sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Por causa de ninharias


6ª feira – XXI semana comum

Não podemos descurar as pequenas coisas

Nesta fotografia de casamento não há uma única figura que fique bem: nem o noivo que exagera no atraso, nem aquele que tranca a porta, nem a loja de conveniência que, imperdoavelmente, não está aberta às 04h30 da manhã, nem as damas que não sabem planear e nem mesmo as remanescentes cinco sábias, mas duras e egoístas. E todas elas adormeceram.

Qual é a mensagem desta parábola?

Parece-me que quer chamar a atenção para a importância das pequenas coisas.

Podemos ser afastados da grande festa final por causa de uma ninharia.

Aliás, qualquer coisas, por muito grande que possa ser, é sempre uma ninharia em relação ao bem que se perderá nessa festa final.

Tenhamos cuidado então: um pequeno descuido, uma distração, um pequeno esquecimento, uma pequena desculpa ou preguiça pode comprometer a nossa entrada na vida eterna.

 

Pouco azeite

Assim como as 5 virgens néscias, alguns de nós, infelizmente, carregam pouco azeite e quando a coisa aperta saem correndo. É o azeite da unção que representa o Espírito Santo e independente da expressão geral dessa parábola, fica muito claro que não ter azeite suficiente dá prejuízo. O sábio ou o prudente é o que se enche de azeite e se prepara para o dia da necessidade.

 

Ver também:

A lâmpada da fé acesa

Culpas e desculpas

Nem tanto ao mar, nem tanto à serra

Outras versões

Cinquenta por cento

De poeta e de louco

Parábola das donzelas

Ser responsável

 

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A pressa mata a verdade

 

Memória do Martírio de São João Baptista

 

João Baptista, proclamado o maior entre os filhos dos homens, acabou de joelhos por terra


1ª reflexão – batismo, martírio, páscoa

Eu pensava que o dia desta memória era o dia preciso da decapitação de João Baptista ocorrida no aniversário natalício de Herodes. Mas não. Ele foi morto na Páscoa, um ano antes da Paixão de Jesus; mas o aniversário é solenizado no dia em que a sua cabeça venerável foi encontrada em Emesa, na Síria, no ano 453.

João Baptista completou a sua missão num dia de Páscoa. De facto, todo o martírio é um dia de Páscoa ou a Páscoa é sempre o testemunho de um martírio.

Depois de tanto batizar, João Baptista recebeu o mais alto batismo, o martírio.

De facto, todo o batismo é uma espécie de martírio e cada martírio é o mais alto batismo.

 

2ª reflexão – As 5 maravilhas de João Baptista

João Baptista é a única personagem que se celebra quer o dia do seu nascimento quer o dia da sua morte.

O Prefácio destas duas festividades lembra as 5 maravilhas da vida, santidade e martírio do precursor de Jesus.

1 – antes de nascer, exultou de alegria, sentindo a presença do Salvador.

2 – Quando veio ao mundo, muitos se alegraram pelo seu nascimento.

3 – Foi ele, entre todos os Profetas, que mostrou o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

4 – Nas águas do Jordão batizou o autor do Batismo e desde então a água viva tem poder de santificar os crentes.

5 – Por fim, deu o mais belo testemunho de Cristo, derramando por Ele o seu sangue.

 

3ª reflexão – A pressa não é boa conselheira

Podemos observar que João Baptista foi vítima de precipitação ou pressa de todos os intervenientes:

- O rei impulsivamente disse-lhe: Pede-me o que desejares e eu to darei.

- E logo acrescentou: Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do me reino.

- A menina foi de imediatamente perguntar à mãe: Que hei de pedir?

- A mãe respondeu-se prontamente: Pede a cabeça de João Baptista.

- A menina voltou veloz à presença do rei.

- E fez-lhe este pedido: quero que me dês sem demora, num prato a cabeça de João Baptista.

- O rei mandou urgentemente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João.

- O guarda foi rapidamente à cadeia.

- Cortou sem hesitação a cabeça de João.

- E trouxe-a a toda a velocidade num prato.

- A jovem recebeu-a sem demora.

- E entregou-a a toda a pressa à mãe.

Tudo foi feito de maneira apressada, sem tempo para pensar ou medir as consequências.

A pressa é inimiga da perfeição.

Provérbios 19.2 diz: Não é bom agir sem pensar; quem se precipita acaba pecando. O autor bíblico deixa claro que a pressa não é uma virtude, ou a pressa dá cabo da virtude.

A natureza humana é impaciente: A impaciência produz ansiedade; a ansiedade produz pressa; a pressa produz atropelo; atropelo produz decisões erradas; decisões erradas afetam e amargam a vida.

