A
– Sementeira do Pe. António Vieira, no Sermão da Sexagésima pregado em 1655:
“Enfim,
para que os pregadores saibam como hão-de pregar e os ouvintes a quem hão-de
ouvir, acabo com um exemplo do nosso Reino, e quase dos nossos tempos.
Pregavam
em Coimbra dois famosos pregadores, ambos bem conhecidos por seus escritos; não
os nomeio, porque os hei-de desigualar.
Altercou-se
entre alguns doutores da Universidade qual dos dois fosse maior pregador; e
como não há juízo sem inclinação, uns diziam este, outros, aquele.
Mas
um lente, que entre os mais tinha maior autoridade, concluiu desta maneira:
-
Entre dois sujeitos tão grandes não me atrevo a interpor juízo; só direi uma
diferença, que sempre experimento: quando
ouço um, saio do sermão muito contente do pregador; quando ouço outro, saio
muito descontente de mim.”
B
– A minha sementeira:
Às
vezes somos semeadores e noutras somos terra de sementeira:
Como semeadores
– é preciso semear sempre com confiança e esperança pois nós fazemos a nossa
parte… Deus e o terreno farão o resto.
Como terra de sementeira – como tal nós temos partes pedregosas, partes com espinhos, partes calcadas,
partes de terra lavrada. Só frutificará a semente que cair e penetrar mais
fundo.
Todo tijolo é um anseio de edificar
C – Outra sementeira:
Toda
semente é um anseio de frutificar
e
todo fruto é uma forma da gente se dar.
Põe a semente na terra,
não será em vão
Não te preocupe a colheita,
plantas para o irmão
Toda palavra é um anseio de comunicar
Põe a semente na terra,
não será em vão
Não te preocupe a colheita,
plantas para o irmão
Toda palavra é um anseio de comunicar
e
toda fala é uma forma da gente se dar.
Todo tijolo é um anseio de edificar
e
toda obra é uma forma da gente se dar.
Sem comentários:
Enviar um comentário