domingo, 13 de março de 2022

Como as estrelas do céu


Ano C – II domingo da quaresma

 

Olha para o céu e conta as estrelas…

Assim será a tua descendência… (Gen 15,5)

 

Os filhos de Deus são como estrelas

 

Quais as caraterísticas de uma estrela?

 

1. Ela está acima, lá no alto

Uma estrela não rasteja. Ela tem a sua habitação nas alturas.

Os filhos de Deus têm a sua pátria lá no Céu.

2. Ela brilha na noite

É na escuridão que se salienta a luz das estrelas.

Os filhos de Deus são estrelas e brilham nas trevas mais densas!

3. Quando sai o Sol, elas desaparecem

Não vemos as estrelas ao meio-dia.

Os filhos de Deus são pessoas humildes, libertadas do orgulho, e que se prostram quando se veem face a face com o seu Senhor...

4. Elas são de diferentes magnitudes

Há estrelas grandes e estrelas pequenas.

Quando olhamos para o céu vemos apenas um pontinho luminoso.

No reino de Deus há também grandes e pequenos.

Os filhos de Deus não se conformam com a mediocridade; eles podem crescer e brilhar mais.

5. Elas são distantes, mas parecem próximas

Os filhos de Deus podem ser vistos ora tão próximos, ora tão distantes... pois como são estrelas de Deus, os seus corações estão no céu, os seus corações buscam os bens do alto.

6. Elas sempre estão lá

Todas as noites as estrelas aparecem. As nuvens podem tapá-las, o tempo nebuloso pode cobri-las, mas elas estão lá!

As dificuldades da vida podem querer cobrir os filhos de Deus, mas eles continuam na presença de Deus.

7. Elas são quentes

Aprendi que as estrelas são quentes. As estrelas de coloração vermelha possuem uma temperatura em torno de 2.500 a 3.000 graus! Depois vem as amarelas e as de cor laranja... Mas as de cor azul, podem ter temperatura de até 50 mil graus. Elas são quentes!

Os filhos de Deus não são pessoas frias, desanimadas... enquanto todo o mundo anda dizendo: isto vai mal, vai de mal à pior... os filhos de Deus, os filhos de Deus devem dizer: Deus toma conta de nós. Com deus somos estrela, com ele brilharemos.

Transfiguração:

Todos os anos, no primeiro domingo da Quaresma, recordamos o retiro de Jesus no deserto e as tentações.

Da mesma forma, todos os anos, no segundo domingo da Quaresma, lembramos a transfiguração de Jesus.

Muda o evangelista de quem tomamos o texto e as outras leituras, mas a mensagem é a mesma nestes dois primeiros domingos da Quaresma.

Por quê?

Por uma razão simples: a cena das tentações nos lembra que a nossa realidade humana está sujeita a dificuldades, contradições e sofrimentos; enquanto a cena da transfiguração nos lembra que essas limitações não podem ser a última palavra na nossa vida, porque estamos destinados a ser transfigurados com Cristo, a nos revestir de luz, a nos encher da vida de Deus.

As tentações falam-nos da nossa realidade histórica, da nossa experiência quotidiana.

A transfiguração nos indica o objetivo da nossa jornada.

Se perseverarmos com Cristo e vencermos as tentações com ele, também seremos glorificados e viveremos a vida de Deus para sempre.

Mas a transfiguração é apenas uma amostra da glória futura. Não é um estado permanente. Temos que descer do Tabor e continuar caminhando, lutando todos os dias para vencer as tentações e assemelhar-nos com Cristo.

Que ele nos acompanhe em nossa jornada.

Ámen.

Ver também:

Sobre a transfiguração

Para, escuta e olha

Os montes de Deus

Escutar, seguir e compreender

Escutar em vez de ver

Símbolos da transfiguração

Transfiguração

Testemunhas do Tabor

Acampar no Tabor

Transfigurar-se

Ser transfigurado

Sacrificar, testemunhar e transfigurar

Escutar o Senhor

Está nos olhos

 

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