segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Ser apóstolo é ser ponte


Festa de Santo André, Apóstolo

Nos evangelhos a sua missão é apresentada como ponte:

- Foi ponte que uniu seu irmão Simão (Pedro) a Jesus (Jo 1, 40-41)

- Foi ponte que levou o rapazinho dos pães a Cristo (Jo 6, 8-12)

- Foi ponte que ligou os gentios (gregos) e Jesus Cristo (Jo 12, 20-24)

 

Que todos os discípulos hoje também sejam pontes:

para levar os irmãos até Deus 

e trazer Deus até aos irmãos.

 

Outras lições de Santo André:

- O nome André não é hebraico, mas grego, daí ser ponte com os gregos e de espírito universal.

- Era Irmão mais velho de Simão, daí a responsabilidade de o levar ao Messias

- Viveu momentos de intimidade com João Batista e depois com Jesus. André e outro discípulo foram ver onde morava e ficaram com Jesus nesse dia.

- Foi o primeiro a ser chamado (protóclito) e o primeiro apóstolo a seguir Jesus até à cruz.

Ao aproximar-se da cruz para ser executado assim cantou:

Salve Santa Cruz,

tão desejada, tão amada.

Leva-me para longe dos homens

e entrega-me ao meu Mestre e Senhor,

para que eu de ti receba

quem por ti me salvou.

 

Ver também:

Santo André

A arte de pescar

Protóclito

O anzol de Jesus

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Tudo passa tudo passará


6ª feira – XXXIV semana comum

Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.

 

A – Se tudo passa então nada nos deve preocupar. Por isso cantava Santa Teresa de Ávila: Nada te turbe.

 

Nada te turbe,

Nada te espante,

Tudo passa,

Deus não muda,

A paciência tudo alcança;

Quem a Deus tem

Nada lhe falta:

Só Deus basta.

 

B – Se tudo passa, então é preciso desvalorizar o presente, ou não dar tanta importância ao que temos ou somos.

Um discípulo foi ter com o seu professor de meditação, cheio de tristeza, quase a desistir, e disse:

- A minha prática de meditação é um fracasso! Ou me distraio completamente ou as pernas me doem muito, ou me entrego ao sono.

- Isso passará – disse o mestre, suavemente.

Uma semana depois, o mesmo estudante voltou à presença do mestre, mas agora eufórico:

- A minha prática de meditação tornou-se maravilhosa! Sinto-me tão vigilante e tão pacificado. É simplesmente extraordinário.

O mestre respondeu-lhe com a mesma tranquilidade:

- Isso também passará!

 

C - Também cantava Nelson Ned que nada fica, nada ficará:

Mas tudo passa, tudo passará

E nada fica, nada ficará

Só se encontra a felicidade

Quando se entrega o coração.

 

Entreguemos então o nosso coração a Deus para que o nosso amor seja eterno como Ele.

 

Ver também:

Nunca passará

Olhai a figueira

Aprender da figueira

Cada árvore é um livro

O tempo e a eternidade

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O exemplo dos forcados

 

5ª feira – XXXIV semana comum

 

Haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo… As forças celestes serão abaladas.

Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.

Duas atitudes podemos ter, perante as adversidades:

A – Ou escondemos a cabeça como a avestruz

B – Ou pegamos o boi pelos chifres

 

A – Eu sei que é um mito que a avestruz esconde a cabeça na areia para não ver o perigo que se aproxima. O que ela faz é escutar no chão o ruido de quem se aproxima. Além disso, quando alguém ao longe a vê comer de cabeça baixa, tem a ilusão da cabeça estar na areia, mas na realidade é miragem ou o efeito do calor que dá a sensação de areia. Para além disso parece que ela descansa recolhendo a cabeça debaixo das asas de modo que parece um arbusto. Mas as suas patas estão muito bem fixas no chão que será muito difícil derrubá-la. E para escapar ao perigo tem como estratégia fugir em grande velocidade, o que recompensa não poder voar.

Em todo o caso, a avestruz pode ser modelo de quem não quer enfrentar o perigo ou quem apenas foge dele.

