quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Mártires Dehonianos


Ao assinalarmos hoje os 50 anos do martírio dos 28 religiosos Dehonianos em Kisangani (República Democrática do Congo) sentimos um duplo sentimento: um orgulho entristecido ou uma tristeza orgulhosa.
Em primeiro lugar o orgulho de ver uma Igreja tão jovem e já com tantos santos mártires e em segundo lugar, a tristeza causada pelo peso do passado triste e sombrio da rebelião de 1964.
Esses missionários, friamente mortos, pertencem à categoria dos pioneiros da evangelização. Eles tornaram-se a seiva viva ilustrando com a sua morte as palavras de Cristo "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; se morrer, dá muito fruto" (Jo 14, 24).

Assim profetizou o bispo Gabriel Grison, o primeiro missionário dehoniano nessas paragens: "é impossível plantar a cruz na terra de missão sem ser o próprio escopo."

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Memória do Servo de Deus

Causa de Beatificação

































Servo de Deus André Prévot

Padre da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Nasceu a 09 de Novembro de 1840 em Le Tiel, Ardèche, França
Morreu a 26 de novembro de 1913 em Brugelette, Hainaut, Bélgica
Diocese do Bispo competente: Tournai
Abertura do processo instrutivo: 21 de junho de 1956
Dossier número 889
Decreto sobre os escritos: 16 de fevereiro de 1965
Introdução da causa: 13 de abril de 1978
Sessão de consultores históricos: 28 de setembro de 1999

sábado, 22 de novembro de 2014

Embondeiro

























No meu quintal tenho um embondeiro…
Eu só conhecia embondeiros no livro do Principezinho.
Não sei porque disseram ao Principezinho que os embondeiros eram perigosos, pois invadiam tudo e davam muito trabalho.
No meu quintal o embondeiro é uma árvore nobre, imponente e até respeitada, pois condicionou a construção dos edifícios à sua volta…




















Agora está verdejante, com botões, flores e frutos.
A estes chamam múcua. São secos e alongados. Por fora parecem um coco muito longo. Partindo encontra-se por dentro algo parecido com esferovite.
Pode comer-se assim ou então ferver em água, coar e beber muito frio.
Dizem que é remédio santo para diabetes e tensão alta, mas a minha tensão está boa… e os diabetes não têm com que desequilibrar-se (Mentira, aqui há de todos os doces, pasteis de nata bem estaladiços etc…



















Sinto-me um principezinho junto ao meu embondeiro que me dá abrigo e sombra, comida e bebida. 
Noutra oportunidade partilharei algumas histórias sobre este meu embondeiro.



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Pensador

Este postal  refere-se ao Dia Internacional da Filosofia, que foi celebrado ontem, mas como não estive conectado, partilho-o hoje.

































O Pensador
Esta obra de arte nativa é a figura mais emblemática de Angola.
Dizem que foi inspirada na pose de um adivinho, de um jogador de ouril, ou de uma carpideira.


































Aprecio sobretudo um pormenor:
Este pensador angolano tem uma particularidade que não vejo nos famosos pensadores talhados pelos geniais escultores, desde os clássicos gregos ou romanos, a Miguel Ângelo ou Rodin.
Este pensador da arte popular não tem as mãos a segurar o queixo, mas a tapar os ouvidos.
Porquê?
Porque pensar é escutar uma voz interior…
Em vez de apertar o queixo, este pensador está a espremer a cabeça… para que o seu pensamento possa verter do interior…
No aspeto global o pensador é alguém que se debruça sobre si mesmo…


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Bíblia manuscrita


Faz hoje 10 anos em que também participei com a minha caligrafia na Bíblia manuscrita.


Ainda hoje tento compreender o versículo que manuscrevi... aliás há muita coisa na Bíblia que ainda estou a tentar compreender...

Lev 27, 13:

"Se a pessoa, em seguida, o quiser resgatar, acrescentará um quinto ao valor da avaliação."

É do último capítulo do 3º livro da Bíblia e refere-se ao cumprimento de votos ou promessas feitas ao Senhor.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

À margem da estrada

2ª feira – XXXIII semana comum

A)
Estava um cego sentado à beira do caminho… para nos lembrar que quando ficamos à margem do caminho somos cegos!
É preciso aproximar-se de Jesus e dos outros para vermos bem e seguirmos o nosso caminho.

B)
Um cego que viu melhor do que todos os que não eram cegos…
Viu com os olhos da fé, viu o Messias, viu Jesus de modo diferente, enquanto os outros viram-no apenas como igual a si mesmos.

Que beleza !



















