quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Pregação de Jesus


5ª feira depois da Epifania

Na sinagoga de Nazaré (tal como um padre novo a celebrar a sua primeira missa na sua terra) Jesus faz a sua primeira pregação.

No princípio todos ficaram orgulhosos, mas no final expulsaram-no da sua cidade.

Parece que Ele não teve grande sucesso neste local e nesta primeira vez.

Como é que foi este primeiro sermão?

Foi uma verdadeira prática:

No dicionário de língua portuguesa, o substantivo feminino Prática é identificado como pregação ou prédica.

De facto, Jesus fez a sua prédica de maneira prática. Mostrando na prática a realização da profecia de Isaías.

Qualquer pregação deve ser prática, deve levar à ação, ao cumprimento da palavra proclamada.

Foi uma pregação inspirada na Escritura:

Qualquer pregação deve ser uma viagem da Palavra para a vida e da vida para a Palavra.

É a Palavra que deve iluminar a nossa vida.

Sem a fonte da Palavra de Deus não há pregação.

Foi uma pregação encarnada:

Foi dirigida às pessoas na sua realidade específica daquela comunidade.

A pregação não pode ser abstrata, sem se dirigir a pessoas concretas.

Jesus falava precisamente para nazarenos, de modo que também eles o identificavam com o filho de José.

Foi uma pregação universal:

Na sua pregação, Jesus alargou os horizontes da sua aplicação.

Qualquer pregação deve ser um convite à universalidade.

Aquilo que ouvimos, deve levar-nos a abrir-nos aos outros, pois Deus serve a todos.

Foi uma pregação que promoveu a glória de Deus:

Aqueles que ouviam a pregação de Jesus glorificavam a Deus pelas palavras repletas de graça que saiam da sua boca.

Se uma pregação não nos aproxima de Deus, não é verdadeira pregação.

Se não nos deixamos conduzir pela pregação até Deus, somos apenas ouvintes e não cumpridores da Palavra.

Foi uma pregação corretiva:

Jesus quis corrigir a expetativa dos seus conterrâneos.

Estes esperavam que Jesus fizesse ali os mesmos milagres que fizera em Cafarnaum, isto é, que Jesus mudasse as coisas ali.

Mas Jesus repreende-os dizendo que não é ele a mudar, mas cada um é que deve mudar, deve corrigir-se, deve converter-se.

A pregação deve levar sempre a alguma mudança de vida, à uma conversão.

Foi uma pregação com final em aberto:

Jesus pregou e depois seguiu o seu caminho, isto é, não ficou ali a massacrar, mas deixou a liberdade ou o tempo necessário para que o fermento pudesse levedar ou a semente pudesse germinar.

Assim deve ser toda a pregação.

É preciso semear e aguardar, seguir o seu caminho e esperar que mais cedo ou mais tarde venha a dar o seu fruto.

O final feliz de um sermão não depende de quem o pregou, mas apenas de quem o escutou e vai vivê-lo com a ajuda de Deus.

 

Ver também:

Primeiro sermão de Jesus

Ungido e enviado

Sobre mim

 

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