sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Crónica de um santo (15)


Crónica de um santo na Madeira

 

15ª semana – A confissão de um santo

 

O livro dos Provérbios 24, 16 diz que “sete vezes cai o justo e se levanta, mas os ímpios desfalecerão na desgraça”.

Habitualmente é aplicada esta citação para ilustrar a necessidade que os santos têm do sacramento da confissão ou da reconciliação.

De facto, dizemos que um santo peca sete vezes ao dia. Mas se peca, não deve ser santo ou se é santo não deve pecar…

Santo Agostinho ensinava que não eram propriamente pecados, mas tribulações dos justos que aqui são contabilizados. Outros dizem que devem ser entendidos apenas como faltas pequenas ou leves.

Ao recordar nesta semana que o Beato Carlos se confessava assiduamente queremos realçar a sua apurada consciência e o seu coração puro.

Quando alguém tem algo de metal bem polido e limpo, basta um pequeno pó ou um ligeiro bafo para o embaciar. Assim se explica a insistência dos santos em purificar-se ou confessar-se. Santo não é aquele que nunca se suja, mas aquele que sempre se lava.

A maior parte dos cristãos identifica-se como pecador lutando para ser santo.

Mas há outros cristãos que são identificados como santos a lutar contra o pecado.

Ser santo é ter uma consciência apurada e sensível.

Ter uma consciência sensível e apurada é ser santo.

25 de fevereiro de 1922 – sábado

 

26 de fevereiro de 1922 – domingo

Domingo gordo que antecede o Carnaval.

 

27 de fevereiro de 1922 – segunda-feira

Segundo o testemunho do Pe. José Marques Jardim, pároco do Monte desde 1915 a 1960, “certo dia quando regressava com dois filhos de um pequeno passeio, o Imperador cruzou-se com um insignificante acompanhamento de um defunto muito pobre que ia a enterrar. Curvou-se reverente perante o féretro e incorporou-se com os filhos no cortejo. Os filhos impressionaram-se com o gesto do pai e pediram o seu consentimento que lhes foi concedido, para mandar celebrar uma santa missa pela alma do defunto, visto não terem podido ajudá-lo em vida”. Foi este mesmo o Pároco a registar o termo de óbito do Imperador na Paróquia do Monte.

 

28 de fevereiro de 1922 – terça-feira

Dia de Carnaval.

 

01 de março de 1922 – quarta-feira

Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma.

Primeiro aniversário de nascimento da filha Carlota.

 

02 de março de 1922 – quinta-feira

Chegou o arquiduque Roberto, que ficara na Suíça em convalescença, após cirurgia, acompanhado pela arquiduquesa Maria Teresa (avó do Imperador) e a condessa Kerssenbrock.

 

03 de março de 1922 – sexta-feira

Primeira Sexta-feira do mês.

O Imperador confessava-se regularmente a cada oito dias.

Antes das núpcias declarou à noiva que tinha feito diante de Deus o explícito juramento de que haveria de confessar no máximo em vinte e quatro horas qualquer falta.

 

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