De
manhã no dia 16,
alguns passageiros nem se levantaram. Outros, mais afoitos, andavam, ou se
sentavam, com ar perdido, agarrando-se a tudo quanto podiam. O pobre Pe. Canova
foi uma das vítimas. Levantou-se… mas andava com uma cara que nem de morto. Não
teve outro remédio senão refugiar-se no seu beliche. E assim passou quase toda
a viagem. Eu tive sorte e defendi-me melhor, pois tinha aprendido algo na
anterior navegação. De celebrar, nem palavra: no Carvalho Araújo não havia
capela.
Dando
voltas a bordo, reencontrei o Cônsul da Itália com a sua família:
-
Como?! – exclamou ele ao ver-me – como conseguiu passagem? Este barco anda
sempre superlotado! Eu tive dificuldade em marcar lugar, já há um mês atrás, em
Génova.
- Ah!
Mas nós andamos ao serviço de um ‘Patrão’ que é dono de tudo e de todos! – Foi
a minha resposta.
(Memórias do Pe. Ângelo Colombo)
Sem comentários:
Enviar um comentário