segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Pai e mestre da juventude


2ª feira – IV semana comum

Três realces

1º - As palavras da 1ª leitura

David disse – Que o Senhor olhe a minha aflição e transforme em bênção as maldições desde dia.

Nós também podemos dizer – Que o Senhor transforme em graça as limitações e fraquezas da nossa vida.

2º - As palavras do Evangelho

Os nazarenos pediram que Jesus se retirasse da sua vida porque deram mais importância à perda dos porcos do que a cura e salvação de um homem.

Á vezes é também a nossa tentação de inverter valores.

Aprendamos a valorizar o essencial e a relativizar o que não é tão importante.

3º - As palavras da Colecta

São João Bosco foi pai e mestre dos jovens.

Quem é pai e mestre é Santo.

Quem é Santo é pai e mestre.

 

Ver também:

O Missionário dos jovens

Dom Bosco

Santo educador

D. Bosco

A educação é obra do coração

 

Ver ainda:

O mundo e a casa

Um homem perturbado

Começar por casa

Vai para casa

 

domingo, 30 de janeiro de 2022

Maneiras de recusar Jesus


Ano C – IV domingo comum

Os conterrâneos de Nazaré recusaram Jesus.

 

Ainda hoje cumpre-se este mesmo episódio da Escritura.

Deus, hoje, mais que negado, é desconhecido.

Mais do que ateus, laicos ou indiferentes, existem ignorantes ou vazios de tudo.

 

A história repete-se:

- Saiba você que eu sou ateu convicto.

- Então o senhor não acredita em Deus.

- Não acredito. Acho que a religião é uma fábula.

- Mas você já leu alguma vez a Bíblia?

- Nunca.

- Pelo menos os Quatro Evangelhos?

- Não.

- Andou na catequese ou teve alguma formação parecida?

- Nada disso.

-Leu algum livro sobre a religião?

- Não.

- Nem sequer algum livro antirreligioso?

- Nem isso.

- Nunca ouviu nenhum sermão, nenhum discurso a favor ou contra a religião?

- Não estou para isso.

- Pois então, permita-me dizer a verdade. O senhor não é ateu, o senhor é apenas analfabeto, um ignorante ou um iletrado.

 

 

A mesma aplicação poderá ser feita a quem se apresenta como católico não praticante.

- Não existe um católico não praticante, existe apenas um analfabeto sem formação, um iliterato ou ignorante.

 

Ver também:

Anunciar e denunciar

Querer Deus

Sem fronteiras

Sem olhar a quem

Profeta na sua terra

Filho do carpinteiro

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

David era pecador


6ª feira – III semana comum

Porque é que a Sagrada Escritura 

apresenta esta página triste 

do pecado de David?


- Para mostrar que David, tal como qualquer um do povo era pecador.

- Para mostrar que David era humano, pois errar é humano.

- Para mostrar que um pecado atrai outro pecado sucessivamente.

- Para mostrar que Deus é misericórdia.

- Para mostrar como surgiu o salmo 50, o salmo penitencial por excelência. Se David não tivesse pecado, não teríamos esse salmo, ou não estaria carregado de sentimento.

- Para mostrar que a precipitação é um pecado. É preciso saber esperar. De facto, David não soube esperar. Deus tinha sonhado que Salomão, o filho de David e da mulher de Urias devia construir o Templo. O pecado de David foi ser precipitado, pois Urias, mais cedo ou mais tarde morreria e a viúva casaria com David…

- Para mostrar que o Salvador tinha de vir da necessidade de perdão e de redenção.

 

Ver também:

A praga da mostarda

Grão a grão

Semente e árvore

Pequenas grandes coisas

Grão de trigo e grão de mostarda

Mostarda

Em particular

Sementes do Reino

Lições da mostarda

O grão da fé


 

Crónica de um santo (11)


Crónica de um santo na Madeira


11ª semana – Pai dedicado

Na Madeira, a partir de fevereiro, o Imperador Carlos, amável e respeitoso como sempre, passava o dia muito feliz com toda a família, dedicando grande parte do seu tempo à educação e à formação dos filhos, em especial dos dois mais velhos; enfim livre para gozar plenamente das alegrias da paternidade, sem nenhuma restrição de tempo.

