Preparando a viagem para Portugal,
jardim da Europa à beira-mar plantado
“No
mês de dezembro (de 1946), o Pe. Colombo encarregou-me de obter das várias Congregações Religiosas
de Bolonha, cartas de apresentação para as casas correspondentes em Barcelona e
Portugal.
As
duas Congregações escolhidas foram os Salesianos e as Doroteias.
Aos
primeiros fui pedir especialmente uma carta para Barcelona; mas, na minha ignorância
geográfica confundi Barcelona com Lisboa (ou confusão de palavras
Barcelona/Lisbona). Para me corrigir, pedi para as duas cidades. Cartas aliás,
que nos serviram imenso.
Às
Doroteias pedi para Lisboa.
Um
nosso padre de Bolonha fora capelão das Doroteias durante os tristes anos da
guerra. A casa delas foi bombardeada e o capelão ajudou muito as Irmãs seja para
salvaguardar as Espécies Eucarísticas, seja para dar um pouco de calma durante
os bombardeamentos. Entre as Irmãs havia também uma portuguesa que,
reconhecidamente, escreveu uma carta para a Superiora do Colégio do Lumiar com
todos os elogios e recomendações possíveis para que nos tratasse bem. Ao
entregar-me a carta, a saudosa portuguesinha não se coibiu de me dizer que
Portugal era uma terra muito bonita: Um jardim à beira-mar plantado. Admirei o
espírito poético da Irmã, não sabendo eu de quem era aquele verso.” (CF. Memórias
pessoais do Pe. Gastão Canova, SCJ)
Nota:
“Jardim
da Europa à beira-mar plantado” é um verso da autoria de Tomás Ribeiro
(1831-1901), incluído no poema “A Portugal”, que abre o seu livro D. Jaime, publicado
em 1862. Este poema, constituído por 15 oitavas, dá o mote do livro no seu
acentuado pendor nacionalista:
de loiros e de acácias olorosas;
de fontes e de arroios serpeado,
rasgado por torrentes alterosas,
onde num cerro erguido e requeimado
se casam em festões jasmins e rosas;
balsa virente de eternal magia
onde as aves gorjeiam noite e dia.
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