segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aproximar-se /Afastar-se


2ª Feira - I Semana Quaresma

O Evangelho de hoje resume-se a dois verbos, duas acções ou duas atitudes:
APROXIMAR-SE / AFASTAR-SE

Aproximai-vos de mim, benditos de meu Pai, pois soubestes aproximar-vos dos meus irmãos mais pequeninos e assim aproximastes-vos de mim.
Quem se aproxima de Deus, aproxima-se dos irmãos; quem se aproxima dos irmãos, aproxima-se de Deus.
Quem vive em proximidade com Deus e com os irmãos aqui na terra, também ficará perto dos mesmos lá no céu.

Afastai-vos de mim, malditos, pois vivestes afastados dos meus irmãos e assim afastastes-vos de mim também.
Quem se afasta de Deus, afasta-se dos irmõas; quem se afasta dos irmãos, afasta-se de Deus.
Quem vive de costas voltadas para com Deus e para com os irmãos aqui na terra, também ficará afastado dos mesmos lá no céu.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Abraçar a Cruz

5ª Feira depois das Cinzas

Tomar a sua cruz dia após dia

São Francisco de Sales dizia:
"Eu sou como um passarinho que canta num bosque de espinhos..."

É preciso tomar, abraçar, beijar a cruz.
Mesmo entre espinhos, podemos cantar...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Itinerário quaresmal

4ª Feira de Cinzas
Início da Quaresma

Resumo da Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2012

“Prestemos atenção uns aos outros,
para nos estimularmos ao amor e às boas obras”
(Heb 10,24)

- A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor.
- Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
- Três aspectos da vida cristã:
                  Prestar atnção ao outro
                  A reciprocidade
                  A santidade pessoal

1º - Prestemos atenção: a responsabilidade pelo irmão
         O verbo significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade.
         Também hoje Deus nos pede para sermos ‘guarda’ dos nossos irmãos, para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. É uma exigência do mandamento do amor.
         O facto de sermos irmãos em humanidade e também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego.
         O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
         O facto de prestar atenção ao irmão inclui igualmente a solicitude pelo seu bem espiritual…  
         É necessário redescobrir a importância da correcção fraterna… É que sete vezes cai o justo (Prov 23,16) e todos nós somos frágeis e imperfeitos.
         Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber (Prov 9,8-9)

2º - Uns aos outros: o dom da reciprocidade
         A recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
         O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola, típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum, radica-se nesta pertença comum, porque somos um e o mesmo corpo.

3º - Para nos estimularmos ao amor e às boas obras: caminhar juntos na santidade
A vocação universal à santidade é um caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo.
O tempo, que nos é concedido da nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus.
Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. São Paulo exorta: Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima.


Duas aplicações:

O Pe. Ângelo Caminati dizia - Quem pára, é ultrapassado!
         - É preciso avançar sempre.
         - É preciso mudar continuamente.
         - É preciso inovar e reinventar o amor.
         - É preciso não ser ultrapassado pelos outros na prática do bem.
         - É preciso estar sempre na moda, isto é, não ser ultrapassado… porque hoje a moda é mudar, é converter-se.

O grande imperador romano Tito tomou, desde jovem, uma resolução singular e frutuosa - Não passar dia nenhum sem fazer uma boa acção.
Quando à noite, ao passar os olhos pelas obras do dia, não encontrava nenhuma acção boa, dizia: Diem perdidi, isto é, perdi o dia!

Conclusão

- Quaresma, tempo de conversão e de avance, pois quem pára é ultrapassado.

- Quaresma, nenhum dia sem uma destas boas acções apontadas pelo Papa:
                  . Prestar atenção ao outro
                  . A reciprocidade
                  . A santidade pessoal

                   Ou nenhum dia sem uma destas acções tradicionais quaresmais:
                   . Oração
                   . Jejum/Conversão
                   . Esmola/Caridade

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Francisco e Jacinta

Hoje celebra-se a memória dos BB, Francisco e Jacinta Marto, videntes de Nossa Senhora de Fátima. Foram as duas primeiras crianças não mártires a serem beatificadas.

Palavra de Francisco Marto, então com 9 anos:
“Nós estávamos a arder naquela luz que é Deus e não nos queimávamos. Como é Deus? Não se pode dizer. Isto sim que a gente não pode dizer. Deus é uma luz que arde mas não queima.”
É a mesma sensação que teve Moisés quando viu Deus na sarça ardente.

Palavra de Jacinta Marto, também aos 9 anos, quando faleceu o seu irmão Francisco:
“Nossa Senhora veio-nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito em breve para o céu.”
E ao aproximar-se p momento a partida do Francisco:
“Dá muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter os pecadores…”
Nós somos cidadãos do Infinto. Estamos aqui na terra mas a nossa pátria é lá no Céu. Por isso os santos sentem saudades da sua pátria celeste...

São palavras de crianças, simples e humildes, mas plenas de sabedoria e santidade.

Palavra de um devoto:
Nem mais um cigarro…
O cónego Araújo era uma alma verdadeiramente apostólica, de vontade firme ao serviço da virtude. Em novo, fumava muito. Por várias vezes procurava pôr de parte esse hábito supérfluo, mas não conseguira.
Um dia, ao ler a vida da pequena Jacinta, deparou com a descrição dos sacrifícios da vidente pela conversão dos pecadores: privava-se da merenda e da água, mesmo com muita sede, fazia um cinto de arbustos, etc.
O bom cónego disse consigo:
- Então esta criança era capaz disto e eu não sou capaz de deixar de fumar?! Pois é hoje mesmo!
E nunca mais fumou um cigarro, pela conversão dos pecadores.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O meu mundo não é deste reino


6ª Feira - VI Semana Comum


Do Evangelho de hoje:
“Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Que daria o homem em troca da sua vida?”


1ª Reflexão
Às vezes tentamos agarrar uma coisa e mais não fazemos que perdê-la mais depressa. É como se apertássemos uma mão cheia de areia. Quanto mais apertamos para nós, mais ela se nos escapa por entre os dedos. É preciso deixá-la à vontade na palma da nossa mão para que permaneça e nada se perca.
Assim também a nossa vida: quanto mais a queremos agarrar ou prender a nós mais se nos escapa. É preciso abrir mão para podermos ganhá-la.

2ª Reflexão
A vida que devemos manter não é esta daqui da terra, pois nós somos cidadão do infinito. Não somos daqui…
Não somos seres humanos a fazer uma experiência espiritual, mas sim seres espirituais a fazer uma experiência humana.
Não somos seres humanos a tentar ganhar uma vida espiritual, mas sim seres espirituais a fazer uma experiência humana.
Por isso posso dizer com toda a propriedade:
O meu mundo não é deste reino, porque sou cidadão do infinito.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Pronto para ouvir e lento para falar

4ª Feira - VI Semana Comum


Mote
Da Epístola de São Tiago:
“Cada qual seja pronto para ouvir,
lento para falar
e lento para se irar,
porque a ira do homem
não realiza a justiça de Deus."


Glosa
Sê pronto para ouvir
e lento para falar;
mantém a cabeça sempre fria
e o coração sempre quente;
a mão sempre larga
e a língua sempre curta;
os pés assentes na terra
e os olhos fixos no céu;
engole o amargo
e cospe o doce...

(adaptado de Paco Leon)








terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

No dia dos Namorados


Hoje, tal como 'muito' por toda a parte, na Escola onde trabalho, também se celebrou com pompa e circunstância São Valentim ou o Dia dos Namorados. Houve muitas flores, chocolates, prendas, surpresas, bolos, laços, mimos aos mil. Nenhuma namorada ou namorado foi esquecido.
Mas houve mais - também houve quem se lembrasse de quem não tem namorado ou namorada.
Apareceu num lugar central da escola uma caixinha cheia de rebuçados com a seguinte inscrição: Só para quem não tem namorado (a).
Os que não têm namorados também foram lembrados; ninguém se esqueceu de ninguém.
Graças a Deus! Isto é um acto de reparação, uma sensibilidade apurada, um gesto de integração....
Estou certo de que Deus, neste dia tal como sempre, não se lembra apenas dos namorados ou dos que celebram este dia, mas lembra-se de todos e a cada um quer celebrar...
Foi uma boa oportunidade de neste dia celebrar todos... os que são ou não namorados.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os cachorrinhos

5ª Feira - V Semana Comum


NA ESCOLA DOS ANIMAIS


I

A primeira lição tem por título: por que ter um cão?

