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sábado, 23 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A felicidade da fé

A felicidade da fé ou a fé dá felicidade!


terça-feira, 19 de novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Fé e Ciência



1º Exemplo
Toda a gente sabe que o físico e matemático francês Ampère (1775-1836) era profundamente religioso.
- Meu Deus – rezava ele – agradeço-Vos por me terdes criado, redimido e iluminado com vossa divina luz.
O facto seguinte mostra-no-lo alimentando o fervor da sua fé com a oração e as práticas piedosas.
Quando o jovem estudante Ozanam (1813-1853) chegou a Paris não propriamente um incrédulo, mas a sua alma estava mais ou menos tocada por aquilo que se pode chamar crise de fé. Um dia Ozanam entrou numa igreja e viu ajoelhado a um canto, perto do sacrário, um homem, um idoso, que rezava piedosamente o seu terço. Aproximou-se e reconheceu-o. Era Ampère, o seu ideal, a ciência e o génio vivo!
Esta visão tocou-o até ao mais fundo da alma. Ajoelhou-se suavemente atrás do mestre; a oração e as lágrimas brotaram do seu coração; era a completa vitória da fé e do amor de DEUS.
Ozanam gostava depois de repetir:
- O terço de Ampère fez por mim mais que todos os livros, discursos ou pregações.
Aquando da última doença de Ampère, a religiosa que velava à sua cabeceira propôs-se ler algumas passagens da Imitação de Cristo.
- Não se incomode – respondeu ele – eu sei de cor.

2º Exemplo
Há quem pretenda colocar a ciência como inimiga da fé.
Por sua vez, o grande cientista e Nobel da química, Luís Pasteur (1822-1896) era um cristão fervoroso e não se envergonhava de declarar que “um pouco de ciência afasta-nos de Deus, muita nos aproxima...”
Tal pode confirmar-se com um facto ocorrido em 1892:
Um senhor de 70 anos viajava de comboio, quando um jovem universitário se sentou a seu lado e começou a ler o seu livro de ciência. O idoso, por sua vez, lia um livro de capa preta. Quando o jovem se percebeu que se tratava da Bíblia, sem muita cerimónia, interrompeu a leitura do vizinho e perguntou:
- O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
- Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus. Estou errado?
- Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente as pessoas sem cultura ainda creem que Deus tenha criado o mundo em seis dias, por exemplo. A ciência moderna nega tudo isso. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso.
- É mesmo? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?
- Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me tempo agora, mas deixe-me o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência.
O idoso, cuidadosamente, abriu o bolso interno do fato e deu o seu cartão ao estudante universitário.
Quando o jovem leu o que estava escrito, saiu cabisbaixo, cheio de vergonha pela sua ousadia. No cartão estava escrito:
Professor Doutor Luís Pasteur
Diretor-Geral do Instituto de Pesquisas Científicas
da Universidade Nacional da França.

3º Exemplo
O estadista britânico Winstow Churchill (1874-1965) dizia:
- De tempos em tempos, os homens da ciência tropeçam na verdade, mas a maioria deles levanta-se e segue em frente como se nada tivesse acontecido.
Parece que Deus persegue os cientistas enquanto eles não querem ver.
Por isso mesmo o matemático e Nobel da Física Alberto Einstein (1879-1955) deixou escrito:
- A ciência sem a religião é aleijada; a religião sem a ciência é cega.
De facto a ciência não dispensa a fé, nem a fé invalida a ciência.
Fé e ciência são ambas um dom de Deus.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Exemplo e modelo de fé


Hoje assinalamos a memória litúrgica do Beato Carlos Imperador da Áustria e Rei da Hungria.
Neste ano da Fé podemos valorizar o seu contributo neste campo.

