Maria subiu montanhas

Festa da Visitação da Virgem Santa Maria

Reflexão do dia

Podemos dizer que Maria, é a jovem Igreja, habitada pelo Cristo.

Ela vai ao encontro da sua prima Isabel, que representa a velha Igreja, habitada pelo último dos profetas. Com esse evento, podemos refletir sobre o serviço, porém, quero refletir agora sobre o cuidado.

Sair nesse contexto é pôr-se a caminho, ir ao encontro.

E visitar significa cuidar.

Nas sociedades patriarcais, as mulheres aprendem sempre que precisam cuidar dos outros (pais, filhos, maridos). Aliás, não somente que precisam, mas sim que devem cuidar.

Maria sai, põe-se a caminho, e no caminho, sobe montanhas.

Maria vem nos lembrar que o amor é revolucionário e libertado, que é capaz de ultrapassar obstáculos e subir montanhas.

É necessário ressaltar que no evangelho, um dos critérios pelo qual seremos julgadas e julgados, é se visitamos ou não quem necessita de visitação (Mt 25,36).

Visitar é uma das dimensões do cuidado.

Visitar é sair do seu mundo para adentrar o mundo de outra pessoa.

É viver um pouco da realidade dessa pessoa. Porém, para viver plenamente o mundo de outra pessoa é fundamental que se saia do nosso mundo.

É necessário ter empatia, praticar a comunhão, experimentar os sentimentos de fraternidade, de compaixão e misericórdia. Ou seja, sair de nossa individualidade.

Às vezes é essa a montanha que precisamos ultrapassar para ir ao encontro dos outros. (Cf. Ana Selma)

Conclusão

Maria subiu montanhas e saiu de si mesmo.

Sair da sua individualidade é subir montanhas,

Subir montanhas é conquistar-se para Deus.

 

Maria subiu montanhas e cuidou de Isabel.

Fazer o bem é subir montanhas,

Subir montanhas é fazer o bem.

 

Maria subiu montanhas e louvou o Senhor.

Louvar a Deus é subir montanhas,

Subir montanhas é louvar a Deus.

Oração do dia

 

A nossa alma glorifica o Senhor!

Porque Ele olhou para a pequena aldeia de Nazaré. E fixou seu olhar em Maria. Esse olhar a inundou de luz! E ela ficou grávida da grande Luz que iluminou a escuridão do mundo!

A nossa alma glorifica o Senhor!

Porque do ventre de Maria “Deus se fez gente e veio morar no meio da gente!”

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pelo Universo e beleza das flores, e das estrelas, do céu e da lua, da água e da luz, do sol e das plantas, das aves e dos animais.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pelos planetas que giram, numa ciranda constante de louvor, principalmente pelo nosso, que é a Mãe Terra, a nossa Casa comum. Abracemos e acolhamos toda criação, com gestos de amor, cuidado e proteção.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pela vida humana. A nossa vida! Pelos nossos sonhos, nossas dores e esperanças. Os nossos mistérios mais profundos. A nossa inteligência, nossos dons, nossas fragilidades, nossas luzes e nossas sombras.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pelos Profetas, de ontem e de hoje, pelas Mulheres e Homens onde a centelha da Luz divina brilhou e brilha no mundo.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pelas Santas e Santos, reconhecidos, canonizados ou não, mas que semearam somente o bem e fizeram das suas vidas um constante ofertório no altar de Deus, no quotidiano da existência.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pela vida e memória de Mulheres e Homens mártires, cujo sangue derramado fecunda o nosso chão, e faz brotar as sementes da justiça, da consciência, da igualdade, fraternidade e libertação.

A nossa alma e glorifica o Senhor!

Pelo Papa Francisco. Pelas suas palavras carregadas de ternura e firmeza e o seu cuidado e amor à humanidade, tal qual Jesus, o Bom Pastor, sempre pronto a dar a vida pelas suas ovelhas.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Pelas pessoas que se dedicam à causa da saúde dos enfermos, na medicina, na enfermagem, na ciência. Pelos que morreram na pandemia, numa dolorosa oferta da vida pelas vidas.

A nossa alma glorifica o Senhor!

Ele derruba do trono os poderosos, os que se acham donos do mundo, e eleva os pobres, os mais sofridos, desprezados e esquecidos.

A nossa alma glorifica o Senhor!

“que se fez um de nós e armou sua tenda no nosso meio”.

A nossa alma glorifica o Senhor!

A nossa alma engrandece o Senhor por Maria e com Maria, a Rainha da Paz.

A nossa alma em paz glorifica o Senhor!

Porque a exemplo de Maria somos todos mensageiros da paz.

