quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A pressa mata a verdade

 

Memória do Martírio de São João Baptista

 

João Baptista, proclamado o maior entre os filhos dos homens, acabou de joelhos por terra


1ª reflexão – batismo, martírio, páscoa

Eu pensava que o dia desta memória era o dia preciso da decapitação de João Baptista ocorrida no aniversário natalício de Herodes. Mas não. Ele foi morto na Páscoa, um ano antes da Paixão de Jesus; mas o aniversário é solenizado no dia em que a sua cabeça venerável foi encontrada em Emesa, na Síria, no ano 453.

João Baptista completou a sua missão num dia de Páscoa. De facto, todo o martírio é um dia de Páscoa ou a Páscoa é sempre o testemunho de um martírio.

Depois de tanto batizar, João Baptista recebeu o mais alto batismo, o martírio.

De facto, todo o batismo é uma espécie de martírio e cada martírio é o mais alto batismo.

 

2ª reflexão – As 5 maravilhas de João Baptista

João Baptista é a única personagem que se celebra quer o dia do seu nascimento quer o dia da sua morte.

O Prefácio destas duas festividades lembra as 5 maravilhas da vida, santidade e martírio do precursor de Jesus.

1 – antes de nascer, exultou de alegria, sentindo a presença do Salvador.

2 – Quando veio ao mundo, muitos se alegraram pelo seu nascimento.

3 – Foi ele, entre todos os Profetas, que mostrou o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

4 – Nas águas do Jordão batizou o autor do Batismo e desde então a água viva tem poder de santificar os crentes.

5 – Por fim, deu o mais belo testemunho de Cristo, derramando por Ele o seu sangue.

 

3ª reflexão – A pressa não é boa conselheira

Podemos observar que João Baptista foi vítima de precipitação ou pressa de todos os intervenientes:

- O rei impulsivamente disse-lhe: Pede-me o que desejares e eu to darei.

- E logo acrescentou: Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do me reino.

- A menina foi de imediatamente perguntar à mãe: Que hei de pedir?

- A mãe respondeu-se prontamente: Pede a cabeça de João Baptista.

- A menina voltou veloz à presença do rei.

- E fez-lhe este pedido: quero que me dês sem demora, num prato a cabeça de João Baptista.

- O rei mandou urgentemente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João.

- O guarda foi rapidamente à cadeia.

- Cortou sem hesitação a cabeça de João.

- E trouxe-a a toda a velocidade num prato.

- A jovem recebeu-a sem demora.

- E entregou-a a toda a pressa à mãe.

Tudo foi feito de maneira apressada, sem tempo para pensar ou medir as consequências.

A pressa é inimiga da perfeição.

Provérbios 19.2 diz: Não é bom agir sem pensar; quem se precipita acaba pecando. O autor bíblico deixa claro que a pressa não é uma virtude, ou a pressa dá cabo da virtude.

A natureza humana é impaciente: A impaciência produz ansiedade; a ansiedade produz pressa; a pressa produz atropelo; atropelo produz decisões erradas; decisões erradas afetam e amargam a vida.

Por tudo isso, não nos precipitemos!

Lembremo-nos do precipitado Rei Herodes e da apressada jovem bailarina.

 

Ver também:

O lugar de João Baptista

Pequenas coisas

Lições de Herodes e de João

Martírio de João Baptista

 

1 comentário:

Quintal Vieira disse...

Os profetas não têm medo.
Os profetas dão medo.