Ano A – V domingo do tempo comum
Vós sois o sal da terra
Vós sois a luz do mundo
A vossa vocação é ajudar a ver e ajudar a saborear.
Ser sal
- Outrora era muito caro, mas hoje é bastante
acessível e barato.
Um quilograma de sal custa por volta de trinta
cêntimos.
Isto quer dizer que não temos desculpas para não
sermos sal porque é barato, é acessível e útil. Se fosse uma coisa difícil e
cara, ainda assim valeria o esforço. Podemos ser sal sem desculpas.
- Estás a ser pisado pelos outros, pela vida? Não te
queixes dos outros. Quem sabe se o problema está na falta de qualidade do teu
sal? Se o sal perder o sabor só serve para ser pisado pelos homens.
Ser luz
- A luz viaja mais rápido do que o som.
Jesus diz-nos que devemos ser antes luz que palavra.
Em vez de pregarmos, devemos ser luz pois vamos mais depressa, com mais
eficácia e ajudamos assim a ver.
- A luz não brilha para si mesma, mas para os outros.
É por isso que não devemos guardar essa luz só para nós, debaixo de uma caixa. Se a guardarmos assim ela apagar-se-á e não haverá mais luz nem para nós, nem para os outros.
A história do Pateta
Era uma vez um sacristão de segunda categoria chamado
João, mas que todos o tratavam por Pateta. Era simples e humilde, não tinha
estudos nem outras habilitações, mas dedicava-se com todo o coração àquilo que
lhe pediam.
Ficou encarregado de acender e apagar as velas do
altar de todos os santos. Eram dezenas de velas, desde o nível mais baixo até
lá em cima. Todos se recusavam a fazer esse serviço, mas o João Pateta ficou
feliz por essa missão.
E apesar de não muito dotado começou a pensar numa
solução para desempenhar bem essa função.
Primeiro para acender depressa e bem todas as velas,
prendeu uma torcida na ponta de uma vara e com ela acendia todas as velas,
mesmo as do alto, onde ninguém sozinho chegava.
Depois para apagar essas velas não podia soprar, nem
chegar lá em cima. Lembrou-se do Evangelho em que Jesus aconselhava a não por a
vela por baixo de um alqueire ou de uma caixa, pois depressa apagaria. Amarrou então
um copo de fundo para cima no topo da vara.
De cá de baixo enfiava o copo da vara em cada vela que por falta de ar
ou oxigénio apagava-se facilmente.
Assim resolveu o problema das velas mais altas,
colocadas bem lá no topo.
E toda a gente ficou admirada pela eficácia e
esperteza do João, mas continuou a chamá-lo Pateta. E chamavam não só a ele
como também passaram a designar o instrumento por ele inventado com o mesmo
nome de Pateta.
Ainda hoje podemos ver esse pateta em todas as igrejas
e catedrais, porque foi fruto da humildade e de inspiração evangélica em Mateus
3, 15.
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