Os médicos assistentes, 7 de Agosto
Ainda que a evolução da enfermidade do
Pe. Dehon não desse motivos de apreensão, pedi ao médico que o atendia que
consultasse outro médico, para atenuar diante do público e da Congregação, como
fiz notar, a minha responsabilidade. Prometeu-me e veio com um médico que tinha
trabalhado muito tempo no Congo. Apesar de não ser praticante, estimava os
missionários e, de modo especial o nosso sacristão o fiel Irmão Justen, que
sofria de uma doença crónica, e de quem dizia: “ Todo ele é coragem”.
Era particularmente especializado em
medicina interna, pelo que podia melhor tratar do enfermo. Os médicos
descobriram no seu paciente uma tuberculose há já muito tempo cicatrizada, e
isto fez-nos pensar na doença grave de 1878, quando a vida do Fundador esteve
em grande perigo.
Quarto do Pe. Dehon em Bruxelas, onde viveu os últimos anos
Uma crise
superada com dificuldade
Durante a enfermidade, uma vez, de
noite, veio ter comigo o Irmão que o velava, o querido Irmão Jerónimo Van
Vliet, holandês, e disse-me: “Venha depressa!”
De facto o Fundador estava cada vez mais
sensível e fraco. Fez-se levantar um pouco para encontrar algum descanso, mas
quando foi posto na cama sobreveio-lhe asfixia por falta de respiração.
Procurou, pouco a pouco, tomar forças, mas tardou mais do que nas outras
ocasiões, o que me preocupou porque, evidentemente, cada vez se ia debilitando
o coração.
A última
confissão
De facto assim foi: Pouco depois, ao
visitá-lo pela manhã, o enfermo disse-me: “Por favor, sente-se. Quero
confessar-me”. Isto era algo novo. De facto o Fundador com a regularidade de um
relógio, todos os sábados, às nove, ia aos Sacramentinos, aos filhos do Pe.
Eymard, para fazer a sua confissão semanal. À proposta de chamar o seu
confessor, disse: “Não, confesso-me a si”. E fez a sua confissão ao Assistente.
Assim iam passando os dias e as noites
alternando entre a apreensão e a calma.
(Das
Memórias de D. Philippe, Vice Geral do Pe. Dehon e seu sucessor)
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