sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Crónica de um santo (10)


Crónica de um santo na Madeira


10ª semana – um homem de fé

Toda a gente reconhecia que o Imperador Carlos não era uma pessoa comum. Não por ser imperador ou rei, não por ser militar dedicado, não por ser marido exemplar, pai zeloso, amigo fiel, mas por ser um homem de fé.

Bem depressa os madeirenses descobriram naquele exilado um homem de fé e logo se deixaram contagiar pela fé daquele homem.

Como é que alguém passando tão pouco tempo num lugar, doente e acamado, exilado ou preso, sem saber falar a língua local, no meio de tantas provações e inquietações…  consegue deixar tamanho testemunho da sua fé? É porque o seu exemplo falava mais do que a sua boca, a sua atitude pregava mais do que qualquer palavra. De facto, o exemplo arrasta e a atitude mobiliza.

Vale mais ver uma só vez do que ouvir cem vezes. É por isso que o povo madeirense viu a sua humildade e simpatia, viu-o a participar nas eucaristias, viu o seu recolhimento, viu a sua devoção mariana, viu a sua consagração ao Coração de Jesus, viu-o procurar fazer em tudo a vontade de Deus… enfim, viu-o morrer chamando pelo nome de Jesus. E foi mais importante ver uma vez do que ouvir falar cem vezes.

Que este homem de fé nos ajude a aderir à mesma fé deste homem.

21 de janeiro de 1922 – sábado

O Imperador Carlos tinha uma devoção especial ao sábado, dedicado a Nossa Senhora. E foi aos sábados que aconteceram os grandes episódios da sua vida: batismo, crisma, casamento, coroação, chegada à Madeira, primeira visita ao Monte e deveria ser num sábado a sua partida deste mundo para a Glória de Deus.

 

22 de janeiro de 1922 – domingo

Em Roma morreu o papa Bento XV, amigo do Imperador. Bento XV chamava Carlos “meu filho predileto.”

O Imperador lembrava-se perfeitamente da sua bênção apostólica ao iniciar a sua viagem de exílio que o trouxera até ao Funchal. Ao barco que o transportava foi o Núncio Apostólico, Mons. Schiopa, encarregado pelo Papa Bento XV de lhe transmitir a bênção apostólica porque, como lembrava o próprio Núncio: “O Rei Carlos e a Rainha Zita não eram pessoas comuns. São pessoas que se assumem com grandeza bíblica. Vi muitas coisas na minha vida, mas não poderei esquecer mais o adeus destes esposos reais.

 

23 de janeiro de 1922 – segunda-feira

 

24 de janeiro de 1922 – terça-feira

 

25 de janeiro de 1922 – quarta-feira

 

26 de janeiro de 1922 – quinta-feira

 

27 de janeiro de 1922 – sexta-feira

 

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