Pensamento
e ação social do Pe. Dehon
Está a decorrer em Roma, de 13 a 18 de fevereiro, a IX Conferência Geral dos Dehonianos (SCJ) sobre o tema: Os dehonianos em compromissos sociais (o impacto do amor de Deus na nossa sociedade)
Logotipo
da IX Conferência Geral
- A
base é uma BÍBLIA ABERTA que simboliza a Palavra de Deus. É o
fundamento da nossa vida espiritual e um aspeto importante da nossa Conferência
Geral. Desta fonte, o Padre Dehon bebeu do amor de Deus. A partir da meditação
das Escrituras, os dehonianos buscam a força para sua missão de adoração e
reparação, especialmente com os mais vulneráveis.
- Nas CHAMAS vemos
o amor que vem da Palavra de Deus. É a luz do Evangelho que inflamou o Padre
Dehon e continua a inflamar-nos até hoje. Elas representam o impacto do amor de
Deus em nossa sociedade.
- O
símbolo do ÓMEGA não só nos aponta para o fim (escatologia), mas
também simboliza a vinda do Reino pelo qual Pe. Dehon trabalhou e que os
dehonianos continuam através da missão de adoração e reparação. É também o
símbolo da plenitude.
- A CRUZ está
no coração do logotipo e nos mostra que estamos ligados por um propósito
comum: Sint Unum no Coração de Deus.
- Os TRÊS
PONTOS nas chamas simbolizam o mistério da Trindade.
- A COR
VERDE do arco ómega expressa esperança e se refere à natureza e a nossa
casa comum que devemos cuidar como parte do nosso compromisso social.
- O CÍRCULO simboliza
a Eucaristia que é o coração e o cume de nossa fé
Para
nos inspirar e ajudar a refletir, partilhamos livremente, isto é, sem rigor
científico, algumas citações do Pe. Dehon sobre essa matéria.
O
que pensava, escrevia, ensinava e fazia o Pe. Dehon no compromisso social:
Jesus
foi um trabalhador, um operário de profissão, até à idade de trinta anos.
Depois, durante três anos, foi um operário apostólico. Conheceu o trabalho
duro, a fadiga e o suor. Durante vinte e cinco anos esteve enterrado na poeira
de uma oficina, dobrado de manhã à noite sobre as tábuas que aplaina e sobre os
socos de charrua que modela. Bateu rudemente com o martelo e o machado. Não fez
Ele todas as coisas?
Quando
a anarquia se acusa em toda a parte, na família e no Estado, a Igreja permanece
uma sociedade de obedientes, porque tem as suas origens em Nazaré.
É
preciso agir! Estudemos, espalhemos a verdade, organizemo-nos. Se queremos que
Cristo reine, é preciso que ninguém nos ultrapasse no amor ao povo.
Experimentai
e conseguireis. O povo tem prevenções contra os católicos. Pensa que não temos
qualquer preocupação pelos seus interesses temporais. Provai-lhe o contrário
através das vossas obras. A caridade não lhe basta, ele pede a justiça e a
caridade sociais, e tem razão.
É
pelas suas obras que Nosso Senhor quer reentrar na nossa vida social e aí
estabelecer o seu reino. É preciso merecer esta ressurreição, com a prática da
justiça e da caridade para com todos.
As
missões longínquas, as missões populares, a educação dos filhos, as obras para
libertar os deserdados deste mundo… que belo programa de zelo e de caridade em
união com o Coração de Jesus! Mas é preciso que reservemos sempre tempo para as
nossas adorações quotidianas.
A
justiça exige que aquele que trabalha tenha o alimento suficiente e possa
alimentar a sua família, que ele se vista convenientemente e seja decentemente
alojado.
As
máquinas deviam ajudar o operário, facilitar o trabalho, aumentar o produto,
baixar o custo de vida. Elas não estiveram ao serviço do operário, o operário é
que esteve ao serviço da máquina. O progresso verdadeiro e belo é o da
dignidade humana.
Fui
levado pela Providência a cruzar muitos sulcos, mas dois sobretudo deixarão uma
pegada profunda: a ação social cristã e a vida de amor, de reparação e de
imolação ao Sagrado Coração de Jesus.
Tentei
dois grandes empreendimentos: levar os padres e os fiéis ao Coração de Jesus
para lhe oferecer uma homenagem quotidiana de adoração e de amor, este
apostolado que deve continuar: e contribuir par a recuperação das massas
populares pelo reino da justiça e da caridade, trabalho que também deve ser
continuado.
A
salvação do povo tem de vir do próprio povo.
Somos
os filhos d’Aquele que distribuía o pão das almas, também o pão material no
monte das Bem-aventuranças.
Jesus
teve piedade da multidão, não somente porque ela não tinha ainda recebido o
benefício da fé, mas porque tinha fome. Estudemos as questões da justiça
social, apliquemo-nos às obras sociais.
Vejo
bons padres que parecem esperar demasiadamente o incremento por um golpe da
Providência. O que é preciso é gastar-se, lutar, ir ao povo, e fazer como se
tudo dependesse de nós.
Se
um homem rico e bom tem mendigos à sua porta, quais socorrerá primeiro? Não são
os mais pobres, os mais miseráveis? Deus não faz de outra maneira.
Hoje
não basta um apostolado espiritual é preciso um apostolado de transformação
social.
Ir
ao povo será a nossa cruzada contra a escravidão económica.
Cristo
foi posto fora a vida política e da vida económica. Ele quer reentrar aí com os
seus benefícios, com o reino da justiça e da caridade. Mãos à obra!
Zelo
pelo reino de Nosso Senhor. Devo fazê-l’O reinar, primeiro na minha vida
privada, submetendo-lhe toda a minha vontade, todas as minhas ações. Devo
trabalhar para o seu reino social pela ação e pela verdadeira doutrina.
Toda
a reforma económica e social está em germe nos princípios que Jesus coloca: a
paternidade divina e a fraternidade de todos. Ele dá o exemplo: é operário,
filho de operário, reclama a justiça, o respeito, a afeição fraterna.
Nós
sacerdotes somos os amantes apaixonados do progresso.
O
luxo foi outrora o cancro dos ricos; hoje é a lepra dos pobres. Possuir e gozar
tornaram-se os fins da vida.
O
mal do nosso tempo é a timidez, a frouxidão, o laxismo e o desespero.
O nosso
ideal de apóstolos é o bem temporal do povo unido ao seu bem espiritual.
O
sacerdote deve ser um homem do seu tempo
O
único laço social verdadeiramente eficaz é uma religião comprometida com as
bases.
Se
queremos que Cristo reine é melhor que nenhum grupo político nos supere na
preocupação pelo bem do povo.
Só
uma visão cristã da vida pode levar à paz social que faz reinar a justiça e a
caridade.
Um
homem que queira mudar a sociedade não pode ter ideias tímidas.
Sem comentários:
Enviar um comentário