Ano B - II domingo da quaresma
1) Sacrificar
No
domingo passado era Deus tentado. Hoje é Deus quem tenta.
Tentou
Deus a Abraão para provar o seu amor.
Isaac
significa riso, e ainda que pareça matéria de riso, este riso, na significação
de Deus, é a matéria de toda a tentação, se este riso é o que Deus manda
sacrificar.
Sabeis,
diz São Bernardo, o que Deus manda que lhe sacrifiquemos quando manda
sacrificar Isaac? Manda que lhe sacrifiquemos o riso.
Quando
mandou a Abraão que sacrificasse o seu Isaac, mandou-lhe que sacrificasse o seu
filho e esta foi a história.
Quando
nos manda que sacrifiquemos o nosso Isaac manda-nos que sacrifiquemos o nosso
riso e esta foi a parábola. (Pe. António Vieira)
2) Testemunhar
Cinco
testemunhas do Tabor:
-
Pedro: Símbolo da igreja, da comunidade crente.
-
Tiago: símbolo dos mártires, da comunidade triunfante.
-
João: símbolo da contemplação, da comunidade adorante.
-
Moisés – representante da Lei (monte Sinai).
-
Elias- representante dos profetas (monte Carmelo).
Com
qual destas testemunhas eu mais me identifico?
Na
fé? No sacrifício? Na oração? No cumprimento dos mandamentos? Ou na palavra que
frutifica?
3) Transfigurar
Num filme de 2000
Stephen Daldry conta a história de Billy Elliot, um miúdo de 11 anos que cresceu
numa família do Reino Unido. Sua mãe morreu, seu pai e seu irmão trabalhava
numa mina, no meio de conflitos laborais… Billy queria ser bailarino e só a avó
o compreendia pois outrora teve também um sonho parecido. O seu pai opunha-se
intransigentemente e o seu irmão sentia vergonha dele.
Ajudado pela sua
professora concorreu a uma audição e ganhou uma bolsa para estudar ballet na
grande capital.
Diante de Billy
havia dois caminhos: o boxe ou o ballet. O primeiro era o que queria o seu pai
para poder como ele enfrentar a dura vida dos mineiros. O ballet era a chama
que lhe ardia por dentro. E foi isso que acabou por vencer, tudo e todos.
Os avaliadores da
prova de admissão perguntaram-lhe porque é que queria bailar ou o que sentia ao
bailar.
Ele respondeu com toda
a sinceridade:
- Quando eu bailo,
eu sinto-me transfigurado.
Não sei se o bailar
era para ele tirar o que de melhor tinha lá dentro ou se tirar o que de melhor
tinha era bailar, só sei que bailar era transfigurar-se ou transfigurar-se era
bailar porque fazia brotar isso do seu interior.
Bailemos também nós
para nos sentirmos transfigurados.
Realizemos os nossos
sonhos, desejos, aspirações ou o chamamento que temos a arder dentro de nós e
veremos a nossa vida plenamente transformada ou transfigurada.
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