sábado, 30 de junho de 2018

Jovem, levanta-te

Ano B – XIII domingo comum

Jesus diz – jovem, levanta-te! Talitha kum! (em aramaico)
O ser humano é o único a poder andar ereto, isto é, de pé, na vertical. Todas outras criaturas que se deslocam, fazem-no na horizontal.
Ao dizer levanta-te, Jesus está lembrar que o homem deve ser homem… deve fazer aquilo que lhe é próprio, viver na verticalidade, na dignidade da sua condição.
Levanta-te, não desistas! Não comeces a desistir, nem desistas de começar.
Talitha kum, jovem levanta-te, homens sedes homens, gente sede gente.
Há também quem queria traduzir como acordar. Assim, jovem levanta-te, quer dizer, jovem acorda, desperta, deixa o teu leito de comodismo ou de jazer. Deixa a cama e caminha, vai em frente.


quinta-feira, 28 de junho de 2018

Gravar sobre a rocha

5ª feira – XII semana comum

Peço licença a Jesus para adaptar a sua parábola.
Em vez de edificar sobre a areia ou sobre a rocha, prefiro mudar para escrever sobre a areia ou sobre a rocha.

Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e num determinado ponto da viagem discutiram violentamente.
O amigo ofendido, sem nada dizer, escreveu na areia:
AQUI O MEU MELHOR AMIGO BATEU-ME NO ROSTO.
Seguiram a viagem em silêncio e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se.
O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se e foi corajosamente salvo pelo amigo.
Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra:
AQUI O MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.
Intrigado, o amigo perguntou:
- Por que escreveste na areia quando te bati e agora que te salvei, escreveste na pedra?
Sorrindo, o outro respondeu:
- Quando alguém nos ofende, devemos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Porém quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória e do coração onde perdurará para sempre.

Assim cada um deve escrever as ofensas na areia e os benefícios na rocha.
Às vezes fazemos o contrário… e tudo fica estragado, pois valorizamos o secundário e desvalorizamos o principal.
O que é essencial deve ser gravado para sempre sobre a rocha firme.
Tudo o que é efémero ou passageiro basta ser escrito sobre a areia…
Na areia o acidental, sobre a rocha o essencial.

Hoje quero rever o que tenho escrito na areia ou tenho gravado na rocha e corrigir antes que seja tarde.


quarta-feira, 27 de junho de 2018

Três efes


4ª feira – XII semana comum

Mesmo à distância podemos identificar uma espécie de árvore.
E se virmos melhor a sua folhagem e as flores, com certeza acertamos a sua identificação.
Esta classificação é limitada.
Nós sabemos a espécie, o nome, os frutos, mas não saberemos da qualidade dos seus frutos se não os experimentarmos.
É pelo fruto que se conhece a qualidade de uma árvore.

Também nós temos folhas, flores e frutos.
Também nos damos a conhecer através destes 3 efes:
Folhas – falas (palavras)
Flores – fotografia (imagem, boas intenções, promessas)
Frutos – feitos (obras, gestos, exemplo, vida)

Não basta falar, não chega uma boa intenção, é preciso mostrar com obras o que somos, pois é pelos frutos que nos damos a conhecer verdadeiramente.
Ou seja, não vale a pena esconder-se atrás das palavras ou das boas intenções, pois Deus conhece-nos simplesmente através do que fazemos.



terça-feira, 26 de junho de 2018

Caminho apertado























3ª feira – XII semana comum

“Como é estreita a porta e apertado o caminho que conduz à vida…”

Ser estreita não é uma qualificação de grandeza, mas de qualidade.
A porta é chamada estreita não por ser reduzida, mas por ser de grande dificuldade. E o caminho é apertado por ser doloroso.

“Os caminhos do Senhor não são confortáveis, são sim estreitos e pedregosos… mas nós não somos criados para o conforto, mas para as coisas grandes, para o bem.” (cf. Bento XVI, 25/04/2005)
















Aqui nos Açores uma canada é um caminho em forma de canal… passagem entre duas altas paredes pouco distantes.

