quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Curiosidades missionárias


Ao terminar o mês e o ano missionário extraordinário, aqui deixo mais algumas curiosidades missionárias - porquê, quem, como devem ser os missionários.

Porque precisamos de missionários?
“Por que motivo o Evangelho, que é a Verdade revelada, estupenda e salvadora, não se propaga por si próprio, como as descobertas científicas, ou qualquer novidade aliciante?
Por que motivo o Evangelho precisa de missionários?
Porque a fé deve ser levada, deve ser anunciada pela viva voz: de pessoa a pessoa.
A linha de comunicação da fé, inicialmente, e a seguir, normalmente, deve ser humana.
É necessário o missionário, isto é, o homem enviado pela autoridade apostólica da Igreja, a fim de que a mensagem divina possa chegar ao destino, isto é, atingir o coração dos homens.
Sempre precisaremos de missionários.”
(CF. São Paulo VI, audiência geral 6/8/69)


Quem são os missionários?
São uma espécie rara, um misto de 3 criaturas.
Para ser missionário é preciso ter:
- um estômago de avestruz.
- uma pele de crocodilo.
- um coração de pomba.
Como Jesus dizia: prudentes como as serpentes e simples como as pombas...
(Cf. Comunidade dehoniana em Angola)


Como devem ser os missionários?
“Os dehonianos destinados às missões da Zambézia, em Moçambique, foram apresentar-se ao bispo da Beira, D. Sebastião, à qual pertencia essa zona missionária.
“O bispo acolhe-nos com amabilidade… E despede-nos com um conselho:
- Se quereis ser bons missionários precisais de três coisas: primeiro paciência. Segundo paciência, terceiro paciência.”
(Cf. Pe. Comi, Beira, 21/03/1957)



quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Olha o profeta que vai


No Antigo Testamento não havia missionários, havia profetas.
Os profetas eram os enviados.
Ser profeta é ser missionário.
Ser missionário é ser profeta.

OLHA O PROFETA QUE VAI

Olha o profeta que vai
sem ter um poiso permanente,
num mar revolto pelo vento,
mas livre como o luar.
Como ele tu podes ser
construtor de um mundo novo,
levando o coração mais além…
levando o coração mais além…

Quem é aquele que parte
sem olhar para trás?
Quem é aquele que vai
por caminhos de paz?

Quem é aquele que faz
brotar a vida como fonte?
Quem é aquele que leva
o sol no seu horizonte?

Quem é aquele que anuncia
palavras de libertação?
Quem é aquele que tem
o outro como seu irmão?

Quem é aquele que responde
só com gestos de amor?
Quem é aquele que não teme
nem a espada nem a dor?

Quem é aquele que vem
trazendo frutos de esperança?
Quem é aquele que põe
em Deus plena confiança?

Quem é aquele que sonha
com nova terra, novos céus?
Quem é aquele, quem é?
É um profeta de Deus!

Olha o profeta que vai
descobrir o mestre da vida.
Olha o profeta que vem
seguir a vida do mestre
Como ele tu podes ser
construtor de um mundo novo,
levando o coração mais além…
levando o coração mais além…



