O Pe. Dehon traduzido ou divulgado em
português
Sabemos pelo próprio Pe. Dehon que
algumas das suas obras foram traduzidas em português (como também em italiano,
húngaro e árabe), mas não sabemos do paradeiro dessas edições. Temos apenas a
edição portuguesa da Usura no tempo presente. Parece ser a única obra editada em português em vida do Pe. Dehon.
Também sabemos, pelo próprio que foram
enviadas cartas em português a solicitar apoio à construção da Basílica do
Coração de Jesus em Roma, mas também não temos nenhuma cópia.
Por outro lado encontramos em estudos
portugueses algumas citações de originais franceses do Pe. Dehon, o que indicia
divulgação das suas obras em Portugal.
“Eu publico estas conferências sociais em muitos volumes: Catecismo
Social – Renovação Cristã – Diretivas Pontifícias. Muitos destes volumes estão traduzidos em italiano, em árabe, em
húngaro, em português. Eles tornam-se clássicos em muitos seminários de França
e de Itália.” (NQ XXXIX/112, 1916)
13/04/1920
“Roma.
Querido filho, pode mandar imprimir (de acordo com o Pe. Legay) as novas
demissórias. Os bispos aceitam ainda as antigas… Eu creio que Beckaert será um
excelente missionário… Preparamos os
pedidos ao episcopado em 7 línguas: alemão, francês, italiano, inglês,
espanhol, português, latim…” (Carta
ao Pe. Philippe, inv 466.13 AD: B22/12)
30/04/1920
“Roma.
Meu caro Carlos, não penses que te esqueço… O Cardeal Vigário benzerá a 1ª
pedra da nossa nova igreja do S. Coração… Escrevemos
a todos os bispos do mundo. Temos circulares em 7 línguas: italiano,
francês, inglês, alemão, espanhol, português,
latim… Mil cartas para dobrar, selar etc… Teu dedicado L. Dehon.” (carta a Charles
Goffin. Inventário: 489.04 AD: B24/2)
13/08/1923
“Tem cartas de inquéritos em português.
Envie-me algumas.” (Carta a Bosio. Manuscrito. Inventário: 1133.25 AD: B97)
“A Usura no tempo presente” do Pe. Dehon está,
desde 1905, traduzido e publicado em Português.
A
coleção “Ciência e Religião”, no nº 8, tendo como diretor Gomes dos Santos,
publicada pela Livraria Povoense – Editora, de José Pereira de Castro, da Póvoa
de Varzim no início dos anos 1900, apresenta “A usura no tempo presente, por E.
Dehon.
No
resumo de divulgação da coleção pode ler-se a propósito deste livro do Pe.
Dehon:
“É
um verdadeiro tratado sobre a usura, este volume precioso. Nele se estudam
todas as modernas formas da usura, considerada em relação à questão social. Foi
muito apreciado em França, onde as edições se sucederam.”
O
livro tem 101 páginas e cerca de 19 cm.
A
Revista Católica Mensal “ESTUDOS SOCIAIS”,
fundada e publicada em Coimbra a partir de 1905 fez várias referências ao Pe.
L. Dehon e a L. Harmel.
-
No nº 4, Março de 1905, na página 130, é apresentado um artigo intitulado,
‘Natureza da Questão Social”, do Padre Biederlack e traduzido por Diógenes
(pseudónimo de Artur Bivar). Logo no segundo parágrafo o autor refere: “Que a
moderna sociedade atravessa uma crise, ninguém ousa negá-lo.” O Tradutor
acrescenta uma nota de rodapé: “Muito tempo antes, já a Igreja, mais
clarividente e animosa, tinha reconhecido o mal. Desde 1848 que o ilustre
Kletteler, bispo de Moguncia, denunciava a injustiça social de que sofria a
Europa e propunha os remédios. - DEHON,
Manual Social, Introdução, Paris (Bonne Presse).”
-
No nº 1, Janeiro de 1906, é apresentado um artigo de Júlio Monzó, intitulado “A
missão dos círculos catholicos de operários em Portugal”. Na Página 26 pode
ler-se: “Espíritos esclarecidos como Cathrein e Winterer na Alemanha, Harmel,
Delaporte e Dehon na França e,
sobretudo, Antoine na Bélgica com a monumental Cours d’Economie Sociale, muito contribuíram com os seus eruditos
trabalhos e vastos conhecimentos para propagar a doutrina, que homens de acção
como de Mun e Raffeison se encarregavam de pôr em prática, de tal modo que, em
pouco tempo, o movimento democrático-christão foi uma realidade, formando os
seus afiliados enthusiastas uma legião à qual os peores inimigos não poderam
deixar de reconhecer a beligerância.”
-
No nº 3, Março de 1907, a
Revista transcreve na página 99 e seguintes, um relatório intitulado “Fins,
organização e unificação do Movimento Catholico Popular Português”, escrito por
Júlio Monzó. O autor, na página 104, ao falar do socialismo, põe em nota de
rodapé: “De publicistas católicos podem-se ver as obras de Winterer: Le
Socialisme contemporain, DEHON: Manuel
Social Chretien…
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