O Pai Nosso de cada dia (36)
Nos simples catecismos, resumos da teologia e da vida cristã, bem podia florir a explicação, mais ou menos dilatada, da oração dominical, pois os párocos precisavam de a expor aos fiéis. Assim acontece no mais antigo catecismo em português chegado aos nossos dias, em linguagem de trezentos.
Pai Nosso que estais nos Céus.
O princípio do comentário gira à volta da fé, da esperança e da caridade. Fé, porque dizemos Pai. Caridade, porque dizemos nosso e não só meu. Esperança, porque ele está nos Céus.
Santificado seja o vosso nome.
Nesta primeira petição desejamos a confirmação da santidade do nome de Deus em nós, e isto terá no céu o seu acabamento.
Venha a nós o vosso reino.
Suplicamos perseverança no bem, até que vamos para o reino de Deus.
Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
É a petição do dom da graça para todas as obras que fazemos. Que a liberdade do nosso entendimento se uma à vontade divina, não só nas coisas terrenas como nas da alma.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
A quarta petição é para o passageiro desta vida: o pão corporal e o espiritual que nos e necessário cada dia.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos tem ofendido.
Segue-se a petição do perdão, na medida em que perdoamos aos que pecaram contra nós.
Não nos deixeis cair em tentação.
Que Deus nos guarde de consentir na tentação.
Mas livrai-nos do mal.
Que Deus nos livre das penas da alma e do corpo, que merecemos pelos pecados que fazemos.
(Cf. Catecismo em Português do século XVI)
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