quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Tríplice conversão


Memória de Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja

Santo Agostinho é um dos maiores convertidos da história da Igreja.
Faleceu a 28 de agosto de 430 na cidade de Hipona, porto romano no norte de África, hoje Argélia, então assediada pelos Vândalos.
A sua conversão não foi um único momento, mas precisamente um caminho. De facto esse caminho não terminou na fonte batismal, mas continuou por várias etapas até à sua última doença, quando fez colocar nas paredes os salmos penitenciais para os ter sempre diante dos olhos. Assim podemos falar de conversões e não de uma conversão.













Foram 3 as grandes etapas deste caminho de conversão, ou 3 conversões.

1ª conversão – o caminho interior para o cristianismo.
Nunca se contentou com a vida comum. Experimentou tudo. Buscou a verdade acima de tudo. Desejava encontrar a vida reta. Permaneceu sempre uma pessoa em busca. Queria encontrar a verdade, o sentido da sua vida, e a verdade de Deus. Desejava encontrar a vida reta e não simplesmente viver cegamente sem sentido e sem meta. Procurou no saber, na filosofia, mas só descobriu essa vida no cristianismo. E foi batizado aos 33 anos.

2ª conversão – o caminho do serviço à comunidade.
Depois do seu batismo regressou a África onde fundou juntamente com os seus amigos, um pequeno mosteiro. A sua vida devia estar dedicada totalmente ao diálogo com Deus e à reflexão e contemplação da beleza e da verdade da sua Palavra. Assim passou 3 anos até que em 391, de visita a Hipona, participou na liturgia dominical, na qual foi reconhecido. O Bispo dessa cidade, hum homem de proveniência grega, que não falava bem o latim e tinha dificuldade em pregar, disse nesse dia que tinha intenção de escolher um sacerdote ao qual confiar a tarefa da pregação. Imediatamente o povo circundou Agostinho e levou-o para a frente com a determinação para que fosse consagrado sacerdote ao serviço da cidade. Foi a sua segunda conversão. O bom sonho da vida contemplativa tinha esvaecido, a vida de Agostinho estava fundamentalmente mudada. Tinha que traduzir os seus conhecimentos e os seus sublimes pensamentos na linguagem do povo simples: corrigir os indisciplinados, confortar os pusilânimes, sustentar os débeis, contestar os opositores, estimular os negligentes, impedir os litigiosos, ajudar os necessitados, libertar os oprimidos, mostrar aprovação aos bons, tolerar os maus e amar todos.

3ª conversão – o caminho da humildade.
É a última fase e a mais prolongada da sua conversão. A humildade de inserir o seu grande pensamento na fé humilde da Igreja, não só a humildade de traduzir os seus grandes conhecimentos na simplicidade do anúncio, mas também a humildade de reconhecer que a ele mesmo e a toda a Igreja peregrina era e é continuamente necessária a bondade misericordiosa de um Deus que perdoa sempre e nos torna semelhantes a Cristo. É a humildade como conversão ou a conversão como ato de humildade.

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