terça-feira, 29 de outubro de 2019

Ajudando quem ajuda


O Pe. Dehon enviou em julho de 1910 quatro missionários da sua Congregação SCJ para o Canadá para a Província de Alberta. Devido à construção do caminho de ferro nessa região chegavam continuamente europeus para povoar essas terras. Por toda a parte surgiam novas comunidades necessitadas de assistência espiritual. A povoação que coube aos dehonianos tinha sido fundada havia apenas dois anos e já contava com 1.200 habitantes.
No final de setembro do mesmo ano (1910) o Pe. Dehon visitou esses missionários no Canadá, na sua viagem por ocasião do 21º Congresso Eucarístico Internacional, inaugurado a 6 de setembro em Montreal. O Fundador viajou na companhia do bispo francês, D. Tiberghien, membro da Cúria Romana da Comissão dos Congressos Eucarísticos Internacionais, e juntos continuaram a viagem à volta do mundo.
Foram recebidos em Wainwright pelos missionários dehonianos, no oeste do Canadá. O Pe. Dehon fez questão de hospedar-se na cada dos confrades, onde se arrumou uma cama na sala de jantar, enquanto o Monsenhor encontrou hospedagem no modesto hotel perto da estação.
O Pe. Dehon relata que nesse domingo de meados de setembro, a missa foi celebrada no armazém de uma mercearia, em Beaudry.
No seu diário relata que “os nossos padres começaram, modestamente. Não têm empregados ao seu serviço. Um padre encarrega-se de cozinhar: sopa de leite, omelete e batatas. É o prato de cada dia. No dia seguinte, porém, houve uma surpresa: uma vizinha protestante, ao saber que os nossos padres vierem de longe, mandou-nos uma galinha assada e um bolo. Ajudar os missionários traz felicidade. Eu soube depois que esta bondosa senhora e seus filhos se tornaram católicos mais tarde.” (NQ XXVII, 26).
No dia 21 de setembro os viajantes visitaram Edmonton, a capital de Alberta e daí seguiram viagem.
O Pe. Dehon ficou muito impressionado com a pobreza dos primeiros missionários do Canadá. D. Thiberghien quis fazer-lhes uma oferta. Deixou-os escolher ou cavalos ou um novo altar para a nova capela. A escolha foi imediata: os missionários preferiram os cavalos que lhes seriam muito úteis para chegarem a mais pessoas.

Conclusão:
Três palavras podem resumir este episódio missionário:
Felicidade (ajudar os missionários traz felicidade, uma dupla felicidade pois é ajudar quem ajuda)
Pobreza (podiam ser mais pobres que os outros, mas tinham uma grande riqueza espiritual a partilhar)
Trabalho (eram pau para todo obra, porque trabalhavam para Outro Reino).



segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Ser missionário é transbordar


Há uma canção missionária com o título de TRANSBORDA.

De facto, ser missionário é transbordar.
Transbordar a fé, a esperança e a caridade.
Transbordar o batismo, a consagração, o evangelho, a felicidade.
Transbordar o próprio Cristo que inunda o nosso coração.
Mas para transbordar é preciso deixar-se encher, pois cada um transborda o que tem dentro de si.
É preciso transbordar!

Transborda

A rosa que pus ao vento
Tem vontade de crescer.
Vem renovar o alento
Nas alas do meu viver.
Quero sentir a paixão
Quero sentir o calor,
Quero sentir o coração
Nas asas do teu amor.

         Quero sentir, sorrir, viver.
         Quero olhar, sonhar, andar,
         Eu quero evangelizar.
         … Quero ser missionário!

A família que me ajude
Nesta minha decisão;
Que em nossa casa algo mude
E também no nosso coração.
Há quem precise mais do que eu,
Há quem esteja a sofrer,
Há quem não tenha nada seu
Nem vontade de viver.



domingo, 27 de outubro de 2019

O cumpridor orgulhoso e o pecador humilde


Ano C – XXX domingo comum

Parábola do fariseu e do Publicano





















Com quem eu devo identificar-me – com o fariseu ou com o publicano?

Com o publicano, pois também reconheço que sou pecador.
Mas também com o fariseu porque procuro cumprir a lei e fazer o bem.

O pecador não tinha só defeitos.
O fariseu não tinha só virtudes.
Não posso olhar só para as virtudes do pecador,
nem olhar só para os defeitos do fariseu.

Então quero viver como o fariseu, que tinha sete boas ações.
E quero rezar como o publicano, que era humilde.

As 7 boas ações do publicano:
- Dava graças a Deus
- Não era ladrão
- Não era injusto
- Não era adúltero
- Não era pecador público
- Jejuava duas vezes por semana
- Pagava o dízimo
Fazia estas boas ações, mas era orgulhoso, isto é, era um cumpridor orgulhoso.
O publicano, não fazia nada disto, mas era humilde, isto é, era um pecador humilde.

