Memória
de Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja
Santo
Agostinho é um dos maiores convertidos da história da Igreja.
Faleceu
a 28 de agosto de 430 na cidade de Hipona, porto romano no norte de África,
hoje Argélia, então assediada pelos Vândalos.
A
sua conversão não foi um único momento, mas precisamente um caminho. De facto
esse caminho não terminou na fonte batismal, mas continuou por várias etapas
até à sua última doença, quando fez colocar nas paredes os salmos penitenciais
para os ter sempre diante dos olhos. Assim podemos falar de conversões e não de
uma conversão.
Foram
3 as grandes etapas deste caminho de conversão, ou 3 conversões.
1ª conversão – o caminho
interior para o cristianismo.
Nunca
se contentou com a vida comum. Experimentou tudo. Buscou a verdade acima de
tudo. Desejava encontrar a vida reta. Permaneceu sempre uma pessoa em busca.
Queria encontrar a verdade, o sentido da sua vida, e a verdade de Deus.
Desejava encontrar a vida reta e não simplesmente viver cegamente sem sentido e
sem meta. Procurou no saber, na filosofia, mas só descobriu essa vida no
cristianismo. E foi batizado aos 33 anos.
2ª conversão – o caminho
do serviço à comunidade.
Depois
do seu batismo regressou a África onde fundou juntamente com os seus amigos, um
pequeno mosteiro. A sua vida devia estar dedicada totalmente ao diálogo com
Deus e à reflexão e contemplação da beleza e da verdade da sua Palavra. Assim
passou 3 anos até que em 391, de visita a Hipona, participou na liturgia
dominical, na qual foi reconhecido. O Bispo dessa cidade, hum homem de proveniência
grega, que não falava bem o latim e tinha dificuldade em pregar, disse nesse
dia que tinha intenção de escolher um sacerdote ao qual confiar a tarefa da
pregação. Imediatamente o povo circundou Agostinho e levou-o para a frente com
a determinação para que fosse consagrado sacerdote ao serviço da cidade. Foi a
sua segunda conversão. O bom sonho da vida contemplativa tinha esvaecido, a vida
de Agostinho estava fundamentalmente mudada. Tinha que traduzir os seus conhecimentos
e os seus sublimes pensamentos na linguagem do povo simples: corrigir os
indisciplinados, confortar os pusilânimes, sustentar os débeis, contestar os
opositores, estimular os negligentes, impedir os litigiosos, ajudar os
necessitados, libertar os oprimidos, mostrar aprovação aos bons, tolerar os
maus e amar todos.
3ª conversão – o
caminho da humildade.
É
a última fase e a mais prolongada da sua conversão. A humildade de inserir o
seu grande pensamento na fé humilde da Igreja, não só a humildade de traduzir
os seus grandes conhecimentos na simplicidade do anúncio, mas também a
humildade de reconhecer que a ele mesmo e a toda a Igreja peregrina era e é
continuamente necessária a bondade misericordiosa de um Deus que perdoa sempre
e nos torna semelhantes a Cristo. É a humildade como conversão ou a conversão
como ato de humildade.
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