Se Jesus tivesse dito este discurso do Evangelho de hoje aqui nos Açores diria:
Esforçai-vos por seguir pela canada que leva à vida, pois espaçosa é a avenida que leva à perdição e muitos são os que seguem por aí.



segunda-feira, 25 de junho de 2018

Sermão visual


2ª feira – XII semana comum

Limpa primeiro a sujidade que há em ti
e terás melhores condições para corrigir o teu irmão.





















Desenho de uloplaci10

domingo, 24 de junho de 2018

Quem será este menino?


Natividade de João Baptista 

Quem virá a ser este menino?
Assim perguntavam os judeus aquando do nascimento de João Baptista.
A resposta que eles não sabiam, sabemo-la nós.

Quem veio a ser João Baptista?
- A voz que clama no deserto – assim se autodefiniu João. Ele emprestou a sua voz à Palavra de Deus. Voz que convida à conversão.
Também eu sou chamado a ser voz para anunciar a mesma Palavra.
- O Precursor – aquele que foi à frente a preparar os Caminhos do Senhor.
Ele foi o precursor para eu ser seguidor. Ele foi à frente de Jesus para que eu possa ir atrás de Cristo.
- O Ponteiro de Deus – João apontou para Jesus e dizendo “Eis o Cordeiros de Deus”.
Também eu devo apontar para o alto em tudo aquilo que digo e faço.
- O maior e o mais humilde – Entre os filhos de mulher não houve ninguém maior que João… É bom que Jesus cresça e que eu diminua.
Também eu sou chamado a ser humilde. Só é grande quem for humilde aos olhos de Deus.
- O Baptista – João administrou um batismo de conversão. Ele batizava os convertidos para me lembrar que eu devo converter o batizado. Que eu seja fiel aos meus compromissos batismais.




quinta-feira, 21 de junho de 2018

Poucas palavras e muito devagar


5ª feira – XI semana comum

Às vezes tenho a impressão que nós, cristãos, desvirtuamos os ensinamentos de Jesus.
No trecho do Evangelho de hoje Jesus aconselha a usar poucas palavras na nossa oração… e nós o que fazemos?
Repetimos vezes sem conta essas poucas palavras… de modo que a nossa oração transforma-se numa longa sucessão de palavras.
Jesus quer que a nossa oração seja breve de palavras porque a oração deve ser mais uma questão de atitude e não de palavras. A oração deve brotar mais do coração do que da boca.

Hoje quero compreender que não basta dizer ou repetir as breves palavras do Pai Nosso… É preciso dizê-las muito devagar.

Santa Teresinha do Menino Jesus praticava perfeitamente o ensinamento de Jesus:
“Algumas vezes quando o meu espírito está numa secura tão grande que me é impossível arrancar-lhe algum pensamento para me unir a Deus, recito muito devagarinho um Pai-Nosso e depois a saudação angélica. Então essas orações encantam-me, alimentam muito mais a minha alma do que se as tivesse recitado precipitadamente uma centena de vezes.”




sábado, 16 de junho de 2018

Da semeadura à colheita


Da semeadura à colheita

Ano B – XI domingo comum

“O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita.”

















Lembra-te – tu só plantas a semente. O crescimento é Deus que faz.
Um planta, outro faz crescer, outro ceifa e todos beneficiam.



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Reconciliar-se primeiro


5ª feira – X semana comum

“Se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coia contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta.”























Jesus chama a atenção que diante do altar é preciso ter o cuidado de saber o que se oferece, como se oferece e com quem se oferece.

O quê se oferece
- Porque mais importante do que a tua oferta é o teu coração reconciliado e em paz.

Como se oferece
- Porque quem não perdoa é que é o prisioneiro. Liberta as tuas mãos perdoando ao teu irmão e as tuas mãos ficarão libertas e livres para o resto.

- Com quem se oferece
Porque já não irás sozinho apresentar a tua oferta, mas irás acompanhado com o teu irmão com quem te reconciliaste e a oferta será dos dois.




segunda-feira, 11 de junho de 2018

Proclamar que o Reino está próximo


Festa do Apóstolo São Barnabé

Jesus envia os seus discípulos a proclamar que o Reino dos Céus está próximo.
Não os envia a proclamar o Reino, mas a sua proximidade, por dois motivos:
Primeiro, porque é o próprio Jesus quem deve proclamar a presença do Reino, isto é, marcar a sua própria presença.
Segundo, porque tal como não podemos olhar diretamente para o sol, pois ficaríamos encadeados, não podemos ver diretamente a Deus, mas apenas olhar o que ele ilumina.

