terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Epílogo da viagem


"No fim da viagem fizemos as nossas conas e, se bem me lembro, tínhamos ficado com a dívida das Missas a aplicar e com 50 e tal escudos, poucos dólares e nem sei com quantas liras italianas. Éramos muito ciros para começar uma obra que não poderia ser considerada nossa.

As nossas bagagens e apetrechos tinham ficado na Alfândega. E no dia seguinte à chegada fomos com o Pe. Laurindo buscar as nossas riquezas (18 de janeiro, sábado). Não aparecia um caixote com um duplicador que me tinham oferecido na minha terra e as buscas resultaram infrutíferas. Concluímos que teria ficado em qualquer ângulo do porão do Carvalho Araújo, que a essa hora já ia a caminho dos Açores. No regresso deste, acompanhado pelo Sr. Eduardo paquete, homem de confiança do Sr. bispo, fui a bordo à procura do caixote. Buscas inúteis! O mesmo Sr. Eduardo Paquete escreveu à Alfândega do porto de Lisboa, donde o navio tinha partido. Tudo inútil e o caixote nunca mais apareceu.

O Pe. Canova também tinha trazido um projetor e algumas filminas, como também uma certa quantidade de santinhos para presentear pessoas amigas. O projetor, que era de corrente alterna, queimou-se ma primeira tentativa de ligação à corrente elétrica da Escola, que era de corrente continua. Muitos das santinhas, a um certo momento, desaparecerem: um dos rapazes (mais esperto) andou a vendê-los por aí…

Éramos ainda ricos demais para começar uma obra que não era nossa. A Providência libertou-nos de tudo, para melhor mostrar que seria Ele a fazer tudo." (Memórias do Pe. Ângelo Colombo)

A Escola Artes e Ofícios do Pe. Laurindo


 

1 comentário:

Quintal Vieira disse...

O Pe. Canova diz nas suas memórias que "a única coisa em que não mexeram foi nos livros. Ninguém roubava livros na Escola."