Glorificamos a Deus nas alturas e promovemos a paz na terra com os homens de boa vontade.

A nossa alma glorifica o Senhor!

(Cf. Lc 1,46-56, versão de autor desconhecido)

 

Ver também:

Visitação de Jesus

A primeira missionária

Visitação

Cartão de visita

Magnificat de hoje

Magnífica

O Cântico de Maria

Catena

 

Jesus subiu porque desceu

Ano C – Solenidade da Ascensão do Senhor

Qual foi o mistério maior ou mais importante – Jesus vir do céu à terra ou ter ido da terra para o céu?

O que nos deve impressionar não é o facto de que Jesus tenha subido ao céu, mas a afirmação de que Deus tenha descido à terra.

Jesus quis mostrar a sua subida aos céus para nos lembrar da sua descida à terra.

De facto, o mais importante é a descida de Jesus, isto é, a sua incarnação. Se Ele não tivesse descido, não teria depois subido.

Ele só subiu para nos lembrar que tinha descido.

Esta festa é uma oportunidade de ao olharmos para o céu, apreciemos a terra e comprometemo-nos neste mundo.

Olhamos para Jesus a subir ao céu, mas descobri-lo na terra.

 

À margem:

Foi mais importante ir à Terra Santa do que à Lua.

Neil Armstrong, o primeiro homem a andar sobre a Luz, visitou Jerusalém em 1988, e pediu a Thomas Friedman que lhe mostrasse um lugar por onde tivesse caminhado Jesus. Quando o professor de arqueologia bíblica o levou aos restos das escadas do templo de Herodes, o astronauta disse: Significa mais para mim ter pisado estas escadas do que ter pisado a lua.

O maior acontecimento da história, não foi o homem subir e andar na lua; foi Deus descer e andar na terra.

 

Ver também:

Esperar sentado

E nós subimos ao céu

Longe da vista

À laia de despedida

Olhar em frente

Comunicação social

Ascensão

Corações ao alto

Comunicações sociais

Missão cumprida

Da terra ao céu

Presença e missão

 

Um coração alegre e jovem

Memória de São Filipe Néri (1515-1595)

 

Oração:

Senhor nosso Deus, que sempre glorificais a santidade dos que Vos servem fielmente, acendei em nós o fogo do Espírito Santo que tão maravilhosamente ardia no coração de São Filipe Néri.

De facto, o fogo do Espírito Santo dilata o coração, torna-o grande e capaz de grandes obras.

São Filipe Néri morreu aos 80 anos e na autópsia repararam que tinha um coração anormalmente grande.

Ainda hoje ninguém sabe explicar:

- Se era alegre porque tinha um coração grande

- Ou se tinha um coração grande porque era alegre.

O seu grande coração era causa ou consequência?

Ele foi um autêntico missionário da alegria.

Dizem os árabes que aqueles que conseguem fazer rir os seus companheiros merecem entrar no paraíso. Tal aconteceu a São Filipe Néri. Ele entrou no paraíso.

Dizem os chineses que se alguém está cansado demais para te dar um sorriso, concede-lhe o teu. É a mais eloquente caridade.

 

Ver também:

O Santo da alegria

Vou, não vou

 

Às escondidas com Deus

4ª feira – VI semana da Páscoa

Ignotus

Onde te escondes? Eis que em vão clamamos,
Suspirando e erguendo as mãos em vão!
Já a voz enrouquece e o coração
Está cansado — e já desesperamos...

Por céu, por mar e terras procuramos
O Espírito que enche a solidão,
E só a própria voz na imensidão
Fatigada nos volve... e não te achamos!

Céus e terra, clamai, aonde? aonde? —
Mas o Espírito antigo só responde,
Em tom de grande tédio e de pesar:

— Não vos queixeis, ó filhos da ansiedade,
Que eu mesmo, desde toda a eternidade,
Também me busco a mim... sem me encontrar!

Cf. Antero de Quental, in "Sonetos" 1880.

 

De facto, Deus oculta-se para se revelar.

E revela-se para se ocultar.

Ele esconde-se para que o procuremos.

E revela-se-nos para que o encontremos.

Revela-se para não nos cansarmos de procurá-lo.

E esconde-se para que não nos esqueçamos de procurá-lo.

Deus esconde-se porque quer revelar-se com mais intensidade.

 

Ver também:

Fala-me de Deus

Conhecimento de Deus

Da raça de Deus

Somos da raça de Deus

Ao Deus desconhecido

 

A chave da oração

3ª feira – VI semana da Páscoa

A oração é a chave que abre todas as portas

Paulo e Silas estavam no calaboiço, com as portas fechadas, pés presos a um cepo, lemos na primeira leitura.