A fé de um homem e um homem de fé

“Nenhuma missão concorreu tão eficazmente para reavivar a fé na minha diocese como o exemplo dado pelo imperador Carlos na sua doença e na sua morte” – assim confidenciou D. António Manuel Pereira Ribeiro, bispo do Funchal de 1914 a 1957.
O Imperador Carlos de Áustria e Rei da Hungria passou os cinco últimos meses da sua vida na Madeira para aqui viver a sua fé e a partir de então tem toda a eternidade para fazer brilhar essa mesma fé…
Como é que alguém passa tão pouco tempo num lugar, doente e acamado, exilado ou preso, sem saber falar a língua local, no meio de tantas provações e inquietações… e consegue deixar tamanho testemunho da sua fé? Como é que alguém perseguido e maltratado consegue dar uma tão grande lição que fez reavivar a fé da igreja local?
Só encontro uma resposta possível: O seu exemplo falava mais do que a sua boca, a sua atitude de oração pregava mais do que qualquer palavra.
E o povo à sua volta foi sensível a esse exemplo de fé e a esse modelo de oração.
Bem depressa os madeirenses descobriram naquele exilado um homem de fé. E logo se deixaram contagiar pela fé daquele homem.
Foi o exemplo que os levou a esta dupla descoberta. É que o exemplo arrasta e a atitude mobiliza.
E uma vez mais se cumpre a observação popular: vale mais ver uma só vez do que ouvir cem vezes. É por isso que o povo madeirense viu este homem de fé e deixou que o seu exemplo reavivasse a sua própria fé.
E o que viu de especial neste homem de fé?
Viu a sua humildade e simpatia, viu-o a procurar o horário das missas na sé, viu-o a participar nas eucaristias, viu o seu recolhimento, viu a sua sincera piedade eucarística, viu-o na mesa da comunhão, viu a sua devoção mariana, viu a sua consagração ao Sagrado Coração de Jesus, viu-o a perdoar os seus inimigos, viu-o a oferecer-se como vítima para restaurar a paz e a concórdia entre os seus concidadãos, viu-o a acompanhar um funeral de um pobre local e a rezar compassivo, viu-o a procurar fazer em tudo a vontade de Deus, enfim… viu-o morrer chamando pelo nome de Jesus. E foi mais importante ver uma vez, do que ouvir falar cem vezes.
Hoje, como bem-aventurado ou beato, Carlos de Áustria pode ser invocado como um modelo a seguir em qualquer parte do mundo.

Que este homem de fé nos ajude a aderir à mesma fé deste homem!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fé e humildade


4ª Feira - XVIII Semana Comum

Jesus elogia a grande fé de uma mulher simples.
 
Se uma pessoa é humilde, será grande a sua fé.
Se uma pessoa for orgulhosa, será fraca a sua fé.
Por isso a cananeira humilhando-se, tornou-se pequena ou simples e a sua grande fé manifestou-se.
 
Estou convencido que a fé é sempre grande.
A questão não está em ser grande ou pequena, mas em ter ou não ter fé.
A fé é sempre tão grande que qualquer pessoa parecerá sempre pequena diante desse grande mistério.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Conservei a fé

Neste Ano da fé, ao assinalarmos o dia do falecimento do Papa Paulo VI em 1978, podemos contemplar a sua fé, a sua santidade e a sua memória.
 
a) A FÉ
“Fidem servavi” (conservei a fé): nesta expressão paulina, pronunciada poucos dias antes da morte, está condensado todo o pontificado de Paulo VI.
A fé, disse Paulo VI, é “a adesão do espírito, intelecto e vontade a uma verdade” que se justifica “pela autoridade transcendente de um testemunho ao qual não apenas é razoável aderir, mas intimamente lógico, por uma estranha e vital força persuasiva, que torna o ato de fé extremamente pessoal e satisfatório”.
Foi este Papa o primeiro a proclamar um ANO DA FÉ no centenário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo, em 1968. Na celebração conclusiva Paulo VI proclamou um credo que ficou conhecido como o CREDO DO POVO DE DEUS.
 
b) A SANTIDADE
Em 07/12/1975, Paulo VI recebia em Roma a delegação da Igreja Oriental, para comemorarem juntos o décimo aniversário da retirada das excomunhões. O Papa beijou os pés do patriarca Meliton da Calcedônia, que chefiava a delegação. E um jornalista de Atenas, muito impressionado, disse: “Só um grande homem pode humilhar-se assim”! Ao que acrescentou o patriarca: “Só um santo, só um santo pode agir desta maneira”! Papa Paulo VI, “grande santo”.
 
