5ª
feira – XXXIV semana comum
Haverá
grande angústia na terra e indignação contra este povo… As forças celestes
serão abaladas.
Quando
estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a
vossa libertação está próxima.
Duas atitudes podemos ter, perante as adversidades:
A
– Ou escondemos a cabeça como a avestruz
B
– Ou pegamos o boi pelos chifres
A
– Eu sei que é um mito que a avestruz esconde a cabeça na areia para não
ver o perigo que se aproxima. O que ela faz é escutar no chão o ruido de quem
se aproxima. Além disso, quando alguém ao longe a vê comer de cabeça baixa, tem
a ilusão da cabeça estar na areia, mas na realidade é miragem ou o efeito do
calor que dá a sensação de areia. Para além disso parece que ela descansa
recolhendo a cabeça debaixo das asas de modo que parece um arbusto. Mas as suas
patas estão muito bem fixas no chão que será muito difícil derrubá-la. E para
escapar ao perigo tem como estratégia fugir em grande velocidade, o que
recompensa não poder voar.
Em
todo o caso, a avestruz pode ser modelo de quem não quer enfrentar o perigo ou
quem apenas foge dele.
B
– Em toda a minha vida só assisti ao vivo a uma tourada. Foi em 1982, ainda não
era padre. Foi na Arena do Campo Pequeno, uma Tourada à moda Antiga. Confesso
que não percebi grande coisa e que não aprecio essa arte ou seja lá o que for,
apesar de não ser fundamentalista em relação aos animais, nem por um lado nem
por outro. Das poucas coisas que me lembro é que os forcados, aqueles que
deviam pegar o touro, aproxima-se do animal numa atitude de altivez e de
desafio, levantando a cabeça, vendo o touro debaixo do seu queixo. As duas
criaturas estão em igualdade de circunstâncias, sem outras armas a não ser as
que a natureza lhes deu.
Em
todo o caso vejo a diferença: O touro avança para o adversário abaixando a
cabeça, enquanto o forcado avança com a cabeça erguida. E nesta luta ou nesta
dança, ninguém sai vencedor ou perdedor. O objetivo é enfrentar o adversário e
não se deixar dominar por ele. É por isso que depois da pega, se tudo correr
bem, cada um vai para o seu canto… O boi continua de cabeça baixa e o forcado
de cabeça bem levantada para acolher os aplausos e os olés.
Na
arena da nossa vida com quem mais nos parecemos?
-
Como a avestruz a baixar a cabeça?
-
Ou como o forcado a pegar o perigo pelos seus chifres?
Quem
levanta a cabeça não foge aos adversários.
Quem
levanta a cabeça não se deixa vencer pelos perigos.
Ver também:
Sem comentários:
Enviar um comentário