3ª feira - V semana da Páscoa
Deixo-vos a paz, e dou-vos a minha paz, diz
Cristo, mas não no-la dou como a dá o mundo.
O que reparo nestas palavras, é que parece nos
dá Cristo a mesma cousa duas vezes, e que de uma mercê faz dois benefícios ou
de um benefício duas dádivas.
Na primeira cláusula dá-nos a paz, na segunda
cláusula torna-nos a dar a paz.
Pois se a paz é a mesma, porque no-la dá duas
vezes?
Nem é a mesma, nem no-la dá duas vezes.
Na primeira cláusula dá-nos a paz.
Na segunda cláusula dá-nos a paz sua.
E ser a paz sua, ou não sua, é grande
diferença.
A paz não sua, é a paz que dá e pode dar o
mundo.
A paz sua, é a paz que só dá e pode dar Deus;
e esta é a paz que Cristo promete no Evangelho e a que nos deu. (Sermão do Pe.
António Vieira)
Ladainha
da paz
A paz
não é
a ausência de guerra.
A paz
não é tirar alguém da terra
A paz não é
o fim de uma batalha.
A paz
não é
vencer
quem atrapalha.
A paz não é
a calma
inconsciente.
A paz não é
calar
quem é diferente.
A paz não é
um
direito que se ganha.
A paz não é
um golpe
ou artimanha.
A paz
que eu quero deve ser
a plenitude
ou a alegria de viver
da juventude.
A paz
não é
aquela que o mundo tem.
A paz
não é
imposta a ninguém.
A paz
será
o bem que eu fizer.
A paz
será
aquilo que eu quiser.
A paz
será
calar quando não apetece.
A paz
será
felicidade que transparece.
A paz
será
viver em comunhão.
A paz
será
cantar a mesma canção.
A paz
que eu quero deve ser
shalom,
shalom.
a paz que vai acontecer
será um dom.
Sem comentários:
Enviar um comentário