c) A MEMÓRIA
Paulo que foste Pedro e Pedro que foste Paulo, Tu que na terra tiveste “outro que te cingisse” e que na mesma terra percorreste largos caminhos nunca por teus predecessores andados, descansa agora da tua angústia, do teu sentido da urgência, do teu imenso cuidado e do peso grande das chaves que em tuas frágeis mãos levavas.
Tu que, prevendo embora o final que se avizinhava, foste arrebatado, quase no instante que dura o relâmpago rasgador da treva, o dia da memória da Transfiguração do Senhor, recebe agora a infinita luz da Sua eternidade.
Tu que viveste, não raro, no meio dos homens, em alturas solitárias só poucos ou mesmo a nenhum deles acessíveis, habita agora no seio da Família Divina, na comunhão de todos os santos, para sempre.
Tu que não foste nem compreendido, nem admirado nem amado, na medida em que de tanto eras merecedor, sê agora aceite por Aquele que, “coroando os nossos méritos, é a Sua graça que Ele coroa também”.
Tu que amaste a Igreja como esposa, mãe e irmã e que lutaste, incansável, pela sua unidade, a um tempo, mais estreita e mais larga, intercede agora, junto daquele que é “tudo em todos” para que o grande voto do seu Fundador e “Pastor eterno” se torne realidade cada dia mais viva e mais atuante.
Tu que olhaste a Terra como autêntico cidadão do mundo, reza a Deus, Senhor do Tempo e Senhor da História, que te levou cheio de anos e cheio de experiência, para que essa mesma Terra se torne um espaço habitável para todos os seus filhos…
(Manuel Antunes, Linhas mestras de um pontificado, na morte de Paulo VI, in Brotéria, vol 107, nº 4, outubro 1978, página 243-261)
 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Lumen Fidei

A luz da Fé (Lumen Fidei) é o título da Encíclica do Papa Francisco, publicada hoje, no âmbito do Ano da Fé.
Vem no seguimento das outras duas encíclicas do Papa Bento XVI (sobre a caridade e sobre a esperança). Foi iniciada pelo mesmo Bento XVI, de modo que parece ser "uma obra a 4 mãos" ou "de dois Papas".

O texto termina no nº 60 com uma oração mariana que pode ser o resumo ou o sumário de toda a encíclica:

"A Maria, Mãe da Igreja e Mãe da nossa fé,
nos dirigimos, rezando-lhe:

Ajudai, ó Maria, a nossa fé.
Abri o nosso ouvido à Palavra, para reconhecermos a voz de Deus e a sua chamada.
Despertai em nós o desejo de seguir os seus passos, saindo da nossa terra e acolhendo a sua promessa.
Ajudai-nos a deixar-nos tocar pelo seu amor, para podermos tocá-Lo com a fé.
Ajudai-nos a confiar-nos plenamente a Ele, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e cruz, quando a nossa fé é chamada a amadurecer.
Semeai, na nossa fé, a alegria do Ressuscitado.
Recordai-nos que quem crê nunca está sozinho.
Ensinai-nos a ver com os olhos de Jesus, para que Ele seja luz no nosso caminho. E que essa luz da fé cresça sempre em nós até chegar aquele dia sem ocaso que é o próprio Cristo, vosso Filho, nosso Senhor."