1.     Para que, ao chegares a casa, sejas saudado por alguém que te ame e crê não poder verdadeiramente viver sem ti.

2.     Para que ele te ensine a acreditar nos nossos semelhantes.

3.     Para que aprendas a viver sem egoísmo e sejas responsável por alguém que depende de ti e nunca reclama.

4.     Para que não te esqueças de que na vida também é preciso brincar, como ele faz.

5.     Para teres um alarme vivo e um vigilante que nunca dorme em serviço.

6.     Porque o cão é o único verdadeiro amigo que o dinheiro não pode comprar.

7.     Para que te comovas com a sua dedicação, é que ele a manifesta apenas com provas.

8.     Para que ele te ensine que só se ladra contra aqueles que não se conhece.

9.     Não é para que o cão se pareça ao dono, mas sim o homem ao cão.

10.                       Para que chegues à conclusão que nem sempre os que estão amarrados junto a ti são os mais dedicados.

II

A segunda lição é retirada do Directório Espiritual do Pe. Dehon e mostra como se pode aprender com os animais. Só uma grande alma é capaz de partilhar mensagens como esta:

”A fidelidade e a confiança são a nossa segurança.

O símbolo da fidelidade é o cão. O cachorrinho afeiçoa-se ao seu dono, gosta dele, é-lhe reconhecido, mantém-se de bom grado a seus pés, aborrece-se com a sua ausência, espera-o, alegra-se com o seu regresso.

Sejamos fiéis a Nosso Senhor, como cachorrinhos. Quedemo-nos a Seus pés. Gostemos de pensar n’Ele, de contemplá-l’O.

O cão verdadeiramente fiel não desanima, mesmo quando é batido. A sua fidelidade é a toda a prova. O seu instinto diz-lhe com certeza que a severidade do dono lhe é devida e que as carícias virão depois.

Jesus aprecia sobretudo a fidelidade nas pequenas coisas... “

III

Para responder:

- Se tu tivesses um cão, de qual das 10 lições é que mais precisarias?

- O homem chama ao cão o seu fiel amigo. Se o cão falasse, o que é que chamaria ao homem?

- Se quisesses escolher um animal para símbolo da tua vida, que animal escolherias e porquê?


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Bakhita

De Escrava a Santa

A) Lição de Fé
Josefina Bakhita consagrou-se para sempre a Deus, a quem ela chamava com carinho "o meu Patrão!"
Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: “Quem é o Patrão dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensa de vê-Lo, conhecê-Lo e prestar-lhe homenagem”.
Com a idade, chegou a doença longa e dolorosa: "Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as malas e direi a Deus: Pai eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: Fecha a porta, porque fico".


