domingo, 1 de maio de 2011

Confissão de Tomé

Ano A - II Domingo de Páscoa

Eu, Tomé, fui escolhido para ser o homem que não se contenta com as aparências. Eu também queria ver o que os outros tinham visto, queria ver para crer.
Eu, Tomé, dei uma prova de fé. Quem vê, tem a certeza da evidência, possui a prova inegável de um facto mas não a prova da fé.
Eu sou aquele que fica de fora, para poder provar que quem não se encontra com a comunidade não experimenta o ressuscitado.
Eu sabia que, pelo facto dos olhos não virem, não podia concluir que a luz do sol não brilhava.
Eu pensava que via Cristo quando escutava as suas palavras que não entendia. Agora, compreendo as palavras que já não ouço.
Eu, Tomé, fiz a minha prova de amor. Levava a sério o Cântico dos Cânticos: O esposo reconhece a esposa por um só cabelo porque lhe tem amor. Quem não ama, pede-lhe o bilhete de identidade pois mil provas não chegam para constituir uma certeza. Para quem ama, mil objecções não bastam para formar uma dúvida.
Enquanto os outros discípulos provavam pelos factos, eu, Tomé, provei pela fé e pelo amor. Se eles me tivessem provado assim, eu teria acreditado imediatamente. Mas tive de fazer a minha experiência.
Uma última coisa vos digo: se o Ressuscitado não pode ser visto, existe porém algo que posso ver: a comunidade reunida em Seu nome. Se alguém ama a sério a Cristo, é porque Ele está vivo. E isso faz-me acreditar, mesmo sem O ver.

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