Como já fizera quando eram bem pequenos, instruiu-os sobre o catecismo, sobre a História Sagrada e a vida do Redentor. Fazia de tudo para dirigir as suas almas e as suas mentes para Deus. Tinha o belo costume de levar os filhos, mesmo ainda muito pequenos, para a capela, a fim de apresentá-los ao Senhor e, juntando-lhes as mãos, ensinava-os a rezar. Além disso, abençoava-os, desde o primeiro instante das suas vidas, com água benta e repetia este gesto, todas as noites, antes de se porem na cama para dormir, colocando-os sob a proteção de seus Anjos da Guarda.

Ao contemplarmos a família dos santos ou os santos em família, é uma boa oportunidade de nos lembrarmos que os santos são da nossa família e que nós somos da família dos santos e que não há santo sem família nem família sem santo.

28 de janeiro de 1922 – sábado

 

29 de janeiro de 1922 – domingo

 

30 de janeiro de 1922 – segunda-feira

Carlos participou na sé do Funchal na missa de Requiem pela morte do Papa Bento XV.

 

31 de janeiro de 1922 – terça-feira

Neste dia 31 de janeiro, mas de 2008, um tribunal da Igreja, após 16 meses de investigação, reconhecerá formalmente um segundo milagre atribuído a Carlos I (necessário para sua canonização como santo na Igreja Católica). Em uma rara reviravolta, uma mulher da Flórida alegou ter sido milagrosamente curada não era católica, mas batista. Porém, devido a essa experiência, ele se converteu ao catolicismo logo em seguida.

Infelizmente esta mulher morreu antes do período de cinco anos necessário para a confirmação do milagre atribuído ao Beato Carlos.

 

01 de fevereiro de 1922 – quarta-feira

 

02 de fevereiro de 1922 – quinta-feira

A imperatriz Zita regressou à Madeira com seis dos seus filhos (os arquiduques Otto, Adelaide, Félix, Carlos Luís, Rodolfo e Carlota) a bordo do Avon, da Mala Real Inglesa. O filho Roberto, ainda em recuperação da intervenção cirúrgica, chegaria mais tarde, no início de março.

Às sete da manhã o navio acostou no porto e o Imperador estava à sua espera e foi a bordo juntamente com o cónego António Homem de Gouveia receber a família.

Antes de regressar a casa participou com a família na celebração da Festa da Apresentação de Jesus no Templo, na sé do Funchal.

 

03 de fevereiro de 1922 – sexta-feira

Primeira Sexta-feira do mês.

Aquando da Primeira Comunhão do seu filho Otto, a 02 de outubro de 1918, o Imperador tinha consagrado toda a sua família ao Sagrado Coração de Jesus. O Ato de Consagração ao Coração de Jesus era recitado na capela da família todas as primeiras sextas-feiras do mês.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A medida de Deus

 

5ª feira - III semana comum

Com a medida com que medirdes vos será medido e ainda vos será acrescentado.

 

A)

Um dia alguém chegou-se ao rei que passava e pediu-lhe humildemente uma pequena esmola.

O rei mandou logo passar um cheque de 50 mil cruzados.

- Não é preciso tanto, talvez só 50 cruzados – disse o pedinte assustado pela generosidade.

Então o rei continuou:

- Não. Quando o rei dá um presente, o presente deve ser também real.

De facto, quando o rei dá, dá de maneira real.

A sua medida é sem medida, é a totalidade.

 

B)

Bramante, célebre arquiteto da Basílica de São Pedro, no Vaticano, tendo terminado o desenho do projeto, mandou um seu filhinho entregá-lo ao Papa Júlio II. O Papa apreciou o trabalho com satisfação. Depois quis dar uma lembrança ao pequeno portador. Abriu uma gaveta que continha moedas e disse à criança:

- Mete a mão e tira-a bem cheia!

- Dai-me antes vós, Santo Padre, que a vossa mão é maior! – respondeu a criança na sua inocência.

Confiemos nas mãos generosas de Deus.

