"No fim da viagem fizemos as nossas conas e, se bem me lembro, tínhamos ficado com a dívida das Missas a aplicar e com 50 e tal escudos, poucos dólares e nem sei com quantas liras italianas. Éramos muito ciros para começar uma obra que não poderia ser considerada nossa.
As
nossas bagagens e apetrechos tinham ficado na Alfândega. E no dia seguinte à
chegada fomos com o Pe. Laurindo buscar as nossas riquezas (18 de janeiro,
sábado). Não aparecia um caixote com um duplicador que me tinham oferecido na
minha terra e as buscas resultaram infrutíferas. Concluímos que teria ficado em
qualquer ângulo do porão do Carvalho Araújo, que a essa hora já ia a caminho
dos Açores. No regresso deste, acompanhado pelo Sr. Eduardo paquete, homem de
confiança do Sr. bispo, fui a bordo à procura do caixote. Buscas inúteis! O
mesmo Sr. Eduardo Paquete escreveu à Alfândega do porto de Lisboa, donde o
navio tinha partido. Tudo inútil e o caixote nunca mais apareceu.
O
Pe. Canova também tinha trazido um projetor e algumas filminas, como também uma
certa quantidade de santinhos para presentear pessoas amigas. O projetor, que
era de corrente alterna, queimou-se ma primeira tentativa de ligação à corrente
elétrica da Escola, que era de corrente continua. Muitos das santinhas, a um
certo momento, desaparecerem: um dos rapazes (mais esperto) andou a vendê-los
por aí…
Éramos
ainda ricos demais para começar uma obra que não era nossa. A Providência
libertou-nos de tudo, para melhor mostrar que seria Ele a fazer tudo." (Memórias
do Pe. Ângelo Colombo)
A Escola Artes e Ofícios do Pe. Laurindo |
1 comentário:
O Pe. Canova diz nas suas memórias que "a única coisa em que não mexeram foi nos livros. Ninguém roubava livros na Escola."
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