sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Viagem marcada

“Só no dia 3 de dezembro (de 1946) tive na mão o passaporte com os vistos de passagem pela Espanha e de entrada em Portugal. (O meu passaporte foi concedido ‘in nome de Sua Majestà Umberto II re d'Ítalia’ então no poder. Tem a data de '8 Giu. 1946').

De Roma parti para Génova, onde fui hóspede do meu antigo educador e professor, Pe. Alfonso Franceschetti, então capelão da Stella Maria.

Com a ajuda deste padre, fui procurar uma passagem marítima para mim e para o Pe. Canova. Encontrámo-la numa Agência da Companhia A. Costa, para viajar num navio espanhol que partiria nos fins de dezembro. Os bilhetes de passagem deveriam ser diferentes: para o Pe. Canova, até Barcelona; para mim, até Lisboa com a bagagem toda.

- Porquê, se ambos vão para Lisboa? – perguntaram-nos.

- É que só eu vou acompanhar as bagagens até Lisboa e o meu companheiro irá de Barcelona para Lisboa via Madrid.

- E a bagagem dele?

- Eu é que a acompanho até Lisboa.

- Mas isso é pouco ortodoxo…

Interveio então o Pe. Franceschetti, bem conhecido no ambiente marítimo. A dificuldade ficou esquecida e a passagem marcada. E ainda bem, pois seríamos também portadores das bagagens dos missionários que já tinham partido para Lisboa de avião.

A questão era que o dinheiro era pouco naquele tempo e… precisava poupar!

Marcada a passagem, fiz uma visita ao Noviciado de Albissola e daí voltei a Roma para despedir-me do Superior Geral, Pe. G. Govaart, e em meados de dezembro voltei a Bolonha para fazer o mesmo com o Superior Provincial e Confrades do Studentato Missioni e para preparar as últimas coisas. Subi à minha terra para uma derradeira visita de despedida à família e, no dia 19 de dezembro, descia no comboio de Milão para Génova, com armas e bagagens.” (CF. Memórias do Pe. Ângelo Colombo)


Conclusão: 

Mesmo antes de chegarem a Portugal já tinham aprendido a poupar!

 

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