Por tudo isso, não nos precipitemos!

Lembremo-nos do precipitado Rei Herodes e da apressada jovem bailarina.

 

Ver também:

O lugar de João Baptista

Pequenas coisas

Lições de Herodes e de João

Martírio de João Baptista

 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

A comunidade de Agostinho


Memória de Santo Agostinho, Século V

Bispo e Doutor da Igreja

A vida em comunidade

Depois da sua conversão e batismo (24 de abril de 387), Santo Agostinho decidiu-se por um total empenhamento cristão. Voltando a Tagaste fundou uma pequena comunidade monástica, dedicada ao serviço de Deus através do “desapego de toda a propriedade pessoal, do exercício da mortificação, da prática da ascese e do empenhamento no apostolado.” Mesmo depois de sacerdote continuou a viver em comunidade monástica.

Nas suas Confissões (L.IV, c. 8, nº 13) Santo Agostinho, já como bispo, fez a descrição saborosa da Comunidade:

- Rezar juntos, mas também falar e rir juntos;

- Fazer favores uns aos outros;

- Ler juntos um livro, bem escrito;

- Brincar juntos e juntos estar sérios;

- Discordar, por vezes, sem agressividade, e aproveitar esta rara discordância para aprofundar o consenso habitual;

- Aprender alguma coisa uns com os outros e ensinar alguma coisa uns aos outros;

- Sentir falta e saudade dos ausentes.

- Acolher os que chegam de fora com alegria e manifestações de carinho, expressas no rosto, na fala, nos olhos, em gestos de ternura;

- E preparar bem a comida, para que as almas se unam em conjunto e várias pessoas não seja, senão uma.

 

O Salmo preferido de Santo Agostinho

Uma das grandes obras de Santo Agostinho versa o Livro dos Salmos – Enarrationes in Psalmos, que começou a compor em 392, antes de ser bispo.  Aí encontramos os conteúdos e as características da sua pregação. Sobressaem a extraordinária riqueza de temas, linguagem pronta e popular, realismo na evocação e representação, forte carga humana.

Qual será então o salmo preferido de Santo Agostinho?

A liturgia do dia apresenta o salmo 118 (119) 9-16:

Como há de o jovem manter puro o seu caminho?

Guardando as vossas palavras.

De todo o coração Vos procuro,

Não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.

De facto, podemos ver a relação entre este salmo e a frase mais importante de Santo Agostinho, que inspira a oração própria da memória ou antífona das Laudes:

- Porque nos criastes para Vós, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Vós.

Mas se perguntarmos ao próprio Agostinho qual o seu salmo preferido responderá que é o Salmo 31(32) – Feliz daquele a quem foi perdoada a culpa e absolvido o pecado.

A liturgia cristã colocou desde o século VI este salmo na lista dos 7 salmos penitenciais (juntamente com 6, 37, 50, 101, 102, 142).

Santo Agostinho tinha grande apreço por este salmo. Fixou uma cópia na parede do seu quarto diante do seu leito. E lia-o entre lágrimas. O que lhe trazia grande paz e conforto sobretudo durante os últimos tempos da sua doença de que viria a falecer.

Curiosidade

Alguém natural de Braga foi colaborador direto de Santo Agostinho.

Trata-se de Orósio de Braga que terá “exercido a sua atividade profissional como presbítero” junto de Agostinho. Chegando da longínqua periferia hispânica, Orósio de Braga entrou em cena nos anos 414 a 417, ao privar com os dois protagonistas do momento: Santo Agostinho, em Hipona, e São Jerónimo, em Belém. Publicou logo à chegada a África a obra Comunitório, escrito, segundo o próprio Orósio, a pedido de Agostinho. É dedicado ao “Beatíssimo Padre Agostinho, Bispo”, com o título completo – Consulta ou relação de Orósio a Agostinho sobre o erro dos priscilianistas e dos origenistas.  Publicou ainda outra obra, Livro Apologético – Livro Apologético de (Paulo) Orósio Presbítero contra Pelágio – Da liberdade do Alvidrio.

Numa Epístola (166) Santo Agostinho confirmou: “Eis que veio ter comigo um jovem religioso, irmão na comunhão católica, como que meu filho quanto à idade mas colega – no presbiterado – quanto à dignidade; de engenho vivo e palavra pronta, de temperamento ardente e dedicado, desejando ser alfaia útil na Casa do Senhor, em repelindo as falsas e perniciosas doutrinas que, mais dolorosamente do que o ferro dos bárbaros, feriram as almas dos hispânicos… Movido pela fama, veio das praias do Oceano, para ouvir de nós tudo o que quisesse acerca do que desejava saber.”