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O Bom Papa João


Foi há 50 anos
 
João XXIII morreu no dia 3 de junho de 1963, de cancro no estômago (que também tinha feito padecer outros dois irmãos), depois de 4 anos e 7 meses de Pontificado.
Com ele, a Igreja tinha voltado a estar na vanguarda dos que trabalhavam pela paz e pela fraternidade, dos homens e mulheres que reconheciam 'o primado do coração'.
Com ele muitas coisas tinham começado a acontecer na Igreja pela primeira vez.
Presidiu à abertura do Concílio Vaticano II a 11 de outubro de 1962, 3 anos e 10 meses desde que o anunciou como o 21º concílio ecuménico da Igreja.
Desde 23 de setembro de 1962 sabia que tinha cancro:
"Com a minha idade, não posso olhar demasiado longe no tempo... Hoje somos chamados a pôr em marcha, não a concluir..."
Durante o seu curto Pontificado, João XXIII publicou 8 encíclicas, como a mais conhecida a Mater et Magistra (1961). A 11 de abril de 1963 (apenas a 53 dias antes da morrer) publicou a Pacem in Terris, que pode ser considerada como o seu testamento.
A partir daí uma grande parte dos padres conciliares quis que fosse declarado santo por aclamação antes do términus do Concílio. Paulo VI, que o sucedeu e que declarou desde o primeiro dia ser seu continuador e que o Concílio iria em frente, deu início à sua causa de beatificação e João Paulo II proclamou-o beato a 3 de setembro de 2000.
Beato João XXIII, rogai por nós!
 
 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Bela obra do Espírito

 
Parece-me que foi hoje, pelo menos que eu saiba, que o Santo Padre Francisco falou abertamente como Papa dos 50 anos do Concílio Vaticano II. Foi na homilia da missa celebrada hoje, 16 de abril, na capela de residência Santa Marta:
“…Há resistência na Igreja à ação do Espírito Santo…
Não queremos mudar. Mais: há vozes que querem voltar atrás em relação ao Concílio…
O Concílio foi uma bela obra do Espírito, mas 50 anos depois é preciso que a Igreja se questione.
Fizemos tudo o que nos disse o Espírito Santo no Concílio, naquela continuidade do crescimento da Igreja que ele foi? Não!...
Este problema deriva do facto de haver pessoas teimosas que querem domesticar a ação do Espírito.
O Espírito Santo incomoda e faz a Igreja seguir em frente.
Não colocar resistência ao Espírito Santo: É esta a graça que eu gostaria que todos nós pedíssemos ao Senhor, a docilidade ao Espírito Santo, a esse Espírito que vem até nós e nos faz seguir pela estrada da santidade…”
 
Até hoje parecia-me haver um silêncio papal de palavras e não silêncio da mensagem do Vaticano II. De facto o Papa Francisco falou eloquentemente da doutrina do Concílio não através de discursos, mas através de gestos: dando centralidade ao povo de Deus (Este deu primeiro a bênção ao Papa. Só depois ele a deu ao povo), ativando a colegialidade, apresentando-se simplesmente como bispo que Roma que preside à unidade, assumindo a condição de uma Igreja pobre ao serviço dos pobres, de servos simples e humildes (igreja de avental a lavar os pés).
As palavras de hoje são apenas um complemento dos gestos já afirmados.
É tempo de descongelar o Concílio, não para abrir feridas, separações ou catálogos, mas para unir.
Aliás, tenho para mim que se o Papa Francisco evitou falar do Concílio foi para não dar oportunidade de ninguém desqualificar os seus contrários. É que há quem queira reivindicar a sua aplicação e há quem queira descativá-la. Mais uma vez o Papa está para unir e somar e não para dividir.
 

 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Com fé e humor



A fé sem humor leva ao fanatismo.

O humor sem fé leva ao cinismo.


sexta-feira, 1 de março de 2013

Ámen

Crer é dizer Ámen e dizer Ámen é crer.

O Catecismo da Igreja Católica conclui a exposição sobre o CREDO com a explicação do ÁMEN final:
 
1061. O Credo, tal como o último livro da Sagrada Escritura termina com a palavra hebraica Ámen, palavra que se encontra com frequência no final das orações do Novo Testamento. Do mesmo modo, a Igreja termina com um «Ámen» as suas orações.
 
1062. Em hebraico, Ámen está ligado à mesma raiz que a palavra «crer», raiz que exprime solidez, confiança, fidelidade. Assim se compreende porque é que o «Ámen» se pode dizer tanto da fidelidade de Deus para connosco como da nossa confiança n'Ele.

1063. No profeta Isaías encontramos a expressão «Deus de verdade», literalmente «Deus do Ámen», quer dizer, o Deus fiel às suas promessas: «Todo aquele que desejar ser abençoado sobre a terra deve desejar sê-lo pelo Deus fiel (do Ámen)» (Is 65, 16). Nosso Senhor emprega frequentemente a palavra «Ámen», por vezes sob forma redobrada», para sublinhar a confiança que deve inspirar a sua doutrina, a sua autoridade fundada na verdade de Deus.
 
1064. O «Ámen» final do Credo retoma e confirma, portanto, a palavra com que começa: «Creio». Crer é dizer «Ámen» às palavras, às promessas, aos mandamentos de Deus; é fiar-se totalmente n'Aquele que é o «Ámen» de infinito amor e perfeita fidelidade. A vida cristã de cada dia será, então, o «Ámen» ao «Creio» da profissão de fé do nosso Batismo:
«Que o teu Símbolo seja para ti como um espelho. Revê-te nele, para ver se crês tudo quanto dizes crer. E alegra-te todos os dias na tua fé».
 
1065. O próprio Jesus Cristo é o «Ámen» (Ap 3, 14). É o Ámen definitivo do amor do Pai para connosco: assume e leva a bom termo o nosso «Ámen» ao Pai: «É que todas as promessas de Deus encontram n'Ele um «sim»! Desse modo, por seu intermédio, nós dizemos «Ámen» a Deus, a fim de lhe darmos glória» (2 Cor 1, 20):
 
«Por Cristo, com Cristo, em Cristo,
a Vós, Deus Pai todo-poderoso,
na unidade do Espírito Santo,
toda a honra e toda a glória
agora e para sempre.
ÁMEN».

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A fé de um Mestre e um Mestre de fé

Neste ano da Fé partilhamos alguns pensamentos, frases ou citações sobre a fé retirados dos escritos do Pe. Leão Dehon:
 
A é ainda a luz e a chave da história. (Acerca das Letras Cristãs, in “A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 303)
 
A nunca extingue o amor da pátria; ela ilumina-a e fortifica-a, como cultiva e faz crescer tudo o que é nobre e bom na natureza. (Acerca do Patriotismo Cristão, in “A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 310)
 
A Incarnação é um mistério de ; a paixão é um mistério de esperança; a eucaristia é um mistério de amor. (CA, Pág. 142)
 
A razão e a são duas filhas de Deus, que não devem estar em desacordo. (CR, Pág. 470)
 
A tropa é uma grande fonte de méritos para aqueles que vivem a . (Carta ao escolástico Bodin, 02/11/1908, Inv. 315.04, AD: B20/8.7)
 
Cumprir a vontade divina em espírito de e de obediência, é bom. Mas cumpri-la pela caridade, por amor, é um meio bem mais poderoso, mais agradável a Deus. (VA, Pág. 152)
 
Deus é amor, nós acreditamos no amor, eis todo o objecto da nossa . (NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 82)
 
Dispor de poupança é bom, mas juntamente com a virtude e a . (Discurso Acerca da Educação, 20/01/1888, Inventário 43.04 AD: B7/3)
 
Educar um cristão não é somente dar-lhe noções de ciência humana… não é somente ensinar-lhe boas maneiras…dar-lhes uma ciência… é sobretudo formar nele um nobre e grande carácter, virtudes vigorosas… fazer crescer na sua alma a (Acerca da Educação Cristã, in “A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág.
 
Mostremos a bandeira do Coração de Jesus e a simplicidade da nossa reacenderá os fracos.
 