 

B – Em toda a minha vida só assisti ao vivo a uma tourada. Foi em 1982, ainda não era padre. Foi na Arena do Campo Pequeno, uma Tourada à moda Antiga. Confesso que não percebi grande coisa e que não aprecio essa arte ou seja lá o que for, apesar de não ser fundamentalista em relação aos animais, nem por um lado nem por outro. Das poucas coisas que me lembro é que os forcados, aqueles que deviam pegar o touro, aproxima-se do animal numa atitude de altivez e de desafio, levantando a cabeça, vendo o touro debaixo do seu queixo. As duas criaturas estão em igualdade de circunstâncias, sem outras armas a não ser as que a natureza lhes deu.

Em todo o caso vejo a diferença: O touro avança para o adversário abaixando a cabeça, enquanto o forcado avança com a cabeça erguida. E nesta luta ou nesta dança, ninguém sai vencedor ou perdedor. O objetivo é enfrentar o adversário e não se deixar dominar por ele. É por isso que depois da pega, se tudo correr bem, cada um vai para o seu canto… O boi continua de cabeça baixa e o forcado de cabeça bem levantada para acolher os aplausos e os olés.

 

Na arena da nossa vida com quem mais nos parecemos?

- Como a avestruz a baixar a cabeça?

- Ou como o forcado a pegar o perigo pelos seus chifres?

 

Quem levanta a cabeça não foge aos adversários.

Quem levanta a cabeça não se deixa vencer pelos perigos.

 

Ver também:

Como burro num poço

Todo o prazo vence

Levantai a cabeça

Erguer-se

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Perseverança


4ª feira – XXXIV semana comum

 

A palavra do dia é – PERSEVERANÇA

O seu étimo latino é:

PER + SEVERUS = por/através + sério/estreito.

Perseverar é manter-se sério ou severo. 

O seu oposto é desistir ou abandonar.

Fazer um ato de caridade é fácil.

Ir de vez em quando à missa, rezar o terço ocasionalmente não são coisas do outro mundo.

Diz um ditado que até o diabo pode ficar bom por um dia.

O símbolo do cristão deve ser a perseverança no bem, faça sol ou faça chuva.

O bem não tem férias, é todo dia, sem interrupções.

Diz-nos Jesus que só aquele que perseverar até o fim será salvo.

Perseverar é ser fiel.

 

Ver também:

O fim dos tempos

Perseguidos em casa

Ser mártir

Tal como Jesus

Línguas de fogo

Os nossos inimigos

 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Cristãos sem provas


Memória de Santo André Dung-Lac e companheiros, mártires no Vietname (séculos XVI-XIX)

Foram acusados por serem cristãos e as provas foram suficientes para a sua condenação.

 

E se isto fosse contigo?

Se tu fosses preso por ser cristão, haveria provas para te condenar?

Será que existiriam apenas indícios?

Ou haveria verdadeiramente provas que te condenariam?

Serias apenas um simpatizante, mas não um comprometido?

Terias a coragem de te afirmar cristão em caso de proibição ou denúncia?

Estarias disposto a pagar o preço de ser cristão com o sofrimento, a prisão ou a morte?

Se fosses desprezado, maltratado ou até torturado por seres cristão, continuarias a afirmar-te assim?

Os mártires que hoje são celebrados não hesitaram em afirmar-se cristãos, apesar da perseguição e da ameaça, pois nem a morte iminente os fez desistir.

 

É preciso deixar que os indícios que de somos cristãos apareçam na nossa vida.

Essas provas flagrantes, esse crime consumado, levariam à condenação pelo mundo, mas à coroação por Deus.

É preciso confessar que somos verdadeiros cristãos.

(Cf. David Otis Fuller)

 

Ver também:

Subir ao céu

 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

A felicidade de dar tudo


2ª feira – XXXIV semana comum

A imagem diz tudo.

Admiro a atitude feliz da pobre viúva ao dar tudo o que tinha: duas pequenas moedas, no tamanho e no valor.

 

O som das moedas

Jesus pôs-se a ouvir e a ver os ricos a deitarem as suas ofertas, grandes quantidades de moedas no tesouro do Templo ou Gazofilácio. Devia ser de facto um espetacular desfile de vaidades.

