Crónica de um santo na Madeira
15ª
semana – A confissão de um santo
O
livro dos Provérbios 24, 16 diz que “sete vezes cai o justo e se levanta, mas
os ímpios desfalecerão na desgraça”.
Habitualmente
é aplicada esta citação para ilustrar a necessidade que os santos têm do
sacramento da confissão ou da reconciliação.
De
facto, dizemos que um santo peca sete vezes ao dia. Mas se peca, não deve ser
santo ou se é santo não deve pecar…
Santo
Agostinho ensinava que não eram propriamente pecados, mas tribulações dos
justos que aqui são contabilizados. Outros dizem que devem ser entendidos apenas
como faltas pequenas ou leves.
Ao
recordar nesta semana que o Beato Carlos se confessava assiduamente queremos
realçar a sua apurada consciência e o seu coração puro.
Quando
alguém tem algo de metal bem polido e limpo, basta um pequeno pó ou um ligeiro
bafo para o embaciar. Assim se explica a insistência dos santos em purificar-se
ou confessar-se. Santo não é aquele que nunca se suja, mas aquele que sempre se lava.
A
maior parte dos cristãos identifica-se como pecador lutando para ser santo.
Mas
há outros cristãos que são identificados como santos a lutar contra o pecado.
Ser
santo é ter uma consciência apurada e sensível.
Ter uma consciência sensível e apurada é ser santo.
25
de fevereiro de 1922 – sábado
26
de fevereiro de 1922 – domingo
Domingo
gordo que antecede o Carnaval.
27
de fevereiro de 1922 – segunda-feira
Segundo
o testemunho do Pe. José Marques Jardim, pároco do Monte desde 1915 a 1960,
“certo dia quando regressava com dois filhos de um pequeno passeio, o Imperador
cruzou-se com um insignificante acompanhamento de um defunto muito pobre que ia
a enterrar. Curvou-se reverente perante o féretro e incorporou-se com os filhos
no cortejo. Os filhos impressionaram-se com o gesto do pai e pediram o seu
consentimento que lhes foi concedido, para mandar celebrar uma santa missa pela
alma do defunto, visto não terem podido ajudá-lo em vida”. Foi este mesmo o
Pároco a registar o termo de óbito do Imperador na Paróquia do Monte.
28
de fevereiro de 1922 – terça-feira
Dia
de Carnaval.
01
de março de 1922 – quarta-feira
Quarta-feira
de Cinzas, início da Quaresma.
Primeiro
aniversário de nascimento da filha Carlota.
02
de março de 1922 – quinta-feira
Chegou
o arquiduque Roberto, que ficara na Suíça em convalescença, após cirurgia,
acompanhado pela arquiduquesa Maria Teresa (avó do Imperador) e a condessa
Kerssenbrock.
03
de março de 1922 – sexta-feira
Primeira
Sexta-feira do mês.
O
Imperador confessava-se regularmente a cada oito dias.
Antes
das núpcias declarou à noiva que tinha feito diante de Deus o explícito
juramento de que haveria de confessar no máximo em vinte e quatro horas
qualquer falta.
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