Como é que os apóstolos proclamam essa proximidade?
Através das obras.
Se não nos é possível ver o Reino em pessoa, podemos, vê-lo nos seus servos. Ao observar como eles fazem maravilhas, ficamos certos de que Deus habita neles.
Tal como não podemos olhar diretamente para o sol que está a nascer com todo o seu brilho, mas olhando para as montanhas iluminadas pelo sol percebemos que ele já se levantou.
Do mesmo modo, já que não podemos ver diretamente o Sol da Justiça, olhemos para as montanhas que a sua claridade ilumina, isto é, os santos apóstolos que brilham pelas suas virtudes, que resplandecem pelos seus milagres, que contagiam com a sua alegria e com serviço apostólico.

Só Deus manifesta a sua presença entre nós, mas os apóstolos de ontem, de hoje e de sempre, mostram os efeitos dessa presença neste mundo.

À margem
- O seu nome próprio era José… mas todos lhe chamavam Barnabé, isto é, Filho da Consolação pelo cuidado que prestava aos pobres e perseguidos. Tinha um porte imponente, de modo que associavam a sua figura a Zeus, pai dos deuses. Era humilde e clemente.
- Morreu na Ilha de Chipre, vítima do fanatismo religioso dos judeus que o lapidaram. O seu corpo foi encontrado por baixo das pedras, com as mãos a apertarem contra o peito uma cópia do Evangelho segundo Mateus, que ele copiado por ele mesmo.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

O coração de Deus e o Deus do coração

Solenidade do Coração de Jesus













Graças do coração misericordioso do nosso Deus

Amor do Coração de Jesus,
abrasai o meu coração.
Formosura do Coração de Jesus,
cativai o meu coração.
Bondade do Coração de Jesus,
atraí o meu coração.
Caridade do Coração de Jesus,
derramai-vos no meu coração.
Clemência do Coração de Jesus,
consolai o meu coração.
Domínio do Coração de Jesus,
sujeitai o meu coração.
Doçura do Coração de Jesus,
penetrai o meu coração.
Equidade do Coração de Jesus,
regrai o meu coração.
Eternidade do Coração de Jesus,
enchei o meu coração.
Fidelidade do Coração de Jesus,
protegei o meu coração.
Força do Coração de Jesus,
sustentai o meu coração.
Glória do Coração de Jesus,
ocupai o meu coração.
Grandeza do Coração de Jesus,
confundi o meu coração.
Humildade do Coração de Jesus,
humilhai o meu coração.
Imutabilidade do Coração de Jesus,
fixai o meu coração.
Justiça do Coração de Jesus,
não abandoneis o meu coração.
Liberalidade do Coração de Jesus,
enriquecei o meu coração.
Luz do Coração de Jesus,
iluminai o meu coração.
Misericórdia do Coração de Jesus,
perdoai o meu coração.
Obediência do Coração de Jesus,
submetei o meu coração.
Paciência do Coração de Jesus,
não vos canseis do meu coração.
Presença do Coração de Jesus,
apaixonai o meu coração.
Providência do Coração de Jesus,
velai sobre o meu coração.
Reino do Coração de Jesus,
estabelecei-vos no meu coração.
Sabedoria do Coração de Jesus,
conduzi o meu coração.
Santidade do Coração de Jesus,
purificai o meu coração.
Silêncio do Coração de Jesus,
falai ao meu coração.
Ciência do Coração de Jesus,
ensinai o meu coração.
Poder do Coração de Jesus,
assegurai o meu coração.
Vontade do Coração de Jesus,
disponde do meu coração.
Zelo do Coração de Jesus,
devorai o meu coração.



quinta-feira, 7 de junho de 2018

A lei do amor e o amor da lei


5ª feira – IX semana comum

Perguntaram a Jesus qual devia ser o mandamento mais importante: o do amor a Deus ou o do amor ao próximo?
Qual seria o maior: o da esquerda ou o da direita?
Qual a tábua maior: a dos 3 primeiros mandamentos ou a dos outros 7?

