Jesus viu o que toda a gente viu, mas só ele ouviu o que mais ninguém ouviu: duas pequenas moedas a cair no tesouro. Só um humilde é capaz de reconhecer e identificar a humildade nos outros.

Porque é que os mendigos para receberem as esmolas, usam sempre pratos de estanho? Porque recorrem à vaidade de quem dá, que gosta de ouvir a moeda a tilintar no metal do prato. Nas igrejas usam-se caixas com fundo de pano para que as pessoas não procurem ouvir o barulho das moedas quando dão, e para que só Deus saiba.

Conclusão: Só a pobre viúva partilhou a sua generosidade, pois os outros partilharam apenas a sua vaidade.

 

Valor das moedas

As duas moedas da pobre viúva são 2 leptos (as moedas de valor mais inferior).

Só para termos a noção dessa insignificância que aos olhos e aos ouvidos de Jesus valiam mais do que os milhões doados pelos ricos, façamos os trocos:

- 1 denário, que equivale ao salário de um dia de um simples trabalhador, correspondia a 280 leptos (como as pequenas moedas de bronze da viúva).  

Correspondências:

- Aos trabalhadores da vinha foi ajustado o salário de 1 denário (que corresponde a 128 moedas da viúva).

- O bom samaritano pagou ao estalajadeiro 2 denários para o alojamento do homem ferido (correspondendo a 256 leptos)

- O perfume derramado aos pés de Jesus pela pecadora foi avaliado para mais de 300 denários (correspondendo a 38.400 leptos).

- Dois passarinhos eram vendidos por 8 leptos (o que corresponde a 4 moedas por cada um) Tudo o que a pobre viúva possuía para viver só dava para comprar meio passarinho.

Se o salário diário de um trabalhador de então era 1 denário, pode corresponder então à média de 25€ por dia de um simples trabalhador. Se 25€ corresponde a 128 leptos, então cada euro equivale a 5,12 leptos e cada lepto corresponde a 0,20€.

Conclusão: A viúva só possuía 40 cêntimos para viver, o valor de meio passarinho e apesar disso doou tudo, mesmo sendo viúva (não tendo ninguém que a ajudasse). Todo o dinheiro da viúva, os 2 leptos, não dava para comprar mais que dois papos-secos ou carcaças.

 

A forma das moedas

Porque é que as moedas sempre foram redondas?

Tenho a impressão que são assim para nos lembrarmos que elas devem circular,

Uma moeda é sempre circular par ninguém acumular, mas pô-la sempre a circular ou girar: tão depressa vem, como depressa vai.

Conclusão: Não vale a pena acumular moedas, pois será a negação das mesmas.

 

Ver também:

Da oferta da viúva à viúva da oferta

Quem dá mais

Óbolo da viúva

Da pobre viúva

Deus não gosta de sobras

Deu tudo

 

domingo, 22 de novembro de 2020

A coroa de espinhos


Ano A – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

A coroa de Jesus é a nossa coroa

A nossa coroa é a coroa de Jesus

 

A – A coroa de espinhos de Jesus

Colocaram uma coroa com espinhos que tinham tecido e cravaram-na na cabeça de Jesus, com a cana batiam-lhe na cabeça (Mt 27,29).

É o Terceiro dos mistérios dolorosos do Rosário.

Podemos ver Jesus com essa coroa durante a paixão e na Cruz.

E depois de ressuscitado onde podemos ver a sua coroa de espinhos?

Na imagem do Coração de Jesus, a coroa de espinhos não está na cabeça de Jesus, mas à volta do seu coração.

As relíquias da coroa de espinho, segundo a tradição foram levadas pelos turcos para Constantinopla. O Rei São Luís de França, comprou-a em 1239 e expô-la na catedral Notre-Dame de Paris. A 15 de abril de 2019 um grande incêndio destruiu grande parte dessa catedral, mas a relíquia da verdadeira coroa de espinhos foi retirada intacta.

Saibamos contemplar Cristo na cruz com uma coroa de espinhos na cabeça para chegarmos à contemplação de Cristo Ressuscitado cuja coroa de espinhos nos leva ao seu Sagrado Coração.