 

Conclusão:

Que a medida de Deus seja a nossa medida para receber ou para dar.

Se não podemos realizar grandes coisas, pelo menos façamos pequenas coisas, mas com grandeza.

 

Ver também:

A lâmpada não fala

A lâmpada é a caridade

Lâmpada no candelabro

Candeia no candelabro

A medida da generosidade

 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Não é colónia de férias


Memória de São Timóteo e São Tito, bispos

Jesus não faz propaganda enganosa.

Diz claramente que envia os seus apóstolos como ovelhas para o meio de lobos.

Por isso não pode haver espírito de tibieza, mas sim coragem e determinação.

Porque é que Jesus nos manda para o meio de lobos?

Porque quer que o sigamos.

Ele envia-nos para lá porque para lá vai ou já lá está no meio de lobos.

Foi o que aconteceu aos 72 discípulos.

Foi o que aconteceu aos doze apóstolos.

Foi o que aconteceu aos bispos Timóteo e Tito.

É o que acontecerá a cada enviado ainda hoje.

 

Recordo o meu tempo de seminário menor.

Quando nos queixávamos do trabalho árduo, o nosso formador dizia:

- Jesus não nos chamou para uma colónia de férias….

Ou quando lamentávamos alguma falta de condições no seminário, o mesmo dizia:

- O Senhor não nos chamou para um hotel de cinco estrelas…

De facto, é preciso um espírito de fortaleza e uma coragem sem limites para acompanhar Jesus…

 

Ver também:

No meio de lobos

Timóteo e Tito

Tito e Timóteo

Seguir é ser perseguido

Pedi ao dono da seara

 

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

A conversão é obra de Deus


Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo

O mistério da conversão de São Paulo, no resumo de Santo Agostinho:

“São Paulo foi derrubado para ser cegado;

foi cegado para ser mudado;

foi mudado para ser enviado;

foi enviado para que a verdade aparecesse.”

 

São Paulo converteu-se!

Santo Agostinho converteu-se também!

E nós?

 

O que é mais fácil – batizar um convertido ou converter um batizado?

São Paulo inclui-se no primeiro caso e Santo Agostinho no segundo.

Portanto, é igual. É tão fácil ou tão difícil batizar um convertido ou converter um batizado.

É por isso que só pode ser obra de Deus.

Deixemos Deus agir em nós.

 

À margem:

No dia da festa da Conversão de São Paulo em que ele tombou de cabeça ao chão… podemos recordar outra queda em que também a sua cabeça tombou 3 vezes ao chão.

Por que Paulo não foi crucificado?

Paulo era cidadão romano e, por esta razão, contava, de modo especial, com duas prerrogativas: a primeira era que não podia sofrer a pena de morte dentro dos muros da cidade de Roma, a segunda era que, por esta razão, também não podia ser crucificado. Por isso, de acordo com a antiquíssima tradição cristã, foi levado para uma região distante quase cinco quilômetros de Roma, em direção a Óstia e lá foi martirizado. Hoje, o local é conhecido como “Tre Fontane” (três fontes), e conta com três belíssimas igrejas que testemunham o local onde Paulo viveu seus últimos momentos de vida. É interessante notar que o nome “Tre Fontane” refere-se a uma antiga tradição na qual ao ter sido decapitado, a cabeça de Paulo rolou pelo terreno dando três saltos e em cada um deles, nasceu uma fonte de água cristalina.

Eu digo, porém, que o seu martírio foi um autêntico batismo em nome das 3 pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Foi por isso que a cabeça tombou 3 vezes.

O corpo de Paulo foi sepultado num local fora dos muros de Roma, mais próximo da cidade que o lugar do martírio. Ali, o Papa Anacleto, segundo sucessor de São Pedro, construiu um túmulo memorial que desde então passou a ser local de peregrinação e veneração pelos cristãos.

 

Ver também:

O caminho de São Paulo

Paulo o imparável

As lições de São Paulo

Conversão de São Paulo

São Paulo

A espada de São Paulo

Pregar com o exemplo

Candidato a pastor

Conversão de um santo

 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Amar na terra ou no céu


Memória de São Francisco de Sales

Bispo e Doutor da Igreja

(1567-1622)

Deus dá à sua Igreja os santos dos quais ela tem necessidade em cada época e ou em cada geração. O mesmo podemos dizer que Deus dá os Papas, os bispos, os padres ou os catequistas à sua igreja consoante cada época ou geração mais necessita.

