4ª feira de cinzas
A vida na quaresma
A quaresma na vida
A
– Dia de cinzas, dia luminoso
Esta
manhã o céu estava cinzento e prometia chuva.
Alguém
concluiu:
- É
mesmo 4ª feira de cinzas, dia cinzento, triste…
De
tarde, o céu clareou, limpou-se das nuvens cinzentas.
O
mesmo sentenciou:
- Nem
parece dia de cinzas!
-
Afinal, queres um dia cinzento ou um dia luminoso? Esta tarde está a fazer jus à página
do Evangelho de hoje. Quando jejuares e fizeres penitência lava o rosto e
perfuma a cabeça… mostra um rosto alegre e feliz… para que os homens não
percebam que jejuas, mas apenas teu pai que está presente no segredo.
Quando
passei por um confrade ele notou que eu cheirava bem, pois tinha acabado de me
barbear e aplicar aftershave.
-
Onde vais tão perfumado?
- Estou
a cumprir o Evangelho de hoje. Perfumei a cabeça como nos mandou Jesus.
De
facto a Quaresma é o tempo oportuno, é o tempo de felicidade, de alegria. Cinzento
só no alto da cabeça por causa das cinzas, porque tudo o resto deve estar
luminoso e brilhante.
Quem
põe em prática o Evangelho não pode estar triste, não pode ser cinzento. Sobretudo
que a nossa alegria seja interior, no íntimo do nosso coração.
B
– Não nos cansemos de fazer o bem
É o
tema da mensagem do Papa Francisco para a quaresma que hoje se inicia e foi
retirada da epístola aos Gálatas 6, 9-10a.
Não
nos cansemos de fazer o bem.
Não
nos cansemos de rezar. Precisamos de rezar, porque necessitamos de Deus. A
ilusão de nos bastarmos a nós mesmos é perigosa.
Não
nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos
chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado.
Não
nos casemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação,
sabendo que Deus nunca se cansa de perdoar.
Não
nos cansemos de combater a concupiscência, fragilidade que inclina para o egoísmo
e todo o mal.
Não
nos cansemos de fazer o bem, através duma operosa caridade para com o próximo. Durante
esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria.
Não
nos cansemos de semear o bem.
O
jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-a.
C
– Livrar-nos da fome, da peste e da guerra
É a
abordagem feita pelo Administrador Diocesano na sua mensagem de quaresma para a diocese
de Angra.
Antigamente era comum pedir aos santos a
ajuda para nos livrarmos da Fome, da Peste e da Guerra.
Eram as invocações a São Sebastião, a São
Roque, etc…
- tempo de pobreza (fome),
- de pandemia (endemia)
- e de guerra (não só na Ucrânia).
Nesta quaresma nós podemos fazer
um exercício para colaborarmos neste desejo ou compromisso para erradicar estes
3 males:
- Contra a fome, temos o exercício do Jejum
para nos lembrarmos que não só de pão vivemos, e que podemos sentir fome de
Deus e ajudar quem padece da fome do corpo ou fome da alma.
- Contra a peste, pandemia ou endemia, temos
o exercício da caridade, para nos ajudarmos uns aos outros, numa caridade mais
diligente nestes momentos dramáticos.
- Contra a guerra, temos a nossa arma mais
poderosa que é a oração para alcançar a paz, nas nações, nas sociedades, nas
famílias e dentro de nós.
Em geral nós pedimos ajuda aos santos nestas
necessidades.
Nesta quaresma sejamos nós a dar uma ajudinha
aos santos colaborando com esta 3 práticas quaresmais para alcançarmos estas
graças.
À
margem: Oração pela Paz
O
Papa Francisco pediu que hoje fosse dia de Jejum e de Oração pela paz na
Ucrânia.
Motivei
os paroquianos a rezar com emoção e com devoção.
- Cada
um que reze pelos que sofrem e são vítimas dessa guerra como se lá estivesse o
seu pai, irmão, filho, marido ou mulher, amigo ou vizinho. É a melhor maneira
de rezar com mais devoção.
Mesmo
assim há alguém que poderá dizer- A nossa oração não tem tido o resultado que
esperávamos. Afinal a guerra não foi evitada, não acabou e parece até que
continua ainda mais forte.
-
Então imaginemos como seria a guerra se não tivéssemos rezado. Se depois de
rezarmos ela está assim, como é que não estaria sem a nossa arma que é a
oração? Teria sido mais destruidora, ou estaria alastrada a outros países ou
até mesmo teria chegado até nós.
Não
imaginamos o poder da oração.
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