“Só no dia 3 de dezembro (de 1946) tive na mão o passaporte com os vistos de passagem pela Espanha e de entrada em Portugal. (O meu passaporte foi concedido ‘in nome de Sua Majestà Umberto II re d'Ítalia’ então no poder. Tem a data de '8 Giu. 1946').
De
Roma parti para Génova, onde fui hóspede do meu antigo educador e professor,
Pe. Alfonso Franceschetti, então capelão da Stella Maria.
Com
a ajuda deste padre, fui procurar uma passagem marítima para mim e para o Pe.
Canova. Encontrámo-la numa Agência da Companhia A. Costa, para viajar num navio
espanhol que partiria nos fins de dezembro. Os bilhetes de passagem deveriam
ser diferentes: para o Pe. Canova, até Barcelona; para mim, até Lisboa com a
bagagem toda.
-
Porquê, se ambos vão para Lisboa? – perguntaram-nos.
-
É que só eu vou acompanhar as bagagens até Lisboa e o meu companheiro irá de
Barcelona para Lisboa via Madrid.
-
E a bagagem dele?
-
Eu é que a acompanho até Lisboa.
-
Mas isso é pouco ortodoxo…
Interveio
então o Pe. Franceschetti, bem conhecido no ambiente marítimo. A dificuldade
ficou esquecida e a passagem marcada. E ainda bem, pois seríamos também
portadores das bagagens dos missionários que já tinham partido para Lisboa de
avião.
A
questão era que o dinheiro era pouco naquele tempo e… precisava poupar!
Marcada
a passagem, fiz uma visita ao Noviciado de Albissola e daí voltei a Roma para
despedir-me do Superior Geral, Pe. G. Govaart, e em meados de dezembro voltei a
Bolonha para fazer o mesmo com o Superior Provincial e Confrades do Studentato
Missioni e para preparar as últimas coisas. Subi à minha terra para uma
derradeira visita de despedida à família e, no dia 19 de dezembro, descia no
comboio de Milão para Génova, com armas e bagagens.” (CF. Memórias do Pe.
Ângelo Colombo)
Conclusão:
Mesmo antes de chegarem a Portugal já tinham aprendido a poupar!
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