sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Pedagogia segundo D. Bosco

 

Memória de São João Bosco (1815-1888)

Presbítero, Apóstolo da Juventude

Sermão inspirado na pedagogia de São João Bosco

 

Um casamento perfeito

Foi amor à primeira e à milésima vista o casamento entre a Razão e o Coração.

Parecia fácil o encontro destes noivos Razão e Coração, mas foi necessário um esforço continuado para manter tal união. Chegar à lua não foi tão longe como chegar do Cérebro ao Peito e vice-versa. De facto, as maiores distâncias que devemos percorrer estão dentro de nós. Mas isso é amor para sempre.

Desta união nasceram três filhas gémeas, perfeitamente distintas, mas complementares.

- A primeira chama-se Educação. De facto, a Educação é obra do Coração. Da Razão herdou o dom da palavra. E do Coração recebeu o dom da música e da arte. De facto, a Razão fala em palavras, letras e conhecimentos, mas o Coração tem música, tem ritmo, emoção, sentimentos e faz-se canção. A Educação só é arte completa se for fruto da Razão e do Coração. A Educação sem o Coração é fria, insensível ou mecânica. Mas sem Razão torna-se caótica e perde objetividade.

- A segunda filha chama-se Alegria. Veste-se de felicidade e de santidade. A coisa mais agradável do mundo é estar na sua companhia. De facto, ela está sempre a sorrir. E quando sorri sem ter razão, Deus dá-lhe mil razões para sorrir. A Alegria é fruto conjunto da Razão e do Coração.

- A última filha chama-se Moderação. É muito parecida com os seus pais quanto ao equilíbrio e à humildade. Ela não se entusiasma demasiado quando a vida corre bem, mas também não fica demasiado deprimida quando nem tudo corre tão bem. E só consegue isto devido à sua dupla filiação.

Ainda hoje para termos Educação, Alegria e Moderação precisamos de casar o Coração com a Razão.

 

Ver também:

Pai e mestre da juventude

O missionário dos jovens

São João Bosco

Santo Educador

Dom Bosco

Educação é obra do coração

 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

As três verdades da luz


5ª feira – III semana comum

Quem é quem na parábola da lâmpada no candelabro:

A lâmpada ou a vela de que fala o Evangelho é Jesus Cristo, luz verdadeira do Pai, «que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem» (Jo 1,9).

O candelabro é a Igreja escolhida por Deus que recebe a luz de Cristo e que deve brilhar no meio do mundo.

O alqueire ou a cama que procuram esconder a luz da lâmpada são as forças deste mundo que querem apagar a luz que a igreja procura manter acesa.

A sala é este mundo onde estamos e que deve ser iluminado.

 

Não escondamos, pois, por pensamentos ou ações, a vela acesa, isto é, a Palavra de Deus que ilumina a nossa vida.

Não deixemos que os cuidados do mundo apaguem essa luz que brilha em nós.

Pelo contrário, coloquemos a Palavra no candelabro que é a Igreja, sem medo nem complexos para que toda a humanidade seja assim iluminada.

 

As 3 verdades da luz:

- A luz não pode ser escondida

- A luz não brilha para si mesma

- A luz revela Deus e tudo o que ele criou

Ver também:

A história do Pateta

A medida de Deus

A lâmpada não fala, brilha

A lâmpada é a caridade

A lâmpada do candelabro

A luz da candeia

A medida da generosidade.

 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Tem tem ouvidos... oiça


4ª feira – III semana comum

- Quem tem ouvidos para ouvir, oiça!

Jesus está dizendo: cuidado com o modo como ouvis a Palavra.

Quem tem ouvidos para ouvir, e não ouve a Palavra de Deus de modo adequado, acaba como que impedindo a Deus de agir.

A fé vem pelo ouvir (Rm10, 17). A palavra não pode entrar por um ouvido e sair pelo outro, mas tem de baixar ao coração.

Hoje, se escutardes a voz do Senhor, não fecheis o vosso coração (Sl 94, 7-8).

Quem tem ouvidos oiça, quem tem olhos enxergue, mas, quem tem coração frutifique a Palavra que é semente de amor.

 

Quem é quem na parábola do semeador?

- O semeador é Deus

- A semente é Jesus, o Verbo de Deus

- A terra é Adão

De facto, Adão quer dizer da terra… O homem é o terreno onde Deus Pai semeou o seu Filho, o Verbo Eterno.

Este é o mistério da Encarnação e da Salvação – Deus semeou o seu Verbo no coração do homem de terra (Adão).

 

Ver também:

Mãe de todas as parábolas

Semeadores, não ceifeiros

O semeador à beira-mar

O desafio é semear

Corações há muitos

Tipos de terreno

Jesus é semente

Deus é agricultor

Semeia sempre

Sementeiras

Pregar é semear

A semente é a palavra

Semeador

Semeando

 

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

O santo poeta da Eucaristia


Memória de São Tomás de Aquino (1225-1274)

Presbítero e Doutor da Igreja

Os cinco hinos de Tomás de Aquino

Embora os escritos e ensinamentos de Tomás de Aquino tenham sido prolíficos nas áreas de teologia e filosofia, e seja por seu rigor intelectual que ele é mais frequentemente lembrado, houve algumas ocasiões em que o santo se aventurou na arte da poética. Pelo menos cinco hinos foram atribuídos a São Tomás: Lauda Sion, Pange Lingua, Sacris Solemniis, Verbum Supernum e Adoro Te Devote.