Nas épocas de , a arte aperfeiçoa-se, engrandece, aproxima-se de um ideal celeste. (CR, Pág. 232)
 
O abandono é como que a síntese das virtudes da , obediência, confiança e amor. (DE, Pág. 202)
 
O espírito de nos ajudará a superar as nossas antipatias naturais. (CC 17/10/1897, Pág. 104)
 
O rumo da minha vida interior, travada, é verdade, por inúmeros falhanços, tem sido sempre o amor do Senhor, mantido pela e pela pureza de coração e de consciência. (NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 47)
 
São Pedro é o apóstolo da , S. Tiago Maior, da esperança, S. João da caridade, Santo André do amor das cruzes, S. Filipe da alegria espiritual, S. Bartolomeu da força, S. Mateus da ciência divina, S. Tiago Menor da contemplação, S. Tomé da confiança no Coração de Jesus que ele adquiriu ao tocar-lhe com as suas mãos, S. Tadeu da ação de graças, S. Matias sucessor de Judas, da humildade. (CA, Pág. 141-142)
 
 

 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Relógio da Fé


Horologium Fidei é o título do livro que o Infante D. Henrique escreveu, ou melhor, mandou escrever.
O Infante D. Henrique era um homem preocupado com os problemas religiosos e a quem agradava um livro de teologia, a ponto de pedir ao franciscano Fr. André do Prado que escrevesse um comentário ao símbolo dos apóstolos – Horologium Fidei.
Assim nasceu o único livro que o Infante mandou escrever, escrever e não propriamente copiar ou traduzir. Parece ser datado cerca de1450.
Trata-se de um códice de 89 folhas, a duas colunas, em gótico de quatrocentos, com letras iniciais a vermelho, azul e violeta, e cós nomes dos interlocutores algumas vezes por extenso, outras vezes abreviados, mas geralmente omitidos. Neste último caso, fica o respetivo espaço em branco, pronto a ser preenchido pelo Magister ou pelo segundo dialogante, Dominus Henricus.
Não estranhemos o título: Relógio da Fé. Julgamos que, para Fr. André do Prado, tal obra destinava-se a ensinar aos homens as verdades da fé, como o relógio indica as horas certas do dia.
Através deste diálogo literário, como género literário…
Está em latim pois era a língua comum dos escritos teológicos…
Dividido e comentado em 12 capítulos, o Credo apresenta-se como o próprio relógio da fé. O primeiro capítulo, sobre a unidade substancial da Trindade e a natureza da fé, ocupa um terço da obra. Os restantes ocupam-se da divindade de Cristo, da conceção imaculada (comenta a cláusula “Que foi concebido do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria”, dependendo sobretudo da exegese bíblica, de Agostinho e de fontes diversas), da encarnação e padecimento de Cristo, da sua ressurreição, do juízo final, dos dons do Espírito Santo, da unidade da Igreja, da graça, da ressurreição dos mortos e, por fim, da bem-aventurança eterna.
Após a dedicatória, Fr. André do Prado começa a falar em linguagem mais simples e pede ao Infante que abra a série de perguntas em torno ao Credo: “Tende pois a bondade, ó melhor dos príncipes, de querer pôr mãos à obra acerca do assunto que temos em vista.”
O Infante não hesita. Chama-lhe bom mestre e faz sete perguntas:
- Que é o símbolo?
- Quantos símbolos há?
- Que é um artigo da fé?
- Onde e quando foram feitos os símbolos?
- Quem os fez?
- Por que motivo os fizeram?
- A quem pertence fazê-los?
… E a obra vai caminhando lentamente, num diálogo impessoal e escolástico de perguntas e respostas, ricas de substâncias e pobres de retórica.
Vários eram os símbolos, explicava Fr. André do Prado, mas só três foram adotados oficialmente pela Igreja: O símbolo dos Apóstolos, o de Niceia e o chamado de Santo Atanásio.
Porque dos Apóstolos? Porque foram eles que o compuseram, antes de se dispersarem pelo mundo, responde Mestre André.
É este o símbolo que o frade menor explica no Horologium Fidei.
De vez em quando D. Henrique pede exemplos e comparações – que Mestre André lhe mostre qualquer coisa que dê uma ideia da coeternidade, em Deus, do Filho e do Pai. O frade recorre mais uma vez a Santo Agostinho: neste mundo, o pai enquanto pai, tem a idade do filho, pois só começou a ser pai quando gerou o filho! E tanto a luz como a chama têm a mesma idade!
Não é obra para se ler dum fôlego. Trata-se dum livro de estudo, com amplas exposições da teologia trinitária, um autêntico tratado de cristologia e belas páginas sobre a providência divina. No entanto, não chega a ser propriamente uma suma de teologia, pois há verdades católicas que faltam no Credo.
Temos neste códice a confirmação do pensamento religioso do Infante de Sagres e um documento contra qualquer tese que tenda a transformá-lo num homem movido unicamente por razões de ordem económica. A laicização do Infante D. Henrique é um pecado contra a verdade histórica.
(Cf. Mário Martins, O Livro que o Infante D. Henrique mandou escrever, in Brotéria vol LXXI, Agosto-Setembro de 1960, nº 2-3, páginas 195-206)
 

domingo, 4 de novembro de 2012

Questionário da fé

Dante Aligheri (1265-1321), poeta italiano, apresenta um exame da sua fé perante São Pedro no paraíso, para que nós aprendamos a responder já aqui na terra.
 
Nos cantos XXIV; XXV e XXVI, do Paraíso, do poema épico Divina Comédia (1322), Dante é interrogado por são Pedro sobre a fé; por São Tiago sobre a esperança e por São João sobre a Caridade.
São Pedro dirige-lhe sete perguntas sobre a Fé:
- Que é a fé?
- É a substancia das coisas esperadas e argumento das coisas incompreensíveis.
- Tens fé no teu coração?
- Sim, tão firma para não ter dúvida nenhuma.
- De onde te vem a fé?
- Do Espírito Santo, que difunde a luz nas escrituras...
- Porque achas que são inspiradas as escrituras?
- Porque os milagres o atestam…
- Quem te assegura a verdade dos milagres?
- Ou os milagres aconteceram ou não. Se aconteceram, a fé é divina. Se não aconteceram, o mundo converteu-se sem milagres.
E São Pedro aprova e pede-lhe o objeto da fé. Dante recita o Credo.
Finalmente, São Pedro pede-lhe que mostre as obras da fé…

 
“Diz, bom cristão, e faz-te manifesto:
Fé o que é?” Onde eu alçando a fronte
À luz que assim dizia, faço um gesto
Voltado para Beatriz, e a vejo apronte
………
Fé é substância a toda a cousa que há-de
Ser e argumento das não aparentes…
………
Mas diz-me em tua bolsa a quanto ela orce.
E eu: a tenho, tão limpa e rotunda
Que em seu cunho nenhum talvez a torce.
Depois saiu daquela luz profunda
Que resplandia: Esta cara jóia
Em toda a cirtude já se funda
De onde é que ela te vem? E eu: Pois soi a
Chuva do Espírito Santo ser difusa
Em velho e novo coiro, e assim constrói-a
….
E ouvi depois: se assim concluis daquela
Proporção antiga e nova, já te
Surge a fala divina e se revela?
E eu: a prova que a verdade extracte
É tanta obra seguida, a que natura
Ferro não scalda nem bigorna bate.

Respondido me foi: Quem te assegura
Que aquelas obras foram? Pois é aquilo
Que quer provar-se e não al, que to jura.
Se o cristinianismo vê o mundo a segui-lo
Sem milagres, disse eu, esse é já um.
….
Mas convém ora exprimas o que crês.
E onde a crença tua te surgiu.
Ó santo pai e espírito que vês
Tanto isso em que tu creste, que venceste
Indo ao sepulcro, outros mais jovens pés.
Comecei eu que queres que eu manifeste
A pronta crença minha neste ensejo
E também a razão dela quiseste.
Respondo: Num só Deus creio que almejo
Eterno e uno e que o céu todo move
Imoto, com amor e com desejo

Dessa profunda condição divina
que eu ora toco, a mente me sigila
Variamente a evangélica doutrina.
Assim em bendizendo-me cantando
Três vezes me cingiu quando calei
A apostólica luz cujo comando
Me fizera falar, bem lhe agradei.”

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Símbolo dos Apóstolos

O Símbolo dos Apóstolos, assim chamado porque se considera, com justa razão, o resumo fiel da fé dos Apóstolos.
Era preciso um resumo da pregação apostólica, para os fiéis poderem fixá-la facilmente. Desta necessidade nasceu o Símbolo dos Apóstolos. Porque símbolo dos Apóstolos? Porque foram eles que o compuseram, antes de se dispersarem pelo mundo.
Não só ele encerrava a doutrina dos apóstolos, mas também tinham sido estes os seus autores – cada qual pronunciando o seu artigo ou versículo. Correu há muito uma tradição secular e algo romanesca, acerca da origem do Símbolo dos Apóstolos.
Era a adaptação duma tradição que radicava nas Constituições Apostólicas do Pseudo-Clemente, por volta do Séc III.

- Creio em Deus Padre todo-poderoso, criador do céu e da terra – disse São Pedro.
- E em Jesus Cristo, filho unigénito de Deus – acrescentou Santo André, na opinião de alguns ou São João Evangelista, segundo outros.
- O qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem – assim falou São Tiago Zebedeu.
- Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos – tais foram as palavras de São Tiago Maior.
- Desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos – declarou o apóstolo São Tomé, ou então São Filipe, dizem outros.
- Subiu ao céu, onde está sentado à direita de Deus Padre todo-poderoso – afirmou São Bartolomeu.
- Donde há-de vir julgar os vivos e os mortos – ajuntou São Filipe.
- Creio no Espírito Santo – Exclamou São Bartolomeu.
- Creio na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos – assim trovejou São Mateus.
- Na remissão dos pecados – disse Simão Cananeu.
- Na ressurreição da carne – tal foi o artigo de Judas Tadeu.
- Na vida eterna, ámen – finalizou por sua vez o apostolo São Matias.

sábado, 27 de outubro de 2012

Profissão de fé

Símbolo é uma definição abreviada, formulário ou síntese da fé. É conhecido como símbolo dos Apóstolos, pois nele são declaradas as mesmas verdades da fé comuns a todos os apóstolos. Há três textos diferentes para professar essa mesma fé cristã:
 
1º - O Credo Batismal ou o Símbolo Dialogado
É a mais antiga profissão de fé nascida da liturgia batismal, que se faz sob a forma de pergunta/resposta, que permite proclamar, por um lado a renúncia ao mal, e, por outro lado, a profissão de fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Esta forma, muito litúrgica, porque estava ligada à tripla imersão no batismo, é a mais simples. Para além do batismo é também aconselhada na liturgia da Vigília Pascal.
 
- Renunciais a Satanás?
                - Sim, renuncio.
- E a todas as suas obras?
                - Sim, renuncio.
- E a todas as suas seduções?
                - Sim, renuncio.
- Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra?
                - Sim, creio.
- Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai?
                - Sim, creio.
- Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna?
                - Sim, creio.
 
2º - O Símbolo dos Apóstolos ou o Credo Breve
O nome desta fórmula nasce de uma lenda que atribuía aos Apóstolos a autoria do texto. Este Símbolo é considerado a «regra da fé, breve e grande» (Santo Agostinho): breve pelo número das palavras, grande pelo alcance capaz de evocar em poucas palavras a totalidade da fé cristã. É usado sobretudo na oração pessoal e na catequese.
 
Creio em Deus,
Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra;
e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos Santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
na vida eterna. Ámen.
 
3º - O Grande Credo ou Símbolo Niceno-Constantinopolitano
Este texto não foi escrito, inicialmente, para uso na liturgia; resultou de discussões teológicas complicadas. O nome deste símbolo está relacionado com o Primeiro Concílio de Niceia (no ano 325) e com o Primeiro Concílio de Constantinopla (no ano 381), onde foi feita uma revisão do texto anterior. Este «Credo» possui uma tríplice estrutura: a primeira estrutura é trinitária (Deus é confessado como único, mas também como comunhão de três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo), a segunda estrutura é narrativa (conta a História da Salvação); a terceira estrutura é enunciativa (não se refere apenas ao conteúdo da fé, mas também aos sujeitos que dele se apropriam, para o viver e testemunhar).
 
Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria,
e Se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
De novo há de vir em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos.
e a vida do mundo que há de vir. Ámen.