5ª
feira depois da Epifania
Na sinagoga de Nazaré (tal como um padre novo a celebrar a sua primeira missa na sua terra) Jesus faz a sua primeira pregação.
No princípio
todos ficaram orgulhosos, mas no final expulsaram-no da sua cidade.
Parece
que Ele não teve grande sucesso neste local e nesta primeira vez.
Como
é que foi este primeiro sermão?
Foi
uma verdadeira prática:
No
dicionário de língua portuguesa, o substantivo feminino Prática é identificado
como pregação ou prédica.
De
facto, Jesus fez a sua prédica de maneira prática. Mostrando na prática a
realização da profecia de Isaías.
Qualquer
pregação deve ser prática, deve levar à ação, ao cumprimento da palavra proclamada.
Foi
uma pregação inspirada na Escritura:
Qualquer
pregação deve ser uma viagem da Palavra para a vida e da vida para a Palavra.
É a
Palavra que deve iluminar a nossa vida.
Sem a
fonte da Palavra de Deus não há pregação.
Foi
uma pregação encarnada:
Foi
dirigida às pessoas na sua realidade específica daquela comunidade.
A
pregação não pode ser abstrata, sem se dirigir a pessoas concretas.
Jesus
falava precisamente para nazarenos, de modo que também eles o identificavam com
o filho de José.
Foi
uma pregação universal:
Na
sua pregação, Jesus alargou os horizontes da sua aplicação.
Qualquer
pregação deve ser um convite à universalidade.
Aquilo
que ouvimos, deve levar-nos a abrir-nos aos outros, pois Deus serve a todos.
Foi
uma pregação que promoveu a glória de Deus:
Aqueles
que ouviam a pregação de Jesus glorificavam a Deus pelas palavras repletas de
graça que saiam da sua boca.
Se uma
pregação não nos aproxima de Deus, não é verdadeira pregação.
Se
não nos deixamos conduzir pela pregação até Deus, somos apenas ouvintes e não
cumpridores da Palavra.
Foi
uma pregação corretiva:
Jesus
quis corrigir a expetativa dos seus conterrâneos.
Estes
esperavam que Jesus fizesse ali os mesmos milagres que fizera em Cafarnaum,
isto é, que Jesus mudasse as coisas ali.
Mas
Jesus repreende-os dizendo que não é ele a mudar, mas cada um é que deve mudar,
deve corrigir-se, deve converter-se.
A pregação
deve levar sempre a alguma mudança de vida, à uma conversão.
Foi
uma pregação com final em aberto:
Jesus
pregou e depois seguiu o seu caminho, isto é, não ficou ali a massacrar, mas
deixou a liberdade ou o tempo necessário para que o fermento pudesse levedar ou
a semente pudesse germinar.
Assim
deve ser toda a pregação.
É
preciso semear e aguardar, seguir o seu caminho e esperar que mais cedo ou mais
tarde venha a dar o seu fruto.
O final feliz de um sermão não depende de quem o pregou, mas apenas de quem o escutou e vai vivê-lo com a ajuda de Deus.
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