Uma coisa que todos os cinco hinos têm em comum é que cada um deles está centrado na Sagrada Eucaristia. Os quatro primeiros foram escritos a pedido do Papa Urbano IV para a Solenidade de Corpus Christi que foi instituída em 1264. O hino final, Adoro Te Devote, é o único verso que não se destinava ao uso litúrgico. Foi, talvez, escrito por Tomás de Aquino para oração e meditação pessoal. Em cada um destes hinos, Tomás de Aquino pinta com palavras poéticas a realidade e a beleza da Eucaristia.

O hino Adore Te Devote oferece uma visão e uma defesa da realidade da Eucaristia. Na segunda estrofe, Tomás de Aquino assegura que embora os sentidos da visão, do tato e do paladar não ajudem no reconhecimento de Cristo na Eucaristia, podemos confiar no nosso sentido da audição, pois ouvimos de Jesus (através do registo fiel das suas palavras) o pão e o vinho são verdadeiramente o seu Corpo e Sangue. Não há nada mais verdadeiro do que a palavra dita pela própria Verdade. Tomás de Aquino está extraindo uma verdade bíblica: quando o Senhor fala, a realidade muda. O Senhor fala através do profeta Isaías dizendo: Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, mas realizará o que pretendo e prosperará naquilo para que a enviei (Is 55:1). Quando Deus fala: Haja luz, a luz é criada. Quando ele diz ao mar tempestuoso para se acalmar, ele obedece. Quando ele ordena a Lázaro que saia de seu túmulo, o morto desperta do seu sono e sai de seu túmulo. Portanto, quando o Senhor Jesus toma apenas pão e vinho em suas mãos e diz Isto é o meu corpo e Isto é o meu sangue, não deveria haver dúvida de que as suas palavras são verdadeiras e eficazes.

 

Ensinando os pregadores

O que São Tomás de Aquino tem a ensinar aos pregadores modernos?

Isso é um pouco complicado. O seu estilo, embora característico de todos no século XIII, não é aquele que muitas pessoas poderiam apreciar hoje. Mas há lições a serem aprendidas.

A primeira lição é óbvia: a boa pregação depende da santidade da vida. E, no entanto, há muitos pastores santos que não são necessariamente bons pregadores. Pregar, como escrever, pintar, esculpir ou cultivar flores, é uma habilidade que deve ser praticada e aprendida.

A segunda lição é que um bom pregador deve preparar-se. Ninguém prega, como São Tomas ou São Boaventura, sem uma séria preparação prévia. Ninguém pode improvisar.

A terceira lição que podemos aprender com esse estilo de pregação é o valor de construir um sermão para que ele seja lembrado. Se os fiéis saem da missa e alguém pergunta: Sobre o que foi a homilia de hoje? e os questionados não conseguem pensar em nada, então há um problema. Infelizmente nalguns casos alguns presentes nem se lembram das leituras. A pregação deve ser ouvida, vista e guardada para ser lembrada e vivida.

 

Ver também:

São Tomás devoto de santa Inês

Padroeiro dos estudantes

A excelência do Pai Nosso

Águia do pensamento

São Tomás de Aquino

 

Ser família de todos


3ª feira – III semana comum

Certo dia em Roma, num colégio de irmãs, a diretora fez este pedido ao padre capelão da comunidade religiosa:

- Temos na receção uma jovem de Pádua, chamada Margarida. Quero que vá falar com ela, pois precisa de ajuda.

O Padre pensou numa figura desnorteada da vida, depressiva ou sem razões de viver.

Quando a viu na sua frente ficou surpreendido, pois ela transbordava saúde, alegria e juventude.

A sua história resumia-se a duas pinceladas: Tinha o casamento marcado para breve, mas uma dúvida a trouxera ali para fazer uma experiência de um ou dois meses.

- Sinto que o meu coração é grande demais para ficar satisfeito com uma família pequena. Acho que fui criada para o mundo inteiro.

Hoje Margarida é missionária num asilo da América Latina, feliz por ter uma família inumerável, como as estrelas do céu, como as areias da praia do mar.

Há pessoas assim, como as rolas de São Francisco, feitas para voar pela terra inteira e cantarolar para toda a gente.

 

Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos? Quem fizer a vontade de meu Pai, diz Jesus. A minha mãe e os meus irmãos são os que têm um coração tão grande que só o mundo inteiro pode ser a sua família.

De facto, qualquer família deve ser uma rampa de lançamento para um espaço maior, para uma família de famílias que é a igreja, a comunidade universal. A família de Jesus é chamada a ser família de todos.

É por isso que o mundo é redondo para nele circundar ou circular o amor.