 

B – A nossa coroa de espinhos

Jesus usou uma coroa de espinhos cá na terra para que nós possamos usar uma coroa de glória na eternidade.

Desde o dia do nosso batismo nós somos chamado a fazer parte de Cristo sacerdote, profeta e rei. Assim cada um de nós é rei em Cristo e com Cristo. Cada um tem a sua coroa.

Numa altura de grande pressão, de calúnias e difamação, Catarina de Sena (1347-1380, cuja festa é a 29 de abril) estava prestes a desistir do seu esforço de santificação. Apareceu-lhe então Jesus com 2 coroas nas mãos:

- Terás de usar uma a seguir à outra. Qual preferes usar agora? Se escolheres a coroa de espinhos para esta vida, guardarei a preciosa para a outra vida. Se escolheres a coroa preciosa, terás de usar a de espinhos depois da morte.

Catarina de Sena agarrou a de espinhos e coloco-a com força e determinação na sua cabeça… a retirou depois a coroa, mas o sofrimento ou a dor continuou até à sua morte, quando foi coroada de glória no céu.

Cada um tem a sua coroa de espinhos. Saibamos então levá-la com todo o carinho nesta terra para não nos ferir, para que um dia possa ser substituída pela coroa de glória na eternidade.

É por isso que no trecho do evangelho de hoje, Jesus no seu trono, coroa de glória os que praticaram as obras de misericórdia.


Ver também:

Rei de amor

Família real

Cristo Rei

Cristo é Rei

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Não-violência de Jesus


6ª feira – XXXIII semana comum

- Alguém usou alguma vez de violência para com Jesus?

- Sim…

- Jesus usou alguma vez de violência para com alguém?

- Não…

 

- Então como se explica o episódio da expulsão dos vendilhões do templo?

O episódio está nos quatro evangelhos.

O relato de Lucas é o mais pacífico ou não violento, pois diz simplesmente que Jesus expulsou os vendedores do templo, sem referir como nem com quê (Lc 19,45).

Mateus e Marcos dizem que expulsou vendedores e compradores e derrubou-lhes as mesas, mostrando assim uma intervenção mais violenta (Mt 21,12; Mc 11,15-16).

João, o evangelista mais bondoso, tem o relato mais violento. Fala do chicote de cordas feito por Jesus para expulsar vendedores e cambistas com as suas ovelhas e pombas, espalhando as moedas pelo chão e derrubando as mesas (Jo 2,13).

 

- Então, houve ou não violência?

Imaginemos que dois novilhos entram na minha horta. Eu gosto muito deles, mas para salvaguardar outros valores, tenho de pegar numa vara e fazê-los sair desse espaço. Nem precisarei de tocar neles com a vara…Ao saírem dali, com certeza que os novilhos, com toda a agitação, pisarão algumas plantas, derrubarão outras.

Tal foi o que aconteceu no templo.

Se Jesus tivesse usado de violência ao expulsar os vendilhões do templo, alguém poderia dizer: Se esta casa não é casa de comércio como dizes, então também não pode ser casa de violência como estás a fazer. De facto a violência destrói o que pretende defender. 

Jesus tinha tudo para ser um homem ressentido e violento, pois sofreu desde cedo a violência dos poderosos e prepotentes.

Ainda criança, os seus pais tiveram que fugir com o menino para o Egipto para escapar à perseguição e violência de Herodes.

Quando adulto experimentou a recusa violenta ao passar por certas aldeias, mas recusou a proposta de vingança apresentada por alguns dos seus apóstolos.

Quiseram precipitá-lo da colina abaixo, mas ele com calma seguiu o seu caminho.

De grande violência foi a sua acusação, julgamento e condenação, mas a sua resposta foi: Pai, perdoa-lhes que não sabem o que fazem…

 

E como se compreende a sua declaração de que o Reino dos Céus é dos violentos?

Neste caso, o Reino é de quem luta, de quem se empenha em conquistar-se a si mesmo para a eternidade, de quem trabalha sem descanso por um ideal.

 

A não-violência foi ensinada e vivida por Jesus.