À meia noite em oração entoavam cânticos a Deus…

De repente a terra tremeu, todas as portas se abriram, soltaram-se as cadeias de todos…

A oração foi a chave para abrir as portas da libertação.

A oração abriu as portas a todos os prisioneiros.

De facto, esta chave abre o Coração de Deus, abre o coração de quem reza e abre o coração de quem connosco reza.

 

A vossa mão direita salvou-me

Foi o refrão do salmo 137.

Porquê a mão direita?

Porque é a mão da ação.

O Senhor salva através da sua ação,

Não através de uma palavra mágica ou através de uma bênção ou de um voto.

Mas através de ações, de gestos, de obras.

Nós também colaboramos através da nossa mão direita.

Isto é, salvamo-nos através das obras.

 

Ver também:

Da desgraça à graça

Provações e alegrias

Alegria do sacrifício

 

Deus amigo dos homens

6ª feira – V semana da Páscoa

- Deus escolheu-nos para sermos seus amigos e não seus servos.

- Ele não precisa de servos?

- Sim, Ele precisa de todos.

- Então porque é que só escolhe amigos?

- Porque um amigo será sempre um bom servo, mas nem sempre um servo será um bom amigo.

Jesus chama-nos amigos para nos lembrar que Deus é amigo de todos e que todos devemos ser amigos de Deus e amigos dos homens.

Quem é amigo de Deus é amigo dos homens.

Quem é amigo dos homens é amigo de Deus porque é parecido com Deus que é amigo de todos.

É por isso que um amigo tem uma dimensão divina.

Amigo de verdade só Deus.

 

Ver também:

Sem merecer

De servos a amigos

Tal pai, tal filho

 

Lições da paz de Cristo

3ª feira – V semana da Páscoa

 

Deixo-vos a paz – paz como herança ou testamento

dou-vos a paz – a paz como dom ou oferta

a minha paz – a paz como pertença a Cristo ou identificação

 

A PAZ é o reflexo do ALTO

Na palavra PAZ:

há três letras – a Trindade

e uma sílaba – a Unidade

no P – o Pai;

no A, primeira letra do abecedário – o princípio

no Z, a última letra do abecedário – o fim

 

Ver também:

Paz convosco

Dou-vos a minha paz

Deixo-vos a paz

Saudai-vos na paz

Portas da fé

Não se perturbe o vosso coração

 

A marca dos cristãos

Ano C – V domingo da Páscoa

1ª e 2ª leituras têm em comum:

- Paulo e Barnabé, nos Atos dos apóstolos, exortavam que temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus.

- São João, no Apocalipse diz que Deus enxugará todas as lágrimas dos nossos olhos

Sem lágrimas ninguém chega ao céu, sem tribulações, sem esforço não vamos a lugar nenhum

 

2ª e 3ª leituras têm em comum:

- No Apocalipse – Deus promete criar novo céu e nova terra e renovar todas as coisas.

- No evangelho – Jesus diz que nos dá um mandamento novo.

Novo porque o mandamento deve ser cumprido ao jeito de Jesus – amar como Jesus e porque nos faz criaturas novas.

 

Duas aplicações:

- Deixar um planeta melhor para os nossos filhos,

Melhores condições de vida para as novas gerações,

Um futuro melhor para os nossos filhos.

Deus que antes que deixemos filhos melhores para o nosso planeta,

Novas e melhores gerações para o nosso futuro.

 

- Qual o distintivo dos cristãos?

Cruz, Batismo, Eucaristia, oração, o bem

Numa palavra – Qual a marca do cristão?

A resposta está incluída na própria pergunta.

Qual a marca do cristão? É amar.

Façamos tudo por amor e com amor – o sinal da cruz, a vida de batizados, as celebrações, a eucaristia, o bem, tudo isto é bom, mas será outro valor e outro sentido se o fizermos com amor.

´Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros’ – disse Jesus.

De facto, se amarmos, todo o mundo dará conta de que somos discípulos de Cristo.

 

Um cristão deve ser sempre:

Esforçado

Renovado

Amoroso

 

Ver também:

Tão perto de nós

Amor com amor se paga

O amor é tudo

 

Onde houver trevas...

4ª feira – IV semana da Páscoa

 

Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas trevas.

Era uma vez uma mulher que se sentia muito só no seu lugar de trabalho porque era a única católica praticante. Todos a ridicularizam por causa da sua fé e a acusavam de ter uma mente estreita. Chamavam-na beata, fanática, tradicionalista, antiquada ou fundamentalista, para não nomear outras palavras mais duras. Todos a evitavam nos convívios ou saídas. O ambiente era insuportável e por várias vezes pensou em deixar aquele local de trabalho…

Em casa era a mesma coisa. O marido e os filhos diziam que se envergonhavam dela por ser tão piedosa.