A sua presença junto de Agostinho é explicada apenas pelo desejo de saber mais.

Assim termina o Livro Apologético: Por mim, declaro diante de Jesus Cristo que odeio a heresia e não o herege. Mas, entretanto, como é de justiça. Evito o herege por causa da heresia (e, de facto, não só lhe fiz frente, como lhe dei assalto). Oxalá ele a renegue, oxalá a condene, não só por palavras, mas também, por obras, e a todos ficará ligado pelo vínculo da fraternidade, pois está escrito: Suportai uns aos outros vossos fardos, que assim cumprireis a lei de Cristo.

 

Ver também:

Tolle, lege, toma e lê

Coração inquieto

Salmo 22 de Santo Agostinho

Tríplice conversão

Agostinho é o seu nome

Lição do Doutor Agostinho

Agostinho de Hipona

 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Água mole em pedra dura


Memória de Santa Mónica

Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura. “Vá em paz e continue a viver assim, em oração, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas.” – Disse Santo Ambrósio Bispo de Milão, a Mónica, mãe de Agostinho. De facto, os maiores obstáculos são vencidos pela água mole – lágrimas de oração, água benta da conversão. Tens um grande problema na tua família, na tua vida, no teu trabalho? Atira-lhe água até que fure – atira a água da oração (lágrimas de oração) e água benta (sinal da conversão).

Chorar é rezar e rezar é chorar – As lágrimas são o sinal exterior da oração. Santa Mónica, rogai por nós – Santa Mónica chorai por nós.

 

Ver também:

Chorai por nós

O poder da oração

Lições de uma esposa e mãe

Orações e lágrimas

 

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

A cegueira da hipocrisia


2ª feira – XXI semana comum

No trecho do evangelho de hoje, surge a palavra CEGO por 3 vezes­:

- Guias cegos

- Insensatos e cegos

- Cegos

De facto, o farisaísmo ou a hipocrisia é uma espécie de cegueira.

Em geral dizemos que a justiça é cega. Por isso é representada por uma figura de olhos vedados segurando uma balança de dois pratos. Mas com maior propriedade os réus é que deviam ser apresentados como cegos.

Assim pregava o grande Pe. António Vieira:

No tribunal dos areopagitas em Atenas, costumavam entrar os réus com os rostos cobertos.

Assim entra e se presenta no tribunal da penitência o juízo de si mesmo.

Entra com os olhos tapados porque não há juízo mais cego.

A cegueira do auto-juízo e amor-próprio é muito maior que a cegueira dos olhos; a cegueira dos olhos faz que não vejamos as cousas; a cegueira do amor-próprio faz que as vejamos diferentes do que são, que é muito maior cegueira.

 

Afinal, todos nós padecemos de cegueira. Se não nos reconhecemos como tal, seremos guias cegos.

Que o Senhor cure a cegueira do nosso coração, porque só ele nos pode conduzir.

 

domingo, 25 de agosto de 2024

Também quereis ir embora?


Ano B – XXI domingo comum

NAQUELE TEMPO

Motivos para alguns abandonarem a comunidade de Jesus:

- Palavras duras

- Dificuldades de entendimento

- Escândalos

Por isso muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Jesus.

 

Então Jesus perguntou aos doze:

- Também vós quereis ir embora?

 

Motivos para ficar com Jesus, apresentados por Pedro:

- Para quem iremos, Senhor

- Só tu tens palavras de vida eterna.

- Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus.

 

NO NOSSO TEMPO
E hoje que se passa?

Também muitos abandonam a comunidade, muitas vezes sem motivos aparentes, outros nem se interrogam.

Hoje, qual o principal motivo para alguns abandonarem a comunidade de Jesus?

- Porque ela está cheia de hipócritas.

Então podemos responder:

De facto, a igreja está cheia de hipócritas, mas se alguém quiser ainda podemos arranjar um lugar para mais um.

 

Motivos para continuar a fazer parte desta igreja de Jesus:

- A igreja é a casa de todos, casa de santos e de pecadores. É por isso que é a minha casa e não vou abandoná-la.

- Eu é que preciso da igreja, apesar de algumas vezes achar que a igreja não precisa de mim. Só na igreja eu posso encontrar o apoio e a confiança que preciso. Se eu abandonar a igreja vou sentir-me abandonado.

- Se abandono a igreja por causa do mal de alguns, estarei apenas a aumentar o mal de todos em vez de resolver.

- Se Deus, apesar de tudo, nunca abandona a sua igreja, quem sou eu para abandoná-la.