Tal aconteceu com o santo que hoje comemoramos: São Francisco de Sales que este ano completa 400 anos do seu falecimento ou do seu aniversário no céu. Ele foi o santo que a igreja do seu tempo precisava e que continua a inspirar muita gente dos nossos dias.

Também posso dizer que Deus concede um Francisco a cada época ou geração consoante a necessidade de cada uma.

Primeiro foi São Francisco de Assis, logo São Francisco de Paula, de seguida São Francisco de Borja e São Francisco Solano, depois São Francisco Xavier, então São Francisco de Sales, depois São Francisco Xavier de Seelos, há pouco São Pio de Pietrelcina, ou seja Francisco Forgione, mais recentemente São Francisco Marto de Fátima e agora o Santo Padre, o nosso Papa Francisco. Deus continua a dar a cada época o Francisco de que mais precisa.

 

Lá no século XVI, quando Francisco de Sales tinha 18 anos, foi acometido de uma grande crise de fé ou de dúvida de salvação.

Achava que não ia salvar-se. Então rezou assim:

- Senhor, já que talvez não consiga amar-vos lá no céu, fazei que vos ame aqui na terra.

A sua oração foi atendida. Não só conseguiu amar a Deus aqui na terra, como ainda hoje O glorifica no Céu por toda a eternidade.

Amar a Deus na terra é glorificá-lo no Céu.

Para glorificar a Deus no Céu é preciso amá-lo na terra.

 

Ver também

O lobo e as moscas

Francisco de Sales

A mansidão de um santo

 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Palavra cumprida


Ano C – III domingo comum

III Domingo da Palavra de Deus

1 – Jesus é o Verbo

A Epifania de Jesus na sinagoga – Palavra Incarnada.

Na sinagoga de Nazaré Jesus revela-se como a Palavra feita carne que veio habitar entre os homens. É o Verbo eterno.

Contemplá-lo é ver a Palavra realizada, cumprida, praticada.

É por isso que Jesus diz – hoje cumpriu-se esta palavra da Escritura – porque Ele é a Palavra viva.

 

2 – Melhor versão da Bíblia

Quatro pregadores estavam discutindo o mérito de várias traduções da Bíblia. Um gostava mais de certa versão por causa da sua linguagem simples e bonita. Outro preferia uma edição mais literária porque estava mais próxima do original hebraico e grego. Ainda outro gostava de uma versão contemporânea por causa do vocabulário ecuménico. O quarto pregador ficou quieto por um momento e então disse:

- Eu gosto mais da tradução da minha mãe.

Surpresos, os outros três disseram que não sabiam que sua mãe tinha traduzido a Bíblia. Ele respondeu:

- Sim, ela traduziu a Bíblia com sua vida e foi a tradução mais convincente que eu já vi.

Para este pregador a coisa mais importante não era a melhor tradução, mas aprender a palavra de Deus e praticá-la. A nossa vida é a página da Bíblia que o povo mais lê. De cem homens, um lerá a bíblia; noventa e nove lerão o cristão.

A melhor versão da Bíblia é a Bíblia Praticada por cada cristão.

 

3 – Saber a Bíblia de cor

Um dia alguém na sua conversa comigo citou o Evangelho Lc 4, 21. Com toda a humildade e sinceridade perguntei-lhe o seu conteúdo, pois não sabia o trecho de cor nem conseguia identifica-lo.

O meu amigo ficou muito espantado, para não dizer escandalizado.

- Então tu que és padre não tens a bíblia na cabeça? Não sabes a Bíblia de cor?

- Eu não tenho a Bíblia na cabeça, mas tenho a cabeça na Bíblia. Não sei a Bíblia de cor, mas sei de coração.

De facto, procuro ter a Bíblia no meu pensamento e no meu coração.

