Crónica de um santo na Madeira
10ª
semana – um homem de fé
Toda
a gente reconhecia que o Imperador Carlos não era uma pessoa comum. Não por ser
imperador ou rei, não por ser militar dedicado, não por ser marido exemplar,
pai zeloso, amigo fiel, mas por ser um homem de fé.
Bem
depressa os madeirenses descobriram naquele exilado um homem de fé e logo se
deixaram contagiar pela fé daquele homem.
Como
é que alguém passando tão pouco tempo num lugar, doente e acamado, exilado ou
preso, sem saber falar a língua local, no meio de tantas provações e
inquietações… consegue deixar tamanho
testemunho da sua fé? É porque o seu exemplo falava mais do que a sua boca, a
sua atitude pregava mais do que qualquer palavra. De facto, o exemplo arrasta e
a atitude mobiliza.
Vale
mais ver uma só vez do que ouvir cem vezes. É por isso que o povo madeirense
viu a sua humildade e simpatia, viu-o a participar nas eucaristias, viu o seu
recolhimento, viu a sua devoção mariana, viu a sua consagração ao Coração de
Jesus, viu-o procurar fazer em tudo a vontade de Deus… enfim, viu-o morrer
chamando pelo nome de Jesus. E foi mais importante ver uma vez do que ouvir
falar cem vezes.
Que este homem de fé nos ajude a aderir à mesma fé deste homem.
21
de janeiro de 1922 – sábado
O
Imperador Carlos tinha uma devoção especial ao sábado, dedicado a Nossa Senhora. E foi
aos sábados que aconteceram os grandes episódios da sua vida: batismo, crisma,
casamento, coroação, chegada à Madeira, primeira visita ao Monte e deveria ser
num sábado a sua partida deste mundo para a Glória de Deus.
22
de janeiro de 1922 – domingo
Em
Roma morreu o papa Bento XV, amigo do Imperador. Bento XV chamava Carlos “meu
filho predileto.”
O
Imperador lembrava-se perfeitamente da sua bênção apostólica ao iniciar a sua
viagem de exílio que o trouxera até ao Funchal. Ao barco que o transportava foi
o Núncio Apostólico, Mons. Schiopa, encarregado pelo Papa Bento XV de lhe
transmitir a bênção apostólica porque, como lembrava o próprio Núncio: “O
Rei Carlos e a Rainha Zita não eram pessoas comuns. São pessoas que se assumem
com grandeza bíblica. Vi muitas coisas na minha vida, mas não poderei esquecer
mais o adeus destes esposos reais.”
23
de janeiro de 1922 – segunda-feira
24
de janeiro de 1922 – terça-feira
25
de janeiro de 1922 – quarta-feira
26
de janeiro de 1922 – quinta-feira
27
de janeiro de 1922 – sexta-feira
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