Hoje na paróquia celebramos o padroeiro dos lavradores
e o patrono dos animais.
Abençoámos os animais e os cuidadores dos animais.
Abençoámos também o pão e as mãos que partilham o pão.
Tudo isto na memória litúrgica de Santo Antão, Abade.
Onde está Santo Antão não falta o pão
Uma vez o abade Antão teve a tentação de crer que era
o ermitão mais antigo que havia no deserto, e uma noite ouviu em sonhos:
- Presta atenção Antão. Há outro penitente mais antigo
que tu. Empreende a viagem e lograrás encontrar.
Antão madrugou para partir em viagem e depois de
caminhar horas e horas chegou à porta da gruta onde vivia Paulo, o Ermitão.
Este, ao ouvir ruído lá fora, pensou que era um animal ameaçador ou um demónio
tentador e tapou a entrada com uns paus.
Antão suplicou-lhe que aparecesse, pois, vinha em paz.
Por fim, Paulo saiu e os dois santos, sem se haverem
visto antes, saudaram-se cada um pelo seu respetivo nome. Logo ajoelharam e deram
graças a Deus. E nesse momento chegou o corvo trazendo um pão inteiro.
Então Paulo exclamou:
- Vê como Deus é bom. Cada dia manda-me pelo corvo
meio pão, mas como hoje como estás comigo, o Senhor envia um pão inteiro.
Puseram-se a discutir quem devia partir o pão, porque
esta honra correspondia ao mais digno. E cada um se cria mais indigno que o
outro. Por fim decidiram que o partiriam tirando cada um de um extremo do pão.
E depois de conversarem de coisas espirituais,
passaram o resto do dia em oração.
Paulo tinha cerca de 113 anos e morreu passado pouco
tempo depois. Com a sua vida de silêncio, oração e meditação no meio do
deserto, motivou muitos a afastar-se do mundo e a dedicar-se com mais seriedade
a buscar a eterna salvação.
Antão voltou ao seu ermitério do deserto continuou o
seu trabalho e oração.
Fazia cestas e esteiras e a rezava sem cessar.
Era tudo isto o seu alimento – o trabalho e a oração.
Ainda hoje dizemos – Onde está Santo Antão nunca falta
o pão.
Que ele nos alcance trabalho (pão) e oração.
Uma tentação de Santo Antão
Outro dia Antão interrogou o Senhor:
- Por que é que morrem alguns depois de uma vida curta
e outros chegam a uma extensa velhice? Por que alguns são muito pobres e outros
demasiado ricos? Por que é que os injustos enriquecem e s justos passam
necessidade? Por que é que vós Senhor não vos importeis que morram tantos inocentes,
vítimas de doenças, das guerras e de injustiças?
Então Antão ouviu uma voz vinda o alto que lhe
respondeu;
- Antão, ocupa-se de ti mesmo e deixa Deus ocupar-se
do resto.
De facto, nós pensamos como os santos, ou os santos
pensam como nós. É por isso que fazemos a Deus as mesmas perguntas.
E Deus continua com a mesma paciência a responder:
- Ocupa-te de ti mesmo, muda a tua vida, converte o
teu coração e tudo o mais virá por acréscimo por que é da conta de Deus.
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