 

Ver também:

Maria é uma de nós

Jesus não é exclusivo

Uma fotografia de família

Ser obediente é ser irmão

Familiares e amigos

Quem é minha mãe

Identificação

Grande família

A família de Jesus

Exemplo da mãe de Jesus

Dimensões comunitárias

Aproximar-se

Minha mãe e meus irmãos

Quem são meus irmãos

 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Jesus limpa os nossos males


2ª feira – III semana comum

Jesus curou vários possessos, libertando-os do mal que os afligia.

As pessoas ficavam maravilhadas e glorificavam a Deus.

Mas os fariseus não se alegravam com essas curas, nem davam glória a Deus. Pelo contrária suspeitavam das ações de Jesus.

Por quê?

Agiam assim por orgulho, ciúme e ingratidão

Como estavam tão cheios de si pensavam que a salvação tinha de vir deles, do que eles decidiam ou faziam. Pensavam que só eles eram capazes de fazer o bem. Tudo o que era bom tinha de vir deles, e tudo o que vinha deles era bom.

 

De igual modo, connosco pode acontecer isto mesmo.

Pensamos que tudo o que é bom é nosso e tudo o que é nosso é dom.

Andamos pelo mundo sem nos darmos conta de todas as graças que Deus nos dá, de que é Ele que nos faz santos. Pensamos tudo é obra nossa, que não lhe devemos tanto assim.

Orgulhosos, acabamos por ser ingratos ao Amor de Deus.

Além disso temos dificuldade em nos alegrarmos pelo bem dos outros.

 

Cristo é a força que tudo pode. Mas não pode fazer nada se somos ingratos, se não ficamos felizes com bem dos outros e se não lhe agradecemos o bem que existe em nós e nos outros.

 

Ver também:

Diabo não expulsa diabo

A raposa e as uvas

Meia palavra basta

Dar obediência

Expulsar demónios

Obedecer

 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Programa inaugural de Jesus


Ano C – III Domingo Comum

VI Domingo da Palavra de Deus

O discurso de Jesus ma sinagoga de Nazaré é o seu programa inaugural.

É a Investidura na sua missão pública.

Jesus apresenta-se como o Ungido de Deus (=Messias ou Cristo) e como Apóstolo (enviado à Terra).

O seu primeiro olhar não se dirige ao pecado das pessoas, mas ao sofrimento que arruína as suas vidas.

A primeira coisa que toca o seu coração não é o pecado, mas a dor, a opressão e a humilhação que sofrem os homens e as mulheres.

Jesus sente-se “ungido pelo Espírito” de um Deus que cuida de quem sofre.

É esse Espírito que o impulsiona a dedicar toda a sua vida à libertação, ao alívio, à cura, ao perdão.

Este programa de Jesus nem sempre é o dos cristãos.

De facto, o nosso maior pecado consiste precisamente em fechar-nos ao sofrimento dos outros para pensar apenas no nosso próprio bem-estar.

O programa de ação de Jesus, enviado ao mundo, continua atual.

VI Domingo da Palavra de Deus

Espero na vossa Palavra (Sl 118 (119) 74)

No mar agitado da nossa vida a Palavra de Deus é a âncora da nossa esperança, a garantia de estabilidade e de segurança. É a Palavra que nos mantém firmes e nos ajuda a chegar a um porto seguro.

 

Rezámos juntos este salmo da esperança:

 

      ESPERO NA VOSSA PALAVRA

                     Sl 118(119), 73-80

 

As vossas mãos me fizeram e me formaram,

     dai-me inteligência, para aprender

     os vossos mandamentos.

Ao ver-me hão de alegrar-se os que Vos temem,

     porque eu espero na vossa palavra.

 

Senhor, eu sei que os vossos juízos são justos

     e que a vossa fidelidade me põe à prova.

Console-me a vossa bondade,

     segundo a promessa feita ao vosso servo.

 

Desçam sobre mim

     as vossas misericórdias e viverei,

     porque a vossa lei faz as minhas delícias.

Sejam confundidos os arrogantes

     que injustamente me oprimem,

     a mim que medito nos vossos preceitos.

 

Voltem-se para mim os que Vos temem

     e conhecem as vossas ordens.

Seja perfeito o meu coração

     em cumprir os vossos decretos,

     de modo que eu não seja confundido.

 

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

     como era no princípio, agora e sempre.

     Ámen.

 

Domingo da Palavra de Deus – 26 de janeiro

Jubileu 2025 – Peregrinos de Esperança

 

No final da celebração fizemos o que o Profeta Neemias mandou ao povo:

- Ide para as vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado.

E foi assim que hoje no adro partilhámos um cálice de Vinho Madeira, doce, brindando à Palavra.

Assim não só comemorámos a Palavra, como também bebemorámos

Ver também:

Jesus na sinagoga de Nazaré

A pregação começa em casa

A inscritura do Invangelho

Proclamando o Evangelho

Palavra cumprida

Jesus é Cristo e Apóstolo

Pregação de Jesus

I Domingo da Palavra

Anunciar e denunciar

O 1º sermão de Jesus

Sem olhar a quem

Ungido e enviado

Profeta na sua terra

Sobre mim

Querer Deus

Sem fronteiras