B) Lição de Esperança
“Em que consiste esta esperança? … Pois bem, chegar a conhecer Deus, o verdadeiro Deus: isto significa receber esperança…
O exemplo de uma santa da nossa época pode, de certo modo, ajudar-nos a entender o que significa encontrar pela primeira vez e realmente este Deus. Refiro-me a Josefina Bakhita, uma africana canonizada pelo Papa João Paulo II.
Nascera por volta de 1869 – ela mesma não sabia a data precisa – no Darfur, Sudão.
Aos nove anos de idade foi raptada pelos traficantes de escravos, espancada barbaramente e vendida cinco vezes nos mercados do Sudão.
Por último, acabou escrava ao serviço da mãe e da esposa de um general, onde era diariamente seviciada até ao sangue; resultado disso mesmo foram as 144 cicatrizes que lhe ficaram para toda a vida.
Finalmente, em 1882, foi comprada por um comerciante italiano para o cônsul Callisto Legnani que, ante a avançada dos mahdistas, voltou para a Itália. Aqui, depois de «patrões» tão terríveis que a tiveram como sua propriedade até agora, Bakhita acabou por conhecer um «patrão» totalmente diferente – no dialecto veneziano que agora tinha aprendido, chamava «paron» ao Deus vivo, ao Deus de Jesus Cristo. Até então só tinha conhecido patrões que a desprezavam e maltratavam ou, na melhor das hipóteses, a consideravam uma escrava útil. Mas agora ouvia dizer que existe um «paron» acima de todos os patrões, o Senhor de todos os senhores, e que este Senhor é bom, a bondade em pessoa. Soube que este Senhor também a conhecia, tinha-a criado; mais ainda, amava-a. Também ela era amada, e precisamente pelo «Paron» supremo, diante do qual todos os outros patrões não passam de miseráveis servos. Ela era conhecida, amada e esperada; mais ainda, este Patrão tinha enfrentado pessoalmente o destino de ser flagelado e agora estava à espera dela «à direita de Deus Pai». Agora ela tinha «esperança»; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa. Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava «redimida», já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus…
A 9 de Janeiro de 1890, foi baptizada e crismada e recebeu a Sagrada Comunhão das mãos do Patriarca de Veneza.
A 8 de Dezembro de 1896, em Verona, pronunciou os votos na Congregação das Irmãs Canossianas e desde então, a par dos serviços na sacristia e na portaria do convento, em várias viagens pela Itália procurou sobretudo incitar à missão: a libertação recebida através do encontro com o Deus de Jesus Cristo, sentia que devia estendê-la, tinha de ser dada também a outros, ao maior número possível de pessoas. A esperança, que nascera para ela e a «redimira», não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a muitos, chegar a todos…”
(Cf. CARTA ENCÍCLICA SPE SALVI, nº 3, de BENTO XVI, Roma, 2007)

C) Lição de Caridade
Por mais de cinquenta anos, esta humilde Filha da Caridade, dedicou-se às diversas ocupações na congregação, sendo chamada por todos de "Irmã Morena". Ela foi cozinheira, responsável do guarda-roupa, bordadeira, sacristã e porteira. As irmãs estimavam-na pela generosidade, bondade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido.
A sua humildade, a sua simplicidade e o seu constante sorriso, conquistaram o coração de toda população.
Dizia: “Se voltasse a encontrar aqueles comerciantes que me raptaram e torturaram, me ajoelharia para beijar as suas mãos, porque se isto não tivesse acontecido, hoje não seria cristã e religiosa.”  
As suas últimas palavras foram: "Nossa Senhora!". Irmã Josefina Bakhita faleceu no dia 8 de Fevereiro de 1947.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Chagas de Cristo

Hoje em Portugal celebramos a festa das Cinco Chagas de Cristo.

É uma festa Evangélica:
Cumpre-se a profecia - hão-de olhar para aquele que trespassaram...
e acolhe-se a manifestação de Cristo ressuscitado, pois todas as vezes que aparecia aos discípulos mostrava-lhes o lado, as mãos e os pés..

É uma festa Histórica:
Cumpre-se a promessa do rei D. Afonso Henriques que atribuiu a vitória da batalha de Ourique às armas de Cristo na Cruz e por isso quis que permanecessem nas suas armas, estandarte e bandeira. Em cada escudo (que representa os cinco reis que venceu) assinalou cinco pontos brancos para representar as cinco chagas de Cristo, pois a vitória foi e será sempre de Cristo.

É uma festa Actual:
O grande poeta épico Luís de Camões na instãncia 7 do Canto Primeiro enaltece as armas de Cristo que são também as armas portuguesas:

Vede-o no vosso escudo, que presente
Vos amostra a vitória já passada,
Na qual vos deu por armas e deixou
As que Ele para si na Cruz tomou.

As chagas de Cristo foram as suas armas
para que as nossas armas fossem as suas chagas.

1ª - A chaga do Lado
É a Eucaristia, fonte da vida, de graça e de luz.

2ª - A chaga da Mão Direita
É a arma da força do Amor divino.

3ª - A chaga da Mão Esquerda
É a arma do apostolado ou da evangelização.

4ª - A chaga do Pé Direito
É a arma do socorro da caridade para com o próximo.

5ª - A chaga do Pé Esquerdo
É a arma da Salvação e do arrependimento final.

Contemplar as Cinco Chagas de Cristo é tomar estas cinco armas para nos tornarmos vencedores em Cristo Senhor.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Jesus Carpinteiro

4ª Feira - IV Semana Comum

Do evangelho de hoje:
“Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: Não é Ele o carpinteiro? Jesus estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.”