A beleza que conta é a interior, 
por isso o exterior pode ser simples…

Estou, há um mês a esta parte, na cidade onde deve haver mais Salões de Beleza por metro quadrado… sim, em cada esquina há um e às vezes o salão não tem mais que dois ou três metros…
Esta foto refere-se a uma das principais avenidas de acesso à grande capital. As suas condições até são razoáveis em comparação com outras que promovem a beleza, das pessoas e não dos edifícios, do interior e não do exterior.

Alguém diz que  
é a alegria do coração 
    que dá beleza ao rosto 
e não a beleza do rosto 
    que dá alegria ao coração.

Aqui está a prova disso.

domingo, 16 de novembro de 2014

Versão pragmática


Ano A - XXXIII Domingo Comum

Versão pragmática da parábola dos talentos


Parábola de um rei que tinha dois servos a quem muito queria. Deu a cada um deles uma medida de trigo e um molho de linho.
O mais esperto foi logo tecer o linho que se transformou num lindo manto. Depois tomou o trigo, moeu-o e com a farinha fez uma amassadura de pão. Preparou a mesa e ficou à espera que o seu senhor regressasse.
O outro servo, por sua vez, escondeu o trigo e o linho que recebera para que ninguém o roubasse.
Pouco tempo depois regressou o senhor daqueles servos. Um veio logo trazer-lhe o manto e o pão que fizera com o que tinha recebido.
O outro devolveu-lhe a medida de trigo e o molho de linho tal como lhe tinha sido entregue. Que vergonha e que vexame!
Do mesmo modo, quando o Senhor, deu a Lei a Israel, entregou-a como uma medida de trigo ou como um molho de linho.  É preciso preparar o pão e tecer o manto para nosso alimento e nosso aconchego.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cuca















No dia de São Martinho,
por estes paragens não houve castanhas nem vinho...
Celebrei com o que havia...




















E dei cabo da cuca !!!




















Sim, porque os padres estão autorizados 
a beber até mesmo em serviço !!!


Servos indignos


3ª feira - XXXII Semana Comum

O evangelho de hoje lembra-nos que somos todos servos,
pois vivemos para servir:


Servir a Deus não é uma obrigação, 
é uma honra.

Servir os irmãos não é uma imposição,

é um privilégio.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Há 50 Anos



Memória do martírio do Pe. Longo, SCJ

À memória do Padre BERNARDO LONGO dos Sacerdotes do Coração de Jesus, massacrado em Mambasa, no Congo, a 3 de Novembro de 1964.
Ele viveu para o ideal missionário, para a reabilitação religiosa e civil dos Congoleses, que para ele eram Irmãos em Cristo. Depois de 26 anos de trabalho apostólico, a fúria bárbara arrebatou-o e a terra africana, irrigada pelo seu suor, quis também o seu sangue de testemunha de Cristo.
Seja o seu martírio impetração de paz para o povo do Congo, seja semente de novos apóstolos e cristãos para todas as terras de missão.
Os missionários podem ser assassinados, mas Cristo vive e triunfa com os sofrimentos e o sangue dos seus mártires.

………….. /…………..

Em 1971, apenas 7 anos após o seu martírio, houve, no Funchal, uma sessão comemorativa do Pe. Longo, padroeiro do CAM (Clube Amigo das Missões). Este Clube era formado por seminaristas do Colégio Missionário para dinamização do seu espírito missionário. Nesse ano coube a mim, seminarista, então com 14 anos, fazer o discurso evocativo.
Recordo hoje esse “discurso tão jovem tão antigo” de há 43 anos sobre a vida e o martírio do Pe. Longo para que continue a inspirar ainda hoje o mesmo espírito missionário.

























 “Caros Amigos das Missões.
Para comemorar o 7º aniversário da morte dos nossos missionários no Congo vamos lembrar alguns pontos principalmente dos últimos dias da vida do Pe. Bernardo Longo, padroeiro do CAM.
Nasceu na Itália e entrou para o seminário quando tinha 20 anos e portanto já tinha alguma experiência da vida. Nele havia um grande desejo de ser missionário. Ordenado padre em junho de 1936 foi mandado para a Argentina, onde esteve um ano. Mas uma ideia tinha na cabeça e nela pensava com vontade: “A África e as Missões.” Foi então para o Congo onde esteve 27 anos na diocese de Wamba entre os pigmeus.
O Pe. Longo realizava assim o seu grande sonho de missionário. Exercia as funções de professor, de carpinteiro, de mecânico e de padre. Por isso era muito amado pelos seus pigmeus e que também os amava muito. Chegou a oferecer os seus próprios lençóis, rasgados em tiras, aos pigmeus para servir de camisa àqueles que não as tinham. Parece impossível, mas é verdade: andava sempre descalço ou com simples tamancos que ele próprio fabricava. Só calçava sapatos quando vinha à Itália.
Depois de 25 anos de imenso trabalho estava pronta uma missão-piloto com escolas, oficinas-mecânicas, uma carpintaria etc.
No dia 22 de agosto de 1964 foi preso pelos Simbas sob a acusação de ter emprestado o seu carro ao exército nacional. Desta vez, porém, teve um pouco de sorte, porque quando estava no interrogatório o carro apareceu e ele foi libertado.
O Pe. Longo tinha 57 anos e já estava na missão havia 27 anos quando foi preso com o Bispo D. Wittebols, também SCJ, e outros padres e irmãos pelos simbas a 3 de outubro de 1964. Juntamente com os seus companheiros prisioneiros estavam na praça a falar do que acontecera. A certa altura ouviu-se uma descarga de metralhadoras. As sentinelas, alarmadas, correram para a praça onde estavam os prisioneiros. Quando chegaram, não havia nada de especial, mas levaram os prisioneiros para o cárcere onde se vingaram muito neles.
O dia 2 de novembro, véspera da sua morte, foi um dia muito angustioso e maçador para ele porque o obrigaram a correr forçadamente. Os simbas escarneciam-no muito.
Entretanto as irmãs religiosas esconderam-se na floresta.
No dia 3 de manhã, foi levado para praça pública onde foi julgado pela última vez. A acusação era: Foi encontrado um gravador na sua casa de Nduie. Como suspeito de espionagem devia ser morto.
O Pe. Longo ao ouvir a voz do Charles Imane, comandante dos simbas, a condená-lo à morte lembrou-se de todo o bem que tinha feito aos pigmeus. Agora tudo se acabaria apesar de ser muito amado pelos pigmeus que, coitados, nessa altura não lhe podiam valer porque era imensa a raiva dos simbas. Levado por um grupo armado de laças, o Pe. Longo estava esperando a sua hora. Os simbas levaram-no para a encruzilhada formada pelas estradas que linham Nyanya-Iruma, Mabasa-Nduie. Era densa a multidão que estava ao seu redor quer amigos, quer inimigos.
Obrigado a voltar-se para Nduiu ele gritou para a multidão que o cercava:
- Podeis matar o meu corpo, mas a minha alma nunca, pois em breve estará no céu.
Mal acabou de dizer isto, um simba abriu-lhe o lado com uma lança como a Jesus e o comandante deu-lhe dois tiros na cabeça. O missionário, que caíra de joelhos, virado para a sua missão, ainda conseguiu pronunciar estas últimas palavras:
- Não é morte, mas um sono!
Assim morria Bernardo Longo, missionário italiano, às 9 horas da manhã do dia 3 de novembro de 1964 vitimado por duas balas na cabeça e muitos golpes de lanças dos simbas.
A uma hora da manhã do dia seguinte o corpo do mártir foi levado por um amigo para o cemitério Europeu de Mambasa onde foi sepultado logo na primeira campa, mesmo sem caixão, só com o terço na mão e com a batina toda ensanguentada.
No dia 26 de novembro do mesmo ano o exército regular libertou Mambasa e os simbas retiraram-se, as irmãs foram libertadas e no dia 24 de dezembro voltaram para a Itália.”

José David Quintal Vieira, 03 /11/1971

sábado, 1 de novembro de 2014

ABC da santidade

Ao celebrar o dia de todos os santos não podemos esquecer que todos nós somos candidatos a santos, aprendizes na escola da santidade.

A) Sentido obrigatório:
A nossa vocação é ser santos.
É obrigatório ser santos, porém não é obrigatório ser pecador.
Não é obrigatório ser mau, roubar, matar etc…
Só é obrigatório ser santo.

B) Grandeza das almas pequeninas
Lição de Santa Teresinha
A quem dizia que ela era uma santa:
- Não, não sou uma santa; nunca pratiquei as ações dos santos. Sou uma alma pequenina que Deus cumulou de graças, eis o que sou. O que digo é a verdade, hão de vê-lo no Céu. (pagina 1203)
… Não espere ser santa mais tarde. Comece agora mesmo. O mês que precedeu a minha entrada no Carmelo ficou para mim como uma suave recordação. A princípio, dizia comigo mesma, como a Irmã: serei santa quando estiver no Carmelo; enquanto espero não vou constranger-me… Mas Deus fez-me ver o valor do tempo; fiz precisamente o contrário do que pensava; quis preparar-me para a minha entrada sendo muito fiel; e esse foi um dos mais belos meses da minha vida.
Acredite em mim, nunca espere pelo dia seguinte para começar a ser santa. (página 1298)

C) Santos no mundo e o mundo dos santos