3ª feira – I semana da quaresma
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Hoje a família já não reza
ou já não reza assim … |
A) Oração da família
Qual será a página da Bíblia mais lida? Ou a mais
citada? Ou a mais repetida ou rezada?
Com certeza será esta página do Evangelho de hoje em
que se apresenta oração do Pai Nosso. É a página do Evangelho mais repetida.
O Pai Nosso é a oração mãe de todas as orações.
É a melhor ligação a Deus Pai e a melhor união de
todos os irmãos.
É de facto a oração da família.
Deus recebe-nos na sua família (da terra ao céu).
Deus aceita fazer parte da nossa família (do céu à
terra).
Além disso ao rezar a Oração do Pai Nosso cada família
fica nivelada, fiam todos filhos, todos irmãos. Já não há pai, mãe, filhos,
avós, tios, primos…. Ficam todos irmãos porque filhos do mesmo Pai do Céu.
A melhor maneira de nos tornarmos uma família mais
unida é rezarmos juntos o Pai Nosso.
A minha mãe queixava da situação de algumas famílias:
- Se não rezam juntos o Pai Nosso, como é que conseguirão
manter-se unidos?
B) As duas partes do Pai Nosso
Sou
filho de Deus, mas não sou filho único, assim começa a primeira parte do Pai
Nosso.
Nenhum
de nós se basta a si mesmo, assim começa a segunda parte do Pai Nosso.
C) Qual a melhor tradução do Pai Nosso
Apesar de não ser literalmente a mais correta, é a
preferida a versão do Pai Nosso em português.
As primeiras versões do Pai-Nosso em português e em
espanhol datam do Século XIV e XV e são, na maior parte dos casos, comentários
ou paráfrases à oração. No caso português, existe um catecismo do Século XIV
onde se pode ler “E por esso dizemos: et ne nos inducas in tentationem, que
quer dizer, guarda-nos, Senhor, de consentir na temptaçon”. A norma para a
recitação tanto litúrgica como pessoal é o latim e cada um, quando tem de
traduzir, fá-lo à sua maneira, desde “não nos derrubes em tentação”, até “não nos
tragas em tentação”, passando por “não permitas que sejamos vencidos em
tentação”.
O primeiro texto em que encontramos um exemplo de “não
nos deixeis cair” é no “Livro de Horas” em português, publicado em Paris em
1501, mas mesmo nesse volume aparece também uma versão com “não nos tragas em
tentação”.
E depois dessa publicação a variedade mantém-se,
embora se comece a ver com maior frequência aquela que se tornaria a frase
definitiva em português e em espanhol, incluindo em Gil Vicente, no “Auto da
Cananeia”, escrito em 1534, que num diálogo sobre o Pai-Nosso escreve: “E com
gemente tenção, lhe haveis, filhos, de pedir que vos não deixe cair, em nenhuma
tentação, que vos possa destruir”. Ao que tudo indica, o uso do “não nos
deixeis cair” foi simplesmente tornando-se rotineiro, mas não será de excluir a
possibilidade de esta ser uma variante do já referido “não nos derrubes”. Se é
verdade que as expressões têm sentidos diferentes, uma vez que este obriga a
que haja alguém que comete o ato de derrubar, a consequência em ambas as
situações é uma queda. Em Portugal há duas grandes referências no que diz
respeito à tradução da Bíblia para o vernáculo. João Ferreira de Almeida,
protestante, fá-lo em 1681 e na tradução do Pai-Nosso usa o “Não nos metas”,
mas quando António Pereira de Figueiredo apresenta a sua tradução em 1778 já
utiliza o “não nos deixeis cair”.
O que o Pai Nosso ensina não é pedir a Deus que não
nos leve à tentação, porque Deus não tenta ninguém.
Nem pedimos que nos liberte das tentações, pois até
Jesus foi tentado.
Pedimos apenas que não nos deixe cair em tentação. Que
nos dê força para não cair.
Ver também:
Poucas palavras e muito devagar
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