Ela estava desesperada e não sabia o que fazer. Nem tentava falar-lhes da sua fé porque o desprezo ainda seria pior. Por isso chorava, vivia triste e isolava-se cada vez mais.

Foi então desabafar ao seu pároco.

O padre, depois de ouvir todas as queixas e mágoas, perguntou-lhe simplesmente:

- Diga-me onde é que se põe geralmente as luzes? Em lugares escuros ou em lugares bem iluminados?

- Os lugares escuros é que precisam de mais luz – respondeu sem saber a intenção da pergunta.

- O teu local de trabalho e a tua casa são verdadeiramente lugares escuros e é aí que Deus te colocou como luz, como testemunha de Cristo.

- Mas todos tornam difícil a minha vida. Que faço?

- Seja como a luz. Não diga nada. Brilhe apenas. E quanto maior for a escuridão da incompreensão reze interiormente dizendo: Onde houver trevas que eu leve a luz.

E a mulher voltou para casa com outra cara. Voltou a ouvir as mesmas acusações, a sentir o mesmo desprezo e as mesmas trevas, mas  já não mostrava cara triste e repetia interiormente vezes sem conta – onde houver trevas que eu leve a luz… até que os outros começaram a mudar, a apreciá-la e a imitá-la. E o milagre aconteceu.

Os cristãos são como Jesus enviados como luz do mundo para que ninguém fique nas trevas.

- Onde houver trevas que eu leve a luz!

 

Ver também:

Fazer caixinha

Salvar sim, condenar não

Vida, glória, felicidade

 

Era inverno...

3ª feira – IV semana da Páscoa

 

A Festa da Dedicação do Templo ou Festa das Luzes celebrava-se em dezembro em Jerusalém…

“Era inverno e Jesus passeava no templo sob o Pórtico de Salomão.”

Mas neste contexto parece que o inverno era outro.

- Era inverno dos corações que congelava o amor e impedia acolher os sinais da vida nova. (As minhas ovelhas escutam a minha voz… e seguem-me)

- Era inverno das mentes que não permitia refletir sobe a revelação de Deus e a sua Palavra. (Vede que as obras que eu faço dão testemunho de mim)

- Era inverno da fé que não acreditava naquele que Deus lhes enviava. (Já vo-lo disse e não acreditais. Eu e o Pai somos um só)

 

Parece que ainda agora vivemos o inverno do coração, da mente e da fé.

Precisamos do vento primaveril do Espírito Santo para fazer reflorescer a nossa alma.

Quando aceitamos Jesus termina o tempo de inverno.

 

Ver também:

Obstáculos das ovelhas

Os cristãos de nome

O nome de cristãos

Maior que todos

 

Os pastores são paistores

Ano C – IV domingo da Páscoa

Pai que é pastor

Pastor que é pai

 

- Dá a vida

- Conhece

- Chama

- Dá a mão

- Conduz

- Protege

- Guarda

 

Estas ações são próprias de um pastor, tal como são próprias de um pai.

Os pastores são autênticos paistores.

 

Ver também:

O bom PAZtor

Apazcentar

Pastor dos pastores

O belo pastor

Pastor et pater

O meu pastor é o Senhor

Toda a vida fui pastor

Os pés do bom pastor

Pequeno grande pastor

Conhecer o pastor

Pastor, porta e cordeiro

No meio do povo

Onde está o pastor

A cruz do bom pastor

Aprendendo a ser pastor

O meu pastor

Ser pastor

Salmo 22

Aos ombros do bom pastor

David era pastor

Boas ovelhas

Telepastor

Porta e voz

 

Paulo caiu por terra

6ª feira – III semana da Páscoa

 

Paulo caiu por terra…

Depois levantou-se,

Recebeu o batismo

E readquiriu as forças.

O nome latino PAULUS quer dizer pequeno.

Mas foi preciso cair por terra, ficar prostrado para que Paulo reconhecesse que era realmente pequeno.

De facto, diante de Deus todos somos pequenos.

A nossa força e grandeza vem de Deus.

É por isso que Paulo só se pôs de pé e readquiriu as forças quando foi batizado.

 

A conversão, a vocação e a vida nova só chega quando com humildade reconhecemos a nossa pequenez e a grandeza de Deus

 

Ver também:

Saulo

Conversão de São Paulo

O nosso sustento

A conversão é obra de Deus

Conversão de um santo

Lições de São Paulo