terça-feira, 30 de julho de 2024

Nem tudo é trigo limpo


3ª feira – XVII semana comum

Parábola da Paciência – o trigo e o joio

1ª – Uma primeira lição da parábola é que não nos devemos surpreender com a maldade e a podridão na Igreja. Devemos ficar desiludidos, tristes e zangados, sim. Mas surpreendidos não. A existência de ervas daninhas entre o trigo é evidente desde os primeiros tempos da Igreja, até aos dias de hoje.

2ª – A parábola é também uma lição sobre a paciência de Deus. A Igreja faz a sua peregrinação ao longo da história na posse de verdadeira e autêntica santidade, mas ainda assim sempre a precisar de purificação. Não existe uma “era dourada” da Igreja, porque sempre existiu joio entre o trigo. O Pai chama-nos à fasquia mais alta, à santidade, mas é paciente connosco enquanto nos esforçamos por lá chegar.

Mais importante que tudo, a parábola é um convite para participar na paciência de Deus. Muitos dos que parecem ser joio acabarão por se revelar trigo – e vice-versa.

Ele é paciente contigo, que por vezes pareces joio, e convida-te a seres paciente com o teu vizinho irritante, que pode bem ser trigo.

Deixai-os crescer juntos até à colheita. Estas palavras expressam paciência, mas não indulgência. A paciência de Deus tem limites, e está ordenada para a nossa conversão. Por isso ainda que a sua paciência nos console e encha de esperança, esforçamo-nos para dar fruto no dia da prestação de contas, no dia da colheita.

3ª – No início o joio é bem parecido com o trigo, a ponto de nos confundirem. Na hora da colheita são bem diferentes: o joio apresenta sementes escuras e o trigo espigas douradas. Por outras palavras: há muitas mentiras no mundo que parecem verdades e só se saberá a diferença no final.

 

À margem:

Outro dia, vi uma placa no jardim de um bairro que dizia:

"Não confie onde as ervas daninhas não crescem".

As ervas daninhas fazem parte da vida! Há coisas ruins e coisas boas em todo o mundo - não importa o quanto tentemos, não podemos erradicá-las. Nem mesmo em nós mesmos, mas podemos ter fé que Deus não permitirá que o joio sufoque o trigo. Não é nosso trabalho julgar, separar o trigo do joio. A nossa tarefa é diferente: Cada um de nós deve cuidar do bem: semear o bem e fazê-lo crescer, sempre.

 

Ver também:

Luzes e sombras

O sol e o vento

H B C

O trigo e o joio

Brilhar como o sol

 

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