Jesus tomou as duas tábuas, uniu-as e todos repararam que não se pode separar um amor do outro, a primeira  tábua da segunda, porque unidas desenham um só coração.



quarta-feira, 6 de junho de 2018

No céu não há casamentos


4ª feira – IX semana comum

“Quando ressuscitarem dos mortos, nem seles se casam, nem elas são dadas em casamento; mas serão como os Anjos nos Céus.”

Na terra homem e mulher casam-se, entregam-se um ao outro numa comunhão de vida, de amor e de destino.
No céu todos se casam com Deus numa comunhão de vida, de amor e de eternidade.

Na eternidade não há união entre homem e mulher, mas entre eles e Deus.
O casamento é um caminho para o céu, que deixa de existir na eternidade.
É por isso que os consagrados que vivem em celibato por amor do Reino dos Céus mostram já aqui na terra o que está reservado para a vida futura.
No céu não nos unimos, somos unidos.
Na eternidade não nos entregamos, somos entregues.
No Reino de Deus não nos envolvemos, somos envolvidos.
No paraíso não nos casamos, somos todos de Deus.

Afinal, no céu há sim casamento!
É as bodas do Cordeiro, para as quais todos somos convidados!


“Agora devemo-nos conduzir um ao outro para o céu.”  - disse o Beato Carlos, Imperador da Áustria e Rei da Hungria, no dia do seu casamento, à sua esposa Zita, Duquesa de Parma, a 21 de Outubro de 1911.



sexta-feira, 1 de junho de 2018

O exemplo da figueira


6ª feira – VIII semana comum

No trecho do Evangelho Jesus amaldiçoou uma figueira porque só tinha folhas… e nem era tempo de figos.
Jesus não quis fazer mal à figueira, mas sim chamar a atenção àqueles que só falam, prometem e nada fazem.
De facto, numa figueira nós podemos ver as folhas que corresponde às palavras… que o vento leva.
Podemos ver as flores que corresponde às promessas ou bons desejos, que são bonitos, mas podem ficar por aí.
E podemos ver os frutos, que são as obras de generosidade, de caridade e de coerência da fé.
Neste dia quero rezar para que a árvore que eu sou não se limite a ter apenas palavras (folhas), nem fique apenas com a beleza das promessas ou desejos (flores), mas seja capaz de mostrar os frutos em obras e em gestos concretos aquilo que diz, deseja e acredita. Que os meus frutos sejam a caridade concreta e a fé vivida.

São Justino
Não era padre, nem diácono, apenas um leigo que desempenhava a profissão de professor, filósofo e escritor. E pôs ao serviço da sua fé estes dons ou capacidades até ao ponto de sacrificar a sua vida no martírio.
Ele ensina-nos a colocar ao serviço da fé, dos valores e de Deus em quem acreditamos todos os nossos dons ou capacidade.
Um professor pode ensinar a verdade da fé.
Um filósofo pode iluminar o sentido da vida cristã.
Um leigo pode contagiar os outros na alegria do evangelho.
Um casal pode ajudar a crescer em comunidade de amor e de fé.
Um jornalista pode apuraras a comunicação e a relação humana como sonho de Deus.
Um médico pode alargar os horizontes da vida, defendendo-a e promovendo-a desde a sua conceção até à eternidade.


Dia da criança
Neste dia eu rezo, não tanto para que se realize uma vez mais o que acontecia na igreja primitiva em que as crianças acompanhavam no batismo e na prática cristã os seus pais e demais familiares. De facto as crianças eram batizadas na fé de seus pais e acompanhavam-nos em tudo.
Hoje quero apenas rezar para que os pais possam acompanhar as suas crianças na sua prática cristã. De facto hoje são as crianças que trazem os seus pais até à igreja. No dia do batismo e outros sacramentos, à hora catequese, à santa missa… os pais é que são trazidos pelos filhos.
Vós, crianças, sois os responsáveis pela fé dos vossos pais.
Parabéns por isso.
Vós precisais dos vossos pais para as coisas do mundo e para a vossa educação elementar.
Os vossos pais precisam de vós para as coisas de Deus e para a sua educação da fé e vivência religiosa.