda coisa que Deus não conhece é o pedido de perdão sincero que não alcance
misericórdia.
Isaías
43.25: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e
dos teus pecados não me lembro”.
Deus
não dá perdão sem misericórdia e sem arrependimento.
A
terceira coisa que Deus não conhece é outro deus:
Deuteronómio
4.35: “O SENHOR é Deus; nenhum outro há senão ele”.
Deus
não dá a ninguém a graça de fazer-se deus. Fora Dele todos somos criaturas.
Não
importa quão grande é o teu problema ou a tua necessidade
Importa
sim quão grande é o teu DEUS e a sua graça.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Sermão sobre Maria
Patrocínio de Nossa Senhora do Monte, Solenidade no Funchal
Sermão
sobre Maria
“Como eu gostaria de ser padre para pregar
sobre a Santíssima Virgem!
Bastar-me-ia
uma única vez para dizer tudo o que penso sobre este assunto.
Para
que um sermão sobre a Santíssima Virgem me agrade e me faça bem, é preciso que
eu veja a sua vida real e não a sua vida imaginada; e tenho a certeza de que a
sua vida real devia ser muito simples. Mostram-no-la inacessível, quando era
preciso mostrá-la imitável, dar ênfase às suas virtudes, dizer que ela vivia de
fé como nós…
Sabemos
bem que a Santíssima Virgem é a Rainha do Céu e da terra, mas ela é mais mãe
que rainha…
O
que a Santíssima Virgem tinha a mais que nós é que não podia pecar, estava
isenta da mancha original; mas, por outro lado, teve menos sorte que nós, pois
não tinha uma Santíssima Virgem a quem amar, e isso é um consolo tão grande
para nós.”
(Cf.
Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da
Igreja , Últimas conversas, 21/08/1897)
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Parar para escutar
3ª Feira - XXVII Semana Comum
Virtudes
e defeitos de duas irmãs
Parece
que Marta só tinha defeitos, mas
apontemos algumas virtudes:
Marta
abria a sua casa a Jesus, mas não lhe abria o coração.
Era
hospitaleira, mas faltava-lhe equilíbrio e atenção para com as suas visitas.
Era
uma mulher de ação, mas faltava-lhe planificação.
Era
trabalhadora, mas trabalhava na hora errada e no último momento.
Era
sincera, mas queria mandar sem obedecer nem ouvir.
Era
generosa, mas queria dar sem medida esquecendo-se do que recebia.
Marta
estava bem perto de Jesus, mas faltava-lhe espiritualidade ou reconhecimento.
Marta
queria fazer tudo, mas esquecia-se de ser... tudo para Jesus.
Por
sua vez parece que Maria só tinha
virtudes, mas a sua irmã apontava-lhe alguns defeitos:
Maria
parecia parada, mas aproximou-se de Jesus.
Parecia
que não via ninguém, mas sabia ouvir.
Parecia
egoísta, mas rendia-se aos pés de Jesus e aí permanecia.
Faltava-lhe
solidariedade, mas sabia abrir o seu coração a Jesus.
Parecia
indiferente, mas era decidida e sabia optar.
Parecia
passiva, mas queria ser alguém.
E
Jesus?
Ele
é sempre o mesmo.
Tanto
para Marta como para Maria, Jesus é sempre o mesmo, é sempre a única escolha.
Ele
é a melhor parte que purifica os defeitos e sublima as virtudes.
Para
isso basta apenas PARAR para ESCUTAR.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Chamou-os e enviou-os
5ª Feira - XXVI Semana Comum
A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos:
Há fome, há
peixes, há redes… mas faltam pescadores!
Há mais fome do
que pescadores.
Quem quer fazer
parte dos 72 convocados?
Enviou-os dois a dois:
Jesus envia-nos
2 a 2 para que ninguém pense que está sozinho nessa missão.
Manda-nos 2 a 2
para sabermos que há sempre alguém que nos ouve, pelo menos o que foi enviado
connosco.
Dúvida:
Falta-me compreender como vão 2 a 2?
Lado a lado? Um à frente e outro atrás?
Madre Wilson:
"Minhas filhas, pregai com o bom exemplo na rua, guardando silêncio o mais possível. Não deveis fazer gestos com as mãos ao falar. Ide duas a duas, sendo as mais novas as primeiros e as últimas as mais antigas."
Conclusão:
Atrás a mais velha, como anjo protetor.
À frente a mais nova para desbravar caminho.
Não lado a lado, mas uma atrás da outra para guardarem silêncio e pregaram sem palavras.
Dúvida:
Falta-me compreender como vão 2 a 2?
Lado a lado? Um à frente e outro atrás?
Madre Wilson:
"Minhas filhas, pregai com o bom exemplo na rua, guardando silêncio o mais possível. Não deveis fazer gestos com as mãos ao falar. Ide duas a duas, sendo as mais novas as primeiros e as últimas as mais antigas."
Conclusão:
Atrás a mais velha, como anjo protetor.
À frente a mais nova para desbravar caminho.
Não lado a lado, mas uma atrás da outra para guardarem silêncio e pregaram sem palavras.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Meu Zeloso Guardador
Memória dos Santos Anjos da Guarda
Um
dia Deus, ao olhar para a Terra, viu que as coisas não estavam lá muito boas. Decidiu
então fazer uma assembleia, chamando ao Céu todos os Anjos da Guarda.
Cada
Anjo fez o relatório do seu protegido.
O
secretário da Assembleia chegou à conclusão:
-
A Terra está 75% má e apenas 25% boa.
Deus
pensou por um momento e disse:
-
Voltem à Terra e façam tudo por tudo para melhorar a situação de cada pessoa para
mudar estes números. Daqui a um mês faremos nova assembleia e novo relatório.
Passado
um mês voaram de novo, da Terra rumo ao Céu, todos os Anjos da Guarda.
-
O novo relatório está pior – lamentou-se o secretário – a Terra está 80% má e
apenas 20% boa.
E
Deus estremeceu de compaixão e fez a seguinte proposta:
-
É preciso dar ânimo a esses 20%… para que não desistem e possam seguir adiante.
Talvez assim possam influenciar os outros em vez de se deixarem influenciar.
Vou preparar uma mensagem para lhes ser entregue pelos seus Anjos da Guarda.
E
todos os Anjos voaram para a Terra, 80% de mãos a abanar, mas 20% com uma
mensagem divina.
Alguém
sabe o conteúdo dessa mensagem?
Não?
Eu também não.
Que
tristeza, não fazemos parte dos 20% dos bons.
Celebrar
os nossos Santos Anjos da Guarda é uma boa oportunidade para nos tornarmos
melhores. Eles ajudar-nos-ão a acolher as graças de Deus e a fazer a vontade
divina. Que eles sejam autênticos mensageiros de Deus na nossa vida.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Teresa de Lisieux e Leão Dehon
O Pe. Dehon leu, meditou e escreveu sobre a espiritualidade
e o caminho de santidade de Teresinha do Menino Jesus, canonizada por Pio IX a 17 de
Maio de 1925. Daí a 3 meses morreria o Pe. Dehon, escrevendo as últimas
referências à Santa Francesa em Abril desse ano. Mas podemos constatar que
houve várias coincidências a nível de experiências, escritos, mensagens,
palavras e espiritualidade. Para já, podemos indicar as cinco primeiras
coincidências destas duas almas santas.
1 – O mesmo beijo
Santa Teresinha do Menino
Jesus:
“Ah! como foi doce o primeiro beijo de Jesus à minha alma!…
Foi um beijo de amor. Sentia-me amada e dizia por minha vez: Eu amo-vos! Dou-me
a Vós para sempre! Não houve pedidos, nem lutas, nem sacrifícios. Desde há
muito, Jesus e a pobre Teresinha tinham-se olhado e tinham-se compreendido…
Nesse dia já não era um olhar, mas uma fusão. Já não eram dois: a Teresa
desaparecera como a gota de água que se perde no oceano. Só ficava Jesus, como
dono, como Rei.” (Manuscrito A, Janeiro de 1895,
acerca da sua primeira comunhão no dia 8/5/1884, publicado na História de uma
Alma, 30/09/1898)
Pe. Dehon:
“O dever chama-nos ainda, porque aí (na igreja paroquial da nossa terra natal) recebemos de Deus graças e benefícios: a fé, o nome de cristão e esse primeiro beijo de amor que Deus nos dá na Primeira Comunhão e que Ele renova depois com a ternura de mãe. (Pregação na sua primeira missa em La Capelle, a
19/7/1869, cf NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 239)
2 – A mesma vocação
Santa Teresinha do Menino
Jesus:
“Estes três privilégios são
realmente a minha vocação: Carmelita, Esposa e Mãe. No entanto, sinto em mim
outras vocações, sinto a vocação de
Guerreiro, de Sacerdote, de Apóstolo, de Doutor, de Mártir; enfim, sinto a
necessidade, o desejo de fazer por Ti, Jesus, todas as obras mais heroicas…
Sinto na minha alma a coragem de um cruzado, de um zuavo pontifício, quereria
morrer num campo de batalha pela defesa da Igreja… Sinto em mim a vocação de
Sacerdote. Com que amor, ó Jesus, Te seguraria nas minhas mãos quando, à minha
voz, descesses do Céu… Como eu amor Te daria às almas!... Mas, ai de mim!
Desejando ser Sacerdote, admiro e invejo a humildade de S. Francisco de Assis,
e sinto a vocação de o imitar a sublime dignidade do Sacerdócio. Ah! Apesar da
minha pequenez, quereria esclarecer as almas como os Profetas, os Doutores.
Tenho a vocação de ser Apóstolo… Quereria percorrer a terra, pregar o teu nome,
implantar no solo infiel a tua cruz gloriosa, mas, ó meu Bem-amado!, uma missão
só não me bastaria. Quereria, ao mesmo tempo, anunciar o Evangelho nas cinco
partes do mundo, e até nas ilhas longínquas… Quereria ser Missionário, não
apenas durante alguns anos, mas quereria tê-lo sido desde a criação do mundo,
até à consumação dos séculos… Mas quereria, sobretudo, ó meu Bem-amado
Salvador, quereria derramar o meu sangue por Ti, até à última gota… O Martírio!
Eis o sonho da minha juventude. Este sonho cresceu comigo sob os claustros do
Carmelo… Mas também nisso, sinto que o meu sonho é uma loucura, pois não
saberia limitar-me a desejar um género de martírio… Para me satisfazer,
ser-me-iam precisos todos… (Manuscrito B – 8 de setembro de 1896)
Pe. Dehon:
“Desejei desde a minha juventude ser missionário e mártir:
missionário, sou pelos meus mais de cem padres nos quatro cantos do mundo;
mártir, eu fui pelas grandes cruzes de 1878-1884, até ao Consummatum est. Nosso
Senhor tinha aceite o meu voto de vítima de 28 de Junho de 1878. (Carta à Madre
Maria Inácia, 08/12/1924, Inv. 231.64, AD: B19/2.1) “O ideal da minha vida, o
voto que eu formulava com lágrimas na minha juventude, era ser missionário e
mártir. Parece-me que este voto se concretizou. Sou missionário por meio da
centena de missionários ou mais que enviei a todas as partes do mundo. Sou
mártir pela consequência que Nosso Senhor deu do meu voto de vítima, sobretudo
de 1878 a 1882; por todas as espoliações e aniquilamentos até ao Consummatum
est; por todos os jorros de sangue perdidos em diversas ocasiões.” (NQ, 2 de Janeiro de 1925)
3 – O mesmo amor
Santa Teresinha do Menino
Jesus:
Diz o salmista: corri pelo
caminho dos vossos mandamentos, desde que dilatastes
o meu coração.” (Sl 118, 32). Só a caridade me pode dilatar o coração. (Manuscrito C, Junho de 1897)
Pe. Dehon:
“Nada dilata o coração como o amor.… O amor de Deus torna grande o
coração do homem. (A Vida de Amor para com o
Coração de Jesus, 1901, in II Volume das Obras Espirituais de Leão Dehon,
Edizione CEDAS Pág 27; 121)
4 – O mesmo sonho
Santa Teresinha do Menino
Jesus:
“Num transporte de alegria
delirante, exclamei: Ó Jesus, meu Amor! Encontrei finalmente a minha vocação: a minha vocação é o Amor!... Sim,
encontrei o meu lugar na greja, e esse lugar, ó meu Deus, fostes Vós que mo
destes… No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor… Assim serei tudo…
assim o meu sonho será realizado!!!...” (Manuscrito
B, setembro de 1896)
Pe. Dehon:
“Os primeiros dias foram
absorvidos pelo retiro. Era pregado pelo assistente Geral dos Jesuítas. Ele
deu-nos os exercícios de Santo Inácio. Saboreei profundamente esses exercícios.
Diz Santo Inácio: O homem foi criado para louvar, honrar e servir a Deus e por
esses meios salvar a sua alma.” Eu não sou capaz de ficar-me nisto e o meu coração diz-me logo que o homem foi
criado sobretudo para amar a Deus. Não é este o fim principal que Deus
tinha em vista?” (Final outubro 1865, retiro de
início do 1º ano no Seminário Francês em Roma, NHV volume III, outubro 1865 –
outubro 1869)
5 – O mesmo método
Santa Teresinha do Menino
Jesus:
“Seis dias se passaram a visitar
as principais maravilhas de Roma, e foi no sétimo que vi a maior de todas: Leão
XIII… santíssimo Padre, - disse-lhe – em
honra do vosso jubileu, permiti-me entrar para o Carmelo aos 15 anos!...” (Manuscrito A relatando a audiência papal a 20/11/1887)
Pe. Dehon:
“Dez dias em Roma deixaram-me
profundas recordações e nela recebi grandes graças…Mas a melhor das alegrias
foi ver Pio IX, a bondade unida à santidade… Falei-lhe da minha peregrinação,
da minha indecisão sobre os lugares dos eus estudos. Aconselhou-me o Seminário francês de Roma. A sua decisão estava
conforme às minhas atracções… A minha vocação estava decidida, era a coroação
da minha viagem. (NHV, volume II, relatando a
audiência papal 14-25 de Junho de 1865)
Elevador Celeste
Memória de Santa Teresinha do Menino Jesus
"Bem
sabeis, minha Madre, que sempre desejei
ser santa.
Mas,
ai de mim! sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e
eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos
céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes.
Em
vez de desanimar, disse para comigo: Deus
não pode inspirar desejos irrealizáveis.
Posso,
portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade.
Fazer-me
crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas
as minhas imperfeiçoes.
Mas
quero procurar a maneira de ir para o céu por um caminhito muito direito, muito
curto; um caminhito completamente novo.
Estamos
num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de
uma escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente.
Eu queria também encontrar
um ascensor que me levasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a
rude escada da perfeição.
Então,
procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objeto do seu desejo, e
li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino,
venha a mim.
Então
aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo
saber, ó meu Deus! O que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo.
Continuei
as minhas buscas, e eis o que encontrei: - Como uma mãe acaricia o seu filho,
assim Eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus
joelhos!
Ah!
Nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma!
O ascensor que me há-de
elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho
necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e
que me torne cada vez mais pequena…"
(Teresinha do Menino Jesus ou da Santa Face, Manuscrito
C, 23 de Maio de 1897)
Subscrever:
Mensagens (Atom)