A comitiva parte para São Quintino
Na tarde do dia 17 de Agosto houve mais um momento solene.
Reuniram-se todos na capela onde o bispo, D. Grison, deu a última bênção.
Depois a dupla urna foi levada para fora e transportada para a estação Sul de
Bruxelas. Seguiram-na os padres mais velhos da Congregação em vários carros. À
tarde do mesmo dia aproximou-se de mim um conhecido Padre do Conselho Geral e
disse-me: “Congratulamo-nos consigo por tudo quanto fez; tudo foi realizado de
modo distinto e belo, calmo e comovedor”.
No Colégio
São João de São Quintino
Depois dirigimo-nos para São Quintino. O
centro de gravidade da Congregação, por poucos dias, havia-se estabelecido
naquela cidade. São João, ao qual estava tão vinculado o Pe. Fundador,
acolheu-o defunto e rodearam-no os seus alunos mais fiéis, tanto sacerdotes
como leigos. O mais fiel de todos, Octávio Leduc, aproximou-se e disse-me:
“Você sabe que tudo quanto se disse contra ele não passa de vil calúnia”. Mesmo
assim, alguns faltaram e notou-se a sua ausência. Eram aqueles a quem o Pe.
Dehon tinha dado tudo: estudos, continuação nos mesmos e que lhe eram devedores
do seu porvir, da sua vocação. Assim quis o Salvador uni-lo a Si: “omnes
fugerunt”. Também o Fundador na sua vida teve de viver frequentemente esta dor.
Na Basílica
de São Quintino
Inesquecível havia de ficar a cena da
entrada na Basílica arruinada pela primeira guerra mundial, este monumento
gótico tardio, que domina São Quintino e se vê de muitos quilómetros de distância.
Quantas vezes quando jovem, estando em São Clemente , eu
ouvia ao entardecer, o som maravilhoso dos sinos de São Quintino! Hoje estão
silenciados por terem sido fundidos durante a guerra. Só era possível celebrar
as cerimónias sagradas numa nave lateral.
D. Binet
assiste aos funerais e faz o elogio fúnebre
O bispo de Soissons, D. Henrique Binet,
prestou ao Fundador todas as honras.
Era, como dizia, o ornamento da sua
diocese. “Uma pena sempre comprometida caiu de improviso das mãos”. Assim
começou o elogio fúnebre, que foi recolhido por La Semaine Religieuse
de Soissons.
Ao meio-dia voltámos a reunir-nos para
almoçar no Colégio São João. Estavam todos unidos, sacerdotes seculares e
Sacerdotes do Coração de Jesus, leigos e clero. Depois da oração de acção de
graças o Bispo disse: “Estivemos tão felizes e tão unidos juntos; outra coisa
não desejo senão que esta união perdure.”
O Assistente geral, sobre quem pesava
toda a responsabilidade e o ónus destes dias, prestando homenagem ao Príncipe da
Igreja, agradeceu e disse-lhe que sim.
Depois veio a dura realidade, a vida
aperta-nos entre as suas garras, e há que cumprir com os próprios deveres.
A última
morada
Assim, pois, o Pe. Dehon repousa em São Quintino , na sua
cidade preferida, à espera da ressurreição.
(Das
Memórias de D. Philippe, Vice Geral do Pe. Dehon e seu sucessor)
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