quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Candidato a pastor
























Numa Cúria Episcopal, na manhã do 25 de Janeiro, o secretário lia, como sempre, a correspondência do dia ao seu Bispo.
- Assunto desta carta: Apresentação de candidatura:

Reverendíssimo Bispo.
Sabendo que estão vagas algumas igrejas da sua circunscrição, gostaria de me candidatar ao cargo de pastor de uma delas.
Tenho muitas qualificações a nível das Sagradas Escrituras.
Tenho sido abençoado com o Poder da Pregação e tenho bastante sucesso como escritor.
Alguns dizem que tenho sido bom administrador; outros, contudo, têm alguma coisa contra mim.
Tenho mais de 50 anos de idade.
Nunca permaneci muito tempo num mesmo lugar.
Tive de deixar uma cidade, porque a minha missão causou tumulto e distúrbios.
Tenho de confessar que estive na prisão 3 ou 4 vezes, mas não por crimes ou más ações.
A minha saúde não é muito boa, embora tenha forças suficientes para trabalhar e assegurar assim a minha subsistência e pagar as minhas dívidas.
As igrejas em que tenho pregado são pequenas, embora localizadas em grandes cidades.
Tenho tido dificuldade em manter a comunhão com os responsáveis religiosos dos muitos lugares por onde tenho andado.
Para ser sincero, fui levado por alguns deles às barras do tribunal onde fui atacado física e violentamente.
Não sou bom para manter arquivos de registos.
Acusam-me de ter perdido a conta de quantos já batizei.
Todavia, se vossa Excelência Reverendíssima me quiser aceitar, esfoçar-me-ei ao máximo, mesmo que seja obrigado a ter um trabalho suplementar como operário…

- Chega. – interveio o bispo – Responde-lhe simplesmente que não estamos interessados na sua candidatura. Era o que faltava! Nós não queremos um pastor conflituoso, doente, turbulento, desorganizado, ex-presidiário… Seria um insulto para a igreja de Cristo…
- Pelo menos não quer saber como ele se chama? – perguntou o secretário.
- Já que insistes, diz lá quem é esse triste candidato.
- Assinado, APÓSTOLO PAULO

Foto gloria.tv/

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