Assim ensinava Santo Agostinho – “Foi o orgulho que transformou os anjos em demónios. É a humildade que transforma os homens em anjos.”

Conclusão:
É melhor ser um pecador humilde do que um cumpridor orgulhoso.
Viver como o fariseu.
Rezar como o publicano.

No inferno encontram-se todas as virtudes, 
menos a humildade.
E no céu encontram-se todos os defeitos, 
menos o orgulho.

Ver também:


sábado, 26 de outubro de 2019

XXX semana comum


Ofício de leitura

Domingo
1ª – Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos e procurai-O com simplicidade de coração.
2ª – Tudo isto é obra do Senhor, criador do mundo, que dispõe todas as coisas em paz e concórdia, comunicando os seus bens a todas as criaturas.

2ª feira
1ª – Assim pensam os ímpios, mas enganam-se, porque a sua malícia os cega. Ignoram os segredos de Deus e não esperam que a santidade seja premiado.
2ª – Mais vale desagradar aos homens néscios e insensatos, orgulhosos e presumidos na arrogância das suas palavras, do que ofender a Deus.

3ª feira
1ª – O fruto dos bons trabalhos é cheio de glória e a raiz da inteligência é imortal.
2ª – Nada é impossível a Deus, exceto a mentira. Reavive-se, portanto, a nossa fé n’Ele e acreditemos que tudo Lhe é possível.

4ª feira
1ª – Os que santamente tiverem guardado as coisas santas serão reconhecidos santos e quem nelas se tiver instruído encontrará segura defesa.
2ª – Esforcemo-nos por ser contados entre o número daqueles que O esperam, para merecermos tomar parte nos dons prometidos.

5ª feira
1ª – A Sabedoria sendo única, ela tudo pode; e imutável em si mesma, tudo renova.
2ª – Em nós e em todas as coisas está impressa a imagem criada da Sabedoria eterna. O Senhor considera toda a sabedoria que há e se manifesta em nós como participação de Si mesmo.

6ª feira
1ª – A sabedoria estende o seu vigor dum extremo ao outro da terra e tudo governa excelentemente.
2ª – É mais cortante esta Palavra que uma espada de dois gumes, porque é mais incisiva que todo o poder e toda a força, mais subtil que toda a agudeza humana, mais penetrante que toda a sabedoria e todas as palavras da subtileza humana.

Sábado
1ª – Vós amais tudo quanto existe e não odiais nada do que fizestes; porque, se odiásseis alguma coisa, não a teríeis criado.
2ª – Com a providência o criei e, ao contemplar-Me nele, fiquei encantado com a beleza da minha criatura, porque foi do meu agrado criar o homem à minha imagem e semelhança com especial providência.

Santoral

27/10
O humilde não se exalta com a prosperidade, nem se perturba com a adversidade; não pede serviços nem os impõe… A humildade anda sempre acompanhada pela bondade. Assim como não sabe ofender ninguém, também não se queixa das afrontas.

28/10
Estes bem-aventurados discípulos foram colunas e fundamento da verdade. Deles diz o Senhor que os enviou como Ele próprio foi enviado pelo Pai.

1/11
1ª – Sois digno de receber o livro e de abrir os selos, porque fostes imolado e resgataste para Deus e fizestes deles, para o nosso Deus, um reino de sacerdotes que reinarão sobre a terra.
2ª – Os santos não precisam das nossas honras e nada podemos oferecer-lhes com a nossa devoção. Realmente venerar a sua memória interessa-nos a nós e não a eles.

2/11
Morramos pois com Cristo para vivermos com Ele. Seja nosso exercício diário o amor da morte, a fim de que a nossa alma, pelo afastamento dos desejos corpóreos, aprenda a elevar-se para as alturas.



sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Sínodo dos Bispos


























No Sínodo dos Bispos que está a terminar em Roma participam dois Dehonianos, ambos bispos do Brasil: D. Vilsom Basso, bispo de Imperatriz no Maranhão e D. Vital Chitolina, bispo de Diamantino, no Mato Grosso.
O primeiro também já participou no anterior Sínodo, sobre os Jovens, a fé e o discernimento vocacional no ano de 2018.
Este ano o sínodo trata da Amazónia – novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.
Recordamos que os dehonianos desde fevereiro de 2017 assumiram uma paróquia em plena Amazónia, na diocese de Óbidos, no Pará, nas margens do rio Amazonas.
Assim, através destes irmãos nossos, o Pe. Dehon continua a estar presente quer nas missões da Amazónia, quer nas assembleias do sínodo. Ele continua a ser através de nós um verdadeiro homem da Igreja.














E nós!?
Nem todos podemos ir para as missões, mas todos podemos ajudar…
Nem todos podemos estar no sínodo, mas todos podemos ajudar…
Como?
- Rezando.
- Dando apoio moral.
- Interessando-nos.
- Divulgando ou partilhando.
- Defendendo.
- Acompanhando os seus trabalhos.
- Dando o nosso contributo.

Não podemos ir…
… mas podemos ajudar!




terça-feira, 22 de outubro de 2019

O avental de Cristo

3ª feira – XXIX semana comum

Do Evangelho de hoje:
Tende os rins cingidos… para lhe abrirem logo a porta quando o senhor chegar e bater.
Então o senhor cingir-se-á… e vos servirá.

Cristo de avental





















Estar cingido é estar pronto para o serviço, isto é, pôr ou usar o avental.
A quem estiver de avental pronto para o serviço, também o Senhor estará de avental pronto para o servir.
Isto é um convite ao serviço.
Até parece que Cristo segue o nosso exemplo e não nós a seguir o seu exemplo.
Mas afinal nós servimos porque seguimos o exemplo de Cristo que veio não para ser servido mas para servir.
Estar cingido é ter vestido o avental do serviço.
Podemos recordar que Cristo na última ceia pôs um avental à cintura e a todos serviu lavando-lhes os pés, para lhes dar o exemplo e serviu o pão e o vinho transubstanciados em sua carne e seu sangue, isto é, a sua vida.

O avental de Cristo
























Ver também:

São João Paulo II


Memória litúrgica do Papa São João Paulo II, no 41º aniversário do início do seu pontificado.

Tive o privilégio de cumprimentar o Papa João Paulo II quando visitou a Universidade Católica em Lisboa a 14 de maio de 1982, onde eu era estudante de Teologia. Estive ainda com ele na Sé e na missa no Parque Eduardo VII em Lisboa.
Tive depois oportunidade de concelebrar com ele no Funchal a 12 de maio de 1991 aquando da sua visita à Ilha da Madeira.

Tive a sensação de que o Papa vinha ter comigo, vinha ao meu encontro... 
Eu parado, estático. 
Ele em movimento em minha direção, a aproximar-se, cada vez mais perto...























Duas lições a guardar neste dia:

1ª – Encontro com Deus
O Papa João Paulo II percebeu a sua vocação para o sacerdócio quando uma vez por acaso "apanhou" o seu pai a rezar durante a noite, de joelhos. 
Foi assim que aprendeu a rezar.

2ª – Encontro com os irmãos
O Papa João Paulo II visitou 129 nações durante o seu pontificado - mais do que qualquer outro Papa. 
O Papa João Paulo II tem a honra de ser o ser humano que juntou o maior número de pessoas no mesmo local! Nas Jornadas Mundiais da Juventude em 1995, nas Filipinas, a estimativa diz que 5 milhões de pessoas foram à Santa Missa que Sua Santidade celebrou. 
Foi assim que nos ensinou a rezar em união com todos os irmãos.















Ver também: