domingo, 7 de outubro de 2012

Dureza do coração

 
Ano B - XXVII Domingo Comum
 
1. Bênção de Deus
Um casal estava a celebrar as suas bodas de ouro matrimoniais.
O homem queria oferecer um presente à sua mulher mas não tinha dinheiro nenhum.
Que poderia oferecer? Pensou e decidiu em segredo vender o seu cachimbo para pode comprar um pente como prende do aniversário de casamento, para assim ela poder pentear o seu lindo e cumprido cabelo. Assim fez, já que há muito tempo ponha apenas o cachimbo na boca, mas sem tabaco pois não havia dinheiro para isso.
Ao chegar a casa entregou o embrulho do presente à sua mulher e dela recebeu também um presente.
Ela abriu e viu um pente novo… então retirou o lenço que tinha na cabeça…. Ela tinha cortado o cabelo rente e vendido para comprar um presente para o seu marido – tabaco do melhor para o cachimbo…
Abraçaram-se cheios de ternura… afinal o amor era a sua única riqueza.
Eram pobres em tudo, mas ricos em amor.

2. Desvalorização da aliança
Karol Wojtyla, em 1960, já bispo, futuro Papa João Paulo II, hoje beatificado, publicou um texto de teatro intitulado “A loja do Ourives”.  É a história de alguns casais nos seus encontros, desencontros e reencontros.
Numa cena, uma mulher em vias de separação do marido, vai até ao ourives para vender a sua aliança matrimonial. O ourives põe a aliança sobre a balança e abana a cabeça dizendo:
- Esta aliança não vale grande coisa… Não posso ficar com ela.
- Como assim? É ouro maciço… quanto me dá por esta aliança?
- É que esta balança pesa as alianças, não pelo ouro de que são feitas, mas pelo amor que têm…
O que valoriza uma aliança, um casamento, uma relação é o amor…
A dureza de coração é a única coisa capaz de desvalorizar uma aliança de ouro…

3. Dureza de coração
É uma tentação não só para os casais, mas para todas as circunstâncias da vida... Com o tempo o nosso coração devia ficar cada vez mais maleável, mais macio, mais adaptado ao outro.
É por isso que sempre digo aos casais no dia do seu casamento:
- Que nem marido nem mulher tenha saudades deste dia.
É grande o amor um pelo outro que os fez chegar ali, mas amanhã, depois e cada dia o amor será ainda maior. Hoje mais do que ontem e amanhã ainda melhor que hoje. O amor tem de crescer, o coração tem de amadurecer e não endurecer.
É por isso que não é preciso ter saudades dos inícios, ou do dia de ontem porque hoje amanhã tudo será mais rico e mais crescido.

Apêndice
Jesus instruía aos adultos e fazia festas às crianças.
Nós hoje temos a tentação de fazer o oposto: procuramos instruir as crianças (catequese) e fazer festas (arraiais) aos adultos.
Que a nossa vida seja feita de uma e de outra realidade: que saibamos deixar-nos instruir ao mesmo tempo festejar e deixar-nos abençoar ou acariciar por Deus.

Sem comentários: