Festa
da Apresentação do Senhor
Vestir-se
de Cristo
Da
oração da Colecta:
Assim como Jesus foi neste dia apresentado no templo revestido da natureza humana, assim também a nossa alma seja apresentada a Deus revestida da sua graça.
Nalguns
lugares renova-se neste dia a tradição de levar à igreja as imagens do Menino
Jesus vestidas adequadamente para a ocasião para serem benzidas.
Vestem-no
não só de bebé com mantos e capas reais num cesto enfeitado, mas também como
rei com manto, coroa e cetro sentado num trono dourado, ou então vestido de
pastor, monge, anjo, santo, indígena, adolescente, futebolista, médico, polícia
ou bombeiro…
Vestem
o Menino com o vestuário do nosso tempo, para que cada um se possa vestir das
mesmas vestes de Jesus, isto é, da sua graça e santidade.
Ele
nasceu como nós para que possamos viver como Ele.
Vestimo-lo como nós para que Ele nos vista como Ele. Cristo como nós para que nós como Cristo...
Por
outro lado, antigamente, cada criança era batizada logo que nascia ou até 8
dias depois. A sua mãe estava ainda em convalescença, de modo que quem levava a
criança para ser batizada eram os padrinhos acompanhados pelo pai. Aos 40 dias
a mãe acudia à igreja com o filhinho nos braços, já batizado e recebia a bênção
pela maternidade do seu filho.
Era
um dia de ação de graças e de apresentação não só do filho, mas também da sua
mãe.
Era
o dia na purificação da mãe, isto é, do seu reconhecimento como mãe de tal
batizado, filho de Deus e da Igreja.
Nalguns lugares há a tradição da mãe colocar sobre o altar o seu filho como oferta a Deus: O filho recebido a Deus pertence. É este gesto que purifica o coração da mãe.
Candeia
da luz eterna:
Neste dia da Purificação há o costume de benzer as candeias ou velas para cada um levar para sua casa e serem postas nas mãos dos moribundos na sua partida para o Pai, mostrando a fé viva de quem morre, mas também mostrando o caminho para a eternidade.
Expressão
da fé trinitária:
Os
crentes podem ver nas velas, círios ou candeias um símbolo das Três Pessoas da
Santíssima Trindade.
A
cera simboliza o Pai, porque é a base, o fundamento, o sustento de tudo.
O
pavio simboliza Jesus Cristo.
O
pavio ligado à cera, alimenta o fogo e juntos cumprem a função de iluminar quem
precisa de luz.
O
fogo ou a chama é o Espírito Santo.
A
vela é de cera. O pavio é de fio. A chama é de fogo.
Jesus
Luz do mundo:
A
vela é o próprio Jesus que veio ao mundo como luz das nações:
Santo
Anselmo, Arcebispo de Cantuária, considerava as três coisas da Bendita Vela: A
cera; o pavio; e a chama. A cera, dizia ele, que é a produção da
abelha virginal, é A Carne de Nosso Senhor; o pavio, que está dentro, é
Sua Alma; a chama, que arde no topo, é Sua Divindade.
Os
cristãos como Luz:
A
alma é a vela de Deus, ou a vela de Deus é a alma.
É fogo
– sobe
É chama
– mexe
É luz
– ilumina
A
alma é a vela de Deus, que Deus acende e deixa assim neste mundo até querer.
Uma vela trepida, não para. Assim a nossa alma a rezar tem de balançar, tal
como ainda hoje fazem os judeus ao balançar a cabeça nas suas orações.
Outras
lições das candeias:
Toda
a nossa vida é como a vela, que consome a sua própria substância para dar luz e
calor aos que a cercam. As velas choram enquanto iluminam. As suas lágrimas
nascidas no fogo transbordam e escorrem pelo seu corpo. Choram por saber que,
para brilhar, é preciso morrer.
Oração
final:
Lembrando
as palavras do escritor Victor Hugo, podemos rezar:
Que nos olhos do jovem possa arder
sempre uma chama.
E que nos olhos de um idoso possa
brilhar sempre uma luz. Ámen.
Mensagem mariana:
Nossa Senhora é a portadora da luz
que é Jesus.
Ela é a Senhora das Candeias, a
Candelária, a Senhora das Estrelas.
Todos os cristãos são convidados a
receber essa luz e multiplicar as ‘grandes maravilhas’ operadas em Maria pelo
Senhor. Assim como Jesus foi luz de todas as nações, todos os discípulos seus,
no quotidiano da vida, podem ser também a luz do Senhor.
Ver
também:
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