 

À margem

Neste Domingo da Palavra, na paróquia onde sirvo, o grupo de leitores preparou e distribuiu a para participante das missas uma fita para atar ao pulso com a citação do dia Lc 4, 21. Assim como os hebreus atam as escrituras na fronte, nos braços e mãos e nas borlas das vestes assim os cristãos levam consigo Palavra Encarnada que é Jesus Cristo. Cada um, em casa devia verifica o que diz tal citação.

Também foram entregues ao Grupo de Leitores e à Coordenação da Catequese um exemplar do Novo Testamento narrado em 22 CDs para ser escutado.

Ver também:

Jesus é Cristo e Apóstolo

Pregação de Jesus

Primeiro sermão de Jesus

Ungido e enviado

Sobre mim

 

Ver ainda:

Primeiro domingo da palavra

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Crónica de um santo (10)


Crónica de um santo na Madeira


10ª semana – um homem de fé

Toda a gente reconhecia que o Imperador Carlos não era uma pessoa comum. Não por ser imperador ou rei, não por ser militar dedicado, não por ser marido exemplar, pai zeloso, amigo fiel, mas por ser um homem de fé.

Bem depressa os madeirenses descobriram naquele exilado um homem de fé e logo se deixaram contagiar pela fé daquele homem.

Como é que alguém passando tão pouco tempo num lugar, doente e acamado, exilado ou preso, sem saber falar a língua local, no meio de tantas provações e inquietações…  consegue deixar tamanho testemunho da sua fé? É porque o seu exemplo falava mais do que a sua boca, a sua atitude pregava mais do que qualquer palavra. De facto, o exemplo arrasta e a atitude mobiliza.

Vale mais ver uma só vez do que ouvir cem vezes. É por isso que o povo madeirense viu a sua humildade e simpatia, viu-o a participar nas eucaristias, viu o seu recolhimento, viu a sua devoção mariana, viu a sua consagração ao Coração de Jesus, viu-o procurar fazer em tudo a vontade de Deus… enfim, viu-o morrer chamando pelo nome de Jesus. E foi mais importante ver uma vez do que ouvir falar cem vezes.

Que este homem de fé nos ajude a aderir à mesma fé deste homem.

21 de janeiro de 1922 – sábado

O Imperador Carlos tinha uma devoção especial ao sábado, dedicado a Nossa Senhora. E foi aos sábados que aconteceram os grandes episódios da sua vida: batismo, crisma, casamento, coroação, chegada à Madeira, primeira visita ao Monte e deveria ser num sábado a sua partida deste mundo para a Glória de Deus.

 

22 de janeiro de 1922 – domingo

Em Roma morreu o papa Bento XV, amigo do Imperador. Bento XV chamava Carlos “meu filho predileto.”

O Imperador lembrava-se perfeitamente da sua bênção apostólica ao iniciar a sua viagem de exílio que o trouxera até ao Funchal. Ao barco que o transportava foi o Núncio Apostólico, Mons. Schiopa, encarregado pelo Papa Bento XV de lhe transmitir a bênção apostólica porque, como lembrava o próprio Núncio: “O Rei Carlos e a Rainha Zita não eram pessoas comuns. São pessoas que se assumem com grandeza bíblica. Vi muitas coisas na minha vida, mas não poderei esquecer mais o adeus destes esposos reais.

 

23 de janeiro de 1922 – segunda-feira

 

24 de janeiro de 1922 – terça-feira

 

25 de janeiro de 1922 – quarta-feira

 

26 de janeiro de 1922 – quinta-feira

 

27 de janeiro de 1922 – sexta-feira

 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

As lições de um barco


5ª feira – II semana comum

 

Jesus ensina sobre um barco

Um barco ensina sobre Jesus

Hoje vamos prestar atenção não ao ensino de Jesus sobre o barco, mas ao ensino do barco sobre Jesus.

O barco ouviu tantas pregações de Jesus.

Hoje vamos dar-lhe oportunidade a que nos diga aquilo que ouviu.

O próprio barco é uma pregação. Ele ilustra muitas palavras de Jesus. Oiçamo-lo:

 

1 – Fazer-se ao largo

O porto é o lugar mais seguro para um barco, mas ele não foi feito para ficar lá. O seu lugar é no alto mar, pois foi feito para navegar, para fazer-se ao largo.

2 – A tempestade e a bonança

A presença de Jesus no barco não dispensa tempestades. Com ou sem Jesus um barco enfrentará vento contrário e tempestades na sua viagem. A presença de Jesus garante que o barco não vai afundar e chegará ao seu destino.

3 – O vento favorável

O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê… que é a força do Espírito Santo que sopra onde quer.

4 – No íntimo do coração

O barco pode estar no meio da água, mas a água não pode estar dentro do barco. O mal interior é que nos estraga e nos leva à perdição. Não deixemos que o mal nos invada.

5 – Bons navegadores

Os grandes navegadores devem a sua reputação aos temporais e tempestades. Também no barco de Jesus há que ser bom piloto nas adversidades, confiar e resistir na luta. Sem coragem perseveramos.

6 – Meio de comunicação

Vai e faz o mesmo, isto é, comunica, une-te ao teu irmão, faz pontes, sê um barco a caminho da eternidade.

7 – A vida é uma viagem

Há partidas e chegadas, há encontros e desencontros, há ir e voltar, há despedidas, saudades, adeus ou até já. A viagem tem sempre um destino. A vida sem fé é um barco sem leme.

 

Ver também

Preparar uma barca

Três lições

A barca de Jesus

Barco= púlpito

 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Aprendendo o português


“Logo no dia 19 de janeiro, domingo, dois dias depois de termos chegado à Madeira, fui celebrar para o povo na Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso, um pouco acima da Escola Artes e Ofícios. Aquele bom povo, sabendo que havia padres disponíveis, começou a encomendar Missas. Pouco depois, também começamos a celebrar na Capela do Faial, também perto da Escola. Apercebi-me que o meu português era insuficiente para entender e para me fazer entender.” (Memórias do Pe. Ângelo Colombo)

 

Depois de teremos arrumado roupas e livros, fizemos o nosso horário:

05,30 Levantar - Orações – Meditação – S. Missa

08,00 - Pequeno-Almoço

12,00 - Exame particular – Almoço

13,00 - Aulas de Português

17,00 - Estudo

18,00 - Adoração – Ceia – Recreio – Repouso

“Vivíamos numa casinha um pouco afastada do conjunto da Escola e, embora sem grandes luxos, éramos bem tratados e servidos, especialmente no que se refere à alimentação.

O Pe. Colombo, prático e sem complexos, pediu logo a uns professores da Escola que nos aceitassem nas suas aulas. Foram bastantes benévolos e nós sentadinhos naquelas carteiras de crianças, começámos pacientemente a soletrar a pronúncia portuguesa.

Lembro-me do primeiro ditado. Não entendia a maior parte das palavras e, quanto mais o professor marcava as sílabas, maiores dificuldades sentia em as entender. Quando percebia a palavra, então surgia o problema dos acentos e dos ‘s’ e ‘z’ a brigarem entre si. (O Pe. Colombo confessava que estava a perceber cada vez menos. Dizia que os madeirenses têm o mau hábito de comer as sílabas…)

Porém aquele esforço e aquela humildade valeu-nos uma certa prática e domínio da língua.

Aproveitámos muito as aulas da quarta classe do Pe. Plácido. O bom e culto sacerdote dava aulas muito tempo. A sintaxe portuguesa era passada a pente fino. Os complementos, os verbos, as orações, tudo era analisado, classificado e justificado.” (Memórias do Pe. Gastão Canova).

 

“O trabalho principal era na Escola. Nós é que devíamos fazer assistência aos alunos desde o levantar até ao deitar. Depois da missa matutina e do pequeno almoço, estávamos com eles nos recreios, assim como no estudo, nos intervalos das aulas. (A seguir aos dois primeiros meses, também nas aulas de religião.)

O Pe. Canova era mais dedicado a esse trabalho e em breve entrou na alma daquela instituição e daqueles rapazes. Eu procurava entrar na administração, no movimento de pessoal, no funcionamento das oficinas, na cozinha, no refeitório etc.” (Memórias do Pe. Ângelo Colombo).