3ª feira – XVII semana comum
Parábola da Paciência – o trigo e o joio
1ª – Uma
primeira lição da parábola é que não nos devemos surpreender com a maldade e a
podridão na Igreja. Devemos ficar desiludidos, tristes e zangados, sim. Mas
surpreendidos não. A existência de ervas daninhas entre o trigo é evidente
desde os primeiros tempos da Igreja, até aos dias de hoje.
2ª – A
parábola é também uma lição sobre a paciência de Deus. A Igreja faz a sua
peregrinação ao longo da história na posse de verdadeira e autêntica santidade,
mas ainda assim sempre a precisar de purificação. Não existe uma “era dourada”
da Igreja, porque sempre existiu joio entre o trigo. O Pai chama-nos à fasquia
mais alta, à santidade, mas é paciente connosco enquanto nos esforçamos por lá
chegar.
Mais importante que tudo, a parábola é um
convite para participar na paciência de Deus. Muitos dos que parecem ser joio
acabarão por se revelar trigo – e vice-versa.
Ele é paciente contigo, que por vezes pareces
joio, e convida-te a seres paciente com o teu vizinho irritante, que pode bem
ser trigo.
Deixai-os crescer juntos até à colheita.
Estas palavras expressam paciência, mas não indulgência. A paciência de Deus
tem limites, e está ordenada para a nossa conversão. Por isso ainda que a sua
paciência nos console e encha de esperança, esforçamo-nos para dar fruto no dia
da prestação de contas, no dia da colheita.
3ª – No
início o joio é bem parecido com o trigo, a ponto de nos confundirem. Na hora
da colheita são bem diferentes: o joio apresenta sementes escuras e o trigo
espigas douradas. Por outras palavras: há muitas mentiras no mundo que parecem
verdades e só se saberá a diferença no final.
À margem:
Outro dia, vi uma placa no jardim de um
bairro que dizia:
"Não confie onde as ervas daninhas não
crescem".
As ervas daninhas fazem parte da vida! Há
coisas ruins e coisas boas em todo o mundo - não importa o quanto tentemos, não
podemos erradicá-las. Nem mesmo em nós mesmos, mas podemos ter fé que Deus não
permitirá que o joio sufoque o trigo. Não é nosso trabalho julgar, separar o
trigo do joio. A nossa tarefa é diferente: Cada um de nós deve cuidar do bem:
semear o bem e fazê-lo crescer, sempre.
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