4ª feira – XXXIV semana comum
Disse Jesus:
Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos…
Portanto a cruz não é exceção, é regra!
Um grupo de jovens passou um fim-de-semana num
mosteiro de monges contemplativos. Levantaram-se de madrugada para as matinas e
acompanharam a comunidade em todas as horas de oração.
No final da experiência fizeram a avaliação.
Entre outras coisas, foi unânime esta constatação:
- Nós nem imaginávamos que vocês tivessem
tantos inimigos…
De facto nos salmos da liturgia das horas há
muitas alusões aos inimigos e adversários: Protegei-me
à sombra das vossas asas, longe dos inimigos que me rodeiam furiosos (sl 16).
Livrai-me dos inimigos e protegei-me contra os meus agressores (sl 58). Farei
de teus inimigos escabelo dos teus pés… e tu dominarás no meio dos teus
inimigos (sl 109). Aproximam-se os meus iníquos perseguidores que estão longe
da vossa lei (sl 118). Salvai-me do poder dos inimigos (sl 143). Todos os dias no Benedictus lembramos que Deus enviou o seu filho - para nos libertar dos nossos inimigos... para O servirmos sem temor livres dos nossos inimigos.
O abade explicou:
- Nós rezamos em nome da Igreja e do povo de
Deus. Por isso os adversários da Igreja são os nossos inimigos e os nossos
adversários são os inimigos da Igreja. Não rezamos por nós nem pelos nossos
supostos inimigos, rezamos sim no lugar da igreja perseguida, em vez dos
expatriados, dos oprimidos de toda a terra. Não dizemos automaticamente essas
orações… Colocando-nos no seu lugar achamos até que esses salmos deviam ser
ainda mais veementes.
- Então vocês não têm inimigos pessoais? Gente
que vos provoca, incomoda ou atrapalha?
- Não somos assim tão importantes para ter tais
inimigos pessoais. Cada um pode ser considerado como o seu maior inimigo. Santa Teresa de Ávila
pedia a Deus que a livrasse de si própria, pois achava-se a maior inimiga de si
mesma. Assim, ao rezarmos pelos nossos inimigos, estamos a pedir também que nos
livre de nós mesmos.
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