Memória de Santo Inácio de Loiola
Presbítero, fundador, +1556
Tinha um coração maior do que o mundo, porque
nele cabia o mundo e a Glória de Deus.
Um coração inflamado e polivalente
A vida de Santo Inácio divide-se em três
períodos que refletem a grandeza da alma e a ascensão constante até ao mais
alto.
- Nos trinta primeiros anos - 1491 a 1521 – foi
cortesão e pecador, soldado vão e doidivanas.
- Desde 1521 até 1540 fez-se penitente,
estudante e peregrino do ideal da maior glória de Deus.
- Em 1540 (confirmação da fundação da Companhia de Jesus pelo Papa) e até à morte, que se deu em 1556, Inácio chega à posse do ideal e torna-se o capitão da Companhia de Jesus, legislador e vencedor em muitas batalhas.
Um coração exigente para consigo mesmo
Exame de consciência segundo Santo Inácio de
Loiola para fazer todas as noites antes de descansar:
1. O Primeiro ponto é dar graças a Deus nosso
Senhor pelos benefícios recebidos.
2. Segundo, pedir a graça para conhecer os
pecados, e libertar-se deles.
3. Terceiro, pedir conta à alma, desde a hora
em que se levantou até ao exame presente, hora por hora ou período por período:
primeiro, dos pensamentos, depois das palavras, e depois das obras, pela mesma
ordem que se disse no exame particular.
4. Quarto, pedir perdão, a Deus nosso Senhor,
das faltas cometidas.
5. Quinto, propor emenda, com a sua graça.
Um coração humano sensível aos irmãos
Santo Inácio de Loyola escreveu uma carta a São
Francisco de Borja, IV Duque de Gândia, a propósito das mortificações que ele
andava a fazer. Só para termos ideia, o tipo de austeridade que São Francisco levava até
receber a carta de Santo Inácio era qualquer coisa como acordar à meia-noite e
ficar sete horas a rezar, querer sair um mês por ano para fazer retiro, rezar
três Missas por dia...
“A vossa maneira de proceder relativamente às coisas espirituais e
corporais para o progresso da vossa alma deu-me uma boa razão para me regozijar
em Nosso Senhor e dar-Lhe graças para sempre… Mas sentindo-me como me sinto no
mesmo Senhor que os exercícios espirituais e corporais, bons para a nossa
salvação em algumas circunstâncias e nem por isso noutras, devo dizer a vossa
Senhoria as minhas opiniões sobre a matéria, visto que me pediu.
Primeiro de tudo, quanto ao tempo dedicado aos exercícios exteriores, eu
cortá-los-ia em metade… Pelo que sei de vossa Senhoria, penso que seria melhor
dedicar a outra metade ao estudo, ao governo das vossas terras e a conversas
espirituais, sempre procurando manter a vossa alma calma, em paz, e disposta
para o que quer que Nosso Senhor deseje trazer para ela.
Segundo, no que toca ao jejum e abstinência, aconselhar-lhe-ia, por amor de Deus,
a cuidar e a fortificar o vosso estômago e os outros órgãos naturais, em vez de
os enfraquecer. Se o corpo estiver doente, a alma não consegue funcionar como
devia. Devemos amar e defender o corpo ao ponto de ele ser obediente e
cooperador da alma, porque, com tal obediência e ajuda, a alma consegue
dispor-se melhor para servir e louvar o nosso Criador e Senhor.
Terceiro, em relação ao castigo do corpo, eu evitaria de uma só vez qualquer forma
de castigo que causasse o aparecimento de uma única gota de sangue. Em vez de
procurar derramar o nosso sangue, é muito melhor procurar diretamente o Senhor
de todos nós e os Seus santos dons, tais como as lágrimas pelos nossos pecados,
uma intensificação da nossa fé, esperança e caridade, a alegria em Deus e a paz
espiritual, tudo com humildade e reverência à nossa santa Mãe, a Igreja, e aos
seus líderes escolhidos.”
Ver também:
Retrato de Santo Inácio de Loiola
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