As honras
fúnebres.
Preparativos
para o funeral
A notícia do falecimento do Fundador
difundiu-se por toda a parte. Ele mesmo, quando ainda estava vivo, falando no
recreio, quando se fazia referência à morte, à pergunta “onde queria ser sepultado?”
tinha respondido: “Oh, em
São Quintino , junto dos nossos Padres!”
Por isso nesse ponto estávamos todos de
acordo. Sendo a Assunção de Maria e o Domingo transferido, a Missa solene de
defuntos não podia ser celebrada em Bruxelas antes de Terça-feira, dia 17 de
Agosto.
Os seus familiares estavam presentes: a
sobrinha com o marido e os três filhos, Henrique, João (que era o benjamim do
Fundador) e Roberto. Na outra parte da capela ajoelharam-se os membros do
conselho geral. No coro estava Sua Excelência D. Clemente Micara, núncio
apostólico, o bispo Grison que tinha chegado à pressa e D. Demont, prefeito
apostólico de Gariep (África do Sul).
D. Grison, de barbas, nas exéquias do Pe. Dehon
D. Grison
junto do féretro
Quando D. Grison regressou de férias, eu
tive oportunidade de assistir a uma cena inesquecível.
Antes de se ir embora teve uma última
discussão com o Fundador sobre a questão sempre escabrosa do dinheiro para as
missões. Depois o Bispo partiu. Todos os dias era informado, como se disse
atrás, sobre o estado da doença do Pe. Dehon. Ao chegar, entrando comigo na
câmara ardente, e vendo-o no ataúde, caiu de joelhos chorando como uma criança
e eu disse-lhe: “Olhe, isto é para si a recordação do Fundador”. Sobre o
crucifixo estava gravado: “Fortis ut mors est dilectio” que quer dizer: “O amor
é forte como a morte”. Mais tarde o bispo escreveu-me do Congo: “Você sabia
muito bem do que eu tinha necessidade quando me deu o crucifixo.”
A Superiora Geral das Servas do Coração
de Jesus tinha oferecido a cada Padre um crucifixo igual na primeira profissão
perpétua…
Crucifixo da profissão religiosa de D. Grison
Piedade
filial
Posso ainda acrescentar: o Pe. Morel,
filho fiel da Congregação e eu tínhamos prestado as últimas honras ao Fundador.
Ficámos assombrados: Das suas coxas não restavam mais que pele e osso, nada de
musculatura. E assim, naquele homem que, dia a dia, ia e vinha, subia e descia
as escadas, se arrastava passeando…, compreendemos o martírio de uma vítima do
Sagrado Coração.
A Missa do
funeral
A capela encheu-se para os funerais
solenes. De todas as partes tinham acudido apressadamente os filhos espirituais
do Fundador. O mais ancião e primeiro noviço, Pe. Eugénio Paris presidiu à
Missa de Requiem. As orações litúrgicas foram cantadas na perfeição pelos
estudantes do Escolasticado. Os noviços de Brugelette estavam todos presentes.
Durante a Missa não houve pregação; depois o Assistente reuniu todos os
presentes no pátio interno da casa e teve lugar ao ar livre um largo discurso
para todos aqueles que estavam de luto pondo em relevo os méritos do Fundador.
(Das
Memórias de D. Philippe, Vice Geral do Pe. Dehon e seu sucessor)
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