Jesus ensina com palavras e com ações que não só devemos assumir a não-violência, como também devemos rezar pelos violentos e pagar o mal com o bem.

A não-violência, ensinada e praticada por Jesus, deve ser paradigma ou modelo para todos os seus discípulos.

 

O episódio da expulsão dos vendedores do templo é uma oportunidade para cada um de nós tomar consciência de que se nos deixarmos invadir de certos agentes ou domínios, serão grandes o prejuízo e a dor quando, com a ajuda de Deus, tentarmos expulsá-los da nossa vida

 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Os quatro seres vivos


4ª feira – XXXIII semana comum

Da primeira Leitura

À volta do Trono vi quatro Seres Vivos. O primeiro Ser Vivo era semelhante a um leão,  o segundo a um novilho, o terceiro tinha o rosto como o de um homem e o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo. E não cessavam de clamar dia e noite: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Omnipotente, Aquele que é, que era e que há de vir…

 

Em geral identificamos estes quatro seres com os quatro evangelistas – Marcos/Leão; Lucas/novilho; Mateus/rosto humano e João/águia.

A minha reflexão liga este trecho a Lc 10,27 ou Dt 6,4 – O Primeiro Mandamento é Amar ao Senhor com todo o teu coração

Com toda a tua alma

Com todas as tuas forças

E com todo o teu entendimento.

 

Isto não é nem mais nem menos do que as quatro figuras que aclamam à volta do Trono.

O coração é simbolizado pelo Leão, o seu peito saliente.

A alma indica o ser vivo com rosto humano.

As forças estão relacionadas com o touro ou novilho.

O entendimento refere-se à águia, ao pensamento que voa mais alto.

Todo o conjunto representa a Criatura que Deus criou, a pessoa humana.

Afinal, estes quatro seres vivos somos nós.

Cada homem deve louvar a Deus como um leão, uma alma, um novilho e uma águia.

Cada homem deve louvar a Deus com todo o seu coração, com toda a alma, com todas as forças e com todo o seu entendimento.

 

Do trecho do Evangelho:

A parábola das minas é a versão de Lucas da parábola dos talentos com três correções ou precisões.

À crítica de que o senhor não foi justo, Lucas põe-no a dar a cada um dos seus amigos um valor igual, apenas uma mina.

À crítica de que os amigos não sabiam o que o senhor queria que fizessem, Lucas põe-no a dizer que pusessem a render o que recebiam.

Finalmente mostra que nenhuma ação ou omissão é inconsequente. Quem não obedece, tem de assumir as suas consequências. O mal do servo preguiçoso foi não obedecer  àquilo que o senhor lhe mandara (pôr a render). Mal igual foi o dos cidadãos que não queriam obedecer ao novo rei. Quem não quis obedecer ficou totalmente despojado do que recebera, a moeda ou a vida.

Aprendamos a fazer o que Deus nos manda, pondo a render a vida e a missão que ele nos deu. Só assim não seremos servos inúteis, ou melhor, não seremos servos indignos.

 

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A melhor é a esmola


Santa Isabel da Hungria (1207-1331)

3ª feira – XXXIII semana comum

Filha do rei André da Hungria, casou com Luís IV rei da Turíngia. Ao enviuvar muito nova e com 3 filhos, renunciou aos seus títulos e entrou para a Ordem Terceira Franciscana, vivendo com os pobres e para os bens a quem doou todos os seus bens, fundando hospitais e casas de acolhimento.  

 

Também Zaqueu, no episódio evangélico de hoje, doou metade dos seus bens aos pobres.

 

- Porquê fizeram assim fizeram estas duas santas almas?

- Porque é bom dar esmola como penitência dos pecados; o jejum vale mais que a oraçãomas melhor que ambos é a esmola.

(Cf. Ofício leitura, 6ª feira da XXXII semana, de uma Homilia do século II)

 

Ver também:

Mãe dos pobres

 

Ver ainda:

Eu sou Zaqueu

A árvore de Zaqueu

Zaqueu

Três olhares

Sobe e desce

Três lições de Zaqueu

Partilhas de Zaqueu

Sicómoro de Zaqueu

Ver e ser visto