- Afinal a igreja é a nossa família. Ninguém abandona a sua família quando ela não é tão boa como sonhámos. Apesar de tudo, a minha família, boa ou menos boa, pura ou menos pura, é sempre a minha família.

É por isso que não tenho para onde ir.

É por isso que não quero ir embora.

 

Ver também:

Ir embora não é solução

A igreja dos hipócritas

A crise dos discípulos

Final desconcertante

 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Nenhum dos dez mandamentos é opcional

 

6ª feira - XX semana comum

Não há amor a Deus e ao Próximo.
O AMOR É PRÓXIMO, E BASTA!


Onde está a rasteira?

Um Doutor da lei, queria passar uma rateira a Jesus e por isso fez-lhe uma pergunta para o experimentar.

- Qual é o maior mandamento da Lei?

 Se Jesus respondesse que o maior mandamento era este ou aquele… ficaria comprometido. Ao ser forçado a responder optando por um determinado mandamento, estaria a mostrar que afinal alguns mandamentos seriam opcionais.  

Jesus escapou à rasteira respondendo que o maior mandamento é… amar. E ponto final.

Não é amar a Deus e odiar o próximo.

Nem é amar o próximo e esquecer a Deus.

É amar a Deus com um coração humano e amar o homem com um coração divino.

É duplo o maior mandamento da Lei - Paixão por Deus e compaixão pelos Homens.

 

Conclusão:

Nenhum dos Dez Mandamento é opcional. Todos estão lá para serem vividos por todos.

 

Ver também

Vasos comunicantes do amor

A maior felicidade de um pai

Não há um sem dois

Resumir os mandamentos

As duas asas

O amor acima de tudo

Amar com fé e esperança

A lei do amor e o amor da lei

Dois amores

Inseparáveis

Escutar e amar, amar e escutar

Dois remos

O maior mandamento

 

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Uma Festa Real Evangélica


Memória da Virgem Santa Maria, Rainha

A memória de Nossa Senhora Rainha, na oitava da Assunção é a confirmação das palavras de Jesus Cristo:

O maior no Reino dos Céus é quem mais serviu, é o servo de todos.

Maria, no trecho do Evangelho de hoje, apresenta-se como a escrava ou a serva do Senhor.

Por isso no Reino dos Céus ela tem de ser coroada, tem de ser a maior.

Além disso, é a confirmação de que quem se humilha, será exaltada.

Maria, a humilde e silenciosa serva do Senhor, foi para sempre exaltada.

 

À margem 1:

Na Ladainha de Nossa Senhora há 13 invocações como Rainha:

- Rainha dos Anjos (Porque exaltada acima dos Anjos, acima dela só Deus)

- Rainha dos Patriarcas

- Rainha dos Profetas

- Rainha dos Apóstolos

- Rainha dos Mártires

- Rainha dos Confessores

- Rainha das Virgens

- Rainha de todos os santos

- Rainha Concebida sem Pecado Original (Leão XIII no seguimento da proclamação do Dogma da Imaculada conceição pelo seu antecessor)

- Rainha Assunta ao Céu (Pio XII em 1950, após a proclamação do Dogma da Assunção)

- Rainha do Santo Rosário (Leão XIII grande promotor da devoção mariana e do rosário)

- Rainha da Paz (Bento XV, 1917, em plena I Guerra Mundial)

- Rainha da Família (1995, João Paulo II, no rescaldo do ano internacional da família)

 

À margem 2:

Rainha de quê?

É preciso acrescentar alguma determinação à realeza de Nossa Senhora?

Ela é Rainha de quê?

Ou é Rainha de quem?

- Ela é Rainha e basta ou então é Rainha e Mãe.

É assim que rezamos:

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia.

 

Ver também:

Brincando com a Coroa

Serva na terra, rainha no céu

Rainha da paz

Salvé Rainha

Rainha e mãe

Coroa de 12 estrelas

Viva a Rainha

 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

O Pe. Dehon e São Bernardo


Memória de São Bernardo,

Abade e Doutor da Igreja, 1090-1153)

Das Meditações do Pe. Dehon:

São Bernardo faz parte do grupo dos iniciadores da devoção ao Sagrado Coração.

Igreja coloca as suas efusões de amor para com Nosso Senhor no ofício da festa do Sagrado Coração.

De facto, os seus escritos estão todos cheios do espírito do Sagrado Coração, sobretudo as suas homilias sobre a Incarnação, o seu tratado do amor de Deus, os seus sermões sobre o Cântico dos cânticos. Explicando este texto: «Olhou para as fendas de pedra», e mostrado que estas fendas são as chagas de Jesus Cristo, sobretudo a do lado através da qual se vê o seu Coração: «Oh! Exclama, porque chegamos ao Coração dulcíssimo de Jesus, não suportamos que dele nos separem.  Ah!  Como é doce, como é bom habitar neste Coração!  Que tesouro precioso o vosso Coração, ó misericordioso Jesus!  Pérola incomparável encontrada esquadrinhando o vosso corpo!  Darei tudo para o possuir.  rocarei todos os pensamentos e afetos da minha alma por ele. Fixarei todos os meus desejos no Coração do meu Senhor Jesus, e sem nenhuma dúvida, ele me alimentará com o seu amor.  Lá, neste Templo, o Santo dos Santos, nesta arca preciosa, viverei, adorarei, louvarei o Senhor. Lá estará a vítima que sem cessar lhe oferecerei, o altar no qual oferecerei todos os meus sacrifícios, sobre o qual as mesmas chamas de amor com que o seu arde consumirão o meu».

O Coração de Jesus foi aberto pela lança: foi ferido, para que a sua ferida visível nos fizesse conhecer a ferida invisível do amor.

 

Ver também:

Vocação contagiada

Bernardo cicerone

São Bernardo

Bernardo de Claraval

 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Um jovem quase perfeito


2ª feira – XX semana comum

 - Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres... depois, vem e segue-me.

Um dia perguntaram Miguel-Ângelo como é que ele conseguia esculpir estátuas tão perfeitas como David, La Pieta, Moisés?

Ele responde:

- Fazendo aquilo que Jesus pediu ao jovem rico que queria ser perfeito. Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo o que está a mais.

Para ser perfeito basta desprender-se, deixar tudo e descobrir a figura que já está dentro de nós. De facto, é melhor retirar do que adicionar algo na própria vida. Quem não tem a coragem de deixar algo, nunca será perfeito.

Se queres ser perfeito faz como Miguel-Ângelo – desprende-te do está a mais e não é necessário e terás uma estátua perfeita à imagem de Jesus Cristo.

 

Ver também:

Um rico que não abriu mão

Um indeciso sem pressa 

Rico sem nome

A agulha e o camelo

Outras versões

Saber a lei de Deus

O jovem indeciso

O pobre jovem rico

Encontro

Nem pobres nem ricos


 

domingo, 18 de agosto de 2024

Tomai todos e saboreai


Ano B – XX domingo comum

- Saboreai e vede como o Senhor é bom – Salmo 33 (34)

Podemos ver uma evidente referência à Eucaristia.

Até podemos adaptar as palavras da consagração ou da instituição da Eucaristia. Em vez de Tomai todos e comei podíamos dizer:

- Tomai todos e saboreai … como o Senhor é bom.

De facto, Jesus dá-se-nos em alimento para o saborearmos.

Ele não é pão sem sabor, por isso saboreemos.

 

Para rir

De vez em quando vou celebrar ao mosteiro das Irmãs Clarissas aqui em São Miguel (Açores) quando o seu capelão, meu confrade, precisa de alguém que o substitua.

Em geral costumo deitar bem pouco vinho no cálice para a consagração. As Irmãs já notaram (pela quantidade que permanece na galheta) e até já me propuseram uma alteração:

- Com tão pouco líquido no cálice o senhor padre bem podia dizer: Tomai e provai… E não tomai e bebei.

De facto, só dá para provar. Mas não é isso que Jesus quer? Tomai todos e saboreai como o Senhor é bom!

 

Um santo moderno da Eucaristia:

Em breve será canonizado Carlo Acutis que morreu em 2006 com 15 nos de idade.

Depois de ter recebido a Primeira Comunhão fez o propósito de comungar todos os dias porque isso era mais importante do que qualquer outra coisa que poderia fazer.

E dizia:

- A Eucaristia é a minha autoestrada para o Céu. Através da Sagrada Comunhão eu chego mais depressa ao Céus e o Céu vem mais depressa até mim.

- Se estivermos algum tempo diante do sol tornamo-nos morenos. Quando estamos diante de Jesus na Eucaristia tornamo-nos santos,

 

À margem

Em geral as traduções do Evangelho dizem: Quem comer deste pão viverá eternamente.

Rigorosamente, segundo o original, devia ser: Quem comer desde pão viverá na eternidade.

Na verdade, quem recebe a Eucaristia, o Corpo de Cristo, não morrerá jamais porque vive já na eternidade.

 

Ver também:

O pão tem o sabor de Deus

Dentro do pão está o Céu

O que levamos para casa

Lá no Céu tem Pão?