As mãos de Cristo
 - Diga-me, D. Luísa, se Jesus Cristo aparecesse ali à porta, como pensa seriam as suas mãos? – perguntou Leão Harmel à irmã de Luís Veuillot.
- Não sei… Talvez como estão representadas naquele quadro…
- Nada disso, D. Luísa. Seriam mãos de carpinteiro, endurecidas, calejadas…
- Ah! senhor, que horror!
- Elisa, já te esqueceste de que o nosso pai era tanoeiro? – interrompeu Luís Veuillot, de um canto da sala.
In Exemplário, Pe. Mário Salgueirinho, nº 537, Porto 1959

Jesus pertencia à classe dos artesãos, era um autêntico carpinteiro e filho de carpinteiro.
As mãos de Jesus eram como as nossas mãos para que as nossas mãos sejam semelhantes às suas mãos…
Como carpinteiro Jesus não nos ensinará a transformar madeira em cruzes, mas a transformar as nossas cruzes em fonte de vida.


O Carpinteiro dos nossos Corações
Jesus me mostrou que o carpinteiro pega um pedaço de madeira tão sem forma, tão sem valor e então aplaina, endireita, tira lascas, aplaina de novo, lixa e dá formas antes não esperadas... O processo é tão bruto, tão artesanal, tão simples, mas uma coisa é certa: a madeira, ao fim do processo não será mais a mesma; ela será algo melhor do que antes.

A forma de Jesus trabalhar a vida daqueles que O buscam de todo o seu coração também é simples assim.

Ele pegou a nossa vida tão bruta, tão cheia de caroços e nós, de imperfeições e falhas e nos leva para a sua carpintaria e, com as suas simples ferramentas, simples, mas eficazes, começou a aperfeiçoá-las. O trabalho é dolorido para muitos. Muitos de nós antes de cairmos nas mãos do carpinteiro de Nazaré éramos altos troncos, grandiosos na aparência, com grandes copas de orgulho, galhos estendidos mostrando os frutos do nosso poder e riqueza, porém, um dia veio o machado da decepção, da traição, da perda de alguém amado e derrubou-nos ao chão. E quando achávamos que era o fim de tudo, ouvimos passos firmes no meio da floresta, e então vimos aquele homem simples que reflectia a paz e a mansidão. Ele então nos tomou nos seus braços e nos levou para a sua carpintaria.
Lá estávamos nós, cortados, feridos, marcados. Então, o nazareno começou a trabalhar em nós, arrancando as pontas, tirando a casca, aplainando os pontos tortuosos, lixando e tirando as farpas, trazendo assim rectidão à nossa forma antes indefinida e sem atractivo algum.
Ele arrancou tudo aquilo do passado que estava grudado e incrustado em nós, tirou a casca do nosso carácter e mostrou quem realmente somos, endireitou a nossa vida, lixou as farpas em nós que feriam tantas pessoas à nossa volta e nos deu um perfil novo.
Ele pegou então a madeira aplainada, limpinha, sem farpas nem nós ou pontas e começou a entalhar lindas formas.
E então, a nossa vida que antes era sem valor, começou a tomar forma e a chamar a atenção de todos, não por causa da madeira em si mesma, mas do trabalho lindo feito nela.

Tudo o que entregamos nas mãos de Jesus, Ele nos devolve melhor do que antes.
Entregaram-lhe água, Ele devolveu vinho, excelente vinho.
Entregaram-lhe a filha de Jairo morta, Ele a devolveu viva e saudável.
Entregaram-lhe um menino epiléptico, Ele o devolveu são e liberto.
Entregaram-lhe doze homens sem estudo algum, Ele os devolveu como pastores de corações.
Entregaram-lhe uma rude cruz, Ele a devolveu como Salvação para todo que nEle crê.

Jesus nos ama e quer mudar a nossa vida, transformar o nosso coração.
Entreguemos a nossa vida nas mãos do Carpinteiro de Nazaré e os nossos corações serão semelhantes ao d’Ele.
Adaptado de um escrito